Between Bites And Kisses escrita por Isa Paçoquita


Capítulo 5
Sonhos e Lembranças


Notas iniciais do capítulo

Oiee!!!
Vim diretamente do além para postar para vocês!
Meu estado estava com greve dos professores então não podia ir muito no computador, mas hoje voltou as aulas!! #DançinhaLoka
Infelizmente acho que por ter mais o computador e poder postar para vocês, geral do Whats ta de mal comigo, mas vocês ganharam um cap novo!!! YEAHH.
Acho que é só

Até as notas finais e Boa Leitura :*



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P.O.V Tobias

No sonho eu estava novamente naquela floresta, com as árvores ao meu redor parecendo esqueletos, é a neve tão branca e pura. Sempre odiei o inverno, como tudo parecia lindo, mas morto ao mesmo tempo.

Estava em uma colina mais afastada, em meio aos arbustos secos, assim como meu pai mandara, e observava como ele se posicionava em meio á neve. Assim como ele, sempre achei meio injusto o jeito que caçavam as pequenas focas em outros lugares, com armadilhas que as deixavam agonizando durante horas a fio. Balancei a cabeça novamente e tentei prestar atenção na arma enquanto ele a posicionava no ângulo exato.

Já fazia um tempo que tentava aprender com meu pai como se caçava para continuar seu trabalho quando morresse. Finalmente eu ouvi o som da arma sendo disparada, um barulho alto e metálico. Meu pai sorriu para mim e me entregou a arma por meio aos galhos, puxando a faca para esfolar a criatura.

Mas algo terrível aconteceu. Ele não era para estar aqui, não existiam mais ursos polares nessa parte do Alasca. Mas aquele bicho parecia não ter conhecimento daquilo e agiu com a maior frieza possível, como se tudo fosse apenas uma brincadeira. Uma brincadeira que me assustou até os ossos.

Assim como veio, ele desapareceu, deixando apenas o corpo inerte de um ser humano. Não consegui controlar as minhas pernas e, quando dei por mim, já estava ao seu lado, chorando e gritando seu nome. Eu devia ter feito alguma coisa, eu devia ter visto ele, mas eu me dispersei e agora meu pai estava cortado pela metade em uma poça de sangue.

&0&

Acordei como acordo de todos os meus pesadelos, caído no chão, assustado e coberto de suor. Chega a ser natural, toda semana eu tenho pelo menos um desses ou piores.

Sabe quando você acorda antes do despertador tocar? E se sente a pessoa mais feliz do mundo por causa disso? Eu não tenho isso e nunca terei, porque esses dias vêm sempre acompanhados por pesadelos e lembranças ruins.

Fui direto para o chuveiro e deixei a água o mais gelada possível, rezando para que eu acordasse depois disso. Como se precisasse. Você não acorda às cinco e meia da manhã de um sábado para comprar pão.

Peguei uma roupa qualquer no armário e abri as janelas do meu quarto, estudando as sombras que eram feitas pela bagunça que fiz de manhã. Caminhei até o criado-mudo, com cuidado para não desfazer nada, e tirei meu bloco de desenho da gaveta. Sentei no chão do outro lado do quarto e comecei a desenhar.

Tentei ser o mais rápido possível, contudo as sombras já tinham mudado de posição antes que pudesse calcular quanto tempo fiquei ali. Deixei meu bloco de lado, com o desenho ainda inacabado, e arrumei a minha cama.

Desci as escadas, meio correndo, indo direto até a sala e procurando alguma coisa para assistir. Dormir de novo era algo impossível, estava muito cedo para conversar com alguém e toda a minha imaginação tinha magicamente sumido.

Acabei assistindo uma maratona de Dragon Ball em um canal qualquer e, quando dei por mim, já eram quase oito e meia. Desliguei televisão e subi ate o meu quarto, um pouco mais animado depois que lembrei que tomaria café com a baixinha.

Me arrumei em pouco tempo, me jogando na cama depois disso. Puxei o celular da tomada, rezando para que ninguém importante quisesse falar comigo, mas só havia uma mensagem. Uma mensagem da baixinha.

