Tempos modernos escrita por Florrie


Capítulo 73
3º Ano


Notas iniciais do capítulo

As aulas já começaram com trabalhos e livros para ler. Bem, o próximo capítulo provavelmente será bem menor - já que pretendo ter apenas um POV, então espero que ele saia mais rápido.
Espero que gostem.



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Trystane chegou com o tabuleiro de Cyvasse embaixo de um braço e um pacote dos seus biscoitos prediletos embaixo do outro. Ele colocou tudo encima da mesa da biblioteca, mas assim que sentou, pegou o biscoito e rapidamente escondeu por dentro do seu casaco. Era proibido comer na biblioteca, mas Trystane era um conhecido quebrador de regras, como a maioria dos Martell. Menos Tommen, seu irmãozinho podia ser metade Martell, mas era bom em seguir os regulamentos, o mesmo não podia ser dito do seu – oficialmente há dois meses – namorado Rickon.

            - Eu vou vencer você hoje. – ele disse com seu sorriso confiante. Myrcella riu. Ela sempre ganhava dele, às vezes achava que ele fazia de caso pensado, mas então descobriu que perder de propósito não era algo convencional na família.

            - Não conte com isso.

            Ela estava com os cachos loiros presos em um coque desajeitado e vestia uma calça jeans junto com um dos moletons da sua tia Gemma. Esse trazia o desenho de um gatinho dançando em uma chuva de pirulitos – ela tinha tirado uma hora do seu dia para encontrar lógica no desenho, mas desistiu.

            Enquanto montava o tabuleiro, Trystane passou um dos biscoitos para ela. Myrcella sempre ficava nervosa ao contrabandear comida para aquele lugar, a bibliotecária era uma mulher terrivelmente assustadora, mesmo Shireen e Arya pareciam ter um pouco de medo dela.

            - Gostei da blusa.

            Ela corou envergonhada.

            - Eu visto as coisas mais ridículas do mundo e você fica falando que gostou.

            - Eu gosto do seu senso de humor excêntrico.

            - Excêntrico é uma nova palavra para completamente estranha?

            - Excêntrico é uma nova palavra para totalmente incrível.

            Ela não pôde não rir.

            - Você é completamente estranho. – respondeu terminando de distribuir as peças.

            - Não, minha cara Cella, eu sou totalmente incrível. – Trystane lhe ofereceu outro biscoito. – Assim como você e suas camisetas, especialmente aquela que dizia GAROTAS E UNICÓRNIOS CONTRA O MUNDO.

            Ela devia estar tão vermelha quanto os pirulitos do seu moletom.

            - Vamos jogar?

            - Apenas se você estiver pronta para enxugar suas lágrimas em um lenço.

            - As únicas lágrimas a serem enxugadas serão as suas.


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Willas suspirou alto quando Harry deixou cair o jarro artesanal que seria um presente para sua mãe. O rapaz o olhou temeroso e logo depois lhe lançou um sorriso culpado. Ele achava que era um tanto ridículo o fato de ficar mexido com aquela expressão, do mesmo jeito que ficava quando Sansa piscava os olhos em sua direção. Já fazia tempo demais para dizer que aquilo que eles faziam eram apenas sessões de estudos que acabavam em outro lugar. Mesmo Sansa já estava levando aquilo de um jeito diferente, ela não convidava apenas um dos dois para os lugares, era sempre os três e quando os dois ficavam sozinhos, Sansa perguntava por Harry.

            Tudo estava tranqüilo, mas ele podia prever grandes problemas chegando. Não é como se os três pudessem brincar o tempo inteiro. Willas era o mais velho e a cada dia que passava sentia o mundo real batendo contra sua porta. Todo o dia Willas ignorava essa batida, mas haveria um momento em que a porta seria escancarada.

            - Sinto muito.

            - Tudo bem. – ele sorriu já pegando a pá e a vassoura. – Vá para longe, você está descalço.

             - Não vai acontecer... MERDA. – a porta abriu nesse mesmo instante e Sansa entrou arqueando as sobrancelhas.

            - O que houve?

