Once In a Lifetime escrita por selinakyles


Capítulo 33
The apple doesn't fall far from the tree.


Notas iniciais do capítulo

Hellou, minhas lindinhas!
Aqui vamos nós com mais um capítulo cheio de angst para alimentar o coraçãozinho de vocês após aquela premiere. Cheio de paralelos, uh? E bem Bellamy.

Não está revisado. Qualquer erro pertence a mim por ser essa bagunça desatenta.
Divirtam-se.



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Chapter thirty-three –



A mão gélida de Clarke se fechou em volta do braço de Bellamy sem nem ao menos pensar duas vezes, enquanto a outra arrancava o microfone de sua mão com certa rispidez e o entregava novamente ao vocalista da banda.

As sobrancelhas loiras se franziram, ignorando os burburinhos por quais teve que passar para que o arrastasse até a porta. Coisa alguma penetrava por seu ouvido, da mesma forma que a saída era tudo o que seus olhos claros eram capazes de focalizar.

Bellamy tentou se soltar de seu enlace por diversas vezes, relutante. No entanto, nada era capaz de parar Clarke Griffin e toda a sua resignação em tirá-lo daquele recinto.

“Você sabe que eu posso me soltar a hora que eu quiser, não sabe?” Sua voz baixa se parecia com um rosnado frustrado e irritadiço.

Não o suficiente para transformar a raiva que ela própria sentia em algum tipo de receio. Ela não o temia, e isso já não era nenhuma novidade.

“Sei.” Clarke gesticulou para o manobrista, que não demorou muito em captar sua mensagem e buscar seu carro. “Assim como sei que você não irá fazer isso.”

Ela se virou para encará-lo pela primeira vez desde que o forçou a descer daquele palco, acabando com toda a sua performance repleta de sarcasmo, raiva e ressentimento. Sua mão ainda segurava o antebraço que logo ele tratou de tomar de volta, rispidamente.

Todo o corpo de Bellamy tremia, e se aquilo continuasse por mais tempo, logo ele deslocaria sua mandíbula.

O manobrista estacionou o Honda rente a guia, e ela permaneceu em silêncio ao abrir a porta do passageiro para que ele entrasse. O arquear de suas sobrancelhas negras gritava um ceticismo quase impertinente, os olhos escuros ainda tempestuosos demais para direcionarem a ela qualquer sentimento acolhedor.

“Eu tenho meu próprio carro, muito obrigada.”

Clarke bufou, pendendo seu peso em uma de suas pernas ao demonstrar sua impaciência.

“Você precisa de um tempo para pensar.”

Ainda possuidor de toda a atenção da loira, o Blake ponderou. Sua mente não estava passando por um de seus melhores momentos, e talvez por esta razão, não tenha sido tão difícil assim se acomodar no banco do passageiro do carro da única pessoa qual ele sabia que deveria manter distância.

Contudo, naquele instante, ela parecia ser a única capaz de compreendê-lo ou ao menos escutá-lo sem despejar sobre si uma avalanche de questionamentos. Algo que o moreno sabia que mais cedo ou mais tarde teria que enfrentar, e que de certa forma o receava.

Ela tomou seu lugar em frente ao volante, não se importando em olhar para trás ao seguir pela rota que havia traçado mentalmente.

“Para onde estamos indo?” Ele indagou com um semblante inexpressivo, seus olhos se perdendo nos borrões que se tornaram as ruas de New York.

“Nós vamos dar um passeio.” A resposta de Clarke foi curta, vaga.

Bellamy sugou uma lufada de ar, a cabeça de apoiando no encosto do banco enquanto os olhos se escondiam por detrás de suas pálpebras.

Aquela seria uma longa noite.

***

“Fairfield, Connecticut?”

Os olhos de Bellamy se estalaram assim que a placa entrou em seu campo de visão. O relógio digital do computador de bordo marcava dez e meia de uma noite que - assim como a sua raiva - parecia estar longe de se findar.

A fúria que aos poucos havia diminuído agora voltava com força total, se alastrando por todo seu peito junto da sensação sufocante de estar infartando. Mil e uma possibilidades passeando por sua mente enquanto a mulher ao seu lado permanecia em silêncio, compenetrada demais em dirigir.

Céus, o que estava acontecendo?

“Pare o carro, Clarke.”

A Griffin o encarou brevemente, as linhas firmes daquelas feições se tornando mais nítidas com o flexionar de seu maxilar. O negrume em seus olhos repleto da mesma cólera de minutos atrás, perpassando por suas veias como veneno.

“Bellamy...” Ela arriscou, sua súplica silenciosa não afetando em nada o estado catastrófico que se encontrava o espírito do moreno naquela noite.

Clarke deveria saber que não seria nada fácil lidar com ele. Não quando a sua forma intensa de sentir nublava completamente seu lado racional, trazendo à tona o garoto impulsivo e revoltado.

