Recomeço escrita por BastetAzazis


Capítulo 9
Um Novo Começo




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Recomeço

Escrita por BastetAzazis

DISCLAIMER: Os personagens, lugares e muitos dos fatos desta história pertencem a Masashi Kishimoto.


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Capítulo 9: Um Novo Começo



Os primeiros raios de sol que atravessavam a janela incomodavam o sono de Sakura. Ela se remexeu na poltrona desconfortável do quarto de hospital, até que sua consciência enfim despertou, e ela abriu os olhos, assustada. Não podia ter adormecido - censurou-se mentalmente - era para ter monitorado as reações do Juugo durante a noite inteira depois que Tsunade-sama aplicara o suposto antídoto nele. Levantando os olhos para o outro lado do quarto, encontrou Sasuke sentado numa poltrona igual à dela, o Sharingan ativado.


- Não se preocupe - ele disse. - Ele dormiu a noite inteira. Parece que o corpo dele reagiu bem ao tratamento.


Sakura soltou um suspiro de alívio e se levantou para averiguar o estado de saúde do seu paciente. Ele ainda dormia, então ela voltou-se para Sasuke, ainda sentado e observando-a tranquilamente. Ela sorriu.


- Assim que ele acordar, vamos tirar uma amostra de sangue para termos certeza se o antídoto funcionou - disse.


Sasuke devolveu o sorriso. Embora ambos estivessem cansados por causa da noite de vigília, havia serenidade em seus olhares.


Ele se levantou e caminhou até ela, ao lado da cama onde Juugo descansava.


- Sakura - ele a chamou -, eu quero lhe pedir uma coisa.


- O quê? - ela perguntou, deixando Juugo por um momento e virando-se totalmente para ele.


- Eu conversei com a Tsunade-sama - ele começou -, e ela me disse que, pelo que vocês têm estudado dos pergaminhos do Orochimaru, há uma grande possibilidade dos efeitos deste selo serem passados para os meus descendentes.


- Sim - Sakura confirmou -, embora ainda não temos ...


- Se o antídoto funcionar no Juugo - ele continuou, interrompendo-a -, eu quero ser o próximo a testá-lo.


- Não! - Sakura contestou, virando-se para Juugo e fingindo que ainda o examinava. - Você e o Juugo são casos diferentes. Ele nasceu com isso; as chances do corpo dele aceitar a recombinação do chakra dele mesmo são enormes. Mas você... - Ela voltou a encará-lo, seriamente. - A partir do momento que você tomar o antídoto, seu organismo pode reconhecê-lo como a imposição de um chakra estranho. Você correrá o mesmo risco de vida que corria quando recebeu esse selo, ele pode voltar a se espalhar pelo seu corpo até... - ela não conseguiu continuar, negando-se a admitir a possibilidade de perder Sasuke para sempre.


- Mas deve haver um jeito... - ele insistiu.


Sakura fitou o chão. Havia, sim, uma possibilidade. A administração do antídoto deveria ser realizada lentamente e acompanhada de uma cirurgia semelhante à que elas realizavam em ninjas envenenados. Ainda assim, nada garantia que o corpo dele resistiria a outra modificação do chakra.


Ela explicou isso para ele.


- Eu confio na minha médica - ele respondeu prontamente quando ela terminou de falar, um sorriso confiante no rosto.


Sakura arregalou os olhos. Ele não podia estar falando sério. Não podia estar querendo correr um risco tão grande desnecessariamente.


- Sasuke... - ela tentou convencê-lo mais uma vez. - Mesmo que isso dê certo, você vai perder tudo o que conseguiu com o selo. Você nunca mais vai ter a força que...


- Eu não me importo - ele a cortou. - Eu li o medo nos seus olhos a primeira vez que você me viu lutando daquele jeito e não quero nunca mais fazê-la se sentir assim. Foi por isso que você desapareceu naquele dia do exame chuunin, não foi?


Sakura baixou a cabeça, sem coragem de dizer que ele estava certo, que ela não suportava vê-lo na forma que tomava quando estava com o nível 2 do selo ativado. Ela sentiu os lábios dele beijando o topo da sua cabeça e deixou que uma única lágrima rolasse pelo rosto.


- Eu prefiro passar todo o meu tempo de folga treinando para ficar mais forte a viver com a maldição do Orochimaru - Sasuke continuou. - Ou pior, ver os meus filhos herdando algo que eu nunca deveria ter recebido.


