Quem lhe apresentou a ideia de sair com a Loreza foi a amiga da sua irmã. Obella. Tommen sabia que a garota tinha uma queda por ele, mas sempre tentou não incentivar isso. Quando Obella lhe perguntou ele acabou não tendo muita escapatória.

– Mas é que...

– Você a acha feia?

– Não, claro que não! – Loree era muito bonita e também era simpática, gentil, legal e divertida. Tudo o que Tommen poderia querer se... Bem... – É que...

– O Tommen não gosta da Loreza desse jeito Ella. – Myrcella veio logo ao seu socorro. – Ele vai ficar todo nervoso se for sozinho com a menina e eu acho que...

– Não tem problema. Podemos organizar algo duplo. Loree leva a Alla e você pode levar um amigo. Dou preferência para aquele ruivinho Stark, a Alla o adora.

– Robb? – O tom alto da sua irmã a entregou completamente. Obella, que sabia bem da queda de Myrcella por Robb, apenas riu.

– Não bobinha, minha irmãzinha é muito nova para esse Stark. – O sorriso malicioso da Martell fez sua irmã corar. – Depois quero saber como vai sua vida amorosa, acho que você está ficando muito lerdinha para se mover.

– Depois do que eu fiz? Acho que não vou ter cara para encará-lo de novo.

– E vocês não se viram outra vez?

– Na casa dos Stark, mas ele meio que me evitou.

Estavam distraídas com outro assunto, hora perfeita para fugir.

Mas claro que Obella tinha que lhe parar.

– Volte aqui Tommen, ainda não terminamos. – Ela discou um numero enquanto o encarava. – Oi Elia, olha, que tal um encontro duplo? Manda a Loree chamar a Alla e depois liga para a Sansa e pede ajuda... Certo, eu espero.

Estou perdido.

– Afinal, de que Stark estamos falando?

– Do Rickon Cella.

Tommen riu alto atraindo a atenção das duas.

– O que foi?

– Ele nunca vai aceitar.

– Como pode saber?

– Oras, eu conheço ele.

Estou salvo.

– Bem, se ele não aceitar vou precisar de um plano B. Ah, já sei. Aquele Russell Merrywheather, ele é filho da amiga da mãe de vocês né? Acho que a Alla também tem uma quedinha por ele.

Deuses não. Tommen sentiu o coração disparar.

– O Russell é bem popular entre as meninas mesmo. – Myrcella comentou rindo. – E ele e o Tommen se dão muito bem.

Ele fuzilou a irmã com o olhar que se deu conta do que estava fazendo e corou.

– Não está animado Tommen?

Não é como se você pudesse dizer não a um Martell.

– Muito.

Quem o levou para o cinema foi tio Jaime.

(Por algum motivo sua mãe foi contra quando soube, mas seu tio Tyrion e tio Jaime estavam por lá e perguntaram qual era o problema. Tommen ficou decepcionado quando sua mãe se rendeu e deixou ele ir.)

– Divirta-se garoto.

– Obrigado tio.

– E não faça nada que eu não faria. – Ele passou a mão pelos seus cabelos. – Qualquer coisa pode me ligar.

– Tudo bem.

Ele saiu do carro e foi andando com as pernas tremulas até a entrada do cinema. Ninguém veio lhe dizer se Rickon ou Russell aceitou o convite. Rickon provavelmente não, então quem estaria o esperando com as meninas seria o Merrywheather.

Tommen teria de aguentar vê-lo todo sorridente ao lado de Alla Tyrell.

– Tommen! – Loreza acenou logo que o viu e correu até ele sorridente. Foi gentil e cuidadoso, disse que ela estava bonita e que estava feliz em estar ali.

Loree corou sorridente e o levou até a bilheteria.

A vida seria muito mais fácil se eu simplesmente pudesse gostar dela. Ele não teria medo da reação da sua mãe ou mesmo do seu avô

Enquanto se aproximava ele avistou Alla com seus cabelos castanhos presos em um coque e ao seu lado um garoto com cabelos vermelhos, diferente do tom alaranjado de Russell. Rickon? Aquilo não fazia sentido.

