À volta para casa de Yoko foi silenciosa. Nada parecia certo e tudo o que podia pensar era em que havia sido traída. Havia confiado em Sasuke e tudo o que recebeu foi um coração partido. Decidiu que não haveria mais lugar para ela ali, não poderia ficar perto do moreno querendo ou não ainda o amava muito.

Olhou mais uma vez o quarto pensando no que faria. Iria embora, mas tinha que ver tinha dinheiro o suficiente. Contou as notas e chegou à conclusão de que não tinha nem para comprar a passagem de avião. Teria que dar um jeito, mas o que fazer? Se falasse com o pai ele provavelmente a ajudaria, mas não queria quebrar a ligação que havia conseguido com ele com tanto esforço.

Passou o resto daquele dia e a noite a pensar. Não comeu ou bebeu, afinal não sentia vontade. Chorou até pensar que os olhos derreteriam de tanta dor e pesar. Mas decidiu-se a fazer o que era certa para si mesma. Aquele ali não era seu lugar. Tinha um emprego e lindas meninas tristes esperando pela professora na Inglaterra. Voltaria para o internato onde fora criada e aprendera a sua profissão. Onde sabia que estariam sempre a esperando mesmo que não fosse sua família de verdade ou uma pessoa amada. Talvez não ficasse feliz no principio, mas se acostumaria. Não havia conseguido isso antes? Todas as vezes que ia para casa da mãe passar um feriado não tinha vontade de voltar para o internato, mas sempre retornava e acabava por acostumar-se.

Pegou a única coisa que sabia que poderia vender para conseguir o dinheiro necessário. Abriu a pequena caixa e retirou o medalhão, abrindo-o a seguir. Observou as fotos sentindo as lágrimas escorrerem, limpou-as e voltou a admirar a pequena foto do pai. Retirou as duas fotos e fechou o medalhão. Levantou-se e saiu rumo à cozinha onde encontraria a pessoa que poderia ajuda-la.

Chyo , como sempre, estava preparando o almoço apesar de ser metade da manhã.

- Chyo preciso de sua ajuda. – Falou rapidamente devido ao nervosismo.

- Oh querida, o que está acontecendo? Fiquei preocupada. – Falou indo até ela e a abraçando apertado.

- Seu pai acreditou que estivesse com dor de cabeça, mas eu não. – Passou os dedos gorduchos pelas bochechas coradas de choro. – Esteve chorando. – suspirou. – o que o Uchiha fez para você querida?

- Oh Chyo. – Soltou um longo soluço, mas reprimiu o choro. – Não quero mais chorar.

- Certo, entendo. – Olhou para o medalhão que estava nas mãos da garota. – Já vi este medalhão antes. – sorriu como se recordasse de algo.

- Já?

- Sim, seu pai que comprou há muito tempo.

- Eu não sabia. – Falou enquanto encarava-o.

- Ele lhe enviou de aniversario.

- Achei-o antes de vir para cá em meio às coisas de minha mãe. – Falou quase sussurrando.

- Oh Saki.- Abraçaram–se mais uma vez. – Sua mãe pelo visto não era do tipo que lhe entregava presentes de seu pai, não é mesmo?

- Acho que ela não queria que eu os recebesse, mas não entendo o porquê disto. – Suspirou.

- Pois eu lhe digo o porquê querida. – Suspirou a velha senhora com o cenho franzido pela raiva. – Ela era uma mulher egoísta!

- Ela era sozinha. – Olhou para Chyo. – Mas isto já passou.

- É você tem razão. – Sorriu à senhora. – Você mais uma vez parece agir como se fosse mais velha do que realmente é.

- Não sei se isso é realmente um elogio. – Disse tristemente. – Os outros estão em casa?

- Oh não. – Encarou a menina. – Sasuke saiu ontem e não retornou. Seu pai foi trabalhar como sempre.

- Hm. – Falou franzindo a testa irritada. –Imagino onde ele deve estar.

