Between Bites And Kisses escrita por Isa Paçoquita


Capítulo 3
Doritos, Cappuccino e Vidros...


Notas iniciais do capítulo

E aí gente? Tudo na paz?
Nesse capitulo vemos um pouco mais da Tris, então talvez não seja o que esperam.
Bjss e Boa leitura!!



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P.O.V Tris

Puta que o pariu. Mandei Peter Hayes a merda, fui sequestrada por um deus grego caído do céu que foi mandado pelo meu pai, vejo Al e sua gangue aqui e tudo isso em menos de quarenta e oito horas. Eu devo ter feito pole dance na cruz com o dedinho na boca, só pode!

–Porque tanto drama?– tinha acabado de perceber que tinha dito a ultima frase em voz alta. Porque você tem que ter uma voz tão linda?, mas me limitei a responder.

–Nada da sua conta.

–Bom, eu te sequestrei, te levei para tomar café da manhã, onde você deu uma de louca paranoica, acho que tenho o direito a uma explicação, não?

Bastardo, tinha um bom argumento. Pensei por um bom tempo se deveria contar ou não o porquê daquilo tudo - o que levaria umas belas horas sem um belo resumo – coisa que apenas nos últimos dez minutos comecei a cogitar.

–Espero que seja bom ouvinte e que tenha uma arma por perto, eles não ficarão muito felizes se descobrirem que você sabe de tudo.

–Conta tudo logo!

–‘Tá bom! Há seis meses e pouquinho eu fugi de casa, aquele clichê todo de princesa perfeita, com apenas as mesadas que tinha guardado. Porém, conheci gente errada, fiz muita merda, fodi o caralho todo e aquela gangue era do cara que tentou me estuprar uma vez. Com certeza estão atrás de mim.

Ele freou tão bruscamente que cheguei a bater a cabeça do para brisa, mesmo que levemente. Ele me olhava como se tivesse chifres rosa chiclete na minha cabeça, me deixando fula da vida. Depois de uns belos segundos me olhando, ele pareceu recobrar a consciência e botou o caro pra andar novamente, mas fazendo uma pergunta que nunca tinha ouvido quando contava essa historia.

–Que tipo de gente errada você conheceu?

Aqueles olhos azuis escuros estavam me fitando meio de lado, me deixando um pouco inquieta. Sempre me perguntavam “porque você fugiu?” ou “como assim quase estuprada?”, mas nunca sobre quem eu me meti, e de certa forma eu estava confiava nele, então eu desembuchei:

–Uma cambada aí, mas a maioria vem de Chicago. Motoqueiros desiquilibrados, traficantes adolescentes, hackers maconheiros, etc.

–Eles têm nomes?

–Al Bear, Peter Hayes, Will Clever, eu tinha uma vida social, mesmo que ela fosse uma bosta.

Ele suspira uma vez e olha de soslaio para mim de novo. É nesses momentos em que eu agradeço por não ter uma arma comigo. Odeio quando tentam pegar minhas dores como suas. Meu porte e berço não fala nada sobre mim.

Vejo uma placa indicando que estamos nos arredores de Fremont, me lembrando de que a cada segundo eu fico mais perto de Nova Iorque e, consequentemente, cada vez mais perto do inferno. Encosto a cabeça na janela e só vejo algo se jogado para cima de mim antes de capotar ali mesmo.

&0&

–Srta. Prior, acorde– ouvi uma linda voz de veludo no meu ouvido e devo ter sorrido durante o sono, pois escutei uma risada baixa e mais linda ainda–Srta. Prior, chegamos.

Abro meus olhos lentamente, acostumando-os com a luminosidade que passava pela janela. O sol já estava se pondo no horizonte e calculo que dormi pelo menos seis horas.

Me encolhi pelo frio que fazia onde quer que eu estivesse. Quando achasse quem meu pai mandou arrumar a mala eu enforcaria. Sorte eu estar envolvida naquela coberta quentinha que cheirava tão bem, como detergente e algo totalmente diferente, algo mais masculin...

Abri os olhos rapidamente e sou obrigada a encarar aqueles orbes azuis que me fitavam. Cara, desde quando eu não consigo desviar o olhar das pessoas? Por sorte é ele que desvia o olhar e me livra daquela situação constrangedora.

Acabo percebendo que a coberta que estava em mim quando acordei não passava de uma jaqueta grande de couro, com certeza do meu sequestrador, e que havíamos chegado ao nosso destino.

Nova Iorque estava como eu me lembrava. Cheia de luzes, sons e pessoas correndo de um lado para outro. Um certo alivio estranho preencheu meu peito, como e a cidade emanasse algo acolhedor que eu só encontrasse ali. Suspirei inconscientemente e vi meu sequestrador olhar de soslaio para mim.

–Você sabe que só estou fazendo meu trabalho?

–Sim, eu sei... é que eu não esperava ver tudo isso de novo.

–Sabe o que eu faço pra me sentir melhor?

Ergo uma sobrancelha e ele ergue as duas, acompanhadas com um sorriso de derreter corações. Ele muda completamente o curso que estávamos seguindo para parar em frente a um Starbucks qualquer, e isso não ajudou a me deixar menos confusa.

Tento perguntar o que esta acontecendo, mas não dá muito certo e ele sai do carro me trancando dentro dele. Ele some da minha vista quando entra na loja, dando lugar a uma certa sensação de solidão. Agarro com mais força a jaqueta de couro que estava comigo quando acordei e, num impulso, cheiro ela só mais um pouco, como se isso fosse me fazer lembrar desse cheiro para sempre.

