Acordando para a vida escrita por Deh


Capítulo 1
Emily


Notas iniciais do capítulo

O nome no capitulo é referente a quem vai narrar.
A primeira palavra da história seria no caso o nome do capitulo.



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Eu me sentia cansada, mas também com uma incrível vontade de acordar, talvez fosse só um sonho ruim, tive a impressão de dormir por minutos e acordar décadas depois, abro os olhos lentamente, claramente isso não é meu quarto.

—Meu Deus você acordou. –Disse uma jovem mulher na faixa dos trinta anos saindo correndo, pelas vestes diria que é uma enfermeira, mas desde quando eu estou em um hospital?

—Olá senhorita Prentiss, eu sou o doutor Jackson. -Um homem na faixa dos quarenta anos, de cabelos escuros se apresentou.

Ele não deu muitos detalhes de como eu fui parar lá, fez muitos testes e exames pelo que pareceu uma eternidade, fiquei no hospital por alguns dias, até que o doutor Jackson entrou no meu quarto seguido de um homem de terno que se parecia muito com...

—Hotch? –Eu disse em voz alta.

—Olá Emily, como você está? – Ele pareceu feliz ao me ver.

—Bem eu acho. – Respondi não muito confiante, sorri mas era estranho, ele parecia mais velho, sem falar no fato que eu pude observar ao longos dos dias eu parecia mais velha.

Agora, já dentro do carro com Hotch eu refletia sobre nossa conversa recente:

Senhorita Prentiss. –O médico começou um pouco sem jeito, parecia encontrar palavras para o que ia dizer em seguida –Não sei como dizer isso, mas desde que a senhora acordou temos feito testes com sua memória, sabe ficar vegetando por muito tempo pode causar danos a memória e....

Eu sabia que tinha esquecido, não havia como não notar a expressão das pessoas quando eu respondia às perguntas que me faziam com respostas que eu achava serem corretas, mas por suas expressões faciais não eram, disparei então um pouco receosa:

—Quanto eu esqueci doutor?

Aaron que estava encostado na parede resmungou baixo mas pude ouvir um:

—Muito.

Jackson pareceu ignorar o comentário e soltou logo:

—No mínimo os últimos quinze anos.

Eu o encarei, como?

—Quinze anos? Como? É muito tempo.

Ele concordou comigo:

—Com o tempo essas memorias podem voltar, ou pelo menos fragmentos delas.

—Podem? –Eu não poderia acreditar, ele limpou a garganta:

—Alguns danos são irreversíveis senhora, mas iremos fazer todo o possível. O ideal é que a senhora fique em um local no qual viveu muito tempo durante esses anos esquecidos e com pessoas que fizeram parte desse tempo, assim pode ser mais fácil.

Eu o interrompi:

—de encontrar um gatilho que ative minhas lembranças. –Completei a frase e ele assentiu.

Neste momento estacionamos de frente uma casa, já estava escuro e Hotch começou:

—Sei que é difícil para você, mas também é para eles. –Ele disse seriamente, ele parecia tão duro comigo, e entramos na casa. Foi quando tomei o maior susto da minha vida, ou pelo menos o que eu me lembrava.

—Mãe! –Uma adolescente diz ao me abraçar de uma vez, mãe? Deveria sem dúvida ter algo errado ali. Ela se afastou percebendo que eu não retribui o abraço.

—Está tudo bem? –A garota de cabelos negros e pele marfim me perguntou.

Hotch não deixou eu responder:

—Onde está seus irmãos?

Ela revirou os olhos antes de responder:

—Os monstrinhos estão dormindo.

Hotch a repreendeu:

—Não chame eles assim, já tivemos essa conversa.

Ela deu de ombros e prosseguiu:

—O nerd está estudando com os outros nerds lá em cima.

—Quando ele terminar quero vocês dois aqui embaixo para conversamos.

—Sim senhor. –Ela disse batendo continência e logo subiu as escadas.

—Você está com fome? Quer alguma coisa? –Ele me perguntou e disse eu disse que não.

—Tchau senhor Hotchner, tchau senhorita Prentiss. –Um grupo de garotos se despediu de nós e respondemos um “tchau” juntos, e claro a garota estava lá em baixo não deixou de cutucar:

—Tchau nerds, vou sentir falta de vocês.

O garoto que fechou a porta, um palmo mais alto que ela revirou os olhos, acho que era uma estranha mania dessa família.

