Acordando para a vida escrita por Deh


Capítulo 2
Aaron


Notas iniciais do capítulo

Bem aqui está mais um capitulo, espero que gostem :)
Desculpem por qualquer erro ortográfico.



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Cuidar! Era sem dúvida o que  iria fazer. Desde que recebi a ligação do médico dela há alguns dias, era isso que meus instintos mais primitivos diziam pra fazer.

Era um caso no Kansas, estava eu e Callahan em campo quando recebi uma ligação, ao ver o nome do médico de Emily tratei logo de dizer a minha colega:

—Desculpe tenho que atender.

A ligação era uma notícia que a meses eu ansiava, Emily tinha acordado finalmente. Sei que estamos separados há muito tempo, mas ela é mãe dos meus filhos e minha melhor amiga, mesmo que nos últimos tempos antes do acidente não estávamos em nosso melhor momento. Nem todas as notícias eram boas, pelo que intendi ela estava com amnesia, mas que demoraria um tempo para saber o quão grave era.

Graças a Deus conseguimos pegar o elemento no mesmo dia que recebi a ligação, agora era só voltar para casa e ver o que aconteceria. Estávamos no avião, iriamos chegar em casa ao escurecer, a equipe incluindo Garcia que viajou conosco, eu disse sabendo que deveria ter feito isso logo após receber a ligação:

—“Emily acordou.

Eles pararam o que estavam fazendo e o silêncio reinou, foi Rossi o único que teve coragem de perguntar:

—Quando?

—Hoje, o médico dela me ligou mais cedo. –Percebi que deveria dizer a eles a situação dela. -Estão fazendo exames para ver a extensão dos danos.

Dito isso voltaram aos seus afazeres, enquanto eu me permitia pensar, no que aconteceria a seguir.

Logo que pousamos o primeiro lugar que fui foi ao hospital, ninguém questionou se eu ia a BAU. Chegando ao quarto dela eu a observei de longe, segundo o médico seria melhor ela não me ver ainda, seu olhar era perdido, a quanto tempo eu não a via assim tão frágil, desde a separação ela só mostra seu lado Prentiss. Tive que resistir a vontade de ir lá e abraça-la, conforta-la e dizer que tudo ficaria bem, mas não podia. Mais uma vez não poderia cuidar dela, e dessa vez não era por orgulho próprio e sim para o seu bem.

Sem ter coragem de encará-la, fui para meu escritório na BAU, para pensar um pouco, sentei ali e não demorou muito para Rossi aparecer com uma garrafa de whisky.

—Você deve estar precisando. –Meu amigo de longa data disse me dando um copo com o liquido.

Tomei o primeiro gole, que queimou minha garganta assim como meu coração foi queimado no dia do acidente.

—Você está bem? –Ele me perguntou após um tempo calado, eu dei de ombros antes de responder:

—Não sei o que fazer Dave, o médico disse que seria melhor se morássemos juntos novamente, assim como antes, quando éramos uma família estável, mas eu não sei.

—Você está com medo dos velhos sentimentos Aaron?

Eu o repreendi com o olhar:

—Não seja tolo Rossi o que tivemos já está no passado, como ela deixou bem claro. –Eu falei amargamente.

—Passado ao qual ela não se lembra e você não pode esquecer. –Ele tomou mais um gole e completou. –Vá para sua antiga casa Aaron, afinal é por lá que você fica há alguns meses, veja seus filhos, relaxe, que o amanhã só a Deus pertence.

Cheguei em casa, a casa estava escura e silenciosa. Fui ao quarto de hospedes e Jéssica dormia, era nossa babá, em seguida fui ao quarto dos gêmeos que dormiam tranquilamente e dei-lhes um beijo de boa noite, tradição que Emily começou. No quarto de Alex ele estava dormindo e o computador ligado, fui até ele dei lhe um beijo, e desliguei o computador deixei um sorriso escapar, quantos vezes Emily não reclamava dele nunca desligar o computador. No quarto em frente, fiquei mais tempo que qualquer outro, era o quarto da minha garotinha, ela dormia tranquilamente com um livro ainda nas mãos, coloquei o livro ao lado da cama, dei-lhe seu beijo de boa noite e fiquei a observa-la, ela era a cópia perfeita de Emily, cabelos negros como ébano, pele tão branca quanto leite, e olhos que escondiam o peso do mundo a sua volta que tentava disfarçar com um sorriso que só vejo em outra pessoa além dela.

Fui para o quarto que dividimos por muitos anos, demorou alguns messes para que eu tomasse coragem para dormir ali sozinho, sem ela, este quarto era a lembrança constante de tempos felizes, mas também dos últimos dias de nosso casamento tornou-se palco de nossas discursões. Na maioria das vezes eram por motivos fúteis, mas desde que ela voltou depois que pegamos Doyle, nosso casamento tinha mudado, eram brigas constantes e já não fazíamos as pazes como antes. Foi até que ela decidiu pedir o divórcio alegando que era o melhor para nós e as crianças, concordei não por ser o melhor para nós, mas por ser o melhor para as crianças, tudo se refletia neles e no final das contas são eles que importam.

Nossa relação no trabalho tornou-se mais desgastante depois do divórcio, e no dia do casamento de JJ ela me comunicou que havia pedido transferência para outra unidade, quase não nos víamos, apenas quando ia buscar as crianças ou em alguma reunião para os supervisores de unidades, sim ela era agora supervisora da unidade anti terrorismo. Sempre éramos frios e indiferentes em nossos encontros ainda mais quando eu comecei a sair com Beth, porém ainda me lembro da nossa última briga, aquela ocorrida minutos antes do acidente, sem dúvida dissemos coisas que não eram para se dizer, e por vezes me culpo pelo seu acidente.

São muitas coisas que se passam pela minha mente, agora deitado olho para o lado e vejo um porta retrato com uma foto um pouco antiga, confesso que não pensei que ela o deixaria no mesmo lugar, mas creio que deve ser pelas crianças, ao seu lado da cama em seu criado há uma foto da nossa família completa, foi um pouco antes de Doyle aparecer, eu estava ao seu lado com um braço em sua cintura e segurando Tony com a outra, ela me lançava um olhar repreendedor, mas seu sorriso me dizia o contrário, enquanto ela segurava Ethan, e na nossa frente estava Alex e Anne, ela para variar fazia chifrinho no Alex, ela sempre fora tão extrovertida como a mãe, e com o tempo tornou-se amarga como a mesma.

—Hotch, pousamos. -Rossi disse me acordando.

Dei as instruções a equipe e segui para a delegacia com JJ, que ao nos encontrarmos sozinhos me perguntou cautelosamente:

—Está tudo bem?

Dei de ombros antes de responder:

—Talvez um dia fique.


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Notas finais do capítulo

E então gostaram? Alguma sugestão? Não esqueçam de deixar os comentários, eles são muito motivadores para a autora aqui :)
Irei postar o próximo capitulo provavelmente semana que vem.



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