Once In a Lifetime escrita por selinakyles


Capítulo 27
What the hell?


Notas iniciais do capítulo

Cheguei, amadinhooooos!
As aulas na faculdade voltam hoje, mas aqui estou eu acordadíssima para deixar o capítulo pra vocês.

Vejam só, Clarke canta uma música nesse capítulo. Run, da Leona Lewis (ou do Snow Patrol, mas enfim). Segue o link aqui se alguém quiser ouvir enquanto lê: https://www.youtube.com/watch?v=TXgbpqh3EqM

O capítulo está betadíssimo pela Kida, como sempre prestativa e maravilhosa.
Espero que gostem e divirtam-se.



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/595278/chapter/27

Chapter twenty seven –


Foi por volta das nove da noite que Octavia deixou o apartamento de Bellamy, a determinação correndo por suas veias ao entrar em seu carro e seguir caminho até o bar mais próximo do Griffth Memorial.

Ela passou tempo demais pensando nos acontecimentos do dia, a ponto de perder a hora enquanto se manteve imersa em seus próprios questionamentos sobre um assunto que estava longe de se findar.

Não gostava de admitir, mas no final das contas, ser controladora estava cravado em sua personalidade. Havia algo sobre tomar decisões que corria no sangue de sua família, tornando-a nem sempre uma pessoa agradável de lidar.

No entanto, ela compreendia que aquela decisão em especial estava completamente fora de sua alçada, o que não tornava mais fácil ignorar os avisos que sua intuição insistia em gritar dentro de sua cabeça.

Octavia estacionou sua Land Rover branca não muito longe de seu destino, ajustando sua camiseta do Guns n’ Roses parcialmente dentro de seus jeans de cintura alta e segurando em seu braço sua jaqueta de couro antes de seguir o caminho até o bar que sua amiga loira costuma frequentar.

O clima estava agradável em Nova York naquela época do ano. Era primavera, as flores abrochavam nos galhos das árvores, melhorando um pouco o aspecto sempre tão acrômico daquela cidade.

O relógio em seu celular se acendeu quase acusadoramente, lembrando-a que estava muito mais do que atrasada. A Blake passou pelos seguranças e empurrou a porta de vidro avistando quase instantaneamente a cabeleira loira de Clarke, que estava sentada em uma banqueta no centro do pequeno palco.

“Espero que estejam preparados para mais uma dose de melancolia.” Suas palavras ecoaram pelos alto falantes, atrás dela uma garota de pele bronzeada e uma cicatriz desenhada na lateral do rosto se sentava em frente ao piano. “Afinal, todos nós somos feitos de um pouco disso.”

Os olhos se ergueram, o reflexo das lâmpadas iluminando ainda mais o oceano que ela tinha em suas íris. E diante daquela imagem, qualquer pessoa naquele recinto poderia jurar que Clarke Griffin era um anjo, com seus longos cabelos loiros e o belo azul de seus olhos.

“Emori Mariano no piano, pessoal.”

Os primeiros acordes foram tocados, e Octavia avaliou o lugar em busca de algum rosto conhecido. Wells Jaha entrou em seu campo de visão, e foi apertando um pouco mais sua jaqueta contra seu corpo que ela se dirigiu até ele, sendo recepcionada por seu sorriso gentil e sempre tão irritantemente educado.

“Hey Blake! Eu não sabia que você nos faria uma visita.” Ele se levantou. A diferença de altura se tornando um pouco exagerada mesmo com os saltos de suas botas. A mulher que o acompanhava imitou o gesto do rapaz, pronta para cumprimenta-la. “Esta é Luna Rayen, minha noiva.”

A moça dos cachos acobreados apertou sua mão, o castanho escuro de seus olhos se realçando em pura satisfação. Aquelas eram as pessoas que faziam parte da vida de Clarke agora, e tudo parecia muito novo. Até mesmo aquele garoto, que por tanto tempo fez parte de sua infância, agora já havia se tornado um homem.

Um bastante atraente, diga-se de passagem.

Wells indicou a cadeira para que a Blake se sentasse, a voz melodiosa de sua melhor amiga logo entrando em harmonia com o solo do piano.

“Vai pedir algo?” Ele perguntou sem realmente encara-la, sua visão estava muito ocupada com a loira que dominava a atenção de sua plateia.

“Vou esperar pela Clarke.” A Blake replicou antes de pegar o pequeno copo quase vazio e leva-lo até seu nariz, enrugando-o descontente. “Whiskey? Desde quando ela bebe whiskey?”

Wells deu de ombros, bebericando seu chopp em sua caneca alemã como um bom garoto rico sulista.

Octavia deixou o tópico de lado para conceder um pouco mais de sua atenção para a apresentação de sua melhor amiga. Seus cabelos loiros cresceram, caindo como cascatas douradas um pouco abaixo de seus seios.

