Acordando para a vida escrita por Deh


Capítulo 12
Aaron


Notas iniciais do capítulo

Estou com a leve sensação que vocês irão amar tanto esse capitulo a ponto de me odiarem.
Espero que eu esteja errada em relação a essa ultima parte.



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Eu estava sentado na sala de reuniões, parecia que havia se passado décadas desde que liguei para JJ, algo em mim sentia que Emily estava em perigo e isso não me ajudava em nada na inútil tentativa de tentar me manter calmo.

Todos da equipe já haviam se reunido na sala, eu havia contado a eles minhas suspeitas.

—Você tem certeza? –Reid me perguntou.

—Lógico que sim Reid, eu fui até o carro e ele continua lá, eu tinha entregado a chave a ela. Ela não teria ido embora de outra maneira, não sem ao menos me avisar. Eu conheço Emily, ela está em perigo. –Eu disse tentando inutilmente não demonstrar meu desespero.

—Então vamos acha-la. –Rossi disse.

—Mas como? –Foi a vez de JJ perguntar.

—Traçaremos o perfil de todas as mulheres, em algum momento o DESCON cruzou o caminho delas. –Rossi por fim disse o que eu temia, Emily não gostaria de ser perfilada, mas era preciso.

—O que elas têm em comum? –Rossi perguntou.

—Mães, trabalham fora e são casadas. –Reid respondeu.

—As crianças estudam nas mesmas escolas? -Morgan perguntou.

Reid rapidamente respondeu que não.

—No trabalho, não há ligação. –Kate disse.

Todos ficaram em silêncio, quando JJ teve uma ideia:

—Sei que pode parecer estranho Hotch, mas você precisou de alguma assistência técnica em sua casa recentemente?

Era uma pergunta estranha, mas forcei minha memória na esperança de lembrar de algo, foi então que me lembrei do infeliz episódio da semana passada.

—Bem, os gêmeos conseguiram entupir o encanamento do banheiro na semana passada.

Uma ideia passou pela mente de Morgan, que logo a expressou em voz alta:

—Vamos ver se as outras vítimas precisaram de encanadores.

Vítimas? Então era isso que Emily era?

Eles foram entrevistar as famílias novamente, mas não me deixaram ir. Eu estava encarando o quadro com as outras vítimas, quando Rossi aparece.

—Nós iremos encontra-la Hotch. –Meu amigo de longa data tenta inutilmente me acalmar.

Sem ao menos virar para trás eu respondo:

—Isso me lembra o que fizemos há quatro anos.

—E como a quatro anos atrás nós chegaremos a tempo. –Rossi diz confiante.

Então fecho os olhos e respiro fundo me lembrando dos eventos de quatro anos atrás, quando Ian Doyle decidiu brincar de gato e rato com minha esposa. As vezes ainda tenho pesadelos de quando eu a encontrei desacordada, das duas vezes em que seu coração parou no caminho para o hospital e a angustia que senti durante todo aquele tempo em que ela esteve “morta”.

Estava lá fora, tentando por meus pensamentos em ordem e acreditar que mais uma vez seriamos capazes de salva-la, mesmo que da última vez quem chegou ao socorro dela primeiro foi Morgan. Deixei então que minha mente vagasse por tudo que aconteceu.

Eu a conheci quando trabalhei para a mãe dela e logo, por mais incrível que pareça nos tornamos amigos, mantínhamos contato, e eu tenho certeza que se na época eu não saísse com Haley eu a teria chamado para um encontro. Nós chegamos a um nível de amizade que enviávamos cartas um para o outro, eu até mesmo contei a ela sobre a morte de Haley e do filho que ela esperava, e não muito tempo depois Emily veio trabalhar no FBI em Quântico.

Não demorou muito para começarmos a sair, mesmo que no início eu me convencia que era apenas amizade, mas um dia, quando estávamos muito bêbados ela apenas disparou rindo em voz alta “Você me ama Aaron Hotchner” e eu obviamente tentei negar, mas ela não me deu a oportunidade, me puxando em seguida para um beijo, uma coisa levou a outra e acabamos por começar a namorar.

Não demorou muito e eu a pedi em casamento, mesmo que ela tenha estragado minha surpresa, eu sabia há muito tempo que ela era a mulher da minha vida. Nós casamos e logo ela engravidou, fiquei com medo, afinal Haley havia morrido no parto, mas Emily me convenceu que ficaria tudo bem, e assim ficou.

Depois de Alex tivemos mais três lindos filhos, os gêmeos que por acaso foi uma surpresa enorme, nunca pensei que seria tão feliz em possuir uma família. Contudo antes dos gêmeos aparecerem, ela disse que precisaria viajar para resolver alguns assuntos antigos, no fundo eu sabia que ela estava me escondendo algo, mas eu preferi não ver. Foi só alguns anos depois que descobri que ela não estava apenas infiltrada em uma missão, ela estava dormindo com um dos maiores terroristas da Europa, com raiva e até mesmo decepcionado com ela aceitei o divórcio de bom grado. Eu teria lutado contra o divórcio, mas ela parecia tão segura deste, nossas brigas tinham parado e acabei por entrar em uma zona de conforto com tudo aquilo. Tentei esquecê-la, prova disso foi quando comecei a namorar com Beth, em uma tentativa inútil de tentar esquecê-la, mas não deu.