            - Eu me cortei. – Harry deu uns pulinhos com o pé bom até cair no sofá. Lá ele avaliou o corte que começava a sangrar. – Não diga nenhuma palavra. – Harry pediu apontando para ele.

            - Eu avisei.

            - Você disse. – lamentou-se.

            - Claro. – respondeu e caminhou até a cozinha. De trás do balcão ele viu Sansa ajoelhar-se para examinar o ferimento. A ruiva sorriu e disse que não era nada demais, depois mandou Harry parar de ser um bebê chorão.

            Quando Willas voltou, ele se ajoelhou ao lado da Stark e começou a limpar o ferimento.

            - Eu estava pensando em algum clube, podíamos dançar a noite inteira. – Sansa disse. Willas claramente perdeu algum tópico da conversa. Como se pudesse ler seus pensamentos, a garota explicou. – Faz quase um mês que não saímos juntos.

            - Ou podíamos pegar o carro e passar o dia em alguma praia nos arredores.

            Os dois jovens olharam para ele esperando uma opinião.

            O coração de Willas pulou forte dentro do peito, nervosismo. A realidade bateu na porta, dessa vez bateu forte. O que estou fazendo? Perguntou-se. Eu não tenho mais idade para brincar por tanto tempo, ele respirou fundo. As batidas insistentes foram ignoradas. Talvez em breve ele tivesse que encarar as batidas, como um adulto responsável faria, mas agora Willas apenas ignorou tudo e respondeu:

            - O que vocês acham de um fim de semana em Pedra do dragão?


.

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Rickon estava atrasado. Ele revirou os olhos e checou o relógio novamente. Tinha marcado na biblioteca da universidade, na sala privada de sempre, mas claro que seu namorado estaria atrasado. Tommen suspirou impaciente.

            Quando a porta abriu, por um instante achou que se tratasse de Rickon, mas logo notou que não era esse o caso. Tommen tentou relaxar quando Russell sentou na sua frente sorrindo. Não seria nada bom explicar para o mais ciumento dos Stark o que ele estava fazendo ali.

            - Olá.

            - Olá. – respondeu educadamente. Os dois ainda eram amigos ou pelo menos algo próximo disso. Sua mãe e a mãe dele eram muito intimas e até mesmo seu pai tinha feito amizade com o pai do rapaz. Não é como se Tommen pudesse evitá-lo.

            Coisa que ele explicou para Rickon. Não que tivesse feito algum efeito.

            - Está esperando o garotinho?

            - Ele não é um garotinho. – respondeu. – E sim, eu estou esperando por Rickon.

            - Eu não sei o que viu nele. – Russell relaxou a postura na cadeira e lançou o seu sorriso confiante. Era inegável que os belos traços da mãe e o cabelo do pai tinham formado uma combinação agradável ao olhar, ele se lembrou de todas as noites em que ficou acordado pensando naquele garoto e corou. – Não quando existe coisa muito melhor.

            - Imagino a quem você se refere quando diz coisa melhor.

            Russell riu.

            - Está ficando afiado como o Stark. – e com isso a expressão dele se suavizou um pouco. – Você sabe de quem eu me refiro.

            Uau pensou um tanto surpreso. Russell nunca fora tão direto. Com ele eram sempre insinuações e palavras carregadas de segundo sentido. Tommen fechou o livro que equilibrava nas mãos e analisou o semblante do rapaz a procura de alguma piada. Não havia nenhuma, ele estava sério, como poucas vezes esteve na vida.

            - Certamente não está se referindo a pessoa que me beijava escondido para então fingir que eu não existia.

            - Eu nunca fiz isso.

            - Várias vezes.

            - Você estava mais do que feliz em ficar em segredo. – o outro respondeu nervoso.

            - Eu não ficava nada feliz quando via você beijando várias garotas. – Tommen se levantou ao sentir o pulso acelerar. – Vá embora Russell.

            O rapaz levantou-se também, mas não se moveu para sair.

            - Eu... Eu sinto muito. Olha, eu admito que fui um verdadeiro babaca, mas não é possível que você não percebesse que eu gostava de você de um modo diferente.

            Ele precisou rir daquilo.