Uma versão dele que por muitas vezes se revestiu em luto e coração partido.

Ela observou os punhos de Bellamy se fecharem tão apertados a ponto de esbranquiçar os nós de seus dedos, a medida que ele tentava controlar a respiração irregular. Seu peito descendo e subindo em um ritmo dissonante.

O moreno encostou novamente sua cabeça no apoio de seu banco, os olhos fechados denunciando sua tentativa falha em se comportar, se conter.

“Pare o carro, Clarke. Eu não irei pedir novamente.”

Os olhos azuis se suavizaram assim que o carro parou no acostamento, assistindo Bellamy abrir a porta e fechá-la com rispidez assim que passou por ela. A sensação de derrota nunca foi tão devastadora.

“Nós já estamos chegando, Bell.” Seu timbre era macio e seus passos receosos. Diante de si o Blake caminhava de um lado para o outro, como uma fera enjaulada por tempo demais.

“Qual é a droga do seu problema?” Os olhos gélidos e incisivos, a tenacidade que havia neles era como um aviso claro de perigo. “Por que raios você tem que se meter onde não é chamada?”

Clarke sentiu o peso daquelas palavras lhe acertarem como um soco certeiro, desestabilizando-a. Ela sabia perfeitamente o que ele estava fazendo, agindo como se precisasse de alguém para culpar.

O clássico jeito Blake de descontar sua frustração quando bater em alguém ou destruir algo não é exatamente uma opção. A dor que se refletia na escuridão tão densa daquele olhar era camuflada pelas diversas camadas de rancor e mágoa.

Bellamy estava sofrendo, e se dar conta daquilo fazia com que seu coração se partisse junto ao dele.

“Isso não é da sua conta, Clarke. Por que você não podia simplesmente me deixar humilhá-lo em paz? Não foi nem um terço do que ele realmente merece!”

A loira buscou por ar, a atmosfera gelada causada pelo sereno já ardendo em seus pulmões. A leve umidade em seus cílios era um sinal de que lágrimas estavam por vir, as mesmas que ela já não mais se privaria de derramar.

Não mais. Não na frente dele.

“Eu não preciso da sua ajuda. Eu não quero.”

A Griffin engoliu a seco, a voz grave de Bellamy tinindo em seus ouvidos em ecos. Ele estava irado, completamente fora de controle, uma verdadeira bagunça andante de emoções quais escolheu reprimir por tempo demais.

Um mecanismo de autossabotagem que ela conhecia muito bem, e que apenas lhe trouxe dor e perdas.

Clarke ajustou sua postura, tendo em mente que palavras talvez não fossem o melhor método a se abordar. Ele precisava desabafar, deixar que toda aquela avalanche de sensações o transbordasse para só então poder se sentir bem novamente.

Este era o maior detalhe sobre sentimentos ruins: eles precisam ser sentidos, caso não queira que eles te destruam de dentro para fora.

E ela estava ali por ele. De agora em diante, sempre estaria. Enquanto ele a quisesse.

Bellamy se acercou da placa da cidade onde as letras em forma maiúscula registrava a entrada para Fairfield, o rosto se contorcendo entre lágrimas e desgosto quando usou toda a sua força para socar a superfície revestida de madeira.

Uma, duas, três, quatro vezes.

O suficiente para que o amargo que se impregnou em sua boca fosse superado pela dor física em sua mão. E ao menos por meros segundos, foi o bastante. Até os dedos gélidos e pálidos de Clarke envolverem seu pulso.

“Pare, por favor.”

O Blake se desvencilhou de seu toque como se o simples encontro de suas epidermes pudesse queimar, limpando os olhos e as gotículas salgadas que pinicavam seu rosto com as palmas de suas mãos antes de cravar sua atenção no semblante aflito da loira.

Era o azul límpido daqueles olhos que fizeram com que algo se contorcesse em suas entranhas, a angústia sobrepondo toda sua ira.

“Isso está me corroendo, Clarke. Está me matando.”

Ele não queria, realmente não queria ter que olhar para ela e se sentir daquela forma. Não queria ter que lidar com a imagem daquele rosto completamente manchado pelas lágrimas, mais uma vez causadas por ele.

Clarke Griffin havia visitado o inferno e voltado, e ele não havia feito nada para ajudá-la. Tudo em sua mente gritava que ele era merecedor daquele sentimento excruciante que o destruía há dias, que parte de tudo aquilo era sua culpa.

Ele não era em nada melhor do que o homem que mais detestava em sua vida.

Ele não era em nada diferente de Marcus Kane.

“Foram anos com esse vazio vendo minha mãe chorar escondida pelos cantos da casa, vendo as crianças da minha idade comentando sobre o garoto que não tinha pai, que não havia sido feito com amor, que foi abandonado.” As lágrimas caíam novamente, impiedosas.