—Nós a encontramos. –Derek Morgan interrompe meus pensamentos.

Eu rapidamente virei para encontrar o dono da voz e o questionei:

—Você tem certeza?

Ele fez que sim com a cabeça e explicou:

—Usamos nossas informações, e como você tinha pedido Garcia para ligar o rastreador do celular dela, tivemos uma localização aproximada, bastou juntar isso e nossas informações. A equipe está esperando por você.

—Então vamos. –Eu disse urgentemente.

Durante todo o caminho, senti meu coração acelerar. Há quatro anos estávamos em uma missão de regata-la do terrorista que ela ajudou a prender, e nunca antes fiquei com tanto medo de perdê-la, claro houve algumas situações ao longo dos anos, mas nada se compara com aquela vez e agora.

Invadimos o local, pegamos aquele monstro, mas ele não contava onde ela estava. Começamos a procurar pelo local, quando achei o porão, por que sempre o porão? Tomando coragem para ver o que estava ali eu entrei.

—Emily! -Eu disse exasperado correndo em direção a ela, que está amarrada e inconsciente.

Desamarrei ela e fui para pega-la em meu colo, quando ela abriu os olhos ouvi ela murmurar:

—Aaron.

Foi a primeira vez desde que ela acordou do coma que ela me chamou pelo meu primeiro nome, sua voz estava fraca, mas era audível. Eu não consegui falar nada, apenas a abracei, como se meu mundo dependesse daquilo e talvez dependesse.  

Mais tarde, já estávamos em casa, ela havia sido examinada e dispensada.

—Você está bem? –Perguntei preocupado após ver ela descer as escadas, já que a primeira coisa que ela fez quando chegou foi verificar as crianças que já dormiam.

Ela parecia confusa, mas respondeu depressa:

—Sim eu estou. –Ela então olhou no fundo dos meus olhos, por instante senti um arrepio, era como se seus olhos fossem capaz de ver dentro da minha alma e finalmente ela disse -Eu tenho que lhe contar uma coisa.

Eu assenti, incentivando ela a continuar.

—Eu lembrei Aaron.

Não pude deixar de parecer surpreso e mal consegui me expressar:

—De tudo?

Ela fez que sim com a cabeça, ela parecia triste, eu não sei se era pelo que havia passado a pouco tempo ou se era por causa desse fato. Foi então que vi seu olhar e até mesmo sua postura voltar, me encarando firmemente, utilizando o mesmo olhar de quando está repreendendo as crianças ela diz:

—Eu estou bem de verdade, agora eu me lembro. Você não precisa mais ficar de babá.

Ela então tenta se afastar, mas eu a puxei pelo braço, fazendo ela ficar a milímetros de mim.

—Eu não vou te deixar. –Eu disse sem pensar.

Ela sorriu fracamente, quase que melancolicamente antes de responder:

—Você já o fez. –Eu abro a boca para interrompê-la, mas ela coloca o dedo me calando e então prossegue –Eu te agradeço pelo que fez por mim, de coração, mas você precisa ir.

Por que ela não podia deixar aquele orgulho idiota dela de lado uma vez na vida? Por que ela não podia ceder? Eu sei que ela me ama, por que ela faz as coisas serem tão difíceis?

—Eu vou hoje. –Disse me dando por vencido.

Ela assentiu, mas então eu completei:

—Mas com uma condição.

Ela me encarava com um misto de curiosidade e aborrecimento, perguntando então:

—Qual?

—Me dê um beijo, mas um beijo de verdade e depois me diga o que você realmente quer.

Ela se assustou com meu pedido, eu vi isso pelos breves instantes em que ela deixou sua postura vacilar, pensei que ela não o aceitaria, mas ela fez.

Ela passou os braços pelo meu pescoço e me puxou para um beijo, um beijo que começou lento e com receio, assim como o nosso relacionamento, mas foi se aprofundando e se tornando cheio de paixão, cheio de emoções e palavras não ditas.

Infelizmente nem tudo que é bom dura para sempre e assim que nossos pulmões exigiram oxigênio, ela quebrou o beijo.

Eu havia mexido com ela, eu sabia, pois Emily Prentiss precisou de alguns milésimos de segundos para se recuperar, acho que meu plano deu certo, foi quando para minha infelicidade ela disse:

—Eu fiz o que me pediu, agora faça o que eu lhe pedi.

E saiu, me deixando ali perdido no que eu mesmo acabei de provocar.  


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Notas finais do capítulo

E ai? Por favor não me matem.
Bjss e até breve
P.S-> Desculpem qualquer erro de português.



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