Once In a Lifetime escrita por selinakyles


Capítulo 9
I already have a date.


Notas iniciais do capítulo

Olá amadinhos e amadinhas!
Aproveitei a inspiração lendo seus comentários e adiantei o capítulo antes do início das provas, mwaa! É bom pra dar uma redimida com vocês, né? Tô no débito.
Não está revisado, perdoem os errinhos.

Divirtam-se!



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Chapter nine -


“Então, qual exatamente a razão para estarmos aqui quando deveríamos estar dormindo?” Raven se manifestou inquieta, assistindo os brilhosos olhos esverdeados de Octavia pousarem sobre ela.

“Amanhã acordamos cedo, caso tenha esquecido, O.” Clarke resmungou, pegando uma das almofadas para atirá-la no rosto da Blake, que riu como uma criança prestes a fazer algo errado.

Octavia sorriu forçadamente, tentando não deixar transparecer a felicidade que exalava por todo o cômodo. Obviamente sua tentativa foi frustrada, até mesmo seu corpo tremia em pura empolgação. Outro fato peculiar sobre Octavia Blake: ela nunca saberia como esconder sua alegria.

“Eu não esqueci! Eu gostaria de poder esquecer mas nem mesmo meu corpo esquece.” Ela levantou as mãos trêmulas, mostrando-as para as duas a sua frente que a olhavam como se estivessem vendo um alien.

Clarke segurou suas mãos com as dela, os lábios rosados se repuxando em um sorriso cantineiro e gentil.

“Nós sabemos, O. É impossível não perceber.”

“Quem diria que essa cabecinha de vento seria a primeira a se casar…” Raven comentou pensativa, o olhar distante de quem estava revivendo algo em sua mente.

“Justamente por ser cabecinha de vento estou me casando.” A Blake riu, tirando a Reyes de seus devaneios. “Acho que no meu lugar, vocês duas jamais fariam algo desse tipo…”

“Você nos subestima.” Censurou Raven, os olhos castanhos brilhando em resposta ao desafio. “Mas realmente, não faz muito meu tipo a dona de casa. Talvez o da Clarke.”

A loira bateu seu ombro no da amiga, rindo.

“Se fosse por amor, eu não veria problema.” Os olhos azuis de Clarke se esconderam por trás de suas pálpebras por alguns segundos, se revelando apenas para encarar a Blake com toda a compreensão e afabilidade que havia dentro de si. “Por essa razão eu penso que não é preciso coragem para passar o resto da sua vida ao lado de quem se ama, isso simplesmente acontece.”

Raven suspirou ruidosamente, denunciando o incomodo que aquelas palavras lhe causaram. Clarke e Octavia se entreolharam, conversando como cúmplices naquele silêncio subintendido.

“Você está estranha.” A Blake se manifestou ao franzir o cenho para a Reyes.


“Não estou estranha. Estou com cólica, e uma das bem feias.” Ela retrucou, mostrando a língua em resposta ao olhar cético da morena a sua frente.

“Cólica? Você parece um zumbi. Já se olhou no espelho hoje?”

As sobrancelhas de Raven se uniram diante das palavras da amiga, já não fazendo esforço algum em mostrar sua insatisfação com o comentário da amiga.

“Me desculpe se eu não pareço uma Barbie malibu, Octavia. Nunca me encaixei nesses padrões, e você bem sabe.” A acidez em sua voz deixou Clarke apreensiva.

“E você bem sabe que não é nada disso que eu to falando.”

“Meninas, sem brigas.” Clarke pediu, os olhos azuis refletindo todo seu receio em ter que lidar com uma briga qual não estava preparada.

Era muito cedo para aquele tipo de abordagem, contudo, era Octavia ali. Octavia Blake nunca soube verdadeiramente o significado de limites e muito menos de paciência. Esse gênio impulsivo era definitivamente a maior das características dos Blake. Toda aquela imprudência para sempre correria pelas veias não só de Octavia, mas também de seu irmão velho panaca.

Ela não se conformaria com aquele tipo de atitude, em ser excluída da vida de uma das pessoas que ela mais ama e se importa. Octavia jamais se acostumaria em ser a última a saber, jamais aceitaria ver algo acontecer diante de seus olhos esverdeados sem que ela estivesse ciente de todos os porquês.

Se Clarke fosse uma psicóloga, ela daria um diagnóstico perceptível de ansiedade.

“Você sabe que não pode deixar os erros dos outros afetar sua vida pra sempre, não sabe?” O timbre da Blake suavizou, e ela reunia toda sua calma para que pudesse deixar o assunto de lado por mais alguns dias. Só mais alguns dias, ela repetia a si mesma.

Raven já sentia a ardência tomar conta de seus olhos, porém mais uma vez naquele dia, ela se recusava chorar. Já havia estourado sua cota de lágrimas. Aquilo sequer fazia parte de sua personalidade, Raven Reyes não era e jamais seria fraca.

Simplesmente não seria.

“Não que seja necessário, nós bem sabemos sua força e sua garra. Você é uma guerreira, Rav. Uma das maiores e melhores que já conheci em minha vida. Mas por que não dá uma chance para novas pessoas fazerem parte da sua vida? Nem todos são Finn. Em algum momento você também pode encontrar um Lincoln.”

