Don't Leave Me escrita por SBFernanda


Capítulo 1
Capítulo 1: Como tudo começou




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Capítulo Um: Como tudo começou

Eu era um garoto comum, com desejos comuns, como jogar vídeo-game minhas férias todas, sair para festas sem ter hora pra chegar e ficar com a menina mais linda da faculdade. Bem, que cara não ia querer isso? Fala sério, você acreditaria naquele que diz que quer encontrar a mulher da sua vida quando tem apenas 19 anos? Nenhum cara quer isso, por mais “certinho” que ele seja.

Outra coisa importante. A maioria dos caras não se reúnem para falar e criar uma lista de quem pegaram ou querem pegar. A verdade é que, sim, o assunto às vezes surge, mas esse não é o tópico principal. O tópico principal é video-game. Pelo menos, eu e meus amigos sempre fomos assim. Mesmo na faculdade. Principalmente na faculdade onde esses momentos eram ainda mais raros.

Mas minha história não é sobre o que os caras querem ou não. Minha história é pra contar que mesmo a gente não querendo, às vezes, a vida prepara algumas surpresas e nós aprendemos a gostar delas. E na volta daquele ano, a vida trouxe uma grande surpresa para a minha faculdade.

Hinata.

Estava sentado na mesa, com os pés apoiados na cadeira, enquanto esperava o professor daquela matéria que eu tinha repetido, assim como meu amigo Sasuke, quando ela entrou. Novata, eu tinha certeza. Todo o seu ar era de quem era nova ali e isso porque parecia querer se encolher até ninguém a notar, o que, pra mim, foi impossível. Lembra do desejo de ficar com a garota mais bonita? Então, eu a tinha achado.

— Ei, Baka! — Senti Sasuke me dar um tapa no pescoço e o olhei assustado. — Já saquei que gostou da novata, mas se continuar a encará-la assim, ela vai ficar mais vermelha.

E de fato ela estava muito vermelha quando se dirigiu até o final da sala e se jogou naquela cadeira. Sorri, dando de ombros para ele e me levantei.

— Vou me apresentar — avisei e sai antes que ele pudesse dizer alguma coisa. Sentei na cadeira na frente dela, virando para trás. No mesmo instante vi as suas bochechas corarem e ela ficou ainda mais linda. — Olá. Sou Naruto. Estou no terceiro período de administração. E você?

— E-eu… — ela tentou, gaguejando. Sorri. — Sou Hinata… — disse dando um pequeno sorriso envergonhado. — Este é meu primeiro período.

— Sabia que era nova! — falei animado e então cocei a nuca. — É que já fiz essa matéria antes, sabe? Eu saberia se fosse veterena. — Isso era meio ruim de se admitir, mas gostei da risada que ela deu. — Então, não quer se sentar comigo e com meu amigo ali? O professor fala baixo, então recomendo ficar na frente.

— Claro… Obrigada, Naruto — ela sussurrou, juntando suas coisas. Caminhei com ela e voltei a me sentar em meu lugar, enquanto ela ficou na cadeira do lado da minha e Sasuke atrás de mim.

Devidas apresentações, professor em sala, aula chata e sempre a mesma coisa. Acho que era por isso que eu tinha repetido a matéria duas vezes. Eu não aguentava aquela aula e, por isso, não me esforçava nada. Hinata, por outro lado, parecia sempre concentrada.

Seria lindo dizer que a partir daquele momento não nos desgrudamos mais, não é? Mas não foi bem assim. Ela tinha algumas amigas em outras turmas e quando saía era ao encontro delas que ia. Eu ficava com meus amigos, mas confesso que ela virara meu novo alvo.

Piadas a parte. O momento que ficávamos juntos e conversávamos era sempre antes daquela aula que acontecia a cada dois dias da semana. Vida normal que seguia. Eu não era um cara fissurado.

Demorou quase um período inteiro para que meu interesse inicial aumentasse. Foi em um dia comum em que nosso intervalo caiu no mesmo horário já que um professor meu tinha faltado. Ela estava sentada em uma das mesas com duas meninas. Uma com cabelo… rosa? Aquilo era estranho, mas enfim. A outra tinha o cabelo castanho e presos em dois coques.

Hinata ria com gosto. Sua cabeça estava tombada pra trás e seu rosto vermelho por estar rindo também. As meninas também riam e a de cabelo rosa ainda falava, acenando com a cabeça afirmativamente. Seja lá o que fosse que falavam, Hinata achava extrema graça e não conseguia parar de rir.