As sobrancelhas da loira se uniam, o ardor em seu peito apenas aumentando ao vê-lo sucumbir diante de seus olhos.

“Eu não estive lá, Clarke. Eu não sou nada diferente dele. Daquele cara desprezível.” O remorso refletido em seu timbre fez com que a Griffin desse um passo a frente, desesperada para que todos aqueles sentimentos ruins se findassem.

Bellamy não merecia nada daquilo.

“No final das contas, a maçã não cai mesmo longe da árvore.” Ele riu, um ato repleto da mais pura amargura. “Eu te deixei sozinha carregando o meu filho da mesma forma que aquele bastardo egoísta deixou minha mãe. Era a mesma tragédia se repetindo novamente.”

Clarke se aproximou, tomando novamente a mão agora coberta pelo sangue viscoso. Não foi difícil nota-lo estremecer apenas com seu toque, um gesto involuntário, ela sabia.

“Eu estava com tanta raiva, Clarke. Tanta raiva de você. Por ter seguido aquele caminho, por ir de encontro a tudo o que Jake jamais quis pra você.” O castanho de seus olhos se abrandou, ofuscado pelas lágrimas que se formavam. “Eu não quero mais me sentir dessa forma, eu não posso.”

Sua mão livre pousou sobre aquela face, o polegar acariciando cada uma das sardas que o ornavam sua pele dourada, limpando a umidade que as cobriam. Bellamy fechou os olhos, desejando mentalmente que o tempo parasse ali, que ela nunca mais saísse do seu lado.  

Ele queria que ela ficasse, como a única capaz de livrá-lo de todo aquele fardo de sentimentos ruins que carregava como uma maldita bagagem. Ele a queria por perto, porque era ela que o ajudaria a curar aquela ferida. E como uma troca, ele faria tudo em seu alcance para vê-la encontrar felicidade novamente.

Mesmo com a certeza de que sua felicidade não estava com ele.

“Enquanto eu te ressentia, enquanto eu desejava que fosse ser feliz com suas escolhas longe de mim, você estava sofrendo a dor da perda sozinha. Uma dor que competia a mim também, que eu fui o causador, Clarke.” Seus olhos se abriram novamente, sua atenção sendo sugada pelo brilho das lagoas azuladas. Nelas reluzia uma devoção que ele nem de longe era digno de receber. “Que tipo de amor é esse que eu sentia que se baseia em raiva e ressentimento?”

“Bell, você não é o único que tenta se perdoar.” A voz macia combinava com a complacência que ela lhe direcionava. “Talvez nós nos perdoaremos algum dia, mas hoje eu preciso que você entenda que a única forma de sarar essa ferida e seguir em frente é superando isso juntos. Eu estou aqui por você, independente do nosso passado, eu sempre vou estar. Eu ainda verei você se tornar um pai incrível, Bellamy, um que fará Gina se sentir a mulher mais sortuda desse mundo.”

A menção a Gina fez um sorriso breve criar vida em seu rosto, os braços finos de Clarke se envolvendo em seu pescoço em um abraço que há tempos ele não apreciava. A fragrância suave de seu shampoo de morango trouxe certa nostalgia assim que seu rosto se escondeu na curva daquele pescoço, o corpo franzino se acolhendo contra o seu como se fosse feito para estar ali.

Essa era a cura para a doença que parecia tortura-lo por tanto tempo. Aquilo que ele jamais imaginou que precisava, e que no final, foi a única coisa capaz de trazer paz para toda a tormenta que se desencadeou dentro de si naquela noite.

“Eu só preciso que você deixe toda essa raiva de lado, Bellamy. Você precisa abrir sua mente para a outra versão dessa história. É pra isso que estamos aqui, pra que você possa finalmente se sentir bem consigo mesmo e compreender quem você é.”

A loira se afastou lentamente, seu corpo sentindo falta do calor assim que a primeira brisa gélida da primavera veio, desagradável. Os lábios tingidos pelo batom vermelho se curvavam sutilmente, repletos de uma ternura acalentadora.

E o Blake não se importaria em tê-la ao seu lado mais vezes.

De forma alguma.  

***

Bellamy não se permitiu pensar em mais nada.

O mar revolto de sensações e sentimentos dentro de si havia se acalmado, alcançado uma plenitude qual ele não imaginava que seria capaz de obter depois daquela noite. Não quando tudo em sua visão se manchava com o mais vivo tom de vermelho, não quando respirar se tornou um suplício.

Mas ela havia conseguido. Da mesma forma que ela o acalmou ao encontra-lo completamente fora de si no porão de sua casa há alguns anos, logo após o enterro de sua mãe.

Quinze minutos após o acontecido que havia deixado mais uma marca em seus punhos, o carro de Clarke passou por um imenso portão preto, estacionando no gramado impecável do que ele definiria como uma casa de campo.

Casa era um eufemismo para algo tão grandioso.

