Once In a Lifetime escrita por selinakyles


Capítulo 15
You are loved.


Notas iniciais do capítulo

Etaaaa feriado bommm!
Deu até pra adiantar alguma coisa pra vocês, mwa!
Não está revisado, perdoem qualquer erro.

Divirtam-se, meus padawans amados!



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Chapter fifteen –


“Uma flor por um pedacinho de pensamento.” Lincoln surgiu ao lado de Octavia com uma rosa vermelha em mãos. Sua preferida, ele sabia.

A morena se sentou em sua cama, soltando sua frustração em um suspiro. Nada tirava de dentro de si que algo parecia estar errado, de que a qualquer momento algo ruim aconteceria e jogaria em seu rosto um belo balde de água fria.

Só então ela enxergaria a peça que faltava em todo aquele quebra cabeça.

“Você não é adorável?” Ela segurou a flor que seu futuro marido lhe estendia, inalando seu perfume enquanto os lábios se repuxavam em um sorriso simples. “Algo está errado, Lincoln. Eu estou sentindo. Não estou sendo paranoica, estou?”

O moreno se sentou ao seu lado, segurando sua mão com a dele. Permitindo que o calor que emanava de sua pele a acalmasse como sempre acontecia. Ele era seu calmante, seu ponto de paz, seu porto seguro.

Estar ao lado de Lincoln era simples, certo. Se o sentimento de não pertencer a canto algum um dia lhe assolou, isso nunca mais se repetiu desde o instante que seus olhos azul-esverdeados pousaram sobre a figura intimidadora de Lincoln Omaha. Ele era tudo o que ela jamais imaginou ter: um parceiro, melhor amigo, tudo o que lhe completava e transbordava.

Ela nunca havia amado um homem em toda a sua vida como amava seu futuro marido. Isso, obviamente, não incluía seu irmão ingênuo e absurdamente super protetor.

Era um tipo diferente de amor. Daqueles que trazem alvoroço, mas ao mesmo tempo, a calmaria de uma manhã de domingo.

“Você tem muita coisa em seus ombros. Tenho certeza que é passageiro.” Toda a paz transmitida em sua voz não foi capaz de tranquiliza-la dessa vez. Nada poderia.

“Tem algo acontecendo com a loira. E claramente com Raven também. Bell tem estado distante desde... eu sequer consigo lembrar quando isso começou.” Ela abaixou a cabeça por alguns instantes, logo levantando os preocupados olhos claros para o rosto de seu noivo. “Você sabe, eu não sou estúpida. Posso estar ocupada com nosso casamento, mas ainda vejo que as coisas estão estranhas.”

“As coisas estão mudando, Octavia. Você é grande parte da vida de todos eles, claro que estariam agindo de forma estranha sabendo que logo você será uma mulher casada e terá sua própria vida.” Sua mão forte acariciava o rosto de sua amada com toda a gentileza que existia dentro de si, cedendo por meio de suas íris escuras toda a certeza que ela precisava.

“Eu não acho que tenha a ver comigo, Lincoln. Acho que estou tão focada em minha própria felicidade que estou esquecendo que a deles também importa.”

“Não pense assim. Não precisa pensar assim.” O moreno uniu sua testa à dela, inalando a colônia floral preferida de sua amada. “Tudo vai entrar nos eixos. Você vai descobrir o que tanto tem te incomodado, mas não pode deixar que isso afete seu momento. Seu momento somos nós, é o nosso agora, nosso futuro. Eu estou aqui com você. Eles também sempre vão estar, porque se tem algo de que eu tenho certeza é de que Bellamy, Clarke e Raven moveriam céus e terras por você.”

Uma lágrima traiçoeira criou caminho pelas bochechas rosadas da Blake, concentrando ali seus receios. Ela as limpou, afastando-se para admirar o rosto sereno do moreno que ainda lhe encarava emanando compreensão.

“Você é amada. Não se esqueça disso nunca.” Lincoln se levantou, desabotoando a camisa social branca que a pouco usara no almoço de ensaio de seu casamento, deixando a mostra o abdômen definido que logo se tornou alvo dos fugazes olhos esverdeados da Blake. “Sorria, nossos padrinhos de casamento com certeza nos reservaram uma noite repleta de surpresas.”