Havia tanto sentimento em sua voz, algo que fez com que a morena pousasse sua mão direita sobre o peito em um ato involuntário. Algo ali latejava ao vê-la cantar daquela forma, se entregar tão puramente as palavras daquela melodia como se elas lhe trouxessem conforto.

I’ll sing it one last time for you, then we really have to go

You’ve been the only thing that’s right in all I’ve done

Era mesmo possível alguém expressar tanta emoção em algo tão simples?

Aquele instante era a prova viva de que Clarke não sabia ser superficial quanto a sua música. E Octavia sabia melhor do que ninguém que ela usava aquilo como sua válvula de escape, era sua forma de desabafar e transmitir verdadeiramente o que manteve sempre para si trancado a sete chaves.

“Eu não sabia que a Loira tinha voltado a cantar.” Sua constatação escapou por seus lábios como um murmúrio, não passando despercebidos aos ouvidos do moreno.

“Tem muita coisa que você não sabe.” Ele a fitou de soslaio, os olhos esverdeados cobertos por uma comoção que ele sabia que a voz de Clarke era capaz de trazer à tona. “E também não cabe a mim lhe contar.”

Luna desviou sua atenção do palco, buscando qualquer resquício de informação no rosto inexpressivo de seu noivo. Não era de se espantar que não obtivesse resultado algum, que não seria daquela forma que ela passaria, a saber, um pouco mais sobre o passado tão oculto de sua amiga e paciente.

Enigmas lhe intrigavam, e nem sempre isso era algo bom.

Light up, light up

As if you have a choice

Even if you can not hear my voice

I’ll be right beside you, dear

“Há tanta dor ali.” Suas pálpebras se fecharam por alguns instantes enquanto escutava sua amiga expressar tudo o que guardava dentro dela.

“Você nem sempre esteve presente, Octavia.” Wells tentou fazer com que suas palavras não soassem acusatórias, percebendo ao olhar para o rosto corroído em culpa da Blake que não havia se saído bem sucedido.

E naquele momento, um dos mais raros que ele já presenciou se tratando daquela mulher, o Jaha poderia jurar que Octavia Blake começaria a chorar.

Clarke tinha esse dom de tocar as pessoas com sua voz. Era sempre tão sincera com sua arte, colocando nela um pedaço de seu coração.

A rouquidão no timbre da Griffin se tornou mais notável conforme os últimos versos da música se aproximavam. O azul elétrico em seus olhos flamejava em uma mistura de tons mais claros e mais escuros, nuance que eles adquiriam quando estavam prestes a transbordar aquilo que palavras não eram capazes de expressar.

Octavia era capaz de identificar a mais crua dor. A curiosidade começava a comichar por debaixo de sua epiderme, lágrimas queimando sob seus cílios.

Clarke engoliu a seco, uma gotícula escorrendo pelo canto de seus olhos conforme a melodia se findava para dar espaço a aplausos entusiasmados de um público completamente arrebatado por seu desempenho.

Ela agradeceu. Um tom quente ressaltando suas bochechas cor de marfim. E da forma mais adorável e desengonçada, correu para os braços acolhedores de sua amiga de infância com uma animação que não era nada compatível com a ocasião cheia de significados que Octavia havia acabado de presenciar.

O rosto da loira se afundou em seu ombro, seus braços a envolviam com o desejo de nunca mais soltá-la. A fragrância adocicada daqueles cabelos invadiu seu olfato, trazendo de volta a sensação boa que era estar perto dela.

Naquele abraço ela pôde sentir o pesar de todos aqueles anos de distância se dissipar de suas costas, trazendo a paz que somente a presença daquela que foi sua irmã de alma desde seus primeiros passos era capaz de proporcionar.

“Quando fiz o convite eu realmente não esperava que você viesse.” Clarke admitiu, depositando um beijo estalado na bochecha da morena antes de puxá-la para se sentar. “É tão bom te ver, O. A maternidade está te fazendo bem.”

Octavia soltou um riso enguiçado, quase sem jeito.

“Essa é sua forma de dizer que eu continuo deslumbrante como sempre?” Ela pegou o cardápio que estava sobre a mesa, avaliando-o antes de cravar seu olhar no rosto da Griffin com um sorriso maroto esticando seus lábios. “Você já foi mais sutil, Loira.”

“Bom, é minha vez de buscar as bebidas. O que vai ser nessa rodada, garotas?”

“Uma cerveja.” Octavia respondeu.

“Mais uma dose de Jack Honey, Wells.” Ela lhe lançou uma piscadela, recebendo um revirar de olhos em resposta.

“Eu vou te ajudar e já peço a minha também.”

Um momento a sós, era tudo o que Octavia precisava para trazer à tona todos os assuntos que rodeavam sua mente.

“Quando vou conhecer sua namorada?” A Blake indagou diretamente assim que seus acompanhantes se distanciaram o suficiente, não se dando ao trabalho de fazer rodeios. “Pensei que ela estaria aqui hoje, pelo visto estava errada.”