            - Gostava de mim de um modo diferente? Você está falando sério? Como eu deveria saber? Pelo modo que eu era o seu segredo sujo ou pelo show que você dava com todas aquelas garotas em público? Eu era uma diversão, um tipo de passatempo.

            - Não. — Russell elevou a voz e então se esforçou para diminuir. Ele estava sério e tremendo, Tommen começou a ficar preocupado. – Eu era novo e estúpido. Ok. Muito estúpido. Fiquei apavorado quando me vi naquela dispensa com você, lembra do jogo? A garrafa apontou para nós dois e todo mundo ficou rindo e fazendo piadinha. Eu planejava apenas rir daquela situação toda, mas...

            - Você me beijou. – disse quase como uma acusação.

            - Sim, eu beijei. – seu tom era quase... Quase derrotado. – Era para ser apenas uma experiência, mas então eu me vi procurando por você em outros lugares, beijando você novamente. Eu sabia o que você sentia, eu sempre soube, você é um livro fácil de ler Tommen.

            Ele devia estar muito vermelho agora.

            - Eu dizia para mim mesmo que você era apenas uma amizade colorida, mas a cada dia aquilo soava mais errado. Tente entender, nós éramos apenas garotos, nós ainda somos apenas garotos. Eu estava apavorado pelo modo como eu sempre pensava em você, em como meus olhos te procuravam automaticamente, pelo modo como eu passava dias me recuperando de um beijo. Não era para ser algo forte, era apenas diversão, mas... Eu não estava preparado para nada daquilo. Nenhum pouco preparado. – ele passou a mão pelos cabelos frustrado. – Eu comecei a criar desculpas para ficar perto de você e às vezes ficava tão nervoso sobre estar sendo obvio demais que te ignorava.

            - Você estava longe de ser obvio demais.

            - Com o tempo eu tive essa falsa ideia de estabilidade. Na minha cabeça achei que poderia manter você até que, sei lá, uma luz me atingisse e eu soubesse o que fazer. Eu fiquei acomodado. Repito, eu fui um idiota, provavelmente o maior dos idiotas. – ele deu um passo em sua direção. – Demorei até notar as verdadeiras intenções do Stark, primeiro achei que simplesmente não gostava de mim, mas então... Então vi o jeito que olhava para você. Tentei afastá-lo, mas o tampinha é bastante obstinado. Quando vocês dois assumiram eu... Foi como se eu tivesse levado um soco no estomago. Você estava lá, com ele, olhando para ele como você costumava olhar para mim. – outro passo. – Eu fiz de tudo para deixar para lá. Disse a mim mesmo que não me importa, mas pelos sete infernos, eu me importo. Dói vê-los juntos, dói como nada nunca doeu antes, é físico sabe, é como uma estaca no meu peito sendo empurrada lentamente.

            Outro passo.

            - Sei do que sentia por mim Tommy e agora você sabe como eu me sinto. Não acredito que tudo aquilo tenha simplesmente acabado. – agora ele estava perto o suficiente para Tommen notar os olhos dele brilhando com lagrimas acumuladas. Russell pegou sua mão e começou a fazer círculos com o polegar no seu pulso, do mesmo jeito que fazia antes. – Eu sei que tem uma parte de você que ainda sente a mesma coisa por mim. Não é possível que tudo tenha sido transferido para aquele ruivinho. Eu fui um grande imbecil, mas... Mas eu gosto de você como eu nunca gostei de ninguém.

            - Russell, - começou cuidadosamente, - tem um mar de outras pessoas, você vai encontrar alguém...

            - Todos são invisíveis para mim. Eu te procuro em outras pessoas, seu cabelo, seus olhos, seu sorriso gentil... Eu procuro, mas ninguém é você, ninguém nunca vai ser você.

            - Há um tempo, eu morreria para ouvir você falar tudo isso, mas agora as coisas mudaram.

            - Você não pode gostar daquele garoto do mesmo jeito que gostava de mim.    

            - Eu não gosto. – falou e aquilo surpreendeu o outro. – Achei que gostava, mas não gosto. O que eu sinto por Rickon é muito maior do que aquilo. Eu gosto dele do jeito que eu nunca gostei de ninguém. Na verdade acho que gostar não é a palavra certa. Eu amo ele.

