Together escrita por annaf5


Capítulo 20
Fumaça densa




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(???)

Os passos lentos do garoto eram inaudíveis, leves e serenos. Entretanto, não seguiam o descompassado ritmo de seu coração e mente. Esses sim trabalhavam na velocidade da luz, procurando alguma brecha para não entrar em desespero profundo.

Os cabelos voavam na direção contrária ao vento, ficando cada vez mais fortes (e quentes como um inferno, em pleno solstício de inverno.)

—- O garoto chegou.

O rosto sombrio de Voldemort se fez presente. Seus olhos flamejantes com um vermelho - exalando ódio - eram a principal marca a ser vista naquela escuridão.

Ele recebeu um empurrão. Havia um comensal atrás de si, empunhando sua varinha a altura de seus olhos.

—- Obedeça ao Lorde e vá até ele! – Lucius disse lentamente, do lado do comensal encapuzado que apontava a varinha ao rosto do menino. A respiração trêmula foi ignorada, e logo ele foi arrastado para perto do Lorde das Trevas.

Jogado ao canto, o garoto pode perceber mais alguma presença no local. Por mais que seus olhos já não fossem tão confiáveis pela longa caminhada por aquele local, ele os levantou e olhou fixamente a garota do outro lado do rio.

Seus olhos se encheram de lágrimas e ele teve que segurar a vontade imensa de chorar; já não havia ninguém que pudesse consolá-lo.

—- Tem certeza que é este o filho das águas? – Voldemort disse, tocando com a sola de seu pé, as costas do garoto encolhido no chão.

—- Sim. Procuramos muito por ele. Estava escondido em Londres. Nós o encontramos perto de uma loja de um antigo semideus, filho de Hécate.

O garoto tentou evitar o sorriso que nascia em sua face; seu plano estava sucedendo bem.

—- Okay. Tragam-me a garota!

Os comensais do outro lado da margem levantaram, brutalmente, a prisioneira. Levaram ela até Voldemort, perto de seus pés.

Com um breve aceno de sua varinha, a garota foi arrastada até a altura de seus olhos; ele poderia enxergar o terror impregnado em suas íris e sorria com a possibilidade da sua vitória, cada vez mais próxima.

—- Pettigrew!

—- Sim, mestre!

—- Faça o que deve ser feito!

Pedro assentiu e segurou a garota em seus braços, retirando o pequeno punhal da bainha. Aproximou do leito do rio e, por lá, jogou a garota e fez um pequeno corte profundo: braço direito, de sua veia arterial das articulações até o pulso.

O grito de Hannah ecoou pelo Submundo.

Seu sangue escorreu até gotejar sobre o rio. Logo depois, ele a levou de volta para a margem.

Voldemort, acompanhado do garoto, foram até o mesmo rio. Ali, mergulharam.

Pov. Percy

Acordar em outra turbulência era quase como voltar do próprio inferno (como das outras vezes que o fiz).

O sonho estava marcado em minha mente, mas eu ainda precisava acordar por completo até consegui raciocinar algo plausível.

Zeus estava testando minha paciência; por incrível que pareça, seus testes estavam tendo sucesso.

Novamente, limpei o suor que escorria pela lateral de minha testa com a manga comprida da blusa. Antes de viajarmos, passei em algumas lojas do Hogsmead, a fim de comprar algumas roupas casuais. Se nos passaríamos por mortais, deveríamos agir como tais.

Por mais que eu tivesse insistido, o meu parceiro de cadeira não fora Annabeth. Sim, tentei todos os métodos possíveis, mas me deixaram com o Evans e eu não tive a opção de dizer não.

Peter estava encarando algumas fotos quadriculadas e desgastadas. Seus olhos brilhavam em nostalgia e seus dedos percorriam a superfície espessa das fotografias.

—- Você não é o único que gostaria de não estar sentado aqui, pode acreditar. – sua voz saiu baixa, rouca e sensível.

—- Perdão? – o garoto guardou uma das fotos (de uma garota loira abraçada a uma versão mais jovem de si mesmo) e me olhou, intensamente.

—- Sei que você não queria estar nessa poltrona. Talvez uma última viagem romântica com sua namorada antes do fim do mundo, eu não ligo e também não tinha interesse algum em estar aqui. Então, não me julgue com olhares incômodos.

O silêncio permaneceu durante alguns instantes, enquanto a turbulência fora do avião era a única coisa a ser ouvida.

—- Quem são? – o garoto me interrogou com os olhos – Sem querer ser invasivo, Evans, mas quem são nas fotos?

—- Minha família. Ou o que sobrou dela.

Havia um garoto abraçado com Evans na foto do meio. Suas feições eram idênticas, mas seus olhares deixavam explícitos quem era quem. O outro era mais sereno.

—- Meu irmão.

—- Também é um... ?

—- Sim. Mas eu não o vejo há anos.

Assenti com a cabeça, em um gesto rápido. Sabia o quanto a pauta "família" era delicada, mexer com a ferida causaria mais dor.

[...]

O caminho do aeroporto até o pequeno apartamento de minha mãe fora curto, mas tão silencioso que mais parecia uma viagem de três horas. Meus sentidos (ou o TDAH, não sei) estavam quase explodindo com todo aquele silêncio.

Minha mãe estava na porta do prédio, com feições cansadas e um avental azul sobre o corpo. Os olhares tranquilos e serenos restavam, mas também combinavam com as mãos inquietas e o constante morder de lábios inquietos.

—- Vamos entrar, está frio aqui fora.

Não sabia se estávamos protegidos naquele pequeno apartamento, mas era a melhor alternativa até encontrar alguns reforços para o acampamento. Se o Meio Sangue estava em ruínas e tomado pelos inimigos, era melhor procurar uma maneira de recuperá-lo do que de se entregar, prontamente.

Os bolinhos azuis estavam sobre a mesa, mas ninguém os pegou. Não era como se não estivesse com fome, mas eu sabia que se comesse algo, poderia ter azia de tanta adrenalina que transpassava pelo meu corpo.

—- Podemos contatar Quíron? – Annabeth perguntou para Grover, que comia um pedaço de uma lata de Coca. Ele negou.

—- O que iremos fazer? Ficarmos parados? Vocês disseram que estão atacando o acampamento neste exato momento, não há razões para ficarmos aqui. – Rony disse, enquanto olhava para a janela do meu apartamento.

Era uma pena virem com tanta pressa; Nova Iorque deveria ser apreciada com calma, não com a correria de uma guerra.

—- Vamos perder ainda mais forças se atacarmos agora, que estão cercados. Devemos armar um plano, construí-lo e salvar o acampamento. – Hermione disse, segurando a varinha fortemente em sua mão esquerda.

O silêncio durou alguns segundos.

1.

2.

3.

O baque foi imenso, e um imenso buraco formou-se na lateral do apartamento. Figuras negras entraram pela fresta exposta, tentando nos agarrar.

Abri Contracorrente e arrebentava os Comensais que atacavam, tentando afastá-los.

Mas os esforços foram em vão. Um Comensal loiro agarrou Evans pelo colarinho e desapareceu. O outro fez o mesmo com Hermione, desaparecendo em uma fumaça negra.

Por fim, restaram apenas os móveis revirados, paredes riscadas e alguns adolescentes perturbados.


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Notas finais do capítulo

Não me esmurrem! Eu sei que demorei, mas eu estava tão sem ideias para essa história! Perdoem!



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