- O que aconteceu Sakura? – Passou as mãos pelos braços da garota. – Ele parecia irritado quando chegaram ontem. Apenas disse que sairia e não retornou mais.

- Hmph. – Sorriu debochada. – Ele estava com a Karin, Chyo. – Olhou para a senhora sentindo os olhos lacrimejarem. – E deve estar com ela agora.

- Calma Sakura. Achei que vocês estivessem namorando ou algo do tipo.

- É eu também achei. – Suspirou. – Mas acabou e eu devo ir embora.

- O que? – Chyo estava surpresa. – Achei que moraria aqui agora que seu pai e você se acertaram.

- E é o que eu gostaria Chyo, mas não posso.

- Oh Saki querida. – Abraçou-a mais uma vez e deixou-a chorar. – Chore por que precisas.

- Por que ele fez isso comigo, Chyo? – Soluçou. – Eu realmente o amo e é por isso que não posso ficar aqui mais.

- Eu realmente lhe entendo, apesar de não achar a atitude correta.

Soltaram-se e se encaram carinhosamente.

- É por isso que preciso de sua ajuda. – Suspirou enquanto passava o dorso da mão no rosto retirando as lágrimas insistentes. – Preciso vender esta joia.

- Como? – Olhou-a. – achei que gostasse deste medalhão.

- E gosto, mas preciso do dinheiro.

- Você não tem dinheiro?

- Usei muito das minhas economias para vir e acho que me precipitei nas contas agora estou sem o dinheiro o suficiente para voltar.

- Peça ao seu pai. Yoko não negaria tal ajuda a você.

- Eu sei, mas não quero pedir isso a ele. – Suspirou cansada. – Entenda Chyo, não quero que Yoko pense que estou aqui pelo dinheiro. Também não quero me despedir dele.

- Como é? Não irá se despedir de seu pai?

- eu não aguentaria. – Outra lagrima escorreu. – Além de fazê-lo sofrer muito. Não posso fazer tal coisa ao meu pai.

- Mas ele irá achar que você foi embora para não voltar e tudo o que você fez terá sido em vão.

- Eu deixarei uma carta explicando a minha partida imediata.

- Oh sei. – suspirou a mulher. – Mentirá?

- Omitirei. – Sorriu tristemente. – Não posso falar a verdade a ele. Deixaria Sasuke em maus lençóis. Irei dizer que fui chamada pela escola onde ensino as pressas e tive que retornar. – Olhou a velha senhora que estava com a testa franzida. – E espero sua descrição Chyo.

- Não abrirei minha boca Sakura, apesar de ser contra isto que está a fazer.

- Obrigada.

- E quanto ao seu medalhão, creio que Gaara poderá ajuda-la.

- O Gaara? – Olhou-a sem entender.

- Sim. – Sorriu à senhora. – Ele tem uma relojoaria ou algo do tipo. Sei que ele adora comprar estas coisas.

- Os homens desta cidade são multiuso?

Chyo soltou uma gargalhada.

- A grande maioria.

- Certo, poderia chama-lo para mim?

- Sim.

- Irei subir para arrumar as malas e espero-o lá. - Olhou para Chyo sorrindo meigamente. –Obrigada por tudo.

- De nada querida. Mas fique sabendo que estou triste em vê-la partir. – as lagrimas se acumularam nos olhos de Chyo. – A casa teve mais vida desde que você veio para cá.

- Oh Chyo.

Abraçou a senhora que chorou silenciosamente.

- Agora vá lá que irei chamar o meu neto.

Saiu correndo rumo ao quarto onde começou a guardar suas coisas.

 

 

 

 

A sua mala estava em cima da cama com todos seus poucos pertences dentro. A roupa que usaria na viagem estava separada em cima de uma cadeira. Fechou-a derrubando-a no chão atrás da cama para que ninguém a visse.

Parou suspirando após o esforço. Desviou os olhos passando por todo aquele cômodo onde esteve nos últimos dias e pode chamar de seu. As lagrimas se acomodaram no canto de seus olhos embaçando a visão. Era triste deixar tudo para trás, mas era mais difícil ainda estar perto de Sasuke o único homem que amou em toda sua vida. Sabia que continuaria a ama-lo mesmo estando longe, mas pelo menos não sofreria tanto.

