Once In a Lifetime escrita por selinakyles


Capítulo 12
Bring it on, bitch!


Notas iniciais do capítulo

Alou galero de cowboy, alou galero de peão!
Demorei né? Mas tô aqui com um capítulo novinho cheio de amor.
Não está revisado, perdoem qualquer erro e divirtam-se!



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Chapter twelve –


Arkville conseguia ser ainda mais charmosa quando a noite caía. O céu tão escuro, coberto pela mais bela diversidade de estrelas e constelações. A lua estava cheia aquele dia, tão radiante e resplandecente que Clarke sequer conseguia tirar seus olhos dela.

Oh, ela adorava a Lua. Quase tanto quanto adorava assistir o sol nascer na baia de Savannah, na cidade local.

“Nem acredito que aquelas onze horas horríveis de viagem acabaram.” Raven suspirou, ajeitando sua postura ao se posicionar ao lado de Clarke.

A loira desviou sua atenção para a melhor amiga sem deixar de reparar novamente na palidez em seu rosto. Em sua mente seu instinto super protetor gritava que algo estava errado, e conhecendo Raven, a Griffin sabia que ela negaria até o dia de sua morte.

Ou pelo menos até seu corpo e sua mente não suportarem mais.

“Miller é o verdadeiro sortudo por vir de avião.” Clarke comentou, voltando os olhos azuis para o céu que tanto a deslumbrava.

“Oh aquele bastardo! Além de vir de avião, não vai ter que aguentar os berros da Octavia por dias.” A morena bufou, inquieta ao ver a família de Lincoln saindo da mansão para recebê-los.

Aquela certamente seria uma das piores partes.

“Você melhorou da intoxicação?” Clarke indagou, observando atentamente cada centímetro de sua amiga minunciosamente. “Parece que emagreceu. Você emagreceu?”

Raven a olhou como se não estivesse disposta a ouvir mais um dos seus sermões médicos. O cansaço era insano, parecia penetrar por cada um de seus ossos. Ela nunca havia se sentido tão fraca e vulnerável como vinha se sentindo esses últimos dias, tanto emocionalmente quanto fisicamente.

Aquilo só poderia ser algum tipo de tortura. E ao ver Lexa e Anya se aproximando, sua convicção apenas aumentou.

“Griffin. Reyes.” A voz autoritária de Anya se pronunciou e Raven não pode deixar de reparar o exagero de maquiagem cobrindo seus traços levemente asiáticos.

A família de Lincoln sempre seria extremamente excêntrica aos olhos da Reyes. Talvez porque todas aquelas tradições e regras mantidas por séculos nunca estariam dentro da sua capacidade de compreensão, ou simplesmente porque ela não tinha exatamente uma base do que era uma família.

Para ela, família eram aqueles que lhe faziam bem. Sua definição de família era mais baseada em filmes da Disney do que outra coisa. Família para Raven Reyes seria nunca abandonar ou esquecer, e bem, essas palavras preenchiam o completo oposto do que seus pais biológicos representavam.

Crescer sem pai e ao lado de uma mulher completamente desequilibrada, trouxe a ela cicatrizes que nada jamais seria capaz de apagar. Feridas tão profundas que a amargura e a insegurança seriam sempre refletidas em sua personalidade solitária e independente. Teria que conviver até o fim de seus dias com o gênio forte que herdara de sua mãe e suas raízes porto riquenhas.

No final, ela admirava aquele tipo de coisa. Uma família tão grande e ao mesmo tempo tão acolhedora. Claro que Octavia comentava vez ou outra sobre os problemas de hierarquia, por serem descendentes de nativo americanos, haveria sempre o chefe da família.

E nesse caso seria Lincoln, entretanto, Lincoln iria se casar e isso significaria que Anya era sua substituta enquanto Lexa não atingisse os vinte e cinco.

Anya. A esquisitona que repulsa contato físico. A chefe substituta dos Omaha.

“Olá Anya.” Raven forçou seus lábios a sorrirem, mostrando os dentes sempre impecáveis. “Precisa nos visitar em Chicago qualquer dia.”

“Aquele lugar não é pra mim.” Seu timbre era tão autoritário, quase ascético. “Não gosto de deixar a fazenda sozinha.”

“Bobeira, sabe que nada demais aconteceria na sua ausência.” Lexa retrucou, logo pousando as grandes íris esverdeadas sobre a Griffin. “Olá Clarke. Raven. Sejam bem vindas.”