E ficava ainda mais linda por isso.

Dei um tapa de qualquer jeito no peito de Sasuke, que me olhou confuso e acenei para que ele me seguisse. Mesmo contrariado, ele o fez. Isso porque estava curioso, eu bem sabia.

— Oi, Hinata — falei, passando pela mesa dela. No mesmo instante as outras pararam de rir e ela tentou o fazer também.

— Oi, Naruto… — As outras meninas me olharam e em seguida olharam pra ela.

— Bom lhe ver. Tudo certo?

— Ah, sim. Igualmente. Mas e com você?

— Ótimo — falei e então tirei um papel do bolso. — Então, um amigo meu vai estar dando um festa hoje à noite. Aparece lá… — E dei alguns passos pra trás. — Leve suas amigas. — Eu sabia que ela nunca iria sozinha. Como qualquer garota.

Não tive resposta e já imaginava que não teria. Então virei as costas e continuei andando com Sasuke enquanto ouvia risadinhas da mesa. Ao olhar pra lá pelo canto dos olhos, observei Hinata me olhar e pedir para as meninas ficarem quietas. Aquilo, além da beleza dela rindo tão espontânea, foi que me fez ficar ainda mais interessado.

— O que deu em você? — Sasuke perguntou quando nos sentamos à mesa junto com Shikamaru e Lee.

— O que? Só por que eu a convidei para a festa do Lee?

— Convidou quem para a minha festa? Cara, não é pra faculdade inteira saber, ou meus pais também saberão.

— Ei, cadê o seu espírito tão jovial de sempre? — perguntei e todos riram. — E relaxa, foram apenas aquelas três garotas. Além do mais, se nós não chamarmos garotas pra você, o que fará?

Era maldade, talvez, mas entre nós não tínhamos isso de um ficar magoadinho com o outro, tanto que até Lee riu. Ele era um pouco… diferente. Mas além disso, era ainda mais explosivo do que eu, o que fazia ser mais complicado ele se relacionar com as meninas.

— Mas te respondendo, Naruto. Não é só por isso. Você olha pra menina como…

— Como? — Olhei, querendo a resposta.

— Sei lá, só é diferente. — Ele deu de ombros e eu também.

— Que complicado — murmurou Shikamaru. Para ele tudo era complicado.

— Isso aí é inveja de vocês… porque eu vou ficar com a menina mais bonita da faculdade e vocês não — falei zoando, enquanto começava a comer. Eles riram e novamente o papo voltou a ser o normal.

Falamos de bebidas para a festa e só. Não tinha isso de escolher ornamentação como as meninas. Era apenas bebida, aperitivo e música.

Minha mãe, um senhora linda e ruiva quase teve um ataque de fúria quando disse que não tinha hora pra chegar, pois tinha uma festa. A fúria chegou quando falei que não podia dizer onde era. Se minha mãe soubesse, a mãe do Lee saberia e isso não seria legal. Meu pai, que chegava no serviço e “pescara” a coisa toda interveio e eu sai vivo e até mesmo ganhei um beijo de minha linda mãe.

— Se eu sentir cheiro de droga em sua roupa amanhã você será um jovem morto, Naruto! — a ouvi gritar enquanto entrava no carro, que era meu, por sinal. — Te amo, filhinho! — A ouvi quando dei partida. Minha mãe era um pouco inconstante.

Ajudamos Lee com as bebidas e a jogar alguns salgadinhos e biscoitos dentro de alguns potes. Não tínhamos a mínima intenção de perder tempo preparando coisas. Justamente por isso, em menos de 10 minutos estava tudo pronto e a música estava alta quando algumas pessoas apareceram. Parece ridículo dizer que isso era exatamente como naqueles filmes americanos. Dizia “festa” e aparecia um monte de gente. Mas era, porque todos queriam se distrair da faculdade.

Eu estava sentado no sofá da sala de Lee, comento um pote de salgados sozinho, com uma bebida qualquer na mão, quando ela chegou. Levei alguns instantes para levantar, primeiro a admirei secretamente.

Hinata estava de short jeans escuro, sapatilha vermelha e uma blusa também vermelha. A cor escura deixava sua pele ainda mais alva e ela ficava linda. Seu cabelo estava preso em um rabo de cavalo, deixando seu lindo rosto livre e… Meus olhos se prenderam ali, eu seus lábios rosados.