Ela levantou os olhos, encontrando as orbes negras encarando-a firmemente. Ele estava certo do que dizia, e ela o conhecia bem o bastante para saber que não voltaria atrás com sua decisão. Deixou que um sorriso se formasse em seu rosto. Embora fosse uma cirurgia arriscada, ela se sentiu lisonjeada ao saber que tinha uma pequena participação na decisão dele.


Sem palavras, ela o abraçou, deixando sua cabeça descansar sobre os ombros dele. Ele envolveu os braços nela, devolvendo o abraço, e os dois continuaram unidos até que Tsunade entrou no quarto para saber notícias de Juugo.


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Merda! - Sasuke pensava calado enquanto encarava o ninja de olhos inexpressivos e aquele maldito sorriso falso recostado do outro lado da ponte. Onde aqueles dois se enfiaram?


Depois de quase meia hora esperando seus companheiros de time, Sasuke já estava perdendo a paciência. O Naruto parecia que estava ficando cada dia mais parecido com o Kakashi-sensei, sempre chegando atrasado para o início das missões do grupo, obrigando-o a aturar a companhia do Sai. Mas o que mais o incomodava era a ausência da Sakura. Ela sempre era a primeira a chegar, amenizando as interações entre ele e aquele substituto que ele ainda não suportava, mas naquele dia, estava atrasada também.


- He he... - a risadinha de Naruto o despertou de seus pensamentos. - Vocês estão parecendo dois namoradinhos encarando-se desse jeito.


Dois pares de olhos estreitos o encararam em silêncio.


- Você está atrasado, dobe - Sasuke resmungou depois de alguns instantes.


Naruto levantou uma das mãos até a nuca e respondeu com um sorriso amarelo:


- Er... me desculpem. Eu estava vindo para cá quando precisei ajudar uma velhinha que... - Olhando para os lados, ele finalmente percebeu que não era o último do grupo a chegar. - Ei! Cadê a Sakura?


- Ela também está atrasada - Sai respondeu, sem denunciar nenhum tipo de preocupação em sua voz.


Naruto olhou atônito para Sasuke, que simplesmente deu de ombros para o amigo. Quando estavam prestes a sugerir procurá-la, Karin surgiu logo atrás do Naruto.


- Muito bem, vocês estão todos aqui - ela disse. - Podemos partir para a missão.


Os três ninjas ficaram boquiabertos com a kunoichi de shorts curtíssimos, parada com as mãos na altura da cintura no início da ponte que usavam como ponto de encontro para o grupo. Nenhum deles fora avisado que ela também faria parte daquela missão.


Depois que fora a responsável pela total recuperação de Neji, Karin repensou sua decisão sobre deixar Konoha e acabou sendo incorporada aos demais ninjas da vila. Entretanto, ela havia deixado o Distrito Uchiha, e Sasuke raramente falava com ela desde que a kunoichi conhecera outro ninja da folha tão soturno e talentoso quanto seu antigo companheiro do Time Hebi.


- Vocês estão partindo para uma missão no País do Chá, não estão? - ela continuou, vendo que os futuros companheiros continuavam em silêncio. - A Tsunade-sama me mandou ir com vocês.


Os três se entreolharam em silêncio, até que Sai afirmou:


- Nós estamos esperando a Sakura-san. Não partiremos sem ela.


- Vocês não entendem nada, não é? - Karin replicou. - A Tsunade-sama me mandou no lugar da Sakura. Pelo que entendi, ela não vai mais fazer nenhuma missão com vocês.


- O quê? - Naruto berrou. - Isso é mentira! A vovó Tsunade jamais trocaria a Sakura por você!


Karin revirou os olhos. Ser aceita no grupo da Sakura seria mais difícil do que ela imaginara, e ainda teria que passar duas semanas com aqueles bakas... Com os olhos estreitos, respondeu para o Naruto:


- Você pode ir até o escritório da Hokage para ter certeza, mas eu não o aconselharia. - Com um sorriso cínico, continuou: - Ela estava aos berros com a sua amiguinha chorona quando me chamou...


- Ora sua... - Naruto avançou contra ela. - Se você falar mais alguma coisa da Sakura-chan, eu...


Mas Naruto foi impedido de continuar por Sasuke, que até então estava ouvindo tudo em silêncio. Ele segurou o amigo pelo braço e deu um passo a frente, colocando-se entre Naruto e Karin.


- O que aconteceu exatamente? - ele perguntou com uma voz calma, mas ameaçadora.


- Eu não sei - Karin respondeu, defendendo-se. - Eu fui chamada para o escritório da Hokage, e ela só me disse para seguir com vocês nessa missão, pois o grupo não poderia partir sem um médico na equipe.