            - E eu amo você. Eu juro, pelos Deuses novos, pelos antigos, pelo Deus vermelho, por qualquer outro deus ou deusa que exista nesse planeta, eu juro que se eu tivesse mais uma chance eu iria fazer valer a pena, eu não iria te perder de novo.

            Tommen fechou os olhos, procurou por qualquer emoção, mas tudo o que encontrou foi pena.

            - Você vai encontrar outra pessoa Russell e você vai superar.

            - Você não entende essa sensação de ter seu peito partido em dois.

            - Acredite em mim, eu entendo de coração partido. – ele arregalou os olhos como se tivesse levado um tapa. Tommen não se sentiu nenhum pouco culpado. – Vá embora, Rickon vai chegar e eu não quero brigar com ele.

            - Tommy...

            - Estou falando sério.

            - Mas eu sei o que sinto por você.

            - Você vai sentir tudo isso por outra pessoa, não se preocupe.

            Russell o olhou por um par de segundos e então se afastou.

            - Não acho que seja possível. – perguntou-se para onde tinha ido o rapaz confiante que parecia nunca se abalar com nada. Depois se perguntou se aquela versão de Russell sempre estivera lá e ele apenas nunca notou. – Lembra de um passeio que fizemos no colégio? Para uma feira? Lembro de uma tenda, com uma senhora vidente, ela me disse que as minhas decisões erradas iriam tirar tudo o que realmente queria. No fim ela estava certa. Meus erros me tiraram você.

            Tommen teria encontrado alguma coisa para dizer se não fosse pela porta da sala se abrindo.

            - Estou interrompendo algo? – a voz de Rickon fez seu corpo gelar.

            - Não. – Russell respondeu ainda olhando para ele. – Eu não estou pronto para desistir Tommy.

            - Eu aconselho você a fazer isso. – seu namorado respondeu. – Sim, eu ouvi o bastante. Agora você poderia se retirar? Eu tenho que tentar ensinar o meu namorado a jogar demônios contra atacam e você está me fazendo gastar meu tempo.

            - Não seja cruel Rick.

            - Eu só não brigo com você por que eu ouvi você declarando seu amor por mim, então estou em um ótimo humor. Antes que esqueça, desculpe pelo atraso, a senhora Tanda me colocou injustamente de castigo.

— Conhecendo você eu diria que as chances de ter sido injusto são poucas. – comentou de volta e então olhou para o rapaz mais velho que continuava ali.

Rickon suspirou entediado na direção de Russell.

 – Você vai ficar plantado aqui?

            Russell deu um olhar mortal para Rickon.

            - Eu vou te conseguir de volta Tommy.

            Sem que ele pudesse evitar, Rickon voou no rosto de Russell e lhe acertou um soco. Antes que aquilo pudesse se transformar em uma briga, a bibliotecária apareceu no vão da porta e expulsou os três.

            Do lado de fora, Russell já tinha sumido e agora só restava ele e Rickon.

            - Proibido de entrar na biblioteca por seis meses. – comentou. – Seis meses.

            - Uma pena injusta eu diria.

            - Seis meses.

             - Ele mereceu. – o garoto não parecia nenhum pouco abalado. – Mas em vez de repetir seis meses pelo resto do dia, eu tenho um assunto muito mais interessante.

            - O que?

            - Você me ama.

            Aquilo não tinha sido uma pergunta. Tommen corou como um tomate e Rickon sorriu.

            - Não adianta negar, eu ouvi muito bem. – o Stark se levantou e estendeu a mão para ele. – Vamos para minha casa, está vazia agora e o que eu tenho em mente não pode ser feito aqui no campus ou mesmo em um fliperama.

            Tommen sentiu a boca ficar seca e as mãos tremerem.

            - Que tipos de coisas exatamente?

            - Todos os tipos de coisas.


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A casa estava vazia e silenciosa. Ela sabia que aquilo era errado, mas pelos Deuses, como é que alguém poderia resistir aquele corpo modelado pelo divino? Arya já tinha passado da fase de negar sua atração por Gendry, agora ela estava na fase de beijar escondido e escapar dos convites para encontros formais. O Baratheon precisava aprender o que casual significava.

