Tempos modernos escrita por Florrie


Capítulo 78
Primeiro beijo


Notas iniciais do capítulo

Voltamos a realidade normal, mas pelas coisas que escrevi ontem, devo voltar a do último capítulo em breve. XD



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Sansa esticou os pés no sofá e Harry os pegou e colocou encima de suas pernas. Ele permanecia sentado, concentrado na TV, mas ela estava ocupada lendo a última matéria da sua revista predileta. Sua concentração era tanta que ela só ouviu Harry chamá-la na terceira vez.

            – Sansa.

            – Sim?

            – Com quem foi seu primeiro beijo?

            Ela arqueou a sobrancelha surpresa. Que tipo de pergunta era essa? Que coisa mais aleatória para dizer. Sansa soltou uma risadinha e colocou a revista encima da mesinha de vidro.

            – Com quem foi o seu primeiro beijo. – ela devolveu a pergunta com o sorriso. Depois quase aconselhou que esperassem Willas voltar, ele costumava gostar de contar essas histórias e como mais velho, era cheio delas. Ele está distante, lembrou, cada vez mais longe e melancólico.

            Ela imaginava o motivo, mas afastou isso e focou em Harry.

            – Com Randa.

            – Jura?

            – Sim. – ele riu. – Nós éramos duas crianças. Estávamos correndo pelos campos do Vale quando ela parou e disse que devíamos nos beijar, chamou de experimento. Nós acabamos rindo antes mesmo de terminar.

            – E vocês nunca mais tiveram nada?

            Ele balançou a cabeça negativamente.

            – Myranda é apenas minha amiga. – e então ele apertou seu dedo – Sua vez.

            – Isso é constrangedor.

            – Não pode ser tão ruim assim. – disse. – Foi aquele seu namorado de colégio?

            Joffrey? Graças aos Deuses não.

            – Não. Foi alguém antes dele. – contou sentindo as faces corarem. – Houve esse cara por quem eu tinha um verdadeiro precipício quando era nova. Devia ter por volta dos quinze anos, poucos antes de Joffrey.

            – Agora estou curioso.

            – Ele dormiu na nossa casa várias vezes. Naquela época eu e minhas amigas costumávamos observar os rapazes tomarem banho de piscina, cada uma dizia seu favorito e bem... Eu sempre o achei mais bonito que todos. Ele também era o mais educado e responsável.

            – E o nome dele?

            Ela cobriu o rosto com as mãos antes de responder:

            – Jon.

            – Seu primo?!

            – Sim, meu primo. – ela o encarou. – Pare de me olhar desse jeito, ele é meu primo, não meu irmão.

            – Como é que você beijou Jon?

            – Foi uma sexta feita. Meus pais foram dormir fora, acho que era aniversário de casamento ou algo do tipo. Mamãe deixou Robb como responsável, como se isso servisse de alguma coisa. Lembro que meu irmão comprou algumas garrafas e chamou Theon e Jon para passarem a noite. Eles ficaram jogando e bebendo no quarto de Robb até que caíram de sono.

            Ela que teve que manter Arya perto de sua vista e depois colocar Bran e Rickon para dormir.

            – Quando a casa toda estava dormindo, eu me levantei e fui até o quarto do meu irmão. Robb dormia na cama e Theon largado no sofá. Jon estava no colchão e murmurava algumas coisas, acho que estava tendo um sonho. – Harry parecia ainda mais curioso e ela cada vez mais constrangida. – Digamos que eu me aproximei do colchão e passei alguns minutos afagando o cabelo dele.

            – Afagando o cabelo dele? – perguntou incrédulo.

            – Ele sempre teve cachos bonitos e macios.

            Harry riu novamente.

            – Continue.

            – Jon acordou, ele parecia bem confuso sabe, mas quando olhou para mim sorriu. Ele pegou um punhado do meu cabelo ruivo e sussurrou “é você”, depois pegou meu queixo e me beijou. Foi um beijo e tanto, até esqueci como respirar quando nos afastamos. Jon caiu no sono logo depois e eu voltei muito feliz para o meu quarto.

            – E o que houve depois?

            – Jon veio bater na minha porta no dia seguinte, mortificado. Passou um mês inteiro me pedindo desculpas e eu fiquei de coração quebrado. Minha tristeza durou apenas até Joffrey piscar para mim na aula de química, depois eu o esqueci completamente, mas agradeci a experiência, isso ajudou bastante nos futuros rapazes que eu viria a beijar.