Por um momento, eu explodi de alegria, no entanto, quando li a mensagem, toda aquela alegria se foi. Se já havia pintado quartos inteiros, a minha casa era uma resposta para isso, mas eu nunca iria mostrar para alguma pessoa por pura e espontânea vontade. Minha arte era algo apenas meu e de mais ninguém, não era algo que qualquer um pudesse ver.

Me toquei que já deveria estar indo para a casa da loirinha e sai correndo, como sempre, até ela. Aquele iria ser um dia difícil já que aquela garotinha não parecia das que desiste fácil.

&0&

P.O.V Tris

Acordei com dor no pescoço pela posição que dormi, mas foi umas das melhores noite que já tive. Bati no despertador, ainda meio desacordada e me vesti com o que encontrei pela frente.

Estava abrindo a geladeira quando escutei a campainha tocar. Corri pelo apartamento e joguei aquele mordomo mala pro lado para ver quem tinha chegado. Aqueles olhos azuis me olharam com divertimento enquanto eu pegava o meu casaco e mochila que tinha em um canto.

–Hashtag partiu Starbucks?–ele deu aquela risada linda antes de me responder:

–Partiu baixinha.*

Filho da puta. ‘tá achando que é quem pra me chamar de baixinha? Este era um dos meus vários pensamentos perante a isso, mas fiz algo pior. Eu ri junto com ele e fiz minha melhor cara de psicopata. Talvez tenha o visto engolir a seco, ou talvez seja só minha imaginação.

–Você não vai cortar minha garganta quando chegarmos lá em baixo, vai?–ele disse assim que entramos no elevador. Tinha dado certo e aqueles olhos denunciavam o desespero dele.

–Você acha que eu sou louca?–seu olhar sarcástico bastava para me responder.

–Talvez–seus olhos eram mais detalhados do que eu pensava. Não era apenas uma imensidão azul cobalto, eram milhares de outros tons contrastando uns com os outros e fazendo cada milímetro especialmente fascinante–você esta me encarando.

–Ah, foi mal–eu disse, deixando a franja cair um pouco para esconder a vergonha. Apenas alguns segundos foram necessários para voltar a minha posição normal, mas aquele apelido continuou a martelar na minha cabeça.

&0&

–BEATRICE PRIOR! ONDE VOCÊ ESTÁ?–sabe quando você faz merda e cogita nunca mais voltar para casa? É mais ou menos isso que está acontecendo agora.

Depois de tomarmos café da manhã no primeiro Starbucks que vimos, eu arrastei Quatro para fazer compras, ou seja, larguei ele na praça de alimentação e sai apenas eu para comprar roupas.

Não aguentava mais aquelas roupas que haviam me dado. Ou era rosa e com frufrus ou era preto e rasgado. Santo Deus, eu não sou nenhuma daquelas duas coisas, que merda.

Eram quase três horas da tarde e Quatro tinha colocado o celular com Tori no viva voz. Ele também não parecia muito feliz, mas eu fiz isso para o seu próprio bem. Acredite, eu sou péssima para escolhei roupas, só consigo lidar com as minhas próprias opiniões.

Se fala-se para Tori que estava com Quatro, ele ai ficar de mal comigo, mas se eu fala-se que estava no shopping, ele também iria se ferrar. Pensei por um bom tempo e decidi fazer uma das primeiras coisas que veio na minha cabeça.

­–E-eu estava com o Quatro, quando vi uma liquidação de HQs e acabei me perdendo dele, mas foi sem querer–sussurrei perto do telefone, torcendo para que ela entendesse.

–Só volte antes das sete–Tori disse em tom de ponto final antes de a ligação ser encerrada. Se eu estava fodida? É, eu estava fodida. Ela só me mandava voltar antes de certo horário quando tinha de ir até alguma merda politica com meu pai.

–Porque você me abandonou?–ele ficava muito fofo quando estava com raiva e indignado ao mesmo tempo, dava até vontade de apertar as bochechinhas dele. Mas, não. Eu era uma garota integra de dezenove aninhos e completamente inocente.

Me engana que eu gosto, bitch. Querida, eu sou mais suja que rabo de puta no cio–isso consciência, me mate de tanto rir. Tentei disfarçar a risada com uma tosse, mas não sei tenho certeza que deu certo.