Suspirou mais uma vez quando seus olhos focaram-se no espelho. Viu-se ainda com o cabelo desarrumado e o roupão que cobria sua camisola. O rosto estava pálido e as olheiras sobressaiam-se. Passara grande parte da noite acordada pensando no que faria de sua vida. Alisou o roupão fechando-o mais para que não aparecesse sou corpo.

- Sakura.

Olhou para a porta vendo o amigo ruivo a encarando.

- Gaara. – Falou baixo quase em um sussurro. – Obrigada por vir tão depressa.

- Chyo me disse que era urgente. – Falava o ruivo enquanto adentrava o aposento. – Fiquei preocupado e quase atropelei uma idosa ao passar por ela de moto.

- Oh desculpe. – Seus olhos estavam arregalados pela preocupação. – Não precisava tanto.

- Calma Saki. – Gaara sorria animado. – Era brincadeira.

Colocou as mãos sobre o coração que batia descompaçado.

- Sem graça. – Suspirou.

- Você não me parece bem. – Tocou-a no rosto. – Está com olheiras.

- Eu não dormi bem. – Sorriu triste.

- Posso saber o que está acontecendo? – Falou sincero. – Minha avó disse que precisava vender alguma coisa importante.

- Sim. – Suspirou ao perceber que não conseguia enganar o novo amigo.

Buscou na cômoda a joia que ganhara e mostrou-a a ele.

- O que acha?

- É lindo Saki. – Gaara pegou o medalhão abrindo-o e encontrando-o vazio. – É sua?

- Era. – Falou triste. – Preciso vendê-la e Chyo disse que você comprava este tipo de coisas para sua loja.

- Sim compro. – Olhou-a nos olhos vendo-os triste. – Mas não posso fazer isso. Vejo em seus olhos a tristeza por vendê-la.

- Preciso do dinheiro Gaara.

- Eu empresto a você.

- Não. – Falou decidida.

- Não seja orgulhosa. – Encarava-a serio.

- Eu o comprarei de volta quando puder.

- certo. – Suspirou vencido. – O guardarei para você. Mas me diga por que você quer tanto dinheiro?

- Irei voltar para Inglaterra.

- Como? – O ruivo estava transtornado.

- Irei retornar de onde não deveria ter saído. – Estava visivelmente triste e raivosa.

- Não entendo o porquê Sakura. Aconteceu alguma coisa?

- Muitas coisas aconteceram Gaara, mas não quero falar sobre isso.

- Vai deixar as pessoas que ama para trás? – Falou irritado. – Vai fugir?

- Não estou fugindo. – Sabia que aquilo era mentira, mas não poderia pensar nisto. Doía demais.

- Está sim. Não sei exatamente do que, mas está claro que estar a fugir e se esconder.

Suspirou cansada passando as mãos pelos olhos.

- Irá poder me ajudar? – encarou-o novamente vendo o quanto o ruivo estava irritado e transtornado.

- Saki. – Suspirou. – Sou seu amigo e apesar de achar que está errada irei lhe ajudar.

-Obrigada. – Falou sorrindo triste.

- Sabe de uma coisa?

- Hm.

- Depois que falei com você naquele dia, eu fui até a casa das garotas.

- Ah é? – Sorriu sincera.

- Sim. – gaara sorriu bobamente. – A Ino estava realmente mal.

- Sim, estava.

- Nós nos acertamos.

- Serio. – Pulou e bateu as mãos felizes.

- Sim. – Suspirou. – Ela é uma ótima garota e gosta de mim de verdade.

- Isso era obvio.

- Pois é. – Encarou a rosada. – gosto dela mais do que poderia imaginar.

- Isso é realmente bom. – Sorriu feliz.

- Bom. – Abriu a carteira retirando o dinheiro pela joia. – Esse dinheiro é o que o medalhão vale. Apesar de achar que para você vale muito mais.

