Arianne olhava descontente para Quentyn que já começou a se enturmar com Robb Stark. Os primos tinham certa rixa desde a infância, ambos queriam ser o favorito do pai. Nymeria sabia que o tio Doran amava os dois igualmente – assim como ele também amava Trystane –, mas todas as vezes que tentou convencer a prima disso não funcionou muito bem.

– Daemon! – O rapaz se aproximou com os olhos cheios de perspectiva. Ela sentia pena dele. Daemon era amigo de Arianne desde novo e completamente apaixonado pela a mesma, mas a Martell tinha outra pessoa como alvo.

Nymeria torcia para que um dia a prima percebesse quem tinha do lado.

– Olá Daemon. – Ele sentou ao lado de Arianne e a cumprimentou com um beijo na bochecha. Depois direcionou seus olhos azuis em sua direção. – Como vai?

– Estou bem Nym. – Ela sorriu em resposta. – Trystane parece completamente encantado pela a Myrcella.

– Os dois formariam um casal fofinho. – Arianne comentou e os três olharam para a Lannister que conversava com o Martell. Seu primo estava sorrindo como um bobo e Myrcella parecia um pouco tímida. – Será que teremos duas uniões entre as famílias?

– Loreza e Tommen? – Procurou a irmã com os olhos e logo a achou entre alguns amigos. – Você acha que pode dar certo?

– Claro.

Nymeria riu com a possibilidade. Era bem verdade que os Lannister e os Martell não se davam lá muito bem. Seu tio contava que gerações passadas começaram uma briga que ainda refletia hoje. A avó dela e o senhor Tywin tinham sido um exemplo perfeito disso, a paz apenas foi feita por que a falecida Joanna Lannister era muito amiga de sua avó.

Tio Doran não se meteria nos assuntos do filho. Provavelmente até incentivaria se isso significasse a felicidade de Trystane, entretanto, seu pai Oberyn, que sempre foi mente aberta, não pareceu lá muito favorável a um possível namoro entre Loreza e Tommen. Segundo ele Loree era nova demais, o que não fazia sentido, pois ela teve seu primeiro namorado com a idade da caçula e nunca ouviu uma reclamação sequer por causa disso.

Na hora seguinte o cheiro de carne finalmente se espalhou pelo o quintal. No tênis de mesa os Stark pareciam determinados em vencer os Baratheon, Arya e Sansa jogavam contra Gendry e Mya, provocações e xingamentos podiam ser ouvidos por todo o lugar. Na piscina quem reinava era os Tyrell. Enquanto Loras exibia seu porte físico invejável, Margaery sorria e dançava na água ao som da musica escolhida pela sua prima. Nym levantou-se da mesa e se aproximou da margem.

Pegou-se observando a cena até que Tyene veio com um copo de suco.

– Por que não entra na piscina?

– Eu não quero.

– Pensa que está enganando quem? – Tyene tinha um talento nato em ler as irmãs. Seus olhos azuis faiscaram de excitação. – Se não for lá eu vou.

– Vá para o inferno.

Disse e depois se afastou constrangida.

Procurou entre os convidados alguma cara familiar e logo encontrou Jon ao lado de Daenerys. Ela notou a mão da garota tocando mais do que necessário o braço de Jon – será que Arianne já percebeu a rival? –, do modo que sorria para Dany todas as vezes que se encontravam ela apostava que não.

– Olá.

– Oi Nym. – Jon a cumprimentou sempre educado.

– Oi.

– Eu espero que prove algumas das tequilas de Dorne, Jon poderá lhe dizer o quão boas elas são. – Nymeria comentou sorrindo e Dany soltou uma risada.

– Não me diga, eu não sabia que Jon Targaryen podia ficar bêbado.

O rapaz corou fortemente.

– O seu irmão vem? – Perguntou puxando assunto. No mesmo instante soube que foi uma pergunta errada. O rosto de Dany perdeu toda a luz.

– Não.

Um silencio estranho caiu sob os três. Dany e Viserys nunca se deram muito bem, sentiu-se uma burra por não ter se lembrado disso. Ainda constrangida Nymeria disse algumas palavras educadas e saiu rapidamente dali.

Ok, procurar outra pessoa.

Poderia ajudar o pai na grelha, mas isso significava ter que ficar no meio de qualquer que fosse a discussão que estava sendo travada entre Ellaria e ele. Melhor deixá-los em paz. Podia tentar ajudar a irmãzinha que tentava impressionar Tommen ou então incentivar o primo a se dar bem com Myrcella, tinha escolhido a segunda opção quando viu Robb Stark se aproximar do casal e se intrometer de um jeito estranho entre os dois.

A pobre Myrcella parecia que estava prestes a desmaiar.

Ela definitivamente devia ajudar o seu primo.

Contudo foi logo parada por uma mão no seu braço.

– Desculpe atrapalhar Nym, mas pode me mostrar o banheiro? É uma emergência.

Margaery Tyrell estava só de biquine com apenas uma toalha amarrada na cintura. Seus cachos castanhos quase sumiram por causa da água e seus olhos de corça estavam levemente vermelhos por causa do cloro. Ela ainda é muito bonita.

– Sim, claro.

Sem que ninguém as notasse, Nymeria guiou Margaery para dentro da casa. As duas passaram por um corredor que continha várias fotos da família para chegar à porta do banheiro.

– Pode entrar.

– Eu acho que vou precisar de ajuda.

– Ajuda?

Arqueou uma das sobrancelhas confusa. O que, pelos sete céus, essa menina queria fazer dentro do banheiro?

– Por favor.

– Acho que tudo bem.

Arrependeu-se no seguinte momento em que entrou no banheiro e ouviu a porta ser trancada atrás dela.

– Por que trancou?

Ela se virou para a menina um tanto assustada.

– Para ninguém nos atrapalhar.

E então ela teve os lábios tomados por Margaery.

Momentos depois Nymeria se viu saindo meio cambaleante do banheiro, mas sem conseguir esconder o sorriso estúpido que cresceu nos seus lábios. Ela voltou ao quintal e o que viu retirou qualquer sinal de felicidade e satisfação que estivesse exibindo.

Do lado de fora Loreza parecia petrificada, assim como o resto das irmãs. Seu pai tinha um semblante preocupado – algo raro nele – e Cersei Lannister, que devia ter entrado enquanto ela era atacada por Margaery, olhava para o filho mais novo com uma cara assustada. O silencio foi então quebrado por um garotinho ruivo que ela reconheceu como sendo Rickon Stark.

– Eu sou gay e a Arya beijou o Aegon e ainda esconde um álbum de fotos do Gendry pelado no quarto.