–Você preferia comprar roupas comigo?–eu finalmente disse depois daqueles pensamentos muito puros. Ele franziu a testa e olhou diretamente para mim, puta merda, ele ainda acabaria me matando com tanta lindeza.

–Isso ainda não acabou senhorita Tris. Ainda ganharei uma discussão–ri um pouquinho e coloquei o cinto de segurança–você vai fazer o que agora?

Estranhamente todo o meu ódio por ter que ir a alguma bosta do meu pai depois se foi quando ele puxou conversa comigo. Pensei um belo tempo nisso e decidi fazer o que sempre fiz.

–Milk-shake?

–Só se for com Kit-Kat.

&0&

–Espera aí. Então você não é daqui?

–Não, eu sou do norte do Alasca.

–Meu mundo caiu–dramatizei enquanto ele ria da minha cara. Milk-shake e Kit-Kat são os doces oficiais para se conhecer alguém. Parece que a pessoa parece mais propensa a contar sobre sua vida quando come esse tipo de doce.

Descobri bastante sobre o misterioso Quatro: que seu nome verdadeiro é Tobias, que sua cor preferida é cinza, que brigava muito nos tempos de escola e agora que não morava aqui quando criança.

–Mas, se você morava no norte do Alasca, como ia para a escola?

–Há muitos internatos lá. Só ia para casa nas férias de verão e inverno. Mas mudando completamente de assusto, porque exatamente você tem o meu numero?

–Sei lá, já estava no meu celular quando pensei em te mandar a mensagem–ele riu e olhou fixamente para a praça de alimentação. Daria tudo para saber o que ele estava pensando. É sempre assim, ele olha para alguma coisa e simplesmente vai para qualquer outro lugar, menos a realidade que vivemos.

Estalei os dedos na frente do seu rosto e ele pareceu voltar ao mundo que estávamos vivendo. Naquela luz seus olhos estavam quase beirando o negro, fazendo eu me prender novamente neles.

–Esta me encarando de novo

–Desculpa, eu ‘tô meio bugada hoje–ele pegou um guardanapo de cima da mesa e uma caneta do bolso. Olhou novamente para a praça e começou a desenhar.

No principio eu não entendi muito bem o que ele estava fazendo, mas quando ele tirou a cabeça da frente, eu pude ver. Era um vaso, daqueles que você encontra em qualquer shopping que se preze, com as flores mais falsas que podia haver, contudo, no desenho dele, tudo ganhara uma vida que nem a realidade podia dar.

–Você desenha bem–falei para ninguém em especial, com ele se voltando para mim assim que falei.

–Existem muitas pessoas que desenham muito melhor.

–Para de se fazer de coitado, coitado. Eu falei que você desenha bem pra caralho e isso é o suficiente–uma criancinha passava com a mãe naquele momento, que olhou feio para mim–o que? Pra caralho não é palavrão, é advérbio de intensidade.

Ele riu enquanto corava levemente, e como sempre, a mãe me fulminou e tampou as orelhas da criança.

–Acho isso inútil, essa coisa de tentar proteger a criança o máximo que puder. Cara, quanto mais cedo ela quebrar a cara, mais cedo ela vai poder se levantar. Por isso há tanta gente frustrada na vida, elas nunca tiveram a oportunidade de se foderem.

–Minha mãe me contou que Papai Noel não existia quando eu tinha três anos–Quatro me disse, assenti enquanto terminava meu Milk-shake.

–Eu não tive uma mãe.


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Notas finais do capítulo

*Gente, partiu é uma gíria que usamos aqui no Sul para dizer que estamos indo a algum lugar.
Bom meu pedacinhos de pão de mel, o que acharam? Suspense reina nas minhas fanfics, aprendam desde já.
Talvez eu só consiga postar lá pelo dia 23, mas (se não for esquartejada, é claro) eu posso postar antes. 'Tô escrevendo uma outra fic que tive no banho há uns belos 6 meses, mas posso não posta-la por força maior, mas isso pode atrasar a postagem desta também.
Acho que é só;

Bjss sabor Gale e até a próxima;



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