Não é como se ela não tivesse tido outros tipos de relacionamentos depois de Robb Stark. Bastava abrir o seu diário – sim, ela continuava a escrevê-lo – e lá no final havia as três páginas dedicadas as suas desventuras amorosas. Apenas uma página estava preenchida.

            Ela tinha tido sua cota – mais que respeitável – de beijos antes do seu ex reaparecer na sua vida. Houve aquele cara – o de cabelo esquisito que no escuro Myrcella achou fofo – com quem ela deu uns beijos intensos em uma saída com Arya e Shireen. Ele não era exatamente um relacionamento, mas Myrcella achou que era válido colocá-lo na lista em homenagens às duas horas em que ficaram juntos.

            Também teve um amigo de Arya, quer dizer, um cara que ela conhecia. Ele era alto, bonito e tinha covinhas quando sorria. Durou uma semana e foi bastante educativo. Não se envolva com caras de olhos angelicais e sorriso diabólico. Existem muitas coisas interessantes que um cara pode fazer com as mãos.

            Então tinha Trystane. O cara legal com quem ela gostava muito de sair. Ela o conhecia há muito tempo, inclusive, antes de sequer namorar Robb Stark. Trystane era bonito, com seus cabelos escuros lisos e olhos marrons acolhedores. Era fácil conversar com Trystane, ela não sentia como se fosse vomitar seu coração ou como se tivesse que prestar atenção em cada palavra para não acabar dizendo besteira.

            Seus micos em relação a ele também eram bem menores. Aparentemente o universo só gostava de envergonhá-la na frente de Robb mesmo.

            Trsytane era confortável. Eles não se beijaram muitas vezes e nunca mantiveram qualquer relacionamento amoroso. Eram amigos, mas Myrcella sabia que o rapaz queria outra coisa. Trystane era paciente o suficiente para esperar. Ele era um cara legal; gostava de cyvasse tanto quanto ela, assistia todos os seus filmes melosos e parecia adivinhar toda vez que ela ia tropeçar, pois sempre colocava uma mão protetora no seu braço para evitar que caísse.

            Myrcella comeu mais um pedaço do seu sorvete.

            Era tão injusto que ela não estivesse pensando em Trys agora. Poderia culpar o verão e aquele calor insuportável. Pessoas faziam coisas estúpidas nessa estação. Como por exemplo, sentar junto com Arya no banquinho do parque e observar os rapazes mais velhos jogarem basquete como se ainda tivesse dezesseis anos. Moças de vinte anos são permitidas a fazer isso, certo? Moças de vinte anos não deviam estar babando no abdominal sarado do ex em plena quinta feira enquanto pensa em como aquela cena ficaria legal em uma de suas histórias secretas.

            E então ela o seguiu até o seu carro pensando em todas as coisas que faria quando colocasse as mãos naquele corpo.

            Pelos Deuses... Talvez ela precisasse de outro sorvete.