Ele pousou os lábios na testa da morena, olhando-a bastante convidativamente ao tirar o que restava de suas roupas e adentrar o banheiro.

“Oh, eu adoro surpresas.”


***


Quando Clarke desceu do Jeep azul de Raven naquele final de tarde, o coração parecia que sairia por sua boca a qualquer instante. Os saltos caros entrando em contato com os cascalhos que levavam até a porta principal da mansão dos Griffin, passo por passo.

Para ela, a sensação era de estar andando em direção ao seu pior pesadelo. E de certa forma, não deixava de ser verdade.

Já havia perdido as contas de quantas ligações ela havia recusado, quantos e-mails não havia sequer lido, e o quanto tentou evitar aquele momento. No final, tudo começava e terminava ali. O lugar que um dia foi sua casa, mas que agora não passava de um ambiente que lhe trazia de volta memórias que ela queria a todo custo esquecer.

A grande porta de entrada se abriu, revelando a face daquela que lhe deu a vida. Os olhos tão profundos e escuros de Abgail Griffin, sempre tão opacos e sem vida, se iluminaram ao avistar a silhueta franzina de sua filha caminhando em sua direção. O semblante delicado lhe fitava com uma frieza nada característica da doçura antes expressada nas feições de Clarke.

Mas ela compreendia. Depois de muito tempo vendo apenas sua dor, Abby aprendeu ao encontrar amor novamente, entendeu que dor alguma era pra sempre. Uma parte de si havia partido junto com seu primeiro grande e eterno amor, entretanto, havia diante de si tudo o que precisava para se sentir completa novamente.

Bastaria um perdão. E era isso que ela pediria com todo seu coração.

Clarke parou diante de sua mãe, a firmeza em seu olhar deixando claro que não estava ali porque queria, mas sim porque precisava. E Abby, bem, esta ignorou todo o desprezo que sua filha a olhava para envolvê-la em seus braços, matando a vontade e a preocupação que lhe consumia desde o instante que ela se afastou de seus cuidados.

E por um breve momento ela lhe retribuiu, logo se afastando para direcioná-la as mesmas íris azuis que tanto adorava.

“Temos que conversar.” A determinação expressada lhe encheu de orgulho, como há muito tempo não acontecia. A sensação de fraqueza se tornara tão corriqueira que a loira por muitos momentos se perguntava de onde tirava a força para permanecer de pé, para se manter forte diante da tempestade que teria que enfrentar.

Abby assentiu, abrindo passagem para que ela entrasse. Clarke a seguiu, notando as mudanças óbvias na decoração, não sentindo qualquer tipo de familiaridade onde um dia chamou de casa. Um quadro em particular lhe chamou atenção, permanecia pendurado no mesmo lugar desde o fatídico dia que deixou Arkville.

O retrato de família que ela pintara com tanto esmero. Um objeto tão simples, mas de absoluto valor para seus pais.

Clarke sentiu algo se contrair dentro de si, avaliando atentamente o rosto de seu pai tão cuidadosamente representado pelos traços de seus pincéis. Ele sorria, assim como ela e sua mãe. Sorrisos apagados e esquecidos por tanta tragédia.

Ela se sentou no grande sofá aconchegante, assistindo sua mãe fazer o mesmo. Um suspiro cansado saiu pelos lábios rosados da Griffin mais velha, acordando a loira de seus próprios devaneios. Aquilo tinha que ser rápido, indolor.

“Pensei que você nunca mais aparec...”

“Eu estou disposta.” Clarke a cortou, resoluta. “Se essa é a única forma de salvar o hospital do papai, eu estou disposta. Farei o que você quer, o que sempre quis.”

Abby piscou, encarando-a contemplativa. Ela sabia do que sua filha falava. A proposta absurda que teve em mente a sua vida toda, desde que sua menina ainda crescia em seu ventre.

