Quando ele ouviu as mensagens de Theon seu coração bateu tão rápido que ele derramou o café encima da sua mãe e saiu correndo apressado gritando um pedido de desculpa por cima do ombro.

Não demorou mais do que cinco minutos para chegar ao conjunto de prédios populares onde o amigo morava e demorou ainda menos tempo para subir apressado. Ele bateu na porta e esperou.

Theon atendeu parecendo um pouco contrariando.

– Asha, eu estou tentando resolver um proble... – e então ele parou e por alguns segundos foi como se sua língua tivesse sido cortada. Robb esperou paciente até que o rosto do amigo passasse de surpresa para vergonha para completo terror. – Olá Robb.

– Theon.

Uma pausa.

– Precisamos conversar.

Entrou no apartamento antes de ser convidado.

Theon parecia tão constrangido, ele olhava para o chão como se pudesse cavar um buraco e desaparecer.

– Olha, eu realmente sinto muito, você deveria desconsiderar tudo o que eu falei, eu estava bêbado e nós dois sabemos que sou um péssimo bêbado. – Theon forçou uma risada. – Vamos apenas esquecer, certo?

O rapaz se remexeu trocando o peso dos pés.

– Como vai Jeyne? Vocês estão saindo, certo?

– Não sei de onde você tirou essa ideia de que eu tenho algo com ela.

– Mas...

– Eu não gosto de Jeyne Westerling ou de Roslin Frey ou da Talysa... Na verdade eu gosto de uma única pessoa que até hoje de manhã eu pensei que nunca poderia sentir nada por mim.

Theon ficou ainda mais vermelho e Robb notou a duvida dele se tornando surpresa. Ele estava com aquela expressão de quem tenta esconder a expectativa.

– Hoje de manhã?

– Ela me mandou umas mensagens de voz para o meu celular, bem confusas sabe, mas assim que ouvi eu soube que ela gostava de mim também – ele tirou o celular do bolso e balançou na frente de Theon –, elas estão aqui, então essa pessoa não pode negar seus sentimentos, por mais que seja realmente boa fazendo isso.

– Essa pessoa parece ser levemente estúpida.

– Ela é mais do que levemente estúpida.

– Bem...

– Eu sempre pensei que o idiota com paixão platônica era eu e não você. – seu riso acabou trazendo um sorriso tímido para os lábios de Theon.

– Ei, você é um idiota com paixão platônica também. – resmungou indignado.

– Eu não bebi todas e te mandei mensagens confusas pelo celular. – Robb se aproximou do amigo do jeito que sempre quis fazer. – Agora que esclarecemos as coisas, podemos pular para a parte interessante?

E Theon voltou a ser Theon quando um sorriso sacana surgiu em seus lábios.

– Você sabe que todo mundo vai ficar louco quando souber.

– Não estou me importando muito para isso.

E então Robb o puxou pelo colarinho.

A previsão de Theon estava correta. Todo mundo reagiu de uma forma diferente. Jon disse que poderia apresentar rapazes melhores para Robb, o que resultou nele e Theon rolando na neve enquanto brigavam como dois meninos do jardim de infância. Roslin Frey pareceu feliz e comentou que adoraria sair em um encontro duplo com ele – outra revelação: Roslin estava namorando seu tio. Sua mãe tinha uma opinião parecida com a de Jon – e foi a primeira vez na vida em que Robb viu os dois na mesma sala concordando com algo e conversando normalmente –, ela tinha uma lista de rapazes aceitáveis e Jon insistiu que ele deveria deixá-los ajudar. Sansa achou fofo e Arya e seus irmãos apenas disseram que não queriam ouvir barulhos estranhos vindos do seu quarto.

Houve outros momentos em que Theon ficou bêbado e lhe mandou mensagens estranhas. Em uma dessas vezes ele recitou um poema romântico, o que foi bem engraçado.

Eles formavam um casal estranho, mas tudo bem, estranho era bom.