– Vamos, nós já compramos, vamos assistir A víbora vermelha e a montanha. – Alla levantou os ingressos animada. – Me disseram que tem umas partes assustadoras, mas não tem problema, o Rick vai estar do meu lado.

A garota se aninhou no Stark que fez uma discreta cara de desagrado. Tommen não se conteve e soltou uma risada.

– Está rindo de que Lannister?

– Nada Stark.

O filme não era chato, na verdade, as cenas de lutas eram até legais. Contudo, Tommen não conseguiu se concentrar muito bem com Loreza apertando sua mão de um lado e Rickon reclamando do outro. No momento em que a Rainha declara que o combate deve iniciar Alla soltou um gritinho e se agarrou a Rickon. O Stark parecia desconfortável.

– O que está fazendo aqui? – Tommen sussurrou para ele.

– Sansa me obrigou.

– Ninguém te obrigada a nada Rickon.

– Você não conhece a Sansa.

– Mas eu conheço você.

Quando um dos homens lutando – o cara grande e monstruoso – quase matou o herói do filme o pessoal soltou alguns gritos e então os dois foram obrigados a ficar em silencio.

– Eu ouvi dizer que o protagonista morre. – Loree comentou e Rickon a olhou com cara feia.

– Caso eu quisesse saber o fim do filme antes do tempo eu simplesmente procuraria na internet e não perderia meu tempo aqui.

Sua acompanhante corou e ele olhou de cara feia para o ruivo.

– Não seja indelicado. – Ele então se virou para Loreza com um sorriso gentil. – Não ligue para o Rickon, ele é irritadinho assim mesmo.

Loree soltou uma risada.

– Sou irritadinho é?

E foi a ultima coisa que Rickon lhe disse até o fim do filme.

Mais tarde, depois de saírem da sessão, os quatro foram até uma lanchonete. Alla tagarelava sobre a apresentação das lideres de torcida, um monologo que estava irritando o garoto Stark. Ele vai falar alguma besteira. Tommen podia não ser tão próximo de Rickon como era de Bran, mas conhecia o garoto bem o suficiente para saber o que aquele sorrisinho significava.

Ele precisava pensar em alguma coisa, mas Loreza foi mais rápida e falou:

– Papai vai fazer um churrasco e disse que eu podia convidar quem eu quisesse. – Oh Deuses, ela o olhava com seus grandes olhos castanhos. – Vai ser super legal, todas as minhas irmãs estarão lá.

– Que divertido. – Rickon soou sarcástico, mas as meninas não notaram.

– Vocês três podem vir.

– Os meus primos de Dorne vão se mudar definitivamente para cá sabe, vai ser como uma festa de boas vindas. – Loree continuou. – Vocês vão?

– Claro. – Alla respondeu rápida.

– Acho que não faria mal nenhum.

Loreza sorriu com sua resposta e então todos os olhos se dirigiram a Rickon.

– O que foi?

– Você vai né Rick? – A voz de Alla soou demasiadamente melosa na humilde opinião de Tommen.

– Por que não?

A noite já tinha caído e as meninas foram embora com uma das irmãs mais velhas de Loreza. Ele e Rickon ficaram sentados do lado de fora do cinema esperando suas respectivas caronas.

– Eu estou curioso.

– Com o que?

– Por que você veio?

– Não tive muita escolha. – Respondeu sinceramente. – E a Loreza é uma garota legal, foi até uma saída legal.

– Sua gentileza exagerada me irrita. - Rickon respondeu. - Você não pode se esconder para sempre, sabe?

Ele acabou rindo.

– Agora é a minha vez, por que você veio? E não venha me dizer que te obrigaram.

O Stark lhe encarou com seus olhos azuis, pareciam estar zombando dele.

– Você é meio burrinho né Tommen?