Raven observou a loira ao seu lado de soslaio, vendo-a esboçar o mais singelo dos sorrisos.

“Bem, acho que vou fiscalizar se o Blake não derrubou nenhuma das minhas malas.” A morena sorriu sem graça, sua visão percorrendo por todo o campo a procura do moreno ou até mesmo da dupla de patetas. O rosto inexpressivo de Anya estava deixando-a apreensiva, e por mais que ela preferisse ficar ali para escutar os truques de flerte de Lexa e depois se deliciar tirando sarro de Clarke, seu estômago ainda revirava.

A Griffin assistiu Raven sair de mansinho como um gatinho amedrontado, lançando-a um olhar que ela decifraria perfeitamente como um ‘boa sorte’. E sua sorte começou quando a voz frígida de Anya se manifestou novamente.

“Irei acomodá-los. Não acredito que Indra esteja bem disposta a tomar decisões sobre os quartos, por isso deixe suas bagagens no hall de entrada e eu designarei os quartos.”

Lexa sorriu abertamente, a confusão expressada nas feições da loira certamente a divertia. Anya ia muito além de apenas sua tia, ela era o que poderia chamar de mestre. Todos os ensinamentos dos Omaha deveriam ser passados para o próximo chefe de família, e bem, Lexa era a próxima a herdar esse cargo.

“Ouvi que sua mãe se casou novamente.” Disse ela, notando o sorriso de Clarke se desmanchar como um castelo de cartas. “E você não parece muito empolgada com isso.”

A Griffin a fitou por mais alguns instantes, pensando seriamente se queria ou não tocar naquele assunto. Mas estar em Arkville obviamente traria de volta aquele passado detestável, ela já imaginava.

Mesmo depois de tantos anos, não era para doer. Não era para trazer incômodo. Mas trazia, e junto de tudo isso um pacote imenso de lembranças que ela gostaria de poder apagar.

“Estou feliz por ela. Kane é um cara ótimo, costumava ser muito amigo... você sabe, do meu pai.” O desgosto em seu tom de voz a impedia de ser completamente sincera. A magoa estava ali, viva, mais forte do que nunca.

“Ele é um ótimo cliente. Como pessoa eu tenho minhas dúvidas.” O cenho de Lexa se franziu. “Bem, vou deixa-la descansar, temos um dia cheio amanhã. Precisa de ajuda com as malas?”

“Não, Jasper e Monty estão descarregando os carros.”

“Tudo bem, nos vemos depois.” Ela sorriu, e então parou, prendendo seus olhos esverdeados nos azuis da loira. “E Clarke, é muito bom te ver.”

E depois de vê-la caminhar para dentro da mansão, Clarke sorriu. O mais sincero dos sorrisos naquele dia.


***


“Ei, psiu!”

Octavia vagou os olhos claros pelo jardim a procura da origem daquele barulho, e se seus ouvidos estavam em bom funcionamento, aquela certamente só poderia ser a voz de Raven.


“Ei, sua panaca! Aqui, venha até aqui.” Raven acenou o mais discreto que seu jeito exagerado permitiria, chamando Octavia para um dos grandes arbustos que haviam no jardim. Lugar perfeito para se criar uma conspiração.

“Você é maluca?” Raven tampou os lábios da amiga com sua mão, levando o indicador ao seus lábios em sua súplica por silêncio.

“Shiuuu, você quer que todos nos vejam aqui?” A Reyes resmungou, tentando ignorar o cheiro estranho que invadia suas narinas e inquietava seu estômago. “Precisamos conversar.”

“Isso eu já entendi, só não entendi o porquê de todo esse sigilo.” As íris azul-esverdeadas da morena se reviraram em desdém, e por um momento ela jurou para si mesma que Raven começaria a passar mal ali mesmo, vendo as caretas que se criavam em sua face pálida.

“Por que agentes da CIA são sigilosos, Octavia?” Ela esperou por um instante, assistindo a mulher a sua frente dar de ombros com indiferença. “Hur dur, porque eles planejam missões secretas. Você já foi mais inteligente.”

A Blake a olhou com descaso, tentando não levar a sério suas críticas a sua inteligência. Elas tinham sim um interesse em comum, e só poderia ser por aquela razão todo esse cenário criado pela Reyes.