Os lábios de Clarke se crisparam diante do tom imperativo que sua amiga manteve em suas palavras, nada que ela já não estivesse acostumada quando se tratava de Octavia.

“Ela pediu para Sterling cobrir o turno no bar essa noite. John se meteu em problemas no novo emprego, está bastante ferrado. Costelas quebradas, rosto remendado e tudo...”

“John?” A sobrancelha negra se arqueou.

“Sim, John Murphy. Meio irmão da Niylah.”

A morena se manteve em silêncio por alguns segundos, o maxilar flexionado era a demonstração de um autocontrole que nem mesmo a Griffin sabia que ela tinha. Era óbvia a luta interna que ela travava consigo mesma para não ter uma de suas reações explosivas.

Claramente a aversão por Murphy não se passou com os anos.

“Nós vamos comemorar um ano juntas. Em um restaurante aqui mesmo em Manhattan.” Os cantos dos lábios de Clarke se curvaram de forma singela, muito focada em dobrar um pedaço de papel.

“Se ela te faz feliz, então não tenho por que me meter, não é? Mesmo que isso envolva aquele... ser... humano.”

A loira riu nasalada diante da tentativa da melhor amiga em conter seus palavrões.

“Não me olhe assim, eu estou tentando melhorar meus maus hábitos para que Olivia não os aprenda.” Um suspiro longo e ruidoso escapou por sua boca. “Todo dia eu coloco uma pequena fortuna na jarra do palavrão, está sendo mais difícil do que eu pensava.”

“Onde ela está?” O olhar de Octavia se levantou para encontrar o de Clarke, confuso. “Olivia.”

A Blake desviou a atenção para a manga de sua jaqueta, desconcertada. Olhou para o caminho que Wells e Luna haviam feito até o bar, implorando mentalmente que eles voltassem rapidamente e ela não tivesse que entrar naquele tópico com Clarke.

Pelo menos não até que ela tivesse certeza de que aquela não era apenas mais uma das máscaras que sua melhor amiga sempre esteve acostumada a usar para camuflar suas fraquezas.

Ela avistou os cachos de Luna caminhando em direção à mesa, o indicador coçando a sobrancelha em um de seus gestos impacientes.

“Está com alguns parentes.” Um sorriso amarelo criou vida em seu rosto. “Do Lincoln. Parentes do Lincoln.”

Clarke a encarou por mais uns instantes, os olhos azuis livres de qualquer expressão ao avaliar atentamente a linguagem corporal da morena. Sua atenção foi sugada assim que Wells colocou seu copo de whiskey sobre a mesa, sorrindo.

“Eles não tinham mais Honey, abelhinha. Se contente com Jameson.” Ele deu dois tapinhas em suas costas como consolação.

“E então Octavia, estou esperando as histórias constrangedoras sobre a infância de Clarke...” Luna pausou para bebericar seu Bloody Mary e então ostentar seu sorriso astucioso. “Já decorei as que Wells conta.”

Os dentes perfeitamente alinhados da Blake se revelaram com o alargar de seus lábios, gesto que ressaltou as covinhas de suas bochechas, dando a ela o mesmo aspecto de uma criança que acabou de abrir seu presente de Natal.

“Oh, esse é um assunto que eu adoro!”

Clarke bufou. Os olhos claros se revirando no mais puro desdém. Ela apoiou seus cotovelos na mesa, o dorso de suas mãos sustentava seu queixo, atenta.

Octavia Blake estava lhe escondendo algo, e aquela constatação foi o suficiente para que a inquietação se acomodasse na boca de seu estômago.

***

Como de costume, o cansaço só lhe atingia com a urgência de um furacão quando seus pés deixavam o calor confortável de seus sapatos para pisar no assoalho gelado de sua cobertura.

Ao abrir a porta e acender a luz da sala de estar foi recebida por Charlie, que balançava o rabo, eufórica, extremamente feliz por tê-la em casa depois das longas horas de trabalho que esteve longe. A cadela sem raça definida e de pelagem esbranquiçada soltou um muxoxo que a loira jurou ser um bocejo.

Pelo menos alguém estava tendo oportunidade de tirar uma soneca.

“Hey menina! Será que Niylah não se esqueceu de te alimentar?” Clarke se abaixou para acariciar as orelhas de Charlie, a afeição brilhando em seu olhar. “E novamente ela deixou seu guia na bancada da cozinha, uh? O que faremos com ela?”

Se os músculos de seu corpo pudessem falar, eles certamente estariam gritando naquele instante conforme ela os flexionava para poder se levantar e guardar novamente o guia de sua cachorra onde ele normalmente deveria estar.

O animal a rodeou por mais alguns minutos até que a ansiedade de ter sua dona por perto se amenizou, se deitando na cama que Clarke e Niylah escolheram para ela com tanto esmero assim que a loira se dirigiu para sua suíte.