Clarke assistia a cena diante de seus olhos com o coração dormente. Absorvia aquelas palavras como se fossem direcionadas também a ela, e sentia verdadeiro contentamento em ver diante de seus olhos azuis, o florescer de uma Octavia diferente. Uma mais madura e consciente, mais compreensiva e complacente.

Ela tinha conhecimento de que aquilo não deveria ser fácil para a Blake, deixar de lado um detalhe tão forte de sua personalidade para pensar no melhor para sua amiga. Ser altruísta. Clarke sempre soube que a morena tinha isso nela por trás de toda aquela pose de garota avoada e atrevida.

“Talvez Clarke ache um Lincoln também. Só é preciso se permitir.” Octavia deu de ombros, direcionando seu sorriso travesso para a loira que até então, permaneceu presa demais em seus próprios devaneios.

“Eu tenho responsabilidades, O. Tenho metas, tenho coisas quais quero conquistar. Não posso parar por razões do coração, nós bem sabemos que isso nunca termina bem.” A Griffin suspirou, enrolando uma das mechas loiras de seu cabelo entre seus dedos e prendendo seu lábio inferior entre seus dentes com força demais.

O suficiente para que ela sentisse uma dor breve e usasse isso de ancora, algo que lhe mantivesse ali e não onde seus pensamentos gostariam de a levar. O que menos queria naquele momento era reviver as cenas daquela manhã em sua mente, que certas sardas se dominassem seus devaneios.

“E não pode arrumar tempo para ir em um encontro?” Raven pigarreou, cobrindo os lábios com o dorso de sua mão por um momento. As íris castanhas avaliando as feições da loira como uma pesquisa de rotina.

E se aquilo fosse uma pesquisa, Clarke com certeza apresentaria alguns comportamentos bastante peculiares aos olhos da Reyes. Mas como sempre, era sua melhor amiga que estava diante de si, presa demais em seu interior para focar no que estava em questão ali: os conselhos sérios e raros de Octavia Blake.

“Não sei se quero ir a um encontro.” A loira ergueu as íris azuladas para as duas mulheres em sua frente, demonstrando todo seu desconforto com aquele assunto. “Você gostaria de ir a um encontro, Rav?”

“Isso é um convite, Clarke?” A morena ergueu uma de suas sobrancelhas em questionamento, mostrando os dentes tão brancos em um sorriso atrevido. “Você sabe que não faz o meu tipo.”

“Ah claro, muito branca. Falta melanina, certo? Eu me lembro de você ter usado essa desculpa para me despachar da última vez.” Clarke riu, levando a mão ao peito fingindo mágoa.

“Eu tenho alguns amigos para você, loira.” Octavia sorriu abertamente, já quicando no sofá em mais uma de suas demonstrações de entusiasmo. “Em último caso sempre teremos a Lexa. Ela ainda pergunta muito sobre você, sutilmente é claro.”

Clarke tombou sua cabeça, indecisa entre demonstrar ceticismo ou se sentir ofendida.

Ela não precisava de um interesse amoroso. Na verdade, isto era a última de suas prioridades. Mas obviamente aquilo seria algo de difícil compreensão para Octavia, que sempre contrariava as pessoas a sua volta, incapaz de entender que nem todo mundo tem obrigação ou dever de se sentir ou ser da mesma forma que ela.

Esses momentos em especial eram os que mais lhe irritavam. Por mais que a intenção de sua amiga fosse pura, Clarke conhecia a persistência de Octavia. Mais do que isso, ela conhecia sua teimosia e tinha noção de que ela não sossegaria enquanto não atingisse seus objetivos.

E naquele momento seu maior desafio e objetivo era certamente fazer a vida da loira um inferno com seus malditos encontros às cegas.

Não havia nada que a fizesse ceder dessa vez. Nem mesmo os olhinhos de cachorrinho que caiu da mudança.

“Eu já tenho um encontro.” Clarke afirmou com toda a coragem que lhe restara, ganhando a atenção de Raven que até então checava seu celular e Octavia que a olhava com toda a desconfiança do mundo.

“E quem seria o felizardo? Seu travesseiro?” Raven questionou como se a amiga tivesse falado a coisa mais improvável que ela já ouvira na vida.

“Ha ha, muito engraçado, Reyes.” A loira ironizou, sentindo a atenção de Octavia pesar sobre si. “Murphy. Nós combinamos de sair juntos para o cinema quando eu voltar de Arkville. Parece ser uma boa distração.”

“Murphy? John Murphy? Aquele John Murphy? Delinquente mais conhecido do campus e tudo mais?” A morena perguntou com incredulidade, se recusando acreditar no que acabara de adentrar seus ouvidos. E ao pousar suas íris castanhas sobre Octavia pode notar que ela não era a única, a diferença é que Raven estava longe de sentir a raiva que a Blake mais nova parecia sentir naquele momento.

Se elas estivessem em um desenho animado, aquele seria o instante em que da cabeça de Octavia sairia fumaça.