Ela desceu de seu carro com um Bellamy bastante inquieto ao seu lado, notando que tudo ali parecia mais silencioso que o normal. Bem, ao menos até a grande porta se abrir e uma mulher loira passar por ela com um sorriso tão largo que poderia fazer os músculos de seu rosto doerem.

O moreno a avaliou por alguns instantes, todo o afeto em seus olhos claros se expressando no abraço forte em que envolveu a Griffin. Não era difícil perceber a familiaridade que revestia aquele gesto simplório.

“Olá pra você também, Byrne.” Clarke disse assim que a mulher se afastou, com um repuxar simples de seus lábios avermelhados. “Desculpe por vir tão tarde, foi algo bem súbito.”

A loira – Byrne, ao que tudo indicava – direcionou a ela um olhar enviesado, só então voltando sua atenção para o homem que as observava sem expressão alguma em seu semblante cansado.

“Esse é Bellamy Blake, um grande amigo.”

Ele estendeu a mão para cumprimenta-la, notando certa familiaridade nas feições daquela mulher. Algumas marcas de expressões e os círculos escuros abaixo de seus olhos davam a ela uma aparência mais madura, não mais do que cinquenta anos talvez.

“Oh!” A voz de Byrne saiu em uma exclamação surpresa, a confusão que lampejou no tom claro de seus olhos despertou no Blake certa curiosidade. “Bellamy, sim, claro... Você veio vê-la?”

Clarke hesitou por alguns instantes, assentindo assim que a outra loira soltou a mão do Blake e começou a caminhar em direção ao casarão, gesticulando com a cabeça para que eles a seguissem.

“Faz algum tempo que você não aparece, não estranhe se ela não lembrar muito bem.” Byrne adentrou a residência, os dois visitantes ao seu encalço enquanto ela passava pelo hall de entrada e caminhava a diante pelos corredores. “Ela está bastante sã, mas são poucas as coisas que ela consegue manter em sua memória recente. O doutor disse que a tendência é piorar, mas eu tenho fé que ela ainda viverá mais alguns bons anos.”

A Griffin sorriu, envolvendo a mão quente de Bellamy com a sua assim que a mulher parou diante de uma das portas daquele imenso corredor. A tranquilidade que reluzia em suas safiras azuladas fez com que ele a encarasse sem realmente entender o que tudo aquilo significava.

Clarke o guiava para algo que ele sequer conseguia imaginar, e o moreno nunca esteve tão ansioso para descobrir o que raios ela tinha em mente.

“É um pouco tarde, mas normalmente ela tem dificuldade para conseguir dormir.” A mais velha explicava, seu olhar vacilando entre os dois. “Eu espero que não se importem, mas em alguns minutos eu terei que trazer os remédios... Ela ficará feliz de te ver, Clarke.”

Byrne abriu as duas portas, e parou em frente a cama de casal onde uma senhora de idade permanecia sentada, suas costas se apoiando na cabeceira. Os olhos castanhos pareciam vidrados em algum ponto, completamente aéreos, turvos.

“Vera, você tem visitas.”

A idosa saiu de seu transe momentâneo, cravando neles toda sua atenção. O rosto enrugado pelo tempo, os fios finos de seu cabelo se mesclando entre os brancos e o que restava dos castanhos. Indícios que apenas alguém com o mesmo tempo de vivência de Vera Kane possuía.

Seu semblante se iluminou assim que se deu conta da presença da Griffin mais nova.

“Clarke!” Sua voz estava um pouco mais rouca do que da última vez que a loira a visitou, mas em nada modificava todo o contentamento que ela expressava. “Eu não acredito, Clarke, você está aqui mesmo? É você?”

Vera se movimentou agitada, pronta para sair de seu leito e correr até ela, no entanto, a Griffin foi mais rápida ao caminhar até a cama e puxar para ela as mãos quentes da mais velha.

“Sim, Vera, sou eu. Você lembra de mim? Sabe mesmo quem eu sou?”

Bellamy assistia a cena ainda inerte, as mãos cruzadas atrás de seu corpo. O nome daquela senhora não lhe parecia tão estranho, tanto quando o rosto da mulher que a pouco os recebera. Em sua mente, ele tentava de todas as formas se recordar, juntar os pequenos fragmentos de sua memória.

“Claro que eu me lembro, como poderia esquecer?” Os castanhos de seus olhos se suavizaram, um vislumbre de mágoa tornando-os um pouco mais claros do que o normal. “Onde está o Jacob, Clarke? Você nunca mais veio. Não o trouxe para que eu o conhecesse, e eu até mesmo preparei um presente.”

Clarke engoliu a seco, o ar se estancando dolorosamente em seus pulmões ao se dar conta de que a última vez que ela pisou os pés na casa de campo dos Kane, ainda estava nos meados de sua gestação anos atrás.

Seu olhar buscou o de Bellamy, receoso. Ele permanecia ali, como um telespectador tentando compreender o que estava acontecendo diante de si.