- E a Sakura?


Karin deu de ombros.


- Ela estava com a Tsunade-sama, chorando como sempre. - Acrescentou o comentário com um sorriso falso. - Quando saí da sala, ainda dava para ouvir a Hokage aos berros, dizendo para a Sakura que ela não poderia sair em missão.


- Não é possível! - Naruto gritou, ainda preso pelo Sasuke. - Eu vou até o escritório da vovó-Tsuna...


- Não - Sasuke disse, sério. - Nós já estamos atrasados. Vocês partirão agora para o País do Chá, enquanto eu vou ver o que aconteceu.


Ele soltou Naruto e começou a andar em direção ao escritório da Hokage, mas estancou assim que Karin deu uma risada espalhafatosa.


- Eu sabia que sem aquele selo você não passava de um covarde, Sasuke-kun - ela o provocou. - Não sei por que a Hokage não escolheu o meu Neji para essa missão, ele é muito melhor que vocês três juntos!


Sasuke se virou para respondê-la; Naruto simplesmente olhou boquiaberto e indignado, tentando imaginar um insulto apropriado para aquela usurpadora; mas Sai, com a mesma calma de quem nunca demonstrava suas emoções, já havia dado vida a três de suas cobras desenhadas sobre um pergaminho. Cada uma se enrolou em um de seus três companheiros, impedindo-os de se moverem.


- Nós temos uma missão a cumprir - ele disse, calmamente - e estamos atrasados. Ou vocês se entendem de uma vez, ou eu arrasto os três amarrados até o País do Chá.


- Sai, seu baka! - Naruto gritou assim que percebeu que estava preso novamente. - Eu não estava fazendo nada!


Sai ignorou os berros de Naruto e continuou encarando Sasuke e Karin com olhos inexpressivos. Finalmente, os dois entenderam que não adiantaria lutar contra suas pinturas, e Sasuke ordenou:


- Pode nos soltar. Eu não vou estragar essa missão por causa de uma decisão súbita da Hokage. Descobrirei o que aconteceu quando voltarmos.


- Tem certeza? - Naruto perguntou, olhando preocupado para o amigo.


Sasuke apenas assentiu com a cabeça, e Sai os soltou, desfazendo seu jutsu. Os quatro seguiram em silêncio até a saída da vila e continuaram seu caminho para o País do Chá sem nenhuma interrupção.


Seis meses haviam passado desde que Sasuke decidira se livrar do maldito selo que ganhara do Orochimaru. Não fora uma decisão fácil, afinal, fora graças à força que o selo lhe dera que ele conseguira vencer o irmão mais velho, evitando que os planos dele para Konoha e o Jinchuuriki, que por acaso era também o seu melhor amigo, se tornassem realidade. Mas parecia que as nações shinobi entrariam por um longo período de paz, e seria um alívio se livrar de qualquer coisa que o lembrasse dos anos que ele passara sob a tutela do mais perverso entre os três senins.


E ainda havia a Sakura...


Ele não suportava lembrar dos olhos dela, arregalados de medo, quando o vira pela primeira vez naquela forma. Naquela época, sua mente ainda estava ocupada demais com sua vingança para pensar nela como algo mais que a companheira de time deixada na antiga vila. Ainda assim, ela fora a única pessoa em que ele confiara quando eram genins, e a constatação de que perdera aquela confiança mútua fora um baque mais forte que qualquer golpe com os novos jutsus dela. Ela estava certa em temê-lo, ele sabia que quando estava no nível 2 poderia perder o controle e acabar atacando até mesmo aqueles que lhe eram queridos. E depois que a Sakura se tornou algo ainda muito mais importante e valioso em sua vida, ele não podia ser o causador daquele olhar aterrorizado novamente; nunca mais.


Ela e a Tsunade-sama o alertaram quanto aos riscos da cirurgia, mas a única que coisa que ele entendeu em meio aos diversos termos técnicos que elas utilizavam era que ele ficaria inconsciente por uma semana, enquanto elas se revezariam para administrar o antídoto lentamente em seu corpo. Ele não se lembrava nada daquela semana, mas na semana seguinte, quando ainda permaneceu internado, ele sabia que ela jamais saíra do lado dele; e ele agradeceu por isso, pois não havia mais ninguém que ele queria que estivesse ao seu lado além da sua Sakura.


Levou quase um mês para que ele pudesse voltar a treinar novamente, e dois para que a Hokage o liberasse para voltar às suas missões. Mas a Sakura sempre estivera ao seu lado, cuidando de sua recuperação ou ajudando-o com seu treinamento. Se logo que ele voltou a Konoha a imagem da mulher que ela se transformara o fizera lembrar de sua antiga promessa de restaurar o clã, agora ele tinha certeza que era com ela que queria passar o resto de sua vida.