“Ah certo, acho que sei o que você quer dizer.” Octavia assentiu, fechando os olhos por um momento. “Bells e Clarke, certo? Eu estive pensando na mesma coisa.”

“Você viu a cara dele quando foi buscar minha mala e viu Lexa e ela conversando?” Raven sorriu cantineiro, pensando o quanto aquilo seria como tirar doce de criança. “Ele está completamente mordido de ciúmes.”

“Eu honestamente repensei se era a coisa certa a se fazer, você sabe, depois do que ela fez.” Ela hesitou, levantando o dedo indicador até os lábios. “Mas no final, depois de queimar muitos neurônios eu compreendi perfeitamente o porquê ela fez aquilo.”

“Talvez o Bellamy tenha merecido.”

“Também.” Retrucou, batendo seu ombro no da outra morena quase fazendo-a perder o equilíbrio. “Mas mais que isso, já reparou o quanto Clarke parece ter medo dele? Não sei, é como se ela não confiasse em si mesma e se restringisse atrás de quatro chaves toda vez que o Bell chega perto dela ou se dirige a ela.”

“Hoje. No posto de gasolina.” Raven comentou, também refletindo consigo mesma. “Eu os vi trocar olhares. Mas não qualquer troca de olhares, você sabe, eu conheço a Clarke como a palma da minha mão. Algo aconteceu ali, O.”

Octavia choramingou, fazendo o biquinho que Raven tanto adorava e detestava ao mesmo tempo.

“Você não devia ter me falado isso. Tem noção do quanto estou ansiosa nesses últimos dias?”

“E o que uma coisa tem a ver com a out... Ah, entendi, seu problema de curiosidade.” A morena riu, apertando as bochechas da Blake como se fossem de pelúcia. “Sua curiosidade vai ser saciada assim que bolarmos um plano. Você sabe que eu sou uma ótima cúpida, certo? Até apresentei você para o grandão!”

A morena bufou, não deixando de notar que os problemas de confiança de Raven já não pareciam ser exatamente um problema. Mas se era para ser sincera, ela também se sentia mais confiante sabendo que tinha alguém para ajuda-la naquela tarefa. Nos últimos dias, sua vontade de desistir estava sendo um incomodo.

“Se ela tem tanto medo dela mesma, vamos ver como ela vai lidar com esse medo entre quatro paredes.” A Blake coçou o queixo, o sorriso travesso realçando a covinha em sua bochecha.

Raven a olhava com os olhos castanhos extremamente ansiosos, e então selou aquela parceria assim que o punho de Octavia foi de encontro ao seu.

“Que vença a melhor cupida!”

“Manda a ver, vadia!”



***


“Alguém está azedo...” Octavia cantarolou no ouvido de Bellamy ao observar seu rosto inexpressivo. “E todos sabem porquê...”

Ele grunhiu e a covinha de seu sorriso criou vida em seu rosto. Sua irmã era realmente péssima em piadas e isso não poderia ser uma característica dos Blakes, afinal, ele era muito engraçado. Quase um comediante, diga-se de passagem.

Bem, pelo menos gostava de acreditar nisso.

“Sabe por onde anda a Echo?” Ele indagou, vendo as feições da Blake mais nova se retorcerem em uma careta. “Ela costuma ser a primeira a me cumprimentar, estou um pouco decepcionado.”

“Oh, tudo bem irmãozão. Esse é um jogo para dois.” Octavia ergueu uma de suas sobrancelhas escuras desafiadoramente, sentindo a chama de um desafio se acender dentro de si ao ouvir aquele nome. “Imagino que você deve se sentir muito decepcionado enquanto a Lexa faz questão de ser a primeira a cumprimentar nossa loira.”

O sorriso de Bellamy se abriu diante da provocação de sua irmã. Bem, se aquilo era uma provocação, ele jamais permitiria que ela soubesse do gosto azedo daquelas palavras ganhou em sua boca.

“Oh, que adorável! Quem sabe a Princesa não desencalha até o casamento?” Ele mantinha seu sorriso sonso enquanto pousava uma de suas mãos em sua bochecha, fazendo a mais falsa pose de admiração desse mundo.

Octavia riu, segurando sua vontade de gargalhar diante da idiotice do Blake mais velho. Logo que Anya adentrou o hall de entrada da mansão, dentro de sua cabeça uma possibilidade piscava como o mais irritante dos holofotes. Aquela era a sua chance, e se Raven pensava que era uma ótima cúpida, ela lhe mostraria do que é feita a astucia dos Blakes.