Sentados na mesa de jantar Hotch pareceu respirar fundo enquanto os jovens nos observavam atentamente:

—Sua mãe perdeu a memória dos últimos quinze anos.

A garota resmungou algo como:

—Que conveniente.

Hotch a repreendeu com um olhar e ela se calou, foi quando minha ficha caiu:

—Mãe?

Ele me ignorou e continuou:

—Terei que viajar essa noite, então Ariane você fica responsável pela sua mãe.

Aí foi minha vez de resmungar:

—Acho que já sou grandinha o suficiente para cuidar de mim mesma Hotch.

O garoto juntou as sobrancelhas na menção do apelido e a garota logo retrucou:

—Mas pai por que não pode ser o Alexander?

Pai? Eu mal escutei o que ele disse em seguida:

—Porque eu pedi você e agora vão dormir que já esta tarde.

Eles subiram as escadas, pelo visto eles o respeitavam muito, mas a garota não estava muito contente com sua nova tarefa.

—Mãe? Pai? O que está acontecendo aqui Hotch?

Ele respirou fundo:

—Você não se lembra nem deles? –Eu fiz que não com a cabeça. –Que tal um pouco de água em quanto eu te faço um resumo?

Assenti e aceitei o copo de água que ele me ofereceu, logo ele prosseguiu:

—Resumidamente eles são nossos filhos.

Eu engasguei com a água.

—Nossos? Tipo meu e seu? Biologicamente?

Ele me deu um sorriso de lado, e respondeu:

—Sim Emily meus e seus biologicamente.

Demorei um tempo, mas perguntei:

—Então nós somos? –Não tive coragem de continuar, contudo ele entendeu o que eu quis dizer.

—Fomos, hoje somos divorciados.

Eu notei que o assunto era desconfortável e logo perguntei:

—Então temos quatro filhos? –Eu somei pelo que ele havia falado tinhamos gêmeos e os dois que estavam aqui embaixo há pouco.

—Sim, são quatro: Alexander, Ariane, Antony e Ethan.

Ele parecia que ia dizer mais alguma coisa, mas foi interrompido pelo toque de seu telefone, ouvi então ele dizer para quem estava do outro lado da linha:

—Hotchner... Sim ela está bem, em breve, ok decolamos em vinte minutos.

Eu o acompanhei até a porta:

—Um caso?

Ele assentiu dizendo:

—Voltarei o mais rápido que puder, cuide-se.

Limitei a concordar com a cabeça.

Estava procurando meu quarto, mas pelo visto não estava indo bem, o primeiro que abri me surpreendi com o que vi, era um quarto de super-heróis havia dois garotos de uns cinco à seis anos dormindo tranquilamente, sorri involuntariamente, dei um beijo na testa de cada um, quando dei no Ethan (tinha seus nomes na cabeceira da cama) ele abriu os olhos e disse:

—Mamãe! –Mas logo os fechou.

O segundo que abri era de frente ao deles e estava todo arrumado, pelo visto era o quarto de hospedes, com duas camas de solteiro, o terceiro era do lado dos meninos, era um quarto azul claro, com muitos livros principalmente de matemática e ciências nas prateleiras, um quadro branco pequeno com algumas formulas escritas e um notebook ligado na escrivaninha, desliguei o computador e dei um beijo de boa noite no garoto, aquilo parecia tão normal, tão certo.

O quarto de frente ao dele era pintado de um rosa claro com borboletas brancas nas paredes, era muito semelhante ao do garoto mais velho, muitos livros esses que eram na maioria de idiomas e sobre países, o notebook desligado e ao invés de um quadro branco para formulas, tinha um quadro cheio de fotos.

—Veio dar um beijo de boa noite ou está só procurando seu quarto? –Ela me perguntou, a jovem estava lendo um livro na cama.

—Talvez, como você sabe?

Ela fechou o livro e o colocou ao lado da cama.

—A senhora sempre fazia isso. –Vi um lampejo de um sorriso em seu rosto, então ela prosseguiu –Mas o quarto da senhora é o do fim do corredor.

Me aproximei dela e deu um beijo em sua testa antes de dizer:

—Boa noite Anne.

—Boa noite mãe... Mas como a senhora sabe meu apelido? Ninguém disse.

Eu dei de ombros, enquanto ela ainda me olhava surpresa, com um leve sorriso eu sai. Cheguei no meu quarto, estava cansada o suficiente para apenas tomar banho e dormir.      

 


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Notas finais do capítulo

E então o que acharam? Continuo ou desisto? Comentários fazem com que o autor se sinta motivado a continuar ;)