Aquilo estava longe de acontecer. Ela não sabia exatamente onde estava com a cabeça quando transformou aquela ideia absurda em palavras - mais exatamente, em possibilidade -, mas sabia que ela jamais permitiria que sua filha, parte de si e de seu coração, sacrificasse sua felicidade por nada nesse mundo.

Nem mesmo seu tão amado hospital.

“Você sofreu algum tipo de contusão nessas últimas vinte e quatro horas?” A mais velha ainda a olhava como se estivesse procurando por sinais de ferimentos em sua cabeça, ou então cogitando se ela estava mesmo em seu juízo. “Está falando do que eu penso que está falando?”

“Sim. Wells me ligou, disse a situação do hospital. Não era por isso que esteve me ligando por todos esses meses? A hora que você mais esperava chegou. Estou aqui e estou disposta a fazer o que estiver ao meu alcance para salvar a herança do papai.” A seriedade transmitida no timbre da loira fez com que sua mãe arregalasse levemente os olhos castanhos, surpresa.

Clarke vestia o luto como uma armadura. O que Abby jamais imaginou era que as coisas poderiam chegar aquele ponto, onde a sensatez sempre tão aguçada da mais nova – herança patológica de Jake Griffin, ela admitia – se tornava tão prejudicada.

“Você está fora de seu juízo normal, não é? Não vai acontecer, Clarke. Você não vai sucumbir àquela ideia absurda, nós vamos dar um jeito sem envolver os Collins nisso.” Ela a encarava, o cenho franzido em uma confusão explicita. “Eu conversei com Marcus, nós vamos resolver.”

E naquele momento Clarke se sentiu de frente com uma completa estanha.

Sua relação com sua mãe nunca fora das melhores, isso sempre esteve claro. O fato de ter escondido a doença terminal de seu pai e tê-lo persuadido a concordar com tal ideia trouxe a tona o que precisava para que a rachadura que havia entre as duas se tornasse um abismo. Escuro e cheio de uma mágoa e ressentimento que a loira não tinha certeza se um dia poderia deixar para trás.

De qualquer forma, aquela não era sua mãe. Aquela mulher a sua frente, que priorizava sua felicidade e não o bem material herdado por gerações de sua família, não era a mesma que a privou de ter seus últimos momentos com o único homem que amara com todo seu ser em sua vida.

Aquelas lembranças traziam um amargo nauseante em sua boca.

O que havia acontecido com ela? Nada ali fazia mais sentido.

“Eu não entendo. Você passa meses me ligando, tentando me persuadir a fazer algo que desde que me entendo por gente, eu desprezo. Envia o maldito Finn Collins para bater em minha porta e trazer de volta a sensação maravilhosa que é ser traída, não só por ele, mas por minha própria mãe...”

“Clarke.”

“E então quando eu finalmente venho até aqui, disposta a ceder a tudo o que você sempre sonhou para salvar o patrimônio do meu pai, eu estou ficando louca? Onde raios isso faz sentido? Você sofreu algum tipo de lobotomia ou é só mais um ato para manipular e me fazer acreditar que algo mudou?”

Os olhos escuros de Abby se iluminaram pelas lágrimas que estavam prestes a escorrer por suas bochechas, refletindo o efeito daquelas palavras, as mesmas que ela já imaginou que escutaria mais cedo ou mais tarde. Aquele era o momento, ela sabia. E sabia que aquele dom em machucar aqueles que ama, Clarke havia claramente herdado de seu lado da família.

“Tudo mudou. Tudo.” Ela se levantou, agachando de frente a sua garotinha, segurando as mãos pálidas e delicadas junto das suas. “Se tivesse me ouvido, se tivesse me dado a chance de falar, você saberia que não há sacrifício algum. Eu não quero nada disso. Você já sacrificou muito, por minha culpa e meu egocentrismo, por isso eu te peço perdão, Clarke. Me perdoe.”

A loira virou o rosto, olhando para qualquer parte daquele cômodo menos para o rosto de sua mãe. A lareira, o grande lustre de cristal, o tapete importado, os móveis rústicos, e ao pousar as safiras impassíveis novamente na pintura pendurada acima da lareira, foi impossível evitar as lágrimas que criavam caminho pelas maças de seu rosto.