- Sim, mas é necessário.

- você deve saber o que está fazendo. – Suspirou. – É o que espero Saki.

- Obrigada. – Pegou o dinheiro das mãos do ruivo o abraçando em seguida.

- Você é especial e muito boa. – O ruivo falava enquanto passava as mãos pelas costas da garota.

- Você que é um ótimo homem.

As batidas eram altas e fizeram os dois se separarem.

- Muito bonita a declaração de vocês.

- Sasuke? – Gaara olhava-o sem entender.

- Então é assim Sakura?

- Sasuke você não sabe de nada. – Falou irritada.

- Ah é? – Sorriu amargamente o moreno.

Sakura voltou-se para Gaara.

- Obrigado mais uma vez Gaara. Mas acho melhor você ir.

- Tem certeza?

- Sim, por favor. – Falou com os olhos brilhando pelas lagrimas reprimidas.

- Adeus. – Disse a garota ao passar pelo moreno e sair rumo à porta da frente.

Engoliu em seco encarando novamente Sasuke.

- O que quer?

- Você realmente é ridícula. – Falava o moreno irritado. – Então é assim que ganha dinheiro?

- só então ela deu-se conta que estava com o maço de notas na mão.

- O que está a falar?

- Não posso acreditar que faça isso com você mesma. – Sorriu raivoso. – E eu achando que você era inocente.

- Como? Eu não estou...

- Eu sou um idiota. – Cortou a rosada, praticamente gritando. – Peguei leve com você achando que era inocente demais para mim. – Sorriu alto vendo a garota levar um pulo de susto. – Para que? Para nada.

Observou-o ainda mais raivoso vindo em sua direção. Recuou alguns passos largando o dinheiro sobre a cômoda.

- Sasuke! – Praticamente gritou ao sentir duas mãos em seus braços. – Você está me machucando.

- Pois deveria fazer pior. – Grunhiu. – Me diga a verdade, há quanto tempo esta transando com o Gaara por dinheiro?

- Eu o que? – Agora entedia toda a raiva do moreno para com ela. – Está louco?

- Não mesmo eu vi Sakura.

- Você não viu...

- Cale a boca. – Sacudiu-a fortemente vendo os cabelos rosados balançarem.

- Pare Sasuke está me machucando. – Falou quase chorando.

- Você bancou a difícil somente comigo não é? – Sorriu debochado. – Bem que a Karin me alertou sobre você.

A ruiva novamente, pensou. Sentiu seu coração se apertar lembrando-se do que Karin havia lhe falado no dia anterior.

- A Karin é? – Sorriu irritada. – Pois fique com ela Sasuke e me deixe em paz! – Praticamente gritou.

- Ah isso irei fazer com certeza rosada. – Sorria malicioso. – Mas antes tenho algumas coisas a acertar com você.

Sasuke a apertou nos braços e beijou lentamente seu pescoço. Sentiu-se estremecer compreendendo o que o moreno queria fazer.

Oh meu Deus, pensou. Não posso fazer isso.

Debateu-se o acertando no rosto.

- Me largue Sasuke se não irei gritar. – Falou sentindo-se violada novamente.

Oh não, pensou. Passar por aquilo de novo não.

Debateu-se mais e mais atingindo Sasuke no peito e nos braços. Suas unhas eram quase adagas que arranharam o antebraço do moreno.

- O que está fazendo Sakura? – Falou raivoso.

- Nunca mais me toque entendeu? – Disse chorando enquanto em sua mente as imagens se misturavam. O homem lhe tocando e tentando abusa-la, Sasuke na sua frente parado olhando-a com expressão incrédula ao mesmo tempo irritada. Os toques do moreno e do ex-namorado da mãe. Tudo se misturava deixando-a atordoada. – Nunca mais irão me forçar ou me tocar sem que eu queira. Nunca! – Gritou alto.

Sasuke deu um passo tentando chegar mais perto da garota o que a fez correr para o outro lado desvencilhando-se dele.