Os momentos que vinha passando de baixo de seu chuveiro se tornaram os mais aguardados de seu dia conforme seu tempo de residência se findava para dar lugar ao início de seu treinamento. Fazia tempo que Clarke não vinha se sentindo tão sobrecarregada com suas cargas horárias, o que no final das contas, era como um presente para seu consciente.

Solidão era um sinal claro de seu desespero por si mesma. Tirava-a dos eixos mergulhar tão fundo, algo que ela não poderia se dar ao capricho nem mesmo se quisesse muito.

A camisola preta deslizou por sua pele clara como uma luva. As ondas douradas de seu cabelo caíam úmidas até um pouco acima de seu quadril, lembrando-a que em algum momento ela teria que tirar um tempo para cortá-las.

Um copo de seu vinho favorito, a iluminação baixa que tanto lhe agradava e seus amados vinis de jazz e blues ecoando baixo em sua sala de estar era tudo o que Clarke precisava para acalmar seu coração, relaxar seus músculos, ter seu momento de descanso.

O aparelho da secretária eletrônica piscava ao anunciar as mensagens do dia, tomando sua atenção.

‘Você ligou para Clarke Griffin e se está escutando essa mensagem é porque não estou em casa. Deixe sua mensagem após o sinal e então retornarei assim que possível... ’

“Clarkey! Raven comentou que seu aniversário está chegando e acho que você sabe o que isso quer dizer, não? Não sabe? Eu esperava mais de você, garota. Sim, eu e Monty estamos indo visitar a cidade dos edifícios...”

“E queremos conhecer o Central Park!” Monty o cortou, fazendo com que um sorriso se alargasse no rosto da Griffin.

“Sim, e queremos conhecer o Central Park. Não me interessa se você é uma pessoa ocupada-”

A pequena máquina apitou, anunciando o fim da mensagem. Clarke apertou o botão novamente, escutando a voz de Jasper preencher seus ouvidos outra vez.

“Droga, essa tecnologia de recados precisa mesmo de melhoras. Enfim, vamos nos reunir todos. Monty vai levar Harper e eu irei levar Maya. Mal posso esperar para apertar suas bochechas, garota! Nos veremos em breve.”

A saudade veio como um soco certeiro de direita, atingindo-a em cheio, pegando-a desprevenida.

Quando Clarke se formou na Universidade de Chicago e decidiu que faria sua residência em Nova York, tudo parecia assustador demais. Seus amigos eram sua casa, Monty, Raven e Jasper eram o que a fazia sorrir quando nada mais no mundo era capaz.

Algumas pessoas alegavam que a tecnologia diminuía distâncias, mas no final do dia, distância ainda era aliada da saudade.

Ela cerrou os olhos por uma fração de segundos, o sabor do vinho se acentuando em seu paladar conforme a voz de Ella Fitzgerald ressoava pelos altos falantes. Clarke pegou o celular que permanecia ao seu lado no sofá, discando o número da única pessoa que seria capaz de compreender a bagunça que se criava em sua cabeça.

“Octavia está escondendo algo.” Ela disparou assim que a chamada foi atendida.

“Oh, bom saber que você está bem, Griffin. Muito gentil de sua parte dar sinal de vida. Eu estou bem também, muito obrigada por perguntar.” A ironia nítida no timbre de Raven fez com que seus olhos revirassem e os lábios se curvassem satisfeitos.

“Muito engraçadinha. Ela está escondendo algo, Rav. Ela coçou a sobrancelha como sempre faz quando está mentindo. Esse tipo de coisa a gente nunca esquece...”

Um instante de silêncio incômodo foi o suficiente para que mil coisas se passassem pela cabeça de Clarke.

“Você sabe de algo.”

“Eu não sei de nada, Clarke. Não me meta nisso, eu não sei de nada.” O receio da Reyes fez com que uma sensação dolorida se alastrasse em seu peito. Traição. “Eu não acho que tenha algo para se esconder. Você sempre foi um pouco paranoica.”

“Não faça isso, Raven.” A loira tomou o que restava de seu vinho com um último gole, sentindo seu mundo se tornar um pouco turvo. “Você sabe que eu não gosto desse tipo de insinuação. Eu não sou louca, nunca fui. Paranoica muito menos.”

A morena soltou um suspiro longo e ruidoso.

“Me desculpe, eu sei. É só que... eu acho que nós precisamos ter essa conversa, sabe? Precisamos nos juntar e tirar todos os coelhos das cartolas. Você tem que contar para ela, Clarke. Ela tem que te entender. Esses buracos precisam ser preenchidos e a nossa amizade precisa voltar a ser como antes. Eu odeio ficar no fogo cruzado, e sou uma péssima mentirosa.”

“Então ela realmente está escondendo algo...” Ela pensou consigo mesma, enchendo novamente a taça com mais um pouco de seu vinho favorito.

Clarke escutou o barulho de algum tipo de prata caindo no chão ao fundo, Raven murmurava algo de forma contida, como quem está tentando não perder a paciência.

