Tempos modernos escrita por Florrie


Capítulo 33
Encontros


Notas iniciais do capítulo

Esse capitulo tem vários PDV. Eu tinha escrito essas pequenas cenas e percebi que era melhor postá-las juntas do que colocá-las em vários capítulos diferentes :)



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Sansa respirou fundo antes de entrar na sala de estudo e encontrá-lo ali. Tecnicamente aquilo não era um encontro, mas seu coração se comportava como se fosse. Assim que seus olhos se encontraram ele lhe deu um sorriso agradável.

– Boa tarde senhorita Stark. – Ele tinha um leve sotaque da Campina. Havia passado a infância lá e preferiu fazer a universidade em Jardim de Cima ao invés de vir com a família para a capital. – A senhorita trouxe seus livros?

– Sim. – Respondeu se sentado e depositando dois livros e um caderno na mesa.

Um ela pegou com Jeyne e o outro havia roubado a poucos segundos de um CDF que estava sentado no canto da biblioteca. Sansa não tinha feito seu cadastro ainda e não queria chegar com mãos vazias para sua aula com o professor Willas.

Ele é tão bonito. E novo também. Willas ensinava em algumas escolas da região e fazia doutorado. Ele também era um professor assistente na universidade, dava algumas palestras, tinha algumas turmas e é claro, estava no quadro de pessoas disponíveis para serviço de monitoria. Sansa nunca precisou de monitoria, mas quando viu o nome dele lá não resistiu.

– Ótimo então, vamos começar?

Aquele segundo sorriso quase a fez desmaiar.

– Sim, claro.

Willas começou a lhe explicar o assunto e ocasionalmente suas mãos se tocavam. Minutos depois ele mudou de cadeira sentando-se do seu lado e apontando coisas nos livros. O cheio dele era tão bom.

A única coisa que poderia ter estragado seu momento mágico foi Harry Hardyng, um estúpido estudante de engenharia, que decidiu ir à biblioteca justamente naquele momento e passou pela a janelinha da sala de estudos. Seu olhar mortífero deve ter lhe alcançado, pois o garoto revirou os olhos e se afastou.

– Está entendo? – A voz de Willas soou grave ao seu lado.

Ela corou e sorriu.

– Sim Sr Willas.


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Nym olhou para o relógio. Em breve deveria voltar correndo para a revista. Aquela tirana lhe arrancaria um olho se ela não voltasse a tempo para o ensaio fotográfico com a modelo de Myr. Estava quase se levantando para ir embora quando finalmente a avistou.

Margaery usava uma roupa discreta e carregava uma maletinha nas mãos. Ela tinha conseguido um estagio na prefeitura e abriu mão dos vestidos floridos que a faziam ficar fofa em favor de peças mais profissionais.

– Olá.

A garota sentou na sua frente e logo pediu um café e uma torta de chocolate. Nymeria pediu por um chá de erva doce. Margaery sorriu colocando um de seus cachos atrás da orelha. Ela era tão bonita que chegava a ser embaraçoso. Nymeria nunca ficava embaraçada, nunca, mas a Tyrell tinha um jeitinho especial de lhe fazer ficar nervosa. Pare já com isso, ordenou a si mesma. Ela era Nymeria Martell, a garota que sempre fez todos suspirarem. Jogou o cabelo para trás e sorriu.

– Você está atrasada.

Margaery soltou uma risada.

– Sinto muito por isso, mas precisei ajudar Jon a se livrar de Rhaenys hoje.

Sua prima tinha mencionado algo sobre um encontro para o irmão.

– Você está bem? – A pergunta lhe pegou de surpresa e ela logo entendeu o significado.

– As coisas estão indo bem. – Respondeu. Ela tinha um novo irmão e todos estavam começando a se adaptar melhor com a ideia.

– Ótimo então. – Sua mão foi coberta pela a da Tyrell. – Uma pena que nós só temos esse horário para conversar.

Sim, era uma pena. Mas é seguro. Da ultima vez que ela tinha ficado a sós com a garota acabou sendo atacada no banheiro.

– Você sai de que horas da revista?

– Hoje eu largo de seis, por quê?

– Que tal vir até a minha casa? Eu tenho um livro de fotografias de moda que eu sei que você vai gostar. Foi um presente da minha avó de uma de suas viagens sabe, é um exemplar bem raro.

Oh, lhe comprando com um livro de fotografias?

– E eu também tenho chocolate de Lys. Você já comeu? É tão doce. – Margaery se inclinou e o decote da blusa acabou revelando um pouco do sutiã de bojo que a garota usava.

E com chocolate e um par de peitos.

Ela era tão barata assim?

– Você vai vir?

– Acho que posso dar uma passadinha rápida.

Sim, ela era.


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Oberyn observou a mulher se aproximar com passos rápidos para logo depois sentar-se na frente dele. Ela escolheu um lugar discreto no porto, um pequeno restaurante que ficava encima de uma lojinha de lembranças. A mesa deles podia ter uma bela vista para o mar, mas Cersei preferiu a que ficava no canto mais escondido.

Antes ele teria tentado persuadi-la, mas as coisas não estavam exatamente agradáveis entre eles, então achou melhor fazer as vontades da Lannister.