            - Vamos para o meu quarto. – ela disse enquanto tirava a camisa dele e jogava no chão da sala.

            - Sua mãe vai estranhar uma camisa masculinha no chão.

            - Ela não vai voltar até amanhã de manhã. – ele beijou o seu pescoço e os dois subiram aos tropeços a escada.

            Aquilo era incrível. Com Gendry ela precisava se lembrar constantemente de respirar.

            Eles chegaram ao primeiro andar. Gendry prensou seu corpo contra a parede e um arrepio desceu pela sua espinha. Ela sorriu e agarrou o cabelo dele o puxando para mais um beijo. Sua blusa já tinha sido perdida quando eles entraram na casa e agora Gendry trabalhava nos botões do seu short. Os dedos dela também desceram até o cós da calça.

            - Muita roupa. – ele murmurou contra seus lábios.

            - Concordo.

            Ela se livrou no short e ele da calça. Depois voltaram a se agarrar. Bateram contra as paredes algumas vezes antes de Arya encontrar a sua porta. Ela precisou de algumas tentativas até conseguir abrir. Impacientes e sem quebrar o beijo eles andaram rápidos até caírem na cama.

            E então ela percebeu que havia mais alguém na sua cama.

            - Arya? – Ela e Gendry ficaram de pé e estancaram ao ver Rickon deitado e Tommen encima dele, vermelho como um pimentão. Pela falta de roupa, os cabelos bagunçados e as respirações ofegantes, não precisava ser um gênio para saber o que eles interromperam. – Eu só vou perguntar uma única vez, o que você está fazendo no meu quarto?

            - Esse é o meu...  – E então ela olhou ao redor. Paredes azuis cheias pôsteres de jogos. Oh...— Seu quarto...

            - Sim. Meu quarto. – seu irmãozinho era a única pessoa não constrangida no ambiente, ele falava com uma tranqüilidade invejável. – Como pode perceber estou ocupado, você poderia fazer a gentileza de sair e fechar a porta?

            - Com prazer.

            Ela agarrou o braço de Gendry e o arrastou para fora, antes de bater a porta ela ouvir o irmão gritar.

            - Da próxima vez não erra o quarto.


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Shireen queria puxar Edric para um dos quartos do apartamento que seu tio Renly compartilhava com Loras. A sala estava abarrotada de gente, uma confusão de vozes que quase a deixou tonta. Seu tio Robert apareceu com Delena Florent e os três filhos com tinha com ela, Mya, Gendry e Edric. Logo depois chegou Mhaegen, com os filhos que ela teve com seu tio, Bella e os gêmeos Steffon e Lyonel. Myrcella, Tommen e para a surpresa de todos, Joffrey, chegaram junto com Arya e Rickon. Seu pai estava lá junto com Davos e não tirava os olhos dela e de Edric – o que ele fazia desde que os pegou aos beijos no quarto dela, adeus plano de contar de forma respeitável sobre seu relacionamento com Edric.

            Além da sua família, também tinha os agregados. Myranda Royce e Harry Hardyng, amigos de Mya, Domeric Bolton, que trabalhava na empresa da sua família, ele trouxe seu irmão simpático chamado Ramsay. Jeyne Poole e Theon Greyjoy – amigos de Sansa e Bella. E sem esquecer os irmãos de Loras; Margaery, Willas e Garlan – sendo que Margaery e Garlan trouxeram seus respectivos acompanhantes.

            Com tanta gente, em uma sala pequena, transitar estava quase impossível.

            Por isso ela queria tanto fugir com Edric para um dos quartos, talvez tivesse conseguido se a confusão não começasse justamente na hora em que ela puxava o garoto para o corredor.

            - Você está me traindo! – o grito de Loras fez todo mundo se calar. Até então o namorado do seu tio tinha estado estranhamento quieto e nervoso, mas Shireen não havia pensado muito sobre o motivo disso;

            Shireen virou o corpo e viu o rapaz olhando de forma acusatória para o seu tio. Ela ainda pensou em continuar com seu plano, sua família era dada a confusões, eles iriam se resolver, no entanto a coisa desandou de vez quando Margaery se postou protetoramente ao lado do irmão.