Vera virou o rosto em sua direção, só então deixando de lado toda a euforia que a presença de Clarke lhe trazia para nota-lo. Os olhos se estalaram na mais pura surpresa, estudando-o minuciosamente como se estivesse vendo alguém que não via há muito tempo.

“Thomas?” Seu cenho se franziu, e o moreno direcionou a loira um olhar repleto de dúvida. “Thomas, o que faz aqui? Você veio me buscar?”

Clarke apertou um pouco mais as mãos frágeis entre as suas, fazendo com que a mais velha vacilasse sua atenção entre os dois jovens, completamente confusa com o que tinha em sua presença.

“Ele não é o Thomas, não é Clarke?” Vera indagou, as lágrimas já embaçando sua visão. “Tom morreu, ele me deixou, isso não pode ser possível. Quem é ele, Clarke?”

A loira sugou uma lufada de ar, as pálpebras se fechando por um breve momento antes de fixar as complacentes lagoas azuladas no rosto da mais velha.

“Ele é o filho de Aurora, Vera. Você se lembra da Aurora, certo?”

A idosa engoliu a seco, assentindo conforme as gotículas escapuliam por seus olhos. Os dedos gélidos de Clarke as limparam com cuidado, apenas para que mais delas escorressem.

Ela sabia perfeitamente quem era Aurora, e muito além disso, quem aquele jovem era e o que ele significava. A lembranças do passado traziam à tona o remorso, sentimentos conflituosos quais ela se sentia velha demais para conseguir lidar.

Não estava caduca. Sua memória falhava as vezes, mas não o bastante para fazê-la esquecer do maior erro que cometeu em sua vida.

“Bellamy.” O nome saiu em um sussurro. “Eu nunca pensei que o veria... nunca imaginei que ele parecesse tanto com... com Thomas.”

As sobrancelhas negras do Blake se uniram, uma enxurrada de questionamentos rondando por sua mente como um fenômeno natural. Aquela senhora sabia seu nome, sabia quem era sua mãe. Por que diabos aquela sensação inquietante voltava a lhe sufocar?

“Você se lembra da história que me contou, Vera? Quando Jake ainda crescia dentro de mim?” Clarke a encarava com ternura, relembrando os momentos que passou naquela casa de campo ao lado dela durante sua gravidez.

A mais velha assentiu, o desespero refletido em seus olhos fazendo com que a loira voltasse a acariciar suas mãos. Ela não sabia exatamente como faria para evitar a agitação de Vera, mas aquela era a sua forma de apaziguar a intensidade de suas emoções

Afinal, era seu neto ali, diante de seus olhos. Alguém que ela imaginou que morreria sem conhecer.

“Hoje eu entendo quem eram os protagonistas daquela história.” O canto de seu lábio se repuxou, relembrando sua ignorância naquela época. “Marcus me contou sobre uma garota, a mulher que ele mais amou em sua vida e que teve que perder para poder carregar as responsabilidades de sua família.”

O nome fez com que Bellamy flexionasse seu maxilar, o nervo em sua testa pulsava como um aviso de que ele deveria se controlar. Ele sabia agora quem era aquela mulher, a mãe de Marcus Kane.

A vontade de sair por aquela porta e voltar para onde nunca deveria ter saído lhe assolava em ondas, cada vez mais forte. No entanto, ele estava ali por ela. Clarke o havia levado até lá com um propósito, e ele teria que ser forte o bastante para não a decepcionar mais uma vez naquela noite.

“Ele precisa saber, Vera. Bellamy está aqui hoje pra descobrir a verdade sobre todo seu passado, um qual ele precisa compreender para se permitir perdoar e seguir em frente.” Ela explicou com delicadeza, voltando a limpar o rosto da mais velha com seus polegares. “Existe o outro lado da moeda, e é este que ele precisa conhecer.”

O Blake manteve seu semblante impassível, trocando o peso de uma perna para a outra em meio a sua impaciência. No fundo, tinha ciência de que aquele era um passo crucial para a cura, mas nem mesmo tal pensamento tornava aquele pesadelo menos tortuoso.

Clarke indicou a poltrona ao lado da cama para que ele se sentasse, enquanto ela se acomodava na beirada do colchão.

Vera respirou fundo, suprimindo um soluço antes de cravar os olhos castanhos no rosto de Bellamy.

“Você o culpa, não é mesmo? Você acha que Marcus te abandonou?”

O moreno a encarava ainda sem expressar qualquer emoção, sua garganta tão seca a ponto de queimar. Aquele era o momento, sua chance de deixar tudo aquilo para trás. Tudo o que precisava era ser paciente e não deixar que seu gênio explosivo viesse à tona. Precisava respirar, ser tolerante, praticar os sentimentos bons que sua mãe sempre acreditou que ele tivesse.