‘É a tia Clarke, mama? Nós vamos ver a tia Clarke? Tia Clarke, eu estou com saudades. Diga a ela que estou com saudades, mama. ’

‘Robbie, por favor, estou no telefone agora. Já passou da sua hora de dormir! Kyle!’

‘Diga a ela, mama. Diga para tia Clarke que eu quero vê-la e estou com saudades. Eu e Leia. ’

A boca de Clarke se alargou no mais genuíno dos sorrisos, seu coração se envolvendo em um plástico-bolha assim que a imagem de seu afilhado surgiu por trás de suas pálpebras.

O loiro escuro dos fios lisos de seu cabelo e a forma que seus olhos castanhos se apertavam quando ele sorria tão inocente e cheio de afeição, ela era capaz de vê-lo perfeitamente segurando Leia - a gatinha que ela havia dado a ele como presente de aniversário em sua última visita.

‘Tudo bem, mas assim que falar com tia Clarke você promete que irá dormir, chiquito? Já passou do seu horário. ’

‘Sim, mama, sim. ’

A loira escutou o grunhido derrotado da melhor amiga, sua voz se aproximando do microfone.

“Clarke, estamos no viva voz. Robbie quer falar.” Ela pôde imaginar Raven revirando os olhos perfeitamente, quase como se ela estivesse em sua frente.

“Tia Clarke! Mama disse que iremos te visitar, você acredita? Eu mal posso esperar para conhecer a Charlie. Leia sente sua falta e a mama também. Ela disse que vai te fazer uma festa bem bonita porque seu aniversário tá chegando.” O garoto de um pouco mais de quatro anos desembestou a falar, incapaz sequer de respirar normalmente entre suas palavras.

“Respire, Robbie. Respire. Eu estou aqui e mal posso esperar para te esmagar em um abraço bem apertado!” Seu riso enguiçou devido ao nó que se criou em sua garganta. “Você está cuidando bem de Leia? Não se esqueça do nosso acordo, você prometeu que cumpriria tudo o que sua mama e seu papa pedissem.”

“Papa me deixou ficar acordado. Eu juro! Mama está fazendo cara feia, acho que é hora de ir. Te amo, tia Clarke.”

‘Kyle, vá colocá-lo na cama, mas que droga!’

“Clarke? Está ai, Clarke? Alô?”

“Estou aqui, Rav.” Clarke fungou. O dedo indicador limpando a umidade no canto de seus olhos.

“Oh Céus, você se emocionou! Clarke, não chore, ok? Você já foi mais durona.” Raven riu, no fundo ela ainda era capaz de ouvir a voz imperativa de Robbie resmungando algo para o pai. “Não posso julgar, meu chiquito tem esse efeito. Minha genética é muito presente nesse garoto.”

“Disso eu não tenho dúvidas.” Ela respondeu. A vontade de chorar se tornando cada vez maior. Clarke queria acreditar que tudo aquilo era apenas o efeito de todo o álcool que ingeriu naquela noite.

“Quando você menos esperar nós mataremos essa saudade, ok? Não fique se castigando sobre Octavia, na hora certa ela irá te falar, tenha paciência.” A calma em sua voz fez com que ela respirasse fundo, reunindo o que restava de suas forças para deixar aquilo de lado.

Talvez não fosse mesmo da sua conta, por isso Octavia não se sentia confortável em falar. Fazia sentido, aquele precipício que seus atos criaram entre elas não iria sumir de um dia para o outro, ela tinha que ser realista.

Era muito cedo para se criar expectativas tão grandes.

A porta de seu apartamento se abriu e Niylah entrou em seu campo de visão. Em suas mãos ela carregava duas sacolas, e não demorou muito para que o olfato da Griffin desvendasse o que havia nelas.

“Tudo bem, Rav. Se cuide e tente não matar Wick durante a noite, certo? Robbie não pode crescer sem pai.”

A risada melodiosa da Reyes ecoou pela linha telefônica.

“Realmente, requer muito do meu autocontrole não deixar meu filho sem pai. Boa noite, Clarke. Nos veremos em breve.”

Clarke desligou a chamada, jogando o celular sobre o sofá antes de se levantar e seguir até a bancada onde Niylah depositou dois pacotes de comida tailandesa para viagem. Ela só esperava que aquilo fizesse maravilhas para seu estômago tanto quanto o cheiro estava fazendo para seu nariz.

“Longo dia, uh?” O sorriso de Clarke morreu em seus lábios assim que notou o péssimo humor de sua companheira.

“John consegue ser ainda mais babaca quando sente dor.” Um murmúrio exasperado seguiu sua reclamação. “Eu não sei por que eu ainda insisto.”

“Porque ele é seu irmão.” Clarke atestou, tentando manter para si o gemido de satisfação ao sentir o gosto maravilhoso de sua comida. “Eu ainda não entendi muito bem a razão de ele estar tão dependente de você.”