Ele corria pelo País do Fogo, liderando seu time até o País do Chá, com o coração apertado. Não era normal a Sakura não estar com eles, principalmente daquele jeito, numa decisão repentina da Hokage. Ele estava dividido se deveria ter insistido com Sai e averiguado o que acontecera com a Sakura, ou se estava fazendo a coisa certa, levando sua missão adiante conforme fora ordenado. Do sucesso daquela missão dependeria sua aceitação na ANBU, e assim, ele teria uma renda satisfatória para lhe garantir o sustento de uma nova família. Era o que ele estava esperando para pedi-la em casamento, e por isso, seguia com seus companheiros dizendo a si mesmo que fazia aquilo pela Sakura, embora a preocupação com a namorada jamais o deixasse.


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Duas semanas depois, nem mesmo o Naruto estava suportando o mau-humor do amigo e líder do grupo. Sasuke passara todo o tempo preocupado com a Sakura e formulando mil e uma possibilidades em sua mente para explicar por que a Hokage a impedira de ir com eles. A volta para Konoha nunca foi tão demorada.


Quando atravessam os portões da vila, Naruto suspirou aliviado. Finalmente descobririam o que aconteceu com a amiga, e o Sasuke voltaria ao normal. Embora o normal do teme não era tão diferente assim...


- Eu faço o relato da missão para a vovó-Tsunade - Naruto sugeriu assim que eles entraram na vila.


Sasuke respondeu com um olhar furioso, que o fez agradecer pelo amigo não ter mais o selo amaldiçoado.


- Assim você pode procurar logo a Sakura no hospital - Naruto se explicou. - Ela deve estar lá uma hora dessas, não é?


Em silêncio, Sasuke lhe entregou alguns papéis e saiu em direção ao hospital. Naruto o observou se afastar com um sorriso, lembrando-se que ele logo encontraria a Hinata também. Mas antes, teria que ir até a Hokage e averiguar com a vovó-Tsunade o que havia acontecido com a Sakura, ele também estava muito preocupado com a amiga.


Sasuke foi correndo para o hospital de Konoha. Quando chegou lá, precisou se controlar para não destruir a recepção, já que ninguém sabia lhe informar onde Sakura estava. Indignado com a "falta de organização daquelas recepcionistas incompetentes", ele começou a caminhar a esmo pelas ruas, dirigindo-se instintivamente para o lugar onde sabia que ela costumava ficar quando estava com problemas - e que passou a ser o seu lugar favorito em Konoha desde que eles começaram a namorar.


Seu coração bateu acelerado quando, chegando na mesma praça, percebeu a garota de cabelo rosa parada lá em baixo, em frente ao lago. Ele correu para encontrá-la e, quando se aproximou, percebeu que ela estava chorando.


- Sakura - ele a chamou, envolvendo-a num abraço antes que ela pudesse responder.


Eles ficaram em silêncio por alguns minutos, se abraçando e se beijando, matando a saudade que sentiam através do contato entre seus corpos.


- Como foi a missão? - ela perguntou, depois que se afastaram.


- Tudo bem - Sasuke respondeu, sentindo-se um pouco mais tranqüilo depois do abraço dela. - Mas eu senti sua falta. O que aconteceu? Por que a Tsunade a proibiu de ir conosco aquele dia?


Sakura fugiu do olhar dele e encarou o lago a sua frente.


- Ela me proibiu de participar de qualquer missão.


Sasuke franziu o cenho.


- O que aconteceu, Sakura? Você está bem?


- Sim - ela respondeu, afirmando com a cabeça. Mas Sasuke não deixou de notar a voz embargada enquanto ela tentava segurar o choro.


- Sakura - ele a chamou, segurando-a pelo queixo para obrigá-la a encará-lo. - O que está acontecendo? - perguntou, sério.


- Eu sinto muito - ela balbuciou entre as lágrimas que agora caíam livremente. - Eu... Eu não queria que fosse desse jeito...


Sasuke continuou encarando-a, o coração batendo cada vez mais acelerado ao vê-la chorando daquele jeito e sem poder fazer nada, sem ao menos saber a razão daquelas lágrimas. Sem saber o que dizer para consolar a namorada, afinal ela ainda não lhe dissera por que estava chorando, ele apenas a abraçou, aninhando-a em seu peito e beijando o topo da cabeça.