Ser o bom rapaz que Aurora Blake criou com tanto esforço.

“Eu imaginava...” Vera presume, abaixando seu olhar. “Mas você está errado, Bellamy. Não é e nunca foi culpa do Marcus. Se você quer alguém para culpar por tudo o que passou, culpe a mim e ao seu avô. Nós fomos os culpados. Ele por ação e eu por omissão.”

Bellamy queria interrompe-la. Queria gritar para ela e aos quatro ventos que eles não eram e nunca seriam seus parentes. Queria poder deixar claro que ele jamais a aceitaria como sua avó, que se recusava fazer parte de uma família tão viciosa e sem escrúpulos.

Porém, permaneceu calado.

Ele só desejava que nada daquilo fosse verdade, que tudo não passasse de um sonho ruim qual ele acordaria em algum momento. Mesmo que isso implicasse em voltar ao desconhecido, sem ter ideia de quem fosse o homem que sua mãe jurou amar por toda sua vida e que a abandonou sem pensar duas vezes.

Ele não se importava, já havia passado toda sua vida sem um pai. Não faria diferença.

“Ela era uma garota muito bela, Aurora. Não era surpresa alguma o porquê Marcus havia se encantado por ela assim que nos mudamos novamente para a Georgia.” Ela dá de ombros, levantando seu olhar novamente. “Ela era bela, aventureira, destemida. Todos em Arkville conheciam a filha dos Blake, a garota moleca que ganhava olhares por onde passava. Ela reluzia, Bellamy, sua mãe. Uma pena que Thomas não a visse como nada além de uma pedra gigantesca no futuro que ele havia traçado minuciosamente para seu único herdeiro. As vezes eu me pergunto se seria a mesma coisa se eu tivesse dado a ele mais filhos, mas sei que é um pensamento inútil.”

O Blake respirou fundo, cruzando os braços sob o olhar observador de Clarke.

“Eu não ousava me intrometer em suas decisões. Se Thomas queria algo, ele conseguia. Era inútil relutar, e ainda assim, Marcus o enfrentava.” As lágrimas voltaram a cair, e Vera fungou antes de voltar seu olhar para o moreno. “Quando Tom descobriu que Aurora estava grávida, ele perdeu completamente seu juízo. Eu me lembro perfeitamente da briga que tivemos quando ele jogou a passagem e o passaporte de Marcus em minha frente, dizendo que na manhã seguinte ele estaria embarcando em um avião para New York por vontade própria ou à força.”

A mais velha umedeceu os lábios, os olhos se escondendo por trás de suas pálpebras com pesar.

“Ele insistiu que se aquela história não tivesse fim, se Marcus continuasse o desafiando para ficar junto da garota pobre e sem classe, se recusando a seguir os planos que havia feito para ele, Aurora seria a prejudicada.”

Bellamy se inclinou para apoiar os cotovelos em seu joelho, escondendo o rosto em suas mãos assim que os primeiros indícios de lágrimas queimaram em seus olhos. Um formigar inquietante se alastrou por todo seu peito, e por minutos, ele jurou que já não mais era capaz de respirar.

Não havia mais força nenhuma para se manter firme. Não havia mais chão.

Clarke se levantou, se acomodando desconfortavelmente no braço da poltrona, suas mãos passeando pelas ondas negras do cabelo de Bellamy. O primeiro soluço foi débil, seu corpo tremendo conforme seu choro fugia ainda mais de seu controle.

Sua cabeça tombou no abdômen da loira, umedecendo o tecido de seu vestido. Ela só presenciou uma cena como aquela uma vez, no porão dos Blakes, onde o encontrou completamente fora de si e com alguns dedos de sua mão direita quebrados.

Bellamy não admitia que vissem suas fraquezas. Ele não se permitia ser vulnerável. Ele era força, abrigo, consolo. Raras foram as vezes que se deixou sentir tanto quanto estava sentindo naquela noite, e Clarke sabia perfeitamente.

Eram detalhes que não mudariam nem com o passar de cinco dias, nem com o de cinco anos.

“Me perdoe, Bellamy. Eu não fui capaz de fazer mais. Eu a vi chorar ao se despedir de Marcus naquele aeroporto, e tudo o que pude fazer foi pedir para que Jake a consolasse. Eu deveria ter sido mais forte, por ela, por meu próprio filho, por você.” Vera prendeu os olhos repletos de culpa nos da Griffin, recebendo dela o pouco de coragem para que pudesse continuar. “Eu me lembro de ter Marcus no meu colo aquela noite, chorando ao me dizer que já não sabia mais quem era... eu o disse que ele era meu filho, o meu garotinho, e que tudo aquilo iria passar. Ele se tornaria um advogado de sucesso e voltaria para a mulher que amava. Ainda assim, eu não consegui contar a ele sobre você.”