- Não chegue perto de mim! – Gritou novamente. Respirou profundamente tentando manter a mente no local onde estava naquele momento. – Pense o que quiser, faça o que quiser, mas não permitirei que toque em mim. – As lagrimas estavam vivas em seu rosto.

Observou a expressão fechada do moreno e os punhos fechados como se fosse bater nela a qualquer momento. Sentiu-se ainda mais assustada e desprotegida. Passou os braços em torno de si. – Volte para a ruiva com quem passou a noite e me deixe em paz, Sasuke.

- O que esta acontecendo aqui? – Chyo estava parada na porta observando os dois jovens.

Sasuke encarou a rosada desviando logo em seguida para a senhora na porta.

- Nada. – Respondeu Sakura rapidamente. – Sasuke já estava de saída.

O moreno a olhou mais uma vez e saiu do quarto batendo pés. Depois ouviu o som do motor do carro, o que indicava que este estava saindo definitivamente de sua vida.

As lagrimas correram por seu rosto e sentiu-se fraca o que a fez sentar no chão. Chyo abraçou-a fortemente com lagrimas nos olhos.

- Xixii, tudo irá ficar bem. – A senhora tentava acalma-la.

- Obrigada. – Disse em um sussurro enquanto sentia a mulher a embala-la.  – Você é um anjo Chyo.

- Não Saki, você que é pura o suficiente para achar que alguém como eu sou um anjo.

- Nunca esquecerei à senhora. – Ergueu o rosto encarando-a nos olhos. – É uma das pessoas mais especiais que encontrei na minha vida e nunca poderei tirá-la do meu coração.

- Oh querida. – Sorriu amigavelmente Chyo. – Nunca esquecerei a pequena rosada que fez a minha vida e a de outros mais felizes em poucos dias de convivência.

Abraçou-a mais uma vez sentindo o corpo rechonchudo da senhora.

- Agora tenho que terminar o que iniciei. – Afastou-se ajudando a senhora a levantar.

- Gaara pode ajuda-la?

- Oh sim. – Sorriu triste.

- Quer ajuda?

- Obrigada Chyo, mas não precisa.

- Irei preparar algo para você comer. – Sorriu. – Algo leve por causa da viagem.

- Sim, ficarei agradecida.

A senhora saiu do quarto deixando-a só para fazer as ligações necessárias para o voo.

 

 

 

 

 

 

 

 

- Ficarás bem? – Chyo perguntava pela décima vez a mesma coisa.

- Ficarei Chyo. –Sorriu tentando inutilmente enganar a senhora. – sempre fiquei não será agora que estarei em maus lençóis.

- Sei. – suspirou a mulher.

Sakura olhou-a mais uma vez sentindo os olhos embasarem pela tristeza. Odiava despedidas por isso não quisera falar com o pai.

Estavam na frente da casa diante do taxi amarelo que havia chamado há poucos minutos.

- Meu voo sai no meio da tarde, chegarei à escola antes do anoitecer. – falou sorrindo tristemente.

- Sim. – Chyo fungou deixando uma pequena lagrima escorrer.

- Oh Chyo. – Abraçou-a carinhosamente. – Prometo lhe escrever e ao papai também.

- É bom mesmo. – A senhora sorriu enquanto libertava-se dos braços pequenos da rosada.

- eu queria lhe pedir mais um favor.

- Pode pedir.

- entregue a papai esta carta. – Esticou o braço com o papel dobrado minuciosamente.

- Entregarei. – Falou a mulher enquanto pegava a carta.

- Escrevi explicando tudo o que era necessário. – Suspirou.

- Imagino. – Chyo a encarava, sabendo que a menina havia omitido grande parte da historia.

- Então adeus. – Deu um beijo estalado na bochecha da senhora e entrou no carro batendo a porta. O motorista deu a partida seguindo em frente deixando Sakura chorar com seus fantasmas.

- Poderia, por favor, passar neste endereço? – Entregou ao motorista um pedaço de papel com o endereço desejado.

