Primeiro ele se aventurou a se sentar em uma das grandes mesas do refeitório onde um grupo de conhecidos seus estavam. Myrcella, Obella, Shireen e Arya conversavam sobre qualquer coisa que fez a Stark corar como um tomate. Loreza e Dorea se divertiam em rir de alguma piada do seu primo Damon. Bran estava sonhando acordado com Meera de novo e Russell estava com o braço ao redor do pescoço de uma menina bonita. Ele não durou mais do que cinco minutos naquele lugar. Obella logo notou seu olhar triste e direcionou sua raiva para Russell. Tommen corava com todas as indiretas lançadas pela mais velha. Damon, outro que sabia sobre ele, lhe lançou um ou dois olhares de pena, para logo depois se juntar a Obella em seus ataques passivo-agressivo contra o ruivo.

Naquele momento ele soube que precisava se levantar e dá o fora dali.

Tommen pegou sua bandeja e andou pelos corredores a procura de um lugar silencioso e pacifico.

Primeiro foi até o pátio dos fundos, mas o barulho era infernal. Depois foi para o ginásio, porém o time de futebol da escola estava treinando. Tommen tentou também o auditório, o grupo de teatro estava lá , no laboratório encontrou o coordenador que o expulsou e por fim a sala dos instrumentos, onde as aulas de musicas eram dadas. Esta ultima estava vazia e Tommen sentiu-se sortudo por isso. Ele poderia sentar no chão mesmo e aproveitar o silêncio.

Contudo, momentos depois ele veio descobrir que não estava tão sozinho assim.

– Quem interrompe meu sono sagrado? - Pergunta uma voz sonolenta. Tommen tomou um susto ao ver alguém sair de trás do birô. - Ah, você.

Rickon Stark olhou para ele ainda confuso pelo sono. Seus cabelos ruivos estavam completamente bagunçados, parecia um ninho de cobre na sua cabeça, e suas roupas completamente abarrotadas.

– Você estava dormindo ali?

– É um ótimo lugar para dormir. - Rickon se aproximou e sentou do lado dele. - O que você está fazendo aqui?

– Comendo.

– Você sempre come no refeitório com o Bran e o Damon, ás vezes com aquela cenoura idiota também.

Tommen deixou uma risada baixa escapar depois de ouvir o apelido que Rickon deu a Russell.

– Você também não deveria estar comendo lá?

– Não estou com fome. - Entretanto, logo depois de dizer isso, o ruivo pegou seu sanduíche e deu uma grande mordida. - Atum? Você gosta de atum?

– Qual o problema de atum?

– Você tem um gosto péssimo para tudo hein.

Ele sentiu as bochechas corarem e a raiva preencher seu peito.

– Você tem o mesmo gosto que eu.

– Como assim?

Rickon pareceu realmente confuso com sua resposta e um tanto surpreso o que Tommen encarou como uma pequena vitoria. Desmanchar a pose de sabe tudo do Stark lhe era suficiente.

– Você também gosta da mesma pessoa que eu, então não pode dizer que eu tenho um péssimo gosto.

– Primeiro: Eu estava falando de sanduíche de atum. Eu não gosto e nunca vou gostar dessa coisa. Segundo: De onde você tirou essa idéia?

– Dos fatos Rickon. Tommen bufou. Você sempre parece irritado quando estou perto do Russell, sempre manda indiretas e quando estamos os três em algum lugar você sempre dá um jeito de me deixar o mais longe dele possível. Isso só prova uma coisa.

– E o que seria?

– Que você gosta do Russell. - Respondeu com segurança. - Myrcella me ajudou a abrir os olhos quanto a isso.

A sala ficou em silencio por alguns instantes até que Rickon caiu na gargalhada. Foi uma cena estranha, o Stark perdeu o controle e se deitou no chão com as mãos na barriga e lagrimas nos olhos. Tommen esperou o ataque passar irritado.

– Qual a graça?

– Eu juro que não sei quem é mais lerdo, você ou a sua irmã.

– Obella disse algo parecido, quando eu perguntei o motivo ela e as outras disseram que eu tinha que descobrir sozinho. - Tommen revirou os olhos. - Para de ri, eu não sou lerdo!

– Você só pode está de gozação comigo Tommen! - O Stark ficou de pé o encarando de cima, Tommen, incomodado, também ficou de pé evidenciando o fato de ser alguns centímetros mais alto que Rickon. - Talvez você esteja certo, talvez eu tenha um gosto péssimo.

– Então você gosta do Russell.

– Não seu tonto. Eu tenho um gosto péssimo por gostar da pessoa mais lerda de Westeros.

Tommen quase perguntou quem era, mas então uma lâmpada se acendeu na sua cabeça. Pelos Deuses.

– Espera...

– Eu tenho que segurar um maldito letreiro neon para você se tocar? -Tommen ainda estava sem fala. - Acho que eu vou ter que simplesmente ser o mais direto possível.

Rickon segurou seu rosto com as duas mãos e o beijou. Tommen não conseguiu fechar os olhos de tanta surpresa, assim que se afastou o Stark o encarou por alguns instantes antes de dizer:

– Mais claro impossível.

– Você...

Nesse momento o sinal tocou o interrompendo. O outro garoto pegou a mochila que residia atrás do birô e deu um de seus sorrisos travessos.

– Vou deixar você digerir a noticia. Por algum motivo muito idiota eu gosto de você, então vamos evitar que seu cérebro entre em pane e dê perda total.

E o garoto foi embora o deixando sozinho e completamente desconcertado.