Ela não havia imaginado que aquilo doeria tanto.

“No momento em que mais precisou de mim, precisou que fosse uma mãe, estive focada demais em minha própria dor para dizer o que você precisava ouvir. Privei você de sentir tudo o que eu senti na esperança de que eu sentisse por nós duas, não desejando que você vivenciasse e sofresse tudo o que eu sofria enquanto assistia o amor da minha vida morrer aos poucos.”

Um soluço escapou pelos lábios rosados de Clarke, que já levantava a cabeça para que sua respiração se normalizasse.

“Eu deveria ter considerado que ele era o amor da sua vida também, que você o amava com todo o seu ser como sempre transparecia em seus olhos ao olhá-lo com tamanha admiração. É minha culpa, Clarke, me perdoe.” As gotículas caíram de seu rosto nas mãos da mais nova e o tom embargado de sua voz trazia a ela uma agonia incomum.

Clarke se levantou abruptamente, se afastando o suficiente para que conseguisse respirar novamente. Parecia cada vez mais difícil respirar naquele dia, sua frustração só aumentava a cada tic tac do relógio. O peito oscilava dolorosamente, e a última coisa que ela queria era ter uma de suas quase extintas síncopes.

Ela havia sido forte durante todo aquele tempo, sugando forças Deus sabe lá de onde para que não cedesse. Porém, como seria possível permanecer firme diante daquilo? Diante de todo um passado que ela tentou fugir de todas as formas, mas que a assombrava muito mais que um fantasma? Em seus vinte e dois anos de vida ela nunca havia presenciado sua mãe daquela forma, tão vulnerável, tão exposta.

Ali não era Abgail Griffin, cirurgiã renomada e prefeita de Arkville, mulher exemplar e de dignidade incontestável. Aquela era apenas sua mãe, sem máscaras ou disfarce, uma mulher que havia perdido o amor de sua vida e também o de sua filha. Alguém que sofria tanto quanto qualquer pessoa que tem parte de seu coração arrancado, que errava querendo acertar.

Sua mãe estava ali, com o que restava de seu coração aberto, pedindo com toda sua sinceridade que ela a perdoasse.

“Eu prometi a Jake que seria uma pessoa melhor, que cuidaria de você por nós dois, que daria uma nova chance ao amor quando ele batesse em minha porta.” Abby se levantou, voltando novamente toda sua atenção para Clarke. “Jake era acima de tudo, um homem sábio. Ele jamais, jamais admitiria te ver se entregando para alguém por algum motivo que não seja amor. E eu também não.”

Ela tocou o braço da loira, percorrendo a manga de seu vestido rosado até que chegasse em suas mãos gélidas. Abby gostava de senti-las, lembrar-se da primeira vez que as tocou e os dedinhos tão pequeninhos envolveram o seu.

Clarke era sua vida. Ela sabia que não poderia continuar vivendo em paz sabendo que sua garotinha jamais seria capaz de olha-la sem que sensações ruins aflorassem. Ela não queria que Clarke convivesse com aquele fardo, vestisse aquela armadura.

Abby - melhor do que ninguém - sabia o quanto a dor da perda pode destruir alguém.

E se havia algo que Clarke havia puxado de sua mãe, isto era a sua capacidade de colocar milhares de paredes em volta de seu coração. Reprimir seus sentimentos como se nada estivesse acontecendo, mesmo se por dentro estivesse desmoronando.

O que trazia consequências catastróficas e somente adoecia o coração.

Clarke respirou fundo até que seus pulmões doessem, e então permitiu que o ar saísse por seus lábios, levando consigo o nó horrendo que se criou em sua garganta. Ela conseguia respirar, depois do que pareciam anos imersa em uma escuridão sem fim, finalmente conseguia enxergar a luz que precisava nos olhos castanhos de sua mãe.

Era hora de perdoar. Hora de deixar ir. Hora de recomeçar.