            – Essa é uma história interessante.

            – Satisfeito?

            Nesse momento a porta do apartamento abriu e Willas chegou segurando as sacolas do supermercado. Harry sorriu e disse:

            – Willas, você precisa ouvir essa história da Sansa.

            O homem forçou um sorriso e acenou positivamente. Pelo modo como Harry permaneceu despreocupado, ela imaginou que ele não percebeu a tensão no rosto do mais velho. Pobre Harry.

            — Você não vai adivinhar quem foi o primeiro beijo dela.

            Ela afastou novamente esses pensamentos ruins e tentou chutar a barriga de Harry.

            – Cala a boca.

            – Acho que essa é uma história que vou querer ouvir. – disse Willas voltando a ser o cara de sempre. – Me deixe guarda isso na cozinha.

            Enquanto isso Harry agarrou seus pés que insistiam em acertá-lo.

            – Não está agindo como uma moça educada Sansa.

            – Foda-se.


.


.




— Eu fui seu primeiro beijo? – Tommen perguntou um tanto ansioso do outro lado do quarto.

            – Na verdade não.

            – Mas... Eu pensei que você gostasse de mim desde sempre.

            – Você herdou a humildade dos Lannister Tommy. – devolveu com um sorrisinho. O loiro bufou irritado e voltou sua atenção ao livro pesado que tinha nas mãos. Um namorado veterinário, ele riu ao visualizar isso o que acabou roubando a atenção de Tommen.

            – Por que está rindo?

            – Nada demais.

            – Estava lembrando? Ele... Ele beijava melhor do que eu?

            – Essa insegurança é de que parte da família?

            – Pare de ser chato e me conte logo.

            – Deuses Tom, eu não fui seu primeiro beijo. Aposto que foi aquela cenoura idiota.

            O rapaz corou confirmando.

            – Mas vou contar por que sou um namorado bonzinho. – bonzinho e louco para voltar sua atenção ao novo jogo que Cersei tinha dado ao filho. Ele amava Tommen por si só, mas não negava que os pais generosos eram um bônus bem vindo. – Eu tinha treze anos e fui obrigado a viajar com meus pais pelo Norte. Meu desejo era ficar para a convenção de vídeo game de Porto Real, mas não é como se meu querer valesse de muita coisa.

            “Primeiro nós visitamos nosso avô em Correrrio para então irmos de trem até depois do Gargalo. Meu pai gostava dessas viagens de terra, dizia que era bom que conhecêssemos os lugares. Eu lembro que passei o trajeto inteiro ouvindo sobre as antigas batalhas que aconteceram naquelas terras. Bem, no meio dessa viagem, nós paramos nas Gêmeas. Uma cidade legal, mas densamente povoada. Papai queria nos mostrar o antigo castelo, onde dizem que um terrível assassinado aconteceu e como conseqüência os Deuses condenaram uma linhagem inteira. Nós estávamos com um guia, alguma coisa Frey, e ele sabia a história de cada pedra do lugar. Eu fugi na primeira oportunidade, preferia explorar sozinho. Contudo, foi interceptado por dois garotos gêmeos, acho que eram filhos do guia.”

            Tommen tinha largado o livro, parecia interessado na história.

            – Eu sempre fui amigável, então nos tornamos amigos em dois minutos.

            – Amigável? Você?

            – Vou fingi que não ouvi esse insulto e continuar. – deu uma pausa e prosseguiu. – Eles eram Dickon e Mathis Frey. Lembro que tinham um irmão, um cara pequeno e feio com rosto de raposa. De qualquer maneira, nós fugimos do irmão mais velho que os vigiava e corremos pelos campos, brincamos na beira do rio... Foi bem divertido, até que nos cansamos e fomos sentar na sombra de uma árvore. Um adormeceu do meu lado e o outro ficou conversando por alguns minutos até que, bem, ele me beijo. Eu já tinha tido uma quase experiência com uma garota, nós nunca chegamos a realmente beijar por que eu sabia que não queria, então parei. Com ele foi diferente... Foi legal. Eu nunca soube qual dos dois eu beijei.

            – Sua história é mais legal que a minha.

            – Claro que é. Não tem nenhum Russell nela.

            Tommen revirou os olhos.

            – Você nunca vai esquecer ele?

            – Dificilmente.


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Notas finais do capítulo

Os irmãos Stark tem histórias bem interessantes de primeiro beijo.
Comentários? :)



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