– Quando me ligou fiquei um tanto surpreso. Pensei que nunca mais fosse falar comigo.

– Eu tenho que falar com você, afinal, aquela mulher fez o favor de anunciar aos quatro ventos que nós temos um filho.

Oberyn suspirou.

– Como ele está?

– Ainda me odeia. Assim como Myrcella e Joffrey. – Ele pensou em pegar sua mão, mas descartou a ideia logo depois.

– Se serve de consolo as garotas também não estão nos melhores termos comigo, Elia ainda está uma fera e não há um só dia em que Doran não me ligue para me dar um novo sermão.

– Seus problemas não se equiparam aos meus Martell. Você nunca enfrentou o olhar de desgosto de Tywin Lannister. Eu enfrentei, duas vezes.

– Menos vezes que seus irmãos. – Ele sorriu tentando amenizar o clima, mas tudo o que recebeu foi um olhar maligno.

– Tommen quer lhe ver.

– Eu gostaria muito disso, as meninas também. Ou talvez ele prefira algo sem as irmãs no momento.

– Tommen é um garoto doce, mesmo irritado, ele não vai se importar de tê-las por lá.

– Certo... Bem, esse foi o propósito desse encontro?

– Sim... Não exatamente. Eu também senti falta da comida do porto. – Um garçom se aproximou e lhe entregou dois cardápios. – Quer fazer alguma coisa depois daqui?

– Sim, claro. O mesmo de sempre?

– Não há motivos de se esconder dessa vez Martell – A resposta dela o pegou desprevenido. – Nós podemos andar de mãos dadas se você quiser.

– Isso vai ser divertido.


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Quando Jeyne beijou Theon pela a primeira vez ele ainda namorava Alys Karstark. Tinha sido algo rápido e inesperado, em um momento os dois estavam discutindo baixo na cozinha dos Stark e no outro os lábios dele estavam nos dela onde ficaram por alguns breves segundos. Depois disso Jeyne sempre ficava desconcertada em vê-lo.

No aniversario de Arya ele tinha terminado com Alys, mas só agora a chamou para sair. Jeyne tinha um não na ponta da língua. O Greyjoy era um garoto problema que vivia na parte ruim da cidade, contudo, ele também tinha um bom coração – mesmo que gostasse de esconder – e isso pesou na sua decisão.

– Você veio. – Theon parecia nervoso, ele esfregou as mãos e levantou-se do banco de pedra.

– Por que eu não viria?

– Por muitos motivos.

Ela soltou uma risada. O nervosismo que sentia acabou sumindo.

– Insegurança não combina muito com você Theon. – Ela pegou sua mão e o puxou em direção das arvores que cobriam o parque.

O sorriso estúpido acabou voltando para o seu rosto.

– Você não se importa do seu pai nos ver baby? Eu sei que nem ele, nem sua mãe gostam muito de mim.

Ele soltou sua mão e agarrou o seu ombro a puxando para perto. O sorriso convencido ainda estava lá, mas Jeyne ouviu uma pontada de medo na voz dele. Seu coração batia loucamente e o cheio dele lhe encheu o olfato.

Seu pai a mandaria ficar longe dele e sua mãe lhe diria que aquilo era uma péssima ideia. Jeyne sempre foi uma boa garota que fazia o que lhe era mandado.

Mas não hoje.

– Não me importo nem um pouco.


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Myrcella precisava espairecer um pouco então quando Trystane ligou perguntando se não estava interessada em jogar Cyvasse no parque ela aceitou rapidamente. Sair de casa seria um alivio.

O encontrou de tarde sentado na grama encima de uma toalha de piquenique. Ela corou ao notar que havia uma cesta com bolos e doces do lado dele. Aquilo parecia o tipo de encontro que ela tinha imaginado ter com Robb.

– Espero que não se importe, mas eu trouxe comida também. – Ele tirou uma rosa de dentro da cesta e ela jurou que iria cair para trás. – Minha mãe sempre diz que quando você vai encontrar uma garota bonita você deve levar uma rosa.

– Nossa... É... Obrigada. – Ela nunca tinha ganhado uma rosa antes.

Myrcella sentou-se na sua frente e ele colocou o tabuleiro entre eles.

– Vamos começar Cella? Espero que não fique triste quando eu acabar com você.

A Lannister riu.

A tarde passou e Myrcella ganhou todas as partidas. Achou que Trystane ficaria irritado e a acusaria de roubo como todos os meninos contra quem jogava no colegio, mas ao invés disso ficou completamente animado e disse que ela era a pessoa mais incrível que já conheceu.

– Parece que fui esmagado.

– Desculpe.

– Que nada! Foi tão sexy quando você jogou o dragão contra mim e acabou com todas as minhas esperanças. – Seu rosto ficou quente e ele riu.

– Jogar cyvasse não é sexy.

– Existe algo muito tentador sobre você acabando comigo no tabuleiro Cella. – O garoto pegou sua mão e a beijou com suavidade. Seu corpo inteiro tremeu. – Eu espero que a gente possa jogar de novo qualquer dia desses.

– E-eu a-a-acho que não tem pro-problema.

Ela tinha gaguejado, mas dane-se, quem não gaguejaria?



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Notas finais do capítulo

Comentários são sempre bem vindos :)
Espero que tenham gostado.
Beijos ;*



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