Beatrice Prior! Como assim “lembrar desse cheiro”. Devo ter pegado um resfriado e estou com febre, só pode. Desde quando eu penso isso perante cheiros? Bom, teve o...

–Cale a boca consciência!

–Calma, ela só esta fazendo o seu trabalho.

Me viro para a janela do motorista e vejo o meu raptor nela. Ele segurava algo como um pacotinho ou sei lá o que, mas quando entra vejo que ele trouxe Doritos e Cappuccino para lancharmos. Anoto mentalmente algo sobre pagar isso depois, mas a fome é tanta que acabo esquecendo na hora em que ele me entrega o pacote de salgadinhos.

–Qual o seu nome?–eu confesso que isso não estava no script, mas o silencio ali estava começando a me assustar. Já tínhamos comido todo o lanche que ele trouxera. Ele me olhou com um sorriso torto no rosto e tenho quase certeza que corei.

–Porque você quer saber?–filho da puta.

–Porque eu tenho direitos assim como você também tem. Estamos na América.

Ele riu fracamente e se inclinou ate mim e, puta merda, ele tinha o mesmo cheiro da jaqueta que eu estava usando. Com a ponta do dedo ele escreveu alguma coisa no vidro embaçado. Só pude ver o que era quando saiu de cima de mim e se ajeitou no seu banco com um sorriso no rosto.

O vidro já estava embaçando novamente, mas ainda assim eu podia ver o que estava lá. Um numero. Quatro para ser mais especifica. O que ele queria dizer com isso eu não entendi no inicio, mas depois liguei os pontinhos e descobri a grande paradigma.

–Então, seu nome é Quatro?

–Me chamam assim desde pequeno.

Eu já ia perguntar o porquê quando pressenti que iria dar merda. Por quê? Porque sou médium? Não! Porque um cara grande e forte, muito parecido com um urso, apareceu no estacionamento.

–Puta merda! Ele mandou me buscarem–murmurei sem nenhum entusiasmo.

–É, agora ferrou– disse, com um sorriso mínimo no rosto, me deixando confusa.

Mas aquela não era hora para pensar no que ele quis dizer. Simplesmente sai do carro e caminhei ate Al. Ele não tinha mudado nada, os mesmos olhos castanhos, a barba já grande, mesmo ele tendo a minha idade. Me olhou cabisbaixo e falou com aquela inesquecível voz grave.

–Peter esta atrás de você. Amanhã já estarão aqui, seria melhor fugir.

Às vezes eu tenho pena dele, de como não consegue pensar por si próprio e segue aqueles que considera ganhadores. Então eu me lembro do que ele fez a mim e toda minha pena vai embora.

–Obrigado pela incrível ajuda, eu nem pensei que isso poderia acontecer.

Se fui meiga? Pode-se disser que sim, talvez tão meiga quanto um coice de cavalo. Fiz questão de colocar cada pingo do meu veneno naquelas palavras e, aparentemente, fez efeito imediatamente.

Posso ser a pessoa mais cruel da terra ao mesmo tempo em que cultivo petúnias no jardim. Ainda não o perdoei pelo o que fez e talvez nunca perdoe, já deixei isso muito claro para ele.

Me virei rapidamente e fui direto para o carro, sentando no banco do passageiro ainda meio grogue da visita inesperada daquele ser desprezível. Quatro ligou o carro e se virou para mim com a testa franzida.

–O que você fez a ele?–mais uma vez, ele me pegou desprevenida e mais uma vez eu não tinha uma resposta lucida que não fosse a verdade.

–Eu o odeio e acho que fui grossa com ele.

Ele me olhou como se pudesse ver através de mim e falar todos os meus segredos de uma vez, me deixando confusa novamente. Porém, ele se virou para frente sem dizer nada, como se fosse divertido deixar as pessoas boiando num mar de duvidar.

O sinal tinha fechado e nós dois estávamos num silencio mortal, que não durou nem cinco minutos. Escutei aquele familiar ronco da motocicleta de Al e era mesmo o desgraçado! Busquei na minha mente um jeito fuder com ele e nem pensei nas consequências que aquilo traria, apenas sai do carro e andei até o veiculo ao lado.

Daí você pensa, o que uma loira de um metro e cinquenta iria fazer para fuder com um motoqueiro de um metro e noventa e três. Fácil. Quando nós ficávamos, ele sempre trazia consigo uma garrafa de conhaque na moto.

A única coisa que fiz foi deixar uma mão ser guiada até a retaguarda da moto, outra até o capacete do imbecil e voar com uma garrafa fortemente na cabeça do infeliz. A ficha só caiu quando estava dentro do carro, com o Quatro rindo descontroladamente e acelerando por Manhattan.

A risada fofinha dele acabou me contagiando e quando chegamos ao prédio que fui obrigada a chamar de casa durante muito tempo já nem tínhamos mais folego. Acho que enlouqueci, pois fiquei deprimida no momento que abri a porta. Ele podia ter me sequestrado e gritado umas belas vezes comigo, mas era gentil quando não estava puto da vida.

Droga, o que aconteceu comigo?


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Notas finais do capítulo

E então? O que acharam?
Eu coloquei a Tris bem boca suja, como podem ver, mas se não gostaram assim e só falar que eu dou uma aliviada nos próximos capítulos.
Acho que é só, CRIEM EXPECTATIVAS!!!!

Bjss 4Ever's e até eu tomar vergonha na cara!



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