As mãos de Bellamy se agarraram na cintura de Clarke como uma criança se segura em seu cobertor, o coração inflado em seu peito batendo dolorido, trazendo de volta a sensação claustrofóbica que sentiu mais cedo naquela noite.

A mesma que acontecia sempre que seu coração se partia em milhares de pedaços.

Ele se afastou de Clarke, e encarou a senhora de idade com os olhos ainda completamente ofuscados pelas lágrimas.

“Eu não espero que você me perdoe, eu sei que nem meu próprio filho conseguiu achar dentro dele a força para fazê-lo.” Ela abaixou seu olhar por alguns segundos, apenas para fixa-los repletos de resignação nos de seu neto. “Mas eu espero que você possa entender o lado do Marcus. Ele não sabia, Bellamy. Abby me contou na última visita que ele descobriu recentemente, após encontrar o anel de esmeraldas. Ele não sabia, não o culpe. É meu único pedido, se é que eu tenho algum crédito para te pedir algo.”

A porta se abriu novamente, e com a bandeja de prata em mãos, Byrne avaliou os presentes com seus enigmáticos olhos azuis. Os mesmos se suavizaram ao notar a carga emocional quase tangível que pairava no recinto.

Bellamy passou as mãos pelo rosto, bagunçando um pouco mais das ondas negras e já desgrenhadas de seu cabelo ao permitir que o ar finalmente escapulisse por seus lábios. Ele se levantou abruptamente, ignorando todos aqueles olhares pesando em seus ombros.

“Já está tarde, Clarke. Gina deve estar preocupada, eu preciso voltar.”

Pela primeira vez desde que pisou naquela casa, o moreno se manifestou sem emoção alguma em seu timbre. Nada além de um vazio preenchido apenas pela rouquidão característica. As íris negras, no entanto, refletiam uma confusão quase crua, a intensidade que competia somente a aqueles olhos.

“Você promete voltar?” Vera possuía certa suavidade em seu olhar, suplicante. Clarke sentiu seu coração partir ainda mais um pouco naquele instante, como se fosse possível. “Eu espero ter te garantido algum fechamento, Bellamy. E também espero que um dia eu seja digna de te ter como meu neto.”

A mais velha segurou novamente as mãos de Clarke, acariciando-as delicadamente.

O Blake apenas assentiu, sua atenção se perdurando no semblante condescendente apenas por meros segundos antes de passar por Byrne como um furacão em direção a saída. A necessidade de respirar ar puro entorpecendo seus pulmões.

E para Vera Kane ele deixou nada além de seu absoluto silencio.

***

As luzes ainda estavam ligadas quando Bellamy passou pela porta de seu apartamento naquela noite, o relógio em seu pulso marcando meia noite e meia de um dia que parecia nunca terminar.

Ao empurrar a porta entreaberta de seu quarto, a pequena silhueta de sua sobrinha esparramada por sua cama enquanto parecia estar no mais lindo dos sonhos foi a primeira coisa a entrar em seu campo de visão. Uma inocência que lhe causava certa inveja.

Livie não conheceria tão cedo os pesares da vida adulta.

O que veio logo depois foi castanho quase dourado dos olhos de Gina, avaliando-o como se estivesse esperando encontrar algum ferimento, se deparando apenas com o semblante abatido que parecia envelhecê-lo ainda mais.

Havia tanto estresse em seu corpo que a morena não pode evitar pensar o quanto aquilo deveria ser fisicamente doloroso. Seu olhar sempre tão resplandecente ao se direcionar a ela agora carregava uma obscuridade intrigante, o tom escuro de suas íris de mesclando com o vermelho.

Ele havia chorado. Bellamy nunca chorava.

“Octavia e Lincoln precisavam se acertar. Eu fiquei responsável por Olivia essa noite.”

O moreno assentiu, direcionando um olhar repleto de afeição em direção a garotinha enquanto jogava seu terno na poltrona ao lado e desabotoava as mangas de sua camisa social.

Gina permaneceu ali, inerte, sentada na beirada da cama. Ela brincava com os seus dedos da mesma forma que fazia sempre que estava pensando demais, uma mania que ele conhecia assim como o tom suave e pacífico de seu timbre.

Ele sabia o significado de cada pequeno detalhe. Seus olhos, sua linguagem corporal, seu timbre de voz. A mulher com quem se casaria era um livro aberto diante de si, o que não lhe causou surpresa alguma quando de súbito, ela girou seu corpo em sua direção.

“Desde quando?” Bellamy a encarou sem expressão alguma, o ar que segurava causando certo desconforto em seu peito. “Desde quando você sabe que o Marcus é seu pai?”

O Blake suspirou, deixando que a camisa finalmente escorregasse sobre seus ombros antes de fita-la novamente.

“Desde antes de eu ir para Quântico.” A placidez em sua voz a pegou de surpresa, seu maxilar se trincando como uma resposta ao seu desconforto, a culpa que o corroía tornava difícil se manter são.