“Mas que diabos, Clarke? Isso é pra ser uma piada? Sinto lhe informar que não teve graça alguma.” A loira assistiu imóvel a morena se levantar abruptamente e jogar a almofada que antes estava em seu colo rispidamente no sofá.

Raven vacilou sua atenção entre a Blake raivosa e a Griffin inexpressiva ao seu lado pensando se aquela seria uma situação de emergência onde ela discaria o número de Jasper e pediria por socorro. Já aconteceu algumas vezes, e ela esperava com todo seu ser que não estivesse se repetindo diante de seus olhos.

As brigas de Octavia e Clarke tinham a magnitude de um desastre natural. E os destroços? Bem, eles sempre sobravam para Raven.

“Qual o problema? As vezes você esquecem que as pessoas também tem um lado bom. Ninguém é totalmente ruim assim como ninguém é totalmente bom.” Clarke assistiu o rosto da morena adotar um tom avermelhado, e por um instante ela pode jurar que Octavia estava prendendo o ar. “Nós somos amigos, e não vejo problema algum em ir em um encontro com meu amigo que, caso você tenha esquecido, salvou a minha vida.”

Octavia permaneceu estática por mais alguns segundos, semicerrando os olhos esverdeados como se o reboliço em sua cabeça tivesse finalmente dado um nó. Era como juntar as peças de um quebra-cabeças, desvendar uma charada, acertar um alvo em cheio.

“Você contou pra ele.” Octavia afirmou convicta, depositando toda sua certeza na acusação. “Você disse a ele que Bellamy dormiu com a namorada dele, não foi? Você foi a culpada do meu irmão estar naquele estado. Claro, como eu fui burra. Lógico que foi você! Quando a majestosa Clarke Griffin permitiria tamanha humilhação sem uma retaliação? É quase inacreditável se não fizesse tanto sentido.”

“O…” Clarke murmurou logo após soltar todo o ar em seu pulmão com pesar. “Você está se precipitando.”

“Eu sabia que tinha algo errado. Você estava sendo muito gentil, Clarke. Eu desconfiei, e eu sabia mas me recusei acreditar que você tomaria uma atitude tão torta e repugnante.” Com o dedo indicador em riste, Octavia a acusava enquanto suas entranhas se reviravam dentro de sua barriga. Repulsa. Um sentimento que ela jamais imaginou sentir por sua melhor amiga, sua irmã.

Mas como sempre, ela deveria saber que Bellamy e Clarke tinham essa capacidade de trazer a tona o pior um do outro.

Estava farta daquela situação. Farta do comportamento das duas pessoas que mais ama na vida e que ao mesmo tempo mais lhe trazem problemas. Aquilo teria um fim ou seu nome não seria Octavia Blake.

“É repugnante pensar que você poderia fazer algo desse tipo.” A morena sentiu os olhos arderem conforme a linha d'água se transbordava do início de suas lágrimas. “Quer saber? Você fala tanto do meu irmão, mas no final das contas não é nem um pouco melhor que ele.”

“Octavia.” Raven chamou temerosa, vendo a amiga parar antes de abrir a porta de seu quarto.

“Amanhã antes das nove sairemos de Chicago. Estejam prontas.”

Com essas palavras a Blake mais nova adentrou o cômodo, deixando para trás uma Raven aflita e uma Clarke bastante pensativa.

E foi exatamente dessa forma que Clarke Griffin aprendeu que jamais deveria agir sobre influencia de sua raiva. Muito menos quando essa fosse destinada a um certo bastardo irresponsável que tinha como maior passatempo lhe tirar dos trilhos.

Era incrível, Bellamy tinha um jeito único de arruinar sua vida até mesmo sem a intenção.


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Notas finais do capítulo

Eita, deu ruim!

Eu não sei vocês, mas eu adoro essas interações Raven/Octavia/Clarke e nessa história em especial vai ter e já está tendo bastante. A dinâmica delas aqui é o que eu sempre sonhei pra elas na série, mas obviamente, fica no sonho! Hahahaha. Talvez tenha sido um pouco encheção de linguiça porque vocês ficam ansiosamente esperando interação Bellarke, mas sinto-lhes informar que amizade é um tópico muito importante em OIAL e a da Octavia e da Clarke acabou de ficar bem comprometida, ein?
Acho que nesses dois últimos capítulos deu pra compreender melhor nossa Princess, né? É meio incompreensível essa raiva dela pelo Bell, mas ao mesmo tempo é bastante compreensível. Vocês vão ver mais do passado deles mais pra frente, prometo!
Enfim, já falei demais. Mas antes de ir, gostaria de agradecer os comentários de quem permaneceu e não me abandonou. Esse capítulo é pra todas vocês e todos os que virão também. Sem vocês OIAL não existiria, por isso tenham sempre a certeza que seu apoio é muito muito muito apreciado! De coração, meus agradecimentos.

Comentários? Dicas? Críticas? Sugestões? Tô aqui para ouvi-los, falem que vos escuto! Hahahaha. Beijinhos, pequenos ganfanhotos. Estarei de volta assim que a faculdade me deixar respirar ;)