- Hm, sem problemas senhora. – O taxista seguiu dobrando em algumas ruas.

- Obrigada. – falou triste.

Ficou observando as casas por onde passavam até estacionarem em frente à casa desejada.

- O senhor poderia esperar alguns minutos? – Ao receber o sinal afirmativo do taxista saiu do carro.

Andou pelo ladrilho que havia feito dias atrás. Sorriu triste ao lembrar-se daquela noite. Não poderia imaginar que estaria voltando ali em despedida.

Suspirou cansada pela noite mal dormida.

Tocou a campainha e esperou. Quando decidira ir embora pensara na confusão que havia acontecido e que não poderia ir embora sem dar suas justificativas. Não queria que guardassem más recordações suas, já chegava o que provavelmente seu pai e Sasuke pensariam. Apesar de que Sasuke já havia tirado suas próprias conclusões sobre ela desde que se conheceram.

A porta foi aberta cortando seus pensamentos.

- Sakura?

- Oi Ino. – sorriu tímida.

- Oh garota o que faz aqui? – Perguntou a loira confusa.

- Estou incomodando? – Olhou para os lados sentindo-se uma intrusa.

- Não, claro que não. É só que não lhe esperava. – suspirou Ino.

- Sim, imagino. – sorriu sem graça.

- Entre por favor.

- Obrigada.

Ino deu passagem para que ela entrasse e depois fechou a porta.

- Sente-se Sakura.

- Sim.

Sentou no sofá lembrando-se de como ela e as garotas estavam a poucos dias atrás atiradas por aquele cômodo. Estava sentindo-se tão distante que parecia ter passado anos e não dias.

- Está tudo bem? – A loira perguntou ao ver o silencio da rosada.

- Hm, está. – sorriu enquanto cruzava os braços em frente ao peito. – Queria pedir-lhe desculpas pelo ocorrido e dizer que não foi minha intenção fazê-la sofrer. – Suspirou.

- Desculpas aceitas. – Sorriu abertamente à loira. – Afinal foi você que fez Gaara enxergar algumas coisas.

Sorriu feliz ao perceber que Ino havia realmente desculpado-a.

- Eu somente o fiz enxergar o que já havia visto, mas insistia em dizer que não era aquilo.

Ino riu alto.

- Homens. – suspirou balançando o cabelo loiro. – Então você parece-me triste apesar de ter lhe dito que estava tudo bem.

- Oh eu estou indo embora.

- Mas por quê? – A expressão da loira era de incrédula. – Achei que estava feliz aqui.

- Estou. – Sorriu triste. – Eu tenho que voltar. – Suspirou. – Tem meu trabalho e não posso deixar minhas meninas assim. – Sorriu tentando mostrar confiança.

- Ah sim até parece que acredito nisto. – a loira estava com as sobrancelhas arqueadas. – O que o idiota do Sasuke fez?

- Não é nada disso...

- ah até parece que me engana Sakura! – Riu da própria perspicácia. – Sei exatamente que foi o Sasuke. – suspirou.

- Só não quero falar sobre isso. – Estava decidida a não abrir a boca.

- Sim finjo que acredito. – suspirou derrotada. – Mas tudo bem irei fazê-lo falar.

Estalou os dedos, brava.

- Bom preciso ir. – Levantou. – Desculpe por tudo e sorte com o Gaara vocês dois formam um lindo casal e são perfeitos um para o outro.

- Oh isso eu concordo.

Sorriram juntas enquanto a loira a levava até a porta.

- Saki queria lhe dizer que sentirei muita a sua falta.

Abraçaram-se chorando silenciosamente.

- Eu também sentirei sua falta e das outras meninas também. –Sorriu deixando uma lagrima solitária cair.

- Oh querida.

Afastaram-se chorosas.

- Adeus Ino.

- Até Saki.

Virou-se de costas para a amiga sentindo-se tranquila por ter concertado um problema e ajudado duas pessoas importantes, mas ao mesmo tempo triste por não poder vê-los mais. Talvez um dia conseguisse forças o suficiente para retornar a visita.