            - É verdade Renly? – ela tinha um olhar ainda pior do que o de Loras. – Lembra sobre o que eu disse que iria acontecer caso você machucasse o meu irmão?

            - Eu... Eu... – o modo como ele gaguejou não ajudou muito para sua situação.

            Talvez ainda dê para fugir... E então Mya se colocou ao lado de Renly.

            - Ele não traiu ninguém!

            - Traiu sim. Eu vi as suas mensagens Renly. – era impressão sua ou os Tyrell tinham um talento inexplicável para o drama? Loras apontou o dedo na direção do seu tio, suas bochechas estavam vermelhas e o rosto deformado pela raiva. – Vamos nos encontrar às duas horas. Não se preocupe, Loras vai trabalhar a tarde inteira. Venha aqui para casa, estou ansioso para ver o que você tem para mim. EU. LI. TUDO.

            - Podemos manter o nível de civilidade hoje? – seu pai protestou.

            - Você mexeu no meu celular? – seu tio superou a surpresa inicial e começou a ficar irritado. – Você realmente mexeu no meu celular? O que nós falamos sobre privacidade?

            - Privacidade? Você trouxe o vagabundo para a nossa cama?

            Joffrey estava parado a alguns passos dela, ele estava rindo junto a Ramsay. Seu tio suspirou alto e seu outro tio comentou que Loras estava exagerando, todo homem cometia alguns deslizes. Uma frase infeliz de se dizer na frente dos seus vários filhos.          

            - Loras... Escute-me, eu posso explicar.

            - Pelos Deuses, é verdade. Você ousou me trair? Acha que encontrou alguém melhor do que eu? Porque me deixe esclarecer uma coisa, não existe ninguém melhor do que eu. Entendeu? Ninguém.

            - Pelos Deuses Loras, acalme-se.

            Por um instante Shireen achou que o Tyrell iria se acalmar, mas então ele tirou o copo da mão da sua irmã e jogou o conteúdo do rosto do seu tio. Aquilo foi um pouquinho cômico e ela precisou prender o riso.

            - Acabou? – Renly perguntou. – Você tem mais alguma coisa para dizer?

            - Eu tenho muitas coisas para falar.

            - Posso dizer algo primeiro? – sem esperar por uma resposta, seu tio tira uma caixinha do bolso da calça... Pelos Deuses... Ajoelha-se em frente de Loras... Ele está mesmo fazendo isso?... A sala inteira prende a respiração. – Loras Tyrell, você aceitaria se casar comigo?

            - Vo... Você está louco? – aquilo saiu quase como um sussurro. O Tyrell estava chocado demais para reagir.

            - Talvez, acho que o amor faz isso com as pessoas. Um tempo atrás eu disse que não estava pronto, mas hoje eu tenho certeza que estou. Sobre as mensagens que você leu, elas eram de Brienne, você a conhece certo? Ela estava me ajudando a escolher o anel.

            - Mas o numero era desconhecido.

            - Nym? – seu tio disse olhando para a mulher morena que entendeu o recado.

            - Brie está usando um celular antigo meu Loras, ela foi assaltada na semana passada e ainda não comprou um aparelho novo. – explicou ela.

            - Oh...

            - Agora que estamos esclarecidos, será que você poderia fazer a gentileza de me dizer se aceita ou não casar comigo?

            Pelo modo como os lábios de Loras se entortaram em um amplo sorriso Shireen poderia dizer qual seria a resposta. O sim veio acompanhado de vários vivas, risos e parabéns. Até mesmo seu pai estava ocupado demais felicitando o casal.

            - Vamos. – Shireen voltou a puxar Edric.

            - Você não vai falar com o nosso tio?

            - Temos coisas mais urgentes para fazer.

            Edric ficou vermelho até as orelhas e ela encontrou uma estranha satisfação nisso.



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Notas finais do capítulo

Altas emoções. Eu lutei contra esse ultimo ponto de vista, quase desisti dele, mas no fim consegui escrevê-lo. Comentário são bem vindos.
Bjs ;*



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