Talvez ela nunca fosse capaz de esquecer o que passou durante aqueles meses. Provavelmente nada daquilo aliviaria a dor que sentia sempre que percebia que algo dentro de si parecia estar faltando. Sempre que procurasse pela calmaria e encontrasse apenas solidão.

Estar com a consciência limpa bastaria. Dar a chance que sua mãe pedia não parecia ser tão difícil quanto aparentava, porém, seria um começo. Se as coisas dessem errado – o que era sempre mais suscetível de se acontecer -, ela não se sentia culpada. Não mais. Daquele momento em diante, no instante em que seu coração se tornasse capaz de perdoar, sua consciência estaria limpa.

E se Abby Griffin havia mudado, tudo lhe dizia que ela também podia.

“Tudo bem, mãe.” As mãos de Clarke se envolveram nas suas, e logo as safiras condescendentes lhe encaravam intensamente. “Tudo bem. É o que papai gostaria, é o que precisamos. Vamos deixar isso no passado, certo? Focar em salvar o hospital.”

Os lábios de Abby se repuxaram em um sorriso simples, destacando as marcas que o tempo havia feito em suas feições.

“Ligue para Finn, diga que conversou comigo e que ele pode me ligar assim que terminar o casamento de Octavia.” A mais velha franziu o cenho, prestes a soltar algum protesto quando a voz da loira se manifestou novamente. “Eu tenho um plano. Não se preocupe. Só não dê detalhes, certo? Diga isso a ele. Diga que conversou comigo e que estou disposta a cumprir o que quer que seja que ele tem em mente.”

“Tem certeza? Ele vai pensar que...”

“Sim. Tenho certeza. Apenas ligue, tudo bem?” O timbre suave transmitia também no azul claro de seus olhos todo o equilíbrio que havia ali, que ela havia recuperado. “Diga para Kane que virei visitar assim que possível.”

Clarke se desvencilhou lentamente, pronta para voltar para a fazenda onde as garotas já deviam estar terminando os preparativos para a despedida de solteiro de Octavia.

Aquele havia sido um dia e tanto.

E ele estava longe de terminar.


***


Octavia amava borboletas.

E esse amor estava claramente relacionado com o símbolo que sua mãe havia lhe dado antes de morrer, através de um colar adorável com pingente de borboleta que havia sido de sua avó e sua mãe respectivamente, e que ela usava fielmente todos os dias de sua vida como um amuleto.

Borboletas a representavam. Sua beleza peculiar, sua liberdade, a forma como só nasciam verdadeiramente após sair do casulo. Era inegável o seu amor por elas, pelo papel que desempenhavam.

E quando ela entrou no ônibus onde começaria sua festa de despedida de solteiro, não pode se sentir mais satisfeita ao vê-las penduradas por todo canto, balançando conforme o veículo se movia.

Eram adoráveis. Raven havia acertado em cheio.

“Oh céus!” Octavia se virou para olhar pra Raven, sentindo a vontade absurda de gargalhar parar em sua garganta. “Oh Raven, está tudo perfeito! Inclusive a sua fantasia.”

Clarke gargalhou, tentando ao máximo não borrar sua maquiagem feita com tanto cuidado devido as pequenas gotículas que se formavam no canto de seus olhos.

Lilo e Stitch. Raven havia se vestido de Lilo e carregava em seus braços uma pelúcia do alienzinho azul como se fosse seu bem mais precioso, algo que Octavia e Clarke com certeza jamais esqueceriam.

“Você estava bastante inspirada ao pensar na sua fantasia, não é Rav?” Clarke se sentou em um dos bancos cobertos pelo tecido felpudo e rosa chock, Lexa logo ao seu encalço.

Raven bufou, revirando os olhos em meio a seu sarcasmo habitual.

“Diferente de você, não é anjinho?” A morena olhou cética, vacilando seu olhar entre Clarke e a morena dos olhos esverdeados ao seu lado. O anjo e o diabo. Sua única vontade naquele momento era de – literalmente - vomitar.