“Já ouviu falar em carma?” Niylah prendeu uma mecha de seus cabelos loiros atrás de sua orelha, encarando Clarke com os irritados olhos cor de avelã. “Ele fez alguma merda para alguém e pelo que eu entendi, para consertar as coisas, ele propôs que ficassem quites. Resultado? Eu tendo que perder meu tempo com os problemas dele.”

A Griffin ponderou por alguns instantes, o cenho se franzindo. John Murphy não fazia exatamente o tipo de cara que se deixava ser surrado por pouca coisa. Nada daquilo fazia sentido algum, mas ultimamente as coisas não vinham tendo lógica para ela de qualquer forma.

“Estranho.”

“Quando você chuta um cachorro, em algum momento ele vai voltar para morder sua bunda.” Niylah arqueou a sobrancelha, assistindo a mulher a sua frente quase se engasgar ao rir com a boca cheia de comida.

“É um belo jeito de colocar as coisas.” Clarke sorriu contente, colocando sua mão quente sobre a dela.

Era aquela mulher que ela tinha ao seu lado. Altruísta, compreensiva, e péssima com metáforas.

Se seu destino era ter momentos como aquele pelo resto de sua vida, não seria ela que iria se importar.

Nada mal, Griffin. Nada mal.

***

Não era da natureza de Bellamy pensar demais. Ele não perdia muito tempo queimando seus neurônios quando poderia simplesmente agir da forma que bem entendesse, quando bem entendesse. Era um dom lidar com consequências, até porque ele nunca deu muita importância para elas de qualquer forma.

Exceto essa decisão, em particular. Ele não era exatamente um exemplo quando se tratava de relacionamentos, muito menos sobre como mantê-los. Porém, Gina fazia tudo parecer tão fácil, tão simples.

Não havia a dor de ter um coração partido, e também não tinha lugar para dúvidas quando ela se direcionava a ele como se ele fosse a única coisa importante em seu mundo. E esse tipo de sentimento Bellamy sabia que ele jamais poderia corresponder à altura, estava fora de sua capacidade.

Ainda assim, seu consciente lhe dizia que aquela era a decisão certa. Para ser mais preciso, ele praticamente gritava toda vez que o Blake perdia seu tempo se imaginando como seria sua vida sem aquela mulher.

Solitária e miserável, com certeza.

Seus pensamentos naquela manhã eram como uma bola de neve crescendo e nesse mesmo ritmo, lhe causando um grande incômodo. Admirar o anel de esmeralda de sua mãe dentro daquela caixinha de veludo também não estava lhe ajudando nem um pouco, muito pelo contrário, só piorava a luta imaginária que sua razão travava contra sua emoção.

O barulho da porta se abrindo o fez guardar em um sobressalto o objeto no bolso de sua calça cargo escura, recebendo um olhar bastante desconfiado de sua companheira.

Os olhos castanhos encararam os amendoados e então se direcionaram para o livro que ela tinha em sua posse, lançando um sorriso meio torto como uma tentativa frustrada de não se parecer tanto com o gato que acabou de ser flagrado tentando comer o passarinho.

“Eu sei que você não é exatamente um romântico incurável, mas... eu estava arrumando a estante quando me deparei com esse livro.” Gina entregou a ele uma cópia de ‘Ilíada’, e Bellamy agradeceu mentalmente a decisão dela de não questionar o que ele fazia anteriormente.

“Essa é a sua cópia ou a minha?” Ele arqueou a sobrancelha.

“Essa é a cópia que eu estava lendo um pouco antes de você chegar ao escritório do Sr. Pike naquele dia.” Seus lábios se curvaram constrangidos, o brilho chegando até o castanho claro adorável de seus olhos. “Um pouco antes de você começar a me julgar mentalmente pelas revistas de fofocas.”

O riso de Bellamy era firme e contente.

“E eu te perguntei se você gostou.” O olhar vago do moreno o levava para a lembrança daquele dia, os dentes brancos se revelando. “Naquele instante você teria fugido se fosse esperta, e então não teria que assistir tantos documentários sobre o Império Romano e muito menos, me aguentar apontando as irregularidades de Troia quando você só quer poder ver a bunda do Brad Pitt em paz.”

Gina gargalhou, se acercando para se acomodar no colo daquele homem. Quase cinco anos juntos e ele ainda era capaz de fazê-la rir como se fosse a primeira vez.

“Você está me chamando de burra, Sr. Blake?”

“Se você quer ver por esse lado...” Ele deu de ombros, seus lábios se encontrando com os dela em um beijo terno conforme suas mãos acariciavam sua cintura. “Nós vamos jantar fora essa noite, só eu e você.”

“Eu achei que nós iríamos jantar fora se eu conseguisse o emprego na entrevista de amanhã.” Seus dedos acariciavam os fios negros perfeitamente alinhados para trás, contendo a vontade de bagunça-los do jeito que ela tanto gostava.

“Temos algo melhor para comemorar.”

“Hmm. E o que seria?”