- Eu não posso dizer nada enquanto não souber o que está acontecendo - ele respondeu, calmamente.


Sakura parou de chorar e, com um passo para trás, afastou-se do abraço dele.


- Sasuke - ela começou, respirando fundo -, a Tsunade-sama me proibiu de participar de qualquer missão com vocês porque ela está preocupada com a minha saúde...


Sasuke arregalou os olhos. A Sakura estava doente? Não podia ser verdade, não era justo... não agora que ele tinha a certeza que ela era a única mulher que ele queria ao seu lado para...


- ... e a do nosso filho - ela continuou, colocando as mãos sobre a barriga e forçando um sorriso.


Ele ficou estático. Quem a Tsunade-sama pensava que era para se intrometer nos assuntos da família dele? Família? Filho? - uma segunda voz berrava em sua mente. Desde quando ele tinha um filho?


- Filho? - ele perguntou, os olhos arregalados. - Sakura, você está me dizendo que... que você está... - Ele começou a gaguejar e, de repente, o temido Vingador Uchiha se transformara num garotinho assustado. - Você está grávida?


A surpresa dele fez com que as lágrimas voltassem a escorrer no seu rosto. Ela simplesmente assentiu com a cabeça, fitando o chão. Quando finalmente resolvera levantar os olhos para encará-lo, ele já estava ajoelhado no chão, abraçando sua cintura. A cabeça dele encostada em sua barriga.


- Um filho... - ele repetia insistentemente, fitando o horizonte.


Um sorriso bobo, que raros ninjas tiveram a chance de presenciar em Konoha, estava estampado no rosto de Uchiha Sasuke. Da mesma forma repentina que se ajoelhou, ele levantou novamente, encarando profundamente os olhos verdes da mulher que ele mais amava em sua vida.


- Nós precisamos marcar a data, então - ele disse, voltando para sua personalidade decidida. - Não vejo a hora de poder chamá-la de minha mulher.


- Não - Sakura respondeu, séria. - Eu não vou obrigá-lo a casar comigo só por causa desta criança. Não quero que você...


Mas ela foi calada com um beijo, que tirou qualquer dúvida sobre a motivação de Sasuke para a realização daquele casamento. Quando seus lábios se separaram, ela sorriu, deixando que as lágrimas, agora de alegria, caíssem livremente de seus olhos mais uma vez.


- Sasuke! Seu teme!


O berro já tão conhecido os alertou para o caminho que descia até o lago onde estavam. Naruto corria em direção ao Sasuke com uma kunai em mãos. Felizmente, o ninja hiperativo de Konoha era barulhento demais, e Sasuke conseguiu desviar do ataque do amigo, fazendo com que a fúria dele fosse descontada na água.


- Naruto, seu baka! - Sakura gritou, repreendendo-o. - O que você está fazendo?


- Eu te pego, Sasuke - Naruto continuou gritando enquanto saía de dentro do lago. - Eu avisei que se você fizesse a Sakura-chan chorar mais uma vez, eu...


Mas ele não conseguiu continuar com sua ameaça, pois assim que chegou perto da Sakura, ela o acertou com um dos seus famosos socos.


- Sakura-chan? - Naruto olhou confuso para a amiga que ele achava que precisava defender.


Sasuke caminhou até o amigo e estendeu uma mão para ajudá-lo a se levantar. Entretanto, o Uzumaqui não aceitou a ajuda e, assim que se levantou sozinho, encarou o Uchiha.


- A vovó Tsunade disse que você sabe muito bem por que a Sakura não pode ir com a gente. E agora ela está chorando de novo! O que você fez com ela, teme?


O rosto de Sasuke deixou a expressão séria, e ele se permitiu uma risada satisfeita enquanto abraçava seu melhor amigo.


- Venha, Naruto - disse quando terminou o abraço. - Eu faço questão de pagar uma rodada de lámem para você hoje.


Naruto ainda olhou confuso para o Sasuke por um instante, mas não perderia a chance de comer o delicioso lámem do Ichikaru de graça. Os três amigos seguiram felizes para a melhor barraca de lámem de Konoha, certos que nada mais poderia romper os laços formados depois de tantos anos de alegrias e tristezas compartilhadas.



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Notas finais do capítulo

N.A.: Talvez eu devesse por a frase: "E eles viveram felizes para sempre..." , mas ainda tem um epílogo adiante.



… quase o fim...



E mais uma vez, muito obrigada a todos que deixaram reviews, elas foram muito estimulantes!



Nejizetes, não me matem! Olhem! Ainda tem mais um cap para ler!



*foje para a Colômbia*



Continua...