Clarke deu de ombros ao voltar sua atenção para Octavia vestida em sua fantasia de Pocahontas, avaliando os biscoitinhos que havia no apoio central. Seu riso melodioso e descontrolado se refletiu também em nela, que ria como se estivesse em um show de stand-up.

Raven definitivamente havia colocado em prática seu dom de surpreender.

“Biscoitos de pênis! Genial, Rav!” A Blake mastigou um deles, soltando um gemido de satisfação quase suspeito. “Delicioso.”

“Isso porque nenhuma de nós tem noção de como será o stripper. Ela fez questão de fazer sigilo absoluto.” Lexa se manifestou, avaliando um dos biscoitos com um olhar bastante enigmático.

“Teremos stripper, Rav?” Octavia já dava seus característicos pulinhos de excitação, reação bastante previsível.

“Lógico, Blake. Que raios de festa de despedida não tem um stripper?” Raven sorriu zombeteira ao virar um copo de Moonlight – cortesia de Monty e Jasper, muito obrigada -, batendo levemente no ombro do motorista. “Nos leve para dar uma volta pelo centro da cidade, nossa parada final será o Grounders Club.”

A verdadeira festa aconteceria na boate dos pais de Monty, a mais bem frequentada e conhecida de Arkville. O ônibus havia sido ideia de Raven, uma coisa mais reservada, mais delas. Afinal, quando novamente ela seria capaz de observar Lexa Omaha, Clarke Griffin e Octavia Blake degustando biscoitos com um formato tão especial?

Onde raios ela seria capaz de se vestir como Lilo e Stitch novamente? Oh, aquilo não era só a realização do sonho de Octavia, mas também havia um pouco dos seus se concretizando ali.

Tudo o que Raven mais queria naquela noite era ficar tão bêbada a ponto de esquecer seu próprio nome. Clarke a observava durante todo o trajeto, percebendo a inquietação da morena quase que instantaneamente.

“A noite é uma criança!” Lexa sorria, admirando o gesto se iluminar também no rosto das amigas. “Claro, uma criança maior de idade.”

Toxic da Britney Spears soou pelos alto-falantes e Octavia quase não pode acreditar.

“Oh Raven Reyes, você realmente sabe como me fazer te amar.” Ela envolveu o pescoço de Raven, abraçando-a de lado. Um copo cheio de Moonlight com pedaços de morango em mãos. “Que comece a festa, vadias!”


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Notas finais do capítulo

E lá vem bomba próxima atualização, uh?
Bem, eu imagino que vocês estejam cansaços do dramalhão que se encontra a vida da Clarke, não é? Esse capítulo foi extremamente crucial pra que vocês entendessem pelo menos uma parte dela. E claro, deixá-los ainda mais curiosos sobre detalhes. Detalhes, queridos padawans. Vocês estão deixando eles passarem despercebidos, uh? Ando vendo nos comentários suas cabecinhas torrando em dúvidas. Detalhes, isso que posso dizer a vocês, uh.
Próximo capítulo: a tão esperada despedida de Linctavia. Adiantei esse pra vocês (fazia tempo que não postava com tão pouco intervalo de tempo) para que pudessem ler no final de semana. A intenção era postar mais cedo, mas a vida acontece e eu acabei embaralhada demais. Mas aí está! Não foi um dos melhores, mas teve o que vocês estiveram me pedindo: um pouquinho de amor Lictavia e uma visão melhor do que acontece com Clarke Griffin.
Enfim, é isso. Tenho percebido que os comentários tem diminuído. Eu entendo, vocês assim como eu também tem vida, mas não esqueçaaaaaammm de mim, por favooorzinho! Eu adoro interagir com vocês, ver o que passa por suas mentes. Momentos cruciais estão chegando, não me deixem na mão. Me inspirem! Deixem um pouco de amor pra essa doida que vos fala, uh? Quem sabe eu não passo por aqui com outra atualização mais cedo do que esperavam? Hahaha.
Já sabem: dúvidas, sugestões, dicas, um pouquinho de amor, ódio, e mais sentimentos controversos... comentem!

Bejinhos, e mamãe ama vocês! Mwaaaa xxx