“Nós.” Bellamy esboçou um sorriso preguiçoso, assistindo o gesto se replicar no rosto dela. “Eu ando trabalhando demais, e eu sei, você não precisa tentar negar para que eu me sinta melhor. Nova York não é exatamente o que você tinha em seus planos, então por que não comemorar a mulher incrível que eu tenho ao meu lado? Eu seria um idiota se não reconhecesse isso.”

Gina roçou seu nariz no dele, a mão subindo até o maxilar conforme seu polegar acariciava as sardas cravadas naquelas bochechas.

“Deve ser meu dia de sorte então.” Ela beijou a ponta de seu nariz, vendo-o fechar os olhos naquele instante e então se desvencilhou de seu colo. “Não vou te atrasar mais, afinal, a noite é uma criança.”

A covinha tão amada por Bellamy se ressaltou naquelas bochechas levemente rosadas, e ele não se conteve em beijá-la. Gina puxou suas mãos para avaliar o arroxeado que permaneceu por dias nos nós daqueles dedos – cortesia de alguma ação drástica sobre seu serviço que ele se recusava a comentar.

“Vá prender alguns caras maus.” Ela levantou seu olhar, beijando-o antes de se direcionar a porta. “Nos veremos mais tarde, garotão.”

E pelo resto daquele dia não teve nada que fosse capaz de apagar o sorriso que lhe deixava com cara de idiota.

Entretanto, quem se importava? Bellamy definitivamente não.

***

Havia algo em especial naquela noite que causava em Clarke um deleite de proporções inigualáveis.

Ao entregar as chaves de seu Honda para o manobrista, ela sequer levou em consideração os olhares cheios de malicia que recebia no caminho até a entrada do restaurante. O que, em um dia normal, a deixariam ainda mais rabugenta que o de costume.

Poucas coisas seriam capazes de estragar seu humor. Até porque, fazer com que Niylah concordasse em comemorar em um restaurante de tamanho requinte foi tão difícil quanto estar calçando aqueles louboutins depois de todas aquelas cansativas horas de trabalho.

Mas ela não se importava. Elas mereciam aquilo, mereciam ter um momento romântico onde pudessem aproveitar de uma refeição saborosa e relembrar os melhores momentos do primeiro ano que completaram juntas.

Se aquilo soava fútil ou não, Clarke não dava a mínima.

E a prova disso era o jeito que ela exibia os dentes perfeitamente alinhados em um sorriso largo assim que a recepcionista lhe abordou e se ofereceu para guardar seu casaco.

“Sua mesa está pronta, Srta. Griffin. Sua acompanhante chegou faz alguns minutos.” A mocinha abriu caminho para que a loira passasse, o sorriso padronizado em seu rosto evidenciava sua postura profissional. “É sempre muito bom tê-la conosco. Espero que aproveitem seu jantar.”

Os olhos claros de Clarke pairaram sobre a mulher absorta, o cotovelo apoiado na mesa conforme a mão segurava o rosto. A expressão vazia deixava nítido o lapso em seu humor.

Os lábios permaneciam se comprimindo em uma linha fina enquanto ela admirava o que acontecia na rua pela grande parede de vidro do estabelecimento, tão concentrada que sequer pode notar que a Griffin permanecia de pé em uma distância considerável, estudando-a.

“Está uma noite bonita, uh?” Sua voz a libertou de seus devaneios, trazendo para ela os surpresos olhos cor de avelã.

Clarke se acercou, seus lábios cobertos pela camada de batom nude se encontrando com os de sua companheira em um cumprimento rápido, simplório, antes de se sentar em seu lugar de frente para ela.

“Eu ainda não entendo o propósito de tudo isso, Clarke.” Niylah manteve seu tom apreensivo, desconfiada. “Nenhuma de nós está em um momento bom para perdermos tempo com isso.”

“Não é perder tempo, Niya. É aproveitar o momento, comemorar isso que nós estamos construindo. Por que não parece feliz?” A breve confusão que se manifestava em seu olhar logo se esvaiu, o castanho esverdeado de seus olhos se suavizando.

“Eu estou feliz. Eu estou.” Niylah afirmou, puxando as mãos geladas de Clarke para envolvê-las nas suas. “Me desculpe, meu humor está uma droga esses dias. E esse lugar... bem, esse lugar não se ajusta. Sabe o que eu penso sobre exageros...”

Um dos cantos de sua boca se repuxou em pura simpatia. Claro que ela sabia o que era não se ajustar a um estabelecimento de luxo como aquele, por muitos anos ela havia se sentido dessa forma quando era mais nova.

Contudo, ser uma Griffin vinha com esse requisito. Restava a ela se acostumar e apenas aceitar que aquela era sua vida. Sua família ter dinheiro não deveria ser um incômodo, mas frequentemente era um dos tópicos que mais causava desavenças em seu relacionamento.

Niylah não se sentia nada confortável em torno de pessoas ricas.

“Encomendar comida pelo telefone e passar o resto da noite assistindo algum dos seus filmes de comédia romântica soa muito mais agradável do que ser torturada por um vestido bonito.”