“Só um minuto, irmãozão. Anya tem algo para conversar comigo.” Octavia deu um tapinha no  braço de Bellamy, expressando uma felicidade invejante.

Ele quase desconfiou que havia algo errado, afinal, quando se tratava de Octavia e seu bom humor tudo era possível. Contudo, seu casamento estava chegando, era normal sua irmãzinha estar alegre e sorridente, certo? Oh, ele gostaria de acreditar nisso.

“Anya, ei!” A morena parou na frente da mais velha, não se sentindo nem um pouco ameaçada por sua carranca mal humorada. “Você já decidiu os quartos?”

“Indra fez um planejamento. Você conversou com ela?” Octavia sorriu ao ouvir o nome de sua sogra, já imaginando que aquilo seria uma das tarefas mais fáceis que já teve que cumprir nos últimos anos.

“Ah sim, eu falei com ela sobre deixar meu irmão e a Clarke hospedados juntos.” Aquela altura seu sorriso de abria a ponto de latejar suas bochechas. “Eles tem algumas tarefas como padrinhos que tem que organizar e Clarke ainda está um pouco relutante, mas acredito que se você disser que é como vai ser, ela vai aceitar.”

“Esse não seria o seu trabalho?” O tom áspero quase fez com que seu sorriso se apagasse, mas ela compreendia essa personalidade tão odiosa de Anya. Haviam mil e um motivos para sorrir naquele momento e no final do dia, eles valeriam tudo.

“Oh, Clarke não me ouviria. Você sabe, eu sou a noiva e fiz um pedido, mas ela aparenta não ser muito fã do meu irmão.” Os olhos expressivos de Octavia refletiam sua falsa decepção, e ela pode ver que logo aquela mulher a sua frente estaria caindo em seu feitiço. “Você sabe, como chefe dos Omaha, Clarke te respeita. Poderia fazer isso por mim? Indra disse que você seria compreensiva, você sabe, por ser a chefe e eu a noiva.”

A face de Anya permaneceu estoica, porém Octavia pode perceber que havia acertado onde mais traria efeitos: seu ego.

“Tudo bem, eu acredito que isso deve ser realmente importante para você.” A morena conteve sua vontade de sair pulando como uma maluca pirada, e apenas se curvou rapidamente em reverência. “Como futura esposa de um Omaha, seu desejo será concebido.”

“Muito obrigada, Anya. Direi a Indra que ela não estava mesmo errada sobre você.”

E com um meio sorriso, ela viu Anya subir até o último degrau das escadas pronta para fazer seu anúncio, deixando para trás uma Octavia contente consigo mesma.

Se aquilo era o que significava verdadeira satisfação, ela certamente gostaria de provar mais vezes.


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Notas finais do capítulo

Hellooooou, it's meeeee, I've been wondering if after all these days you'd like to meet (8)
Oh Deus, como foi difícil desempacar desse capítulo. Eu reescrevi ele três vezes, levando bastante em consideração as dicas e sugestões nos comentários. Não deu muito certo seguindo-as a linha, mas eu encaixei de uma forma diferente e disso veio esse combo O+Raven de cupidas, eu espero de verdade que vocês gostem. Quanto aos casais... eu vi que alguns de vocês estão bastante curiosos para saber quais OTPs aparecerão daqui pra frente, e olha, tenho uma boa notícia: isso está por conta de vocês. Quais casais vocês querem ver? Quais vocês gostam mais depois de Bellarke e Linctavia? Digam pra mim nos comentários e eu prometo que vou tentar fazer acontecer, assim como as dicas e sugestões. Se tiverem, sempre deixem elas ali pra mim, porque talvez não saia exatamente como o sugerido, mas eu posso transformar em um cenário diferente usando a mesma essência!
Queria agradecer o feedback maravilhoso que vocês estão me dando nos comentários, e também as novas leitoras que tem deixado comentários me dizendo o quanto gostam de OIAL. De coração, obrigada! Eu demorei por confusão de ideias mesmo, porque a inspiração veio de vocês e seus comentários. Sou grata! Seus lindos!
Espero que gostem do capítulo como eu gostei de escrever, e perdoem a demora ok? As vezes pode acontecer mesmo.

Críticas? Sugestões? Dicas? Xingos? Deixem um comentário que eu irei respondê-lo com todo amor do mundo, prometo!
Beijinhos, meus amados padawans