Era tarde demais para fugir daquela conversa. Ele devia isso a ela, e bem, talvez meias verdades fossem o suficiente por enquanto.

Não havia mais condição emocional e psicológica de lidar com todos os acontecimentos da ultima semana, todos de uma vez em um só dia. Gina confiava que ele lhe contaria, acreditava em sua sinceridade, esperava que o homem com quem iria se casar se tornasse tão claro quanto água, da mesma forma que ela não hesitava em ser para ele.

Mas no fundo ela sabia, ao encarar a leve vermelhidão naqueles olhos, que algo havia mudado.

E talvez aquele não fosse o momento mais propenso para descobrir o que era.

“E você não pensou em me contar? Em nenhum momento?” Ela se levantou, ignorando a forma que ele se despia em sua frente, observando a faixa com manchas vermelhas que envolvia sua mão direita. “Eu pensei...”

Novamente os olhos escuros se encontraram com os seus, densos, inexpressivos, sem brilho algum. Neles refletia um cansaço que ela não era capaz de compreender, de se identificar.

Havia tanto ali, tanto que ela gostaria de poder carregar junto dele, que gostaria de livrá-lo e quem sabe até mesmo protege-lo. Ela estava ali, mas pela primeira vez em anos, se sentia sozinha na presença daquele que possuía uma parte de seu coração.

“Tudo bem, acho que o coelho já está fora da cartola agora.” Ela sorriu, um repuxar estranho de seus lábios, e ele sabia melhor. “Eu não vou perguntar onde você estava, porque eu o vi deixando o salão junto da senhorita Griffin...”

“Não há nad--”

“Eu sei.” Sua mão se ergueu até o rosto de Bellamy, o tom mais claro de sua pele se contrastando com a dele, dourada como a luz do sol. “Eu sei. Eu confio em você, Bell. Não sou idiota, eu também sei que tem algo importunando seus pensamentos, mas vou ser paciente e esperar até o momento em que estiver pronto para me contar.”

Seu polegar acariciou vagarosamente aquelas bochechas, assistindo-o fechar os olhos no percurso.

Sua mente o traía como nunca em cinco anos, e sem que pudesse se restringir, ele se pegou relembrando um toque similar. Gina era como o sol em uma manhã de verão, mas ainda assim, o ímpeto criado por seus próprios sentimentos o deixava ansiando as digitais gélidas que limparam suas lágrimas com tanto apresso naquela noite.

O conforto que somente uma tarde fria de outono pode trazer.

Seus olhos se estalaram brevemente, a culpa faiscando mais uma vez sob seus cílios.

“Eu estou pronta quando você estiver.”

 

***


“Big brother, eu soube o que aconteceu e estou esperando que me retorne assim que ouvir essa mensagem. Eu sei, talvez não seja o melhor momento, mas Raven está frenética com o aniversário da Loira essa semana e me pediu que pessoalmente convidasse você e a futura senhora Blake. Conversaremos mais sobre isso quando Lincoln e eu formos buscar Olivia, certo? Por favor, não se esconda em sua concha, não se reprima. Me ligue! Eu te amo, e não esqueça de me ligar. Eu não gostaria de estar no lugar da sua secretária amanhã caso você não me retorne, ouviu?”





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Notas finais do capítulo

Well, well, well...

Parece que teremos trouble in paradise logo logo. Muitas de vocês tem me perguntado nos comentários sobre o Bellamy, sobre os sentimentos dele e como ele realmente lidou com todas as revelações bombásticas. Bom, a intenção não era um retrocesso. Eu particularmente não vejo um retrocesso, considerando que está na essência dele ser intenso, sentir com muita intensidade, agir sem pensar. Cinco anos se passaram, e realmente, ele amadureceu bastante, ele aprendeu a controlar melhor os sentimentos dele... mas quem consegue manter controle por tanto tempo levando baques tão fortes uh?

Aniversário da Clarke chegando... Octavia e Lincoln se acertaram, será? E Gina, será que ela vai continuar tão passiva com tudo isso? Vocês captaram o paralelo com o 3x13 né? Hahahaha, óbvio que tinha que ter uma das minhas cenas favoritas ever em The 100.

Eu quero feedback. Eu preciso saber o que vocês realmente acharam desse capítulo. O desfecho de tudo isso tá mais próximo do que vocês imaginam, por isso, segurem firme. Pelo menos eu não sou como o Jason que mente na cara dura sobre a própria história, não faz meu feitio ser desonesta com meus leitores.

Espero que tenham gostado, padawans. Estou no aguardo de seus ponto de vistas, e já respondi os comentários atrasados, ok? Agradeço de coração a cada uma que esteve comigo até aqui, aguentem firme mais um pouco! Good things come to those who wait...

Um beijão no coraçãozinho de vocês!
E pra quem quiser comentar sobre a volta da quinta temporada, estou disponível! Hahaha.



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