Clarke riu, entreabrindo os lábios para respondê-la quando o garçom apareceu para anotar os pedidos, seguido do maitre. Niylah deixou que ela escolhesse sua refeição e o vinho, ignorante demais diante de tudo aquilo para sequer se esforçar. Dizer que ela era um peixe fora d’água era um eufemismo.

A noite seguiu agradável mesmo com o ânimo escasso de sua companhia. Não foi difícil para Clarke descobrir a fonte da chateação, nada que um bom vinho, paciência e uma boa conversa não trouxessem à tona os aborrecimentos que John estava causando com seus maus hábitos.

Ele era e sempre seria um egoísta de marca maior, nunca foi uma novidade.

“Você vai permitir que ele sugue seu humor até quando?” Clarke respirou fundo, soltando o ar lentamente conforme limpava os cantos de sua boca, assim que terminou sua refeição. “Eu vou conversar com ele.”

“Não tem o que conversar Clarke. John é assim desde que saiu da barriga de minha mãe, nasceu assim e vai morrer assim.” A atenção dela vacilou. O vinho em sua taça parecendo muito mais interessante do que encarar a mulher do outro lado da mesa. “Eu só queria que ele arrumasse alguém, mas quem vai querer lidar com um idiota tão cheio de si?”

Clarke tentou conter o riso que pinicava em sua garganta, falhando miseravelmente ao se lembrar da fisionomia sempre entediada de Murphy. Niylah tentou lhe censurar com o olhar, perdendo a pose e rindo junto dela logo em seguida.

“Cheio de si é uma forma muito amável de definir seu irmão, Niya.” Ainda sorrindo ela levou a taça até os lábios e bebericou seu vinho, os burburinhos que ecoavam pelo recinto se tornaram cada vez mais audíveis.

‘Você viu aquilo? Olhe!’

‘Oh meu Deus, isso é tão romântico!’ Uma mulher atrás dela comentou, fazendo com que as duas loiras se virassem para olhá-la, seguindo com seus olhares a direção em que a moça encarava eufórica.

A mão de Clarke vacilou. A taça escorregando por seus dedos e derramando sobre seu vestido todo seu conteúdo antes de se chocar com o chão, se partindo em milhares de pedaços.

Não havia explicação palpável que explicasse o que seus olhos estavam registrando, porque nada - absolutamente nada— justificava o que estava acontecendo em apenas alguns metros de sua mesa.

E lá estava Bellamy Blake, se sustentando em apenas um dos joelhos com um anel em mãos e um sorriso estonteante iluminando suas feições, propondo um compromisso de uma vida inteira a uma mulher que Clarke nunca havia visto na vida.

Mas que diabos?



Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!


Notas finais do capítulo

Opa, opa, opa! Não me matem, ok? Não ainda. Foram quatorze páginas e cinco mil e oitocentas palavras de muita diversidade pra vocês, então antes de me xingarem, me amem primeiro! Tenho precisado de amor depois de notar o quanto meus comentários caíram, não me desapontem.
E então, moça Raven está pertíssimo de dar as caras, minha gente. Finalmente vimos um pouquinho do chiquito dela, uh? Aposto que muitos estavam achando que seria uma menina, na-ah, mas eu tenho certeza que o Robbie vai roubar o coração de vocês até mais do que Olivia.
Octavia e Clarke, uh? Umas inseguranças e algumas omissões, mas no final das contas nada abala uma amizade como essa né? O momento da lavação de roupas tá chegando, segurem o tchan e apertem as perucas porque vai ser TEENSO.
Precisei correr um pouco pra entregar esse reencontro pra vocês, por isso o capítulo virou esse monstro. Particularmente eu não gosto muito de capítulos muito longos porque tenho medo que vocês se cansem, mas está feito e está aí. Quem está pronto para um reencontro dos Renegadooooos?
Curiosidade: A atriz que faz a Niylah na série e o ator que faz o Murphy são irmãos na vida real. Eu não sei se vocês sabiam, mas enfim, me pareceu interessante usar isso aqui.
E mais uma vez eu digo: prestem atenção nos detalhes. Eles não parecem tão importantes, mas mais pra frente muitas coisas podem acontecer se derivando deles, hahaha.
Xingos? Ok. Opiniões, opa! Teorias??????? MELHOR AINDA. Sugestões? Estou sempre de braços abertos. Vocês sabem o quanto eu amo interagir com vocês, criar teorias junto de vocês, simplesmente escrever essa história pra vocês. Por isso, apareçam. Eu preciso das minhas leitoras lindas pra que a minha inspiração continue a mil, afinal, a próxima atualização já está 2/3 pronta. Quem sabe ela não acontece mais cedo que esperávamos? Hahahaha.

Pra finalizar meu falatório: GENTE, THE 100 VOLTOU COM TIRO PORRADA E BOMBA! #HailBellarke

Beijinho, beijinho, tchau tchau! Mamãe ama vocês!