Ele estava assustado, desde que fora esfaqueado em sua própria casa ele estava com medo, não medo por ele e sim por Emily e as crianças. Foyet havia achado ele, e decidido que iriam brincar de gato e rato. Ele se lembrava exatamente de como Emily parecia apavorada quando o viu deitado ali naquela cama de hospital e como ela se sentia inútil por não poder ajuda-lo.

Para o bem da família a equipe sugeriu que Hotch os colocasse no programa de proteção a testemunha, ele aceitou a ideia de bom grado, ao contrário de Emily. Ela queria ficar ao lado dele para resolverem mais um caso juntos, mas ele não deixou e muito menos podia, ela estava gravida, era muito perigoso. Assim ele a convenceu de aceitar a proteção. Porém nem tudo deu certo, Foyet os achou e atraiu Emily para a casa deles, chegando lá ela descobriu ser uma armadilha, mas já era tarde demais.

Foyet colocou ela ao telefone, ela lhe pedia desculpas por ter falhado, por não ter conseguido proteger as crianças. E bem nessa hora a equipe da SWAT invadiu a casa, sim Emily havia percebido que tinha algo errado e entrou em contato com Garcia que mandou ajuda, mas nesse pesadelo as coisas não terminavam como realmente aconteceram, ele terminava diferente. Nele Aaron chegara tarde demais e não conseguia salvar a família. 

Acordei assustado, havia tempos em que não tinha esse pesadelo, ele só me cercava em momentos de tensão ou nervosismo, talvez se encaixasse bem na situação atual.

Mal dormi o restante da noite, sendo assim acordei bem cedo. Desde que recebi a ligação de Strauss na noite anterior, eu estava sentido algo que não sentia há muito tempo por ela, medo. Talvez isso seja a razão de ter tido aquele pesadelo durante a noite. A verdade era que Aaron queria protegê-la.

Ele já havia preparado o café da manhã quando Emily desceu, ela estava arrumada para a reunião com Strauss, não foi muito tempo e as crianças desceram. O café da manhã seguiu-se normal, as coisas pareciam estar se encaixando novamente.

Eles deixaram as crianças na escola, e partiram rumo ao FBI. Aaron observava Emily, ela parecia nervosa não que ela demonstrasse isso com facilidade, mas ele a conhecia a tempo suficiente para notar o fato dela estar roendo as unhas.

Ele queria ter tido tempo para ter montado uma apresentação dela para a equipe, mas pelo jeito Strauss queria a agente Prentiss de volta logo. Sendo assim, ele deixou Emily no escritório de Strauss e seguiu para o seu.

Depois de um tempo ele vê uma certa movimentação ali embaixo, e vai ver o que está acontecendo. Era a equipe dando boas-vindas a Emily e fazendo uma espécie de reapresentações. Ela tentava parecer normal, mas eu sabia que ela estava confusa. De acordo com ela Strauss queria me ver, sendo assim fui ao seu encontro.

Cheguei em sua sala ela me pediu que me sentasse. Primeiro ela me analisou, se fosse há alguns anos eu já a teria desafiado, porém não atualmente. Pode parecer estranho, mas ela mudou.

—Você sabe por que está aqui agente Hotchner? –Ela me perguntou.

—Não senhora. –Eu respondi.

—Você bem sabe que agente Prentiss é uma ótima agente, e ela faz falta, mas devido ao seu estado atual não posso por ela a frente de uma equipe. –Ela parou, como se fosse verificasse se eu estava acompanhando sua linha de raciocínio, para provar que sim eu perguntei:

—E o que isso tem haver?

Ela sorriu, acho que chegamos exatamente onde ela queria.

—Em breve ela irar fazer alguns exames para ver se está realmente apta a voltar ao trabalho. Se sim, e eu tenho certeza que estará ela precisara ser integrada em uma equipe, e dada a relação que ela tem com sua equipe não achei nenhuma melhor do que a UAC. Claro que ela ficara sob supervisão de outro agente, e vai começar com o trabalho de um iniciante. –Ela terminou e me analisava friamente, claro eu sabia que não era um pedido, Strauss poderia ter mudado, mas não a nível de me pedir permissão para algo, especialmente algo desse porte.

Eu tentei contra argumentar, contudo de nada adiantou. Ela me disse que já havia conversado com Emily, e que em breve Emily faria os tais exames. Eu não sabia se ficava feliz ou preocupado por Emily, lógico que ultimamente tenho reparado que ela sente falta de algo, e temo que ela sinta falta disso, por alguns dias me iludi pensando que ela não pensaria em voltar tão cedo, mas se bem a conheço é provável que ela estava ansiosa por sua volta ao trabalho, porém temo que não nessas condições.     

 Emily Prentiss nunca foi do tipo de se esconder, ela sempre conseguia algo custe o que custasse. A prova disso foi quando mais tarde na noite daquele dia tentei convencê-la a pedir uma licença, o que claro ela se opôs, e ainda por cima me acusou de não acha-la capaz de trabalhar. Por alguma razão eu tinha a impressão que ela se lembrara de algo, contudo se lembrou ela não me contou.

Nesse momento as crianças estão dormindo e creio que Emily também, me instalei no quarto de hospedes e estou a ver um álbum de fotos que achava estar perdido. Eu o encontrei algumas semanas antes de Emily acordar e o guardei comigo, eu achei que ela o tivesse jogado fora. Esse não era um álbum de família, ou pelo menos não começou como um.

Era um álbum da época de faculdade dela, que com o tempo acrescentou-se fotos com a equipe. Começava com fotos dela na faculdade, depois tinha um nossa de quando eu trabalhei para a mãe dela, sem dúvida aquela era a minha favorita, ela estava com um daqueles seus sorrisos que sempre me encantaram e eu com o braço inconscientemente (ou não) passado em seu pescoço, sempre fomos amigos e o nosso relacionamento foi apenas a prova de que Rossi estava certo todas aquelas vezes em que me disse que eu era louco por ela, enfim nós éramos jovens, como demorou para que nos declarássemos. Fechei o álbum e fui dormir, agora entendo porque Ariane gosta tanto de fotografias, afinal as pessoas podem mudar, mas as fotografias permanecem intactas, assim como as memórias.