Eu sabia que as outras meninas estavam atrás dela. Mas lembra naquela coisa de ficar com a menina mais linda? É aí que a cegueira parcial entra. Joguei a vasilha no colo de Shikamaru e fui até ela, que parecia completamente deslocada ali.

— Oi! Você veio. — Minha voz era alta naturalmente, ela não tinha problemas para me ouvir. Mas eu sim, a ela.—- Oi? — Aproximei meu rosto do dela.

— As meninas queriam muito vir — comentou e eu sorri.

— Vem… Gostam de dançar? — Levei a pergunta a todas elas. Exceto por Hinata, todas concordaram. — Ok… eu mostro a pista pra vocês, e você… — Suspirei olhando para a morena. — Eu cuido de você. — Não falei com malícia, não aparente ao menos. Mas ela sorriu e as outras riram.

Ignorei isso e comecei a andar em direção a sala de jantar, que tínhamos colocado a mesa em um canto e sumido com as cadeiras — vulgo colocamos na garagem —, lá estava sendo a pista de dança. Chamei Sasuke, que estava em um canto, e pedi para que ele acompanhasse as meninas. Ele revirou os olhos, mas as chamou para ali e novamente voltei para a sala com Hinata.

— Eu não acredito que não goste de dançar.

— Não é isso… Apenas não conseguiria com tantas pessoas podendo olhar e… — Ela parou, dando de ombros.

— Ah, o seu problema é timidez então. Tudo bem. — Sorri e peguei mais uma garrafa, dando a ela.

— Eu não bebo — ela disse rapidamente.

— Hm… não dança, não bebe. — Coloquei a garrafa onde estava e fiquei a encarando. — Por que não bebe?

— Além de que meu pai descobriria assim que me visse… — Ela fez uma pausa, mas logo sorriu. — Isso não faz bem.

— Eu ignoro o primeiro argumento, mas aceito o segundo. Agora me diga, você escolheu administração por quê?

— Apesar de eu não herdar os negócios da família, ainda bem, eles esperam que eu fique em algum cargo que necessita disso.

— Não é porque quer? — Ela negou com a cabeça. — Bem, eu herdarei os negócios da família, mas quero isso — comentei e ela sorriu. — O que gostaria de fazer? De verdade.

— Hm… — Hinata encostou na parede atrás de si e me olhou nos olhos. Eu sabia disso porque tinha me perdido nos olhos dela já. — Gostaria de estudar música.

— Canta?

— Um pouco… Talvez.

— Quero ouvir — mal terminei de falar e ela já negou com a cabeça. Ri disso. — Não vou descansar. Agora vem. Vem dançar comigo.

— Naruto… — Ela tentou fugir, mas peguei sua mão e a puxei para a "pista de dança".

— Esquece que tem gente aqui — falei com os lábios próximos do ouvido dela, para que me ouvisse. — Olhe apenas pra mim. Tudo bem?

Meio a contragosto, de início, ela o fez. Mas logo Hinata já estava mais solta e parecia não querer parar. Era um pouco difícil conversar com a música tão alta. Então perguntas rápidas vinham.

— O que mais gosta de comer? — perguntei.

— Sorvete — ela respondeu.

— Rámen — disse a minha resposta e ela riu.

Mais dança. As pessoas pareciam nos guiar para alguns lugares, pois percebi um pouco tarde demais que já tínhamos rodado toda a sala de jantar e agora estávamos perto da cozinha.

— O que mais gosta de fazer? — perguntei.

— Ouvir música — ela respondeu.

— Jogar vídeo-game — falei e novamente ela riu.

Estava sendo uma comunicação curta, mas eu estava gostando de conhecê-la. Às vezes mal nos mexíamos, apenas nos balançando no ritmo da música para conseguirmos ter essas conversas rápidas e diretas. Eu estava me encantando mesmo. E isso era uma novidade, até para mim.

— Quero ficar com você — falei. Desta vez levemente inseguro, porque ela poderia simplesmente me largar ali. Mas não. Ela ficou vermelha e olhou para o chão. O que aquilo queria dizer? Eu não a conhecia bem pra saber. Teria de arriscar.

Peguei sua mão. Ela não se afastou. Mas ao contrário de todos ali, não a beijei na frente de todo mundo. Ela ficaria mal depois, sabia. Então a puxei para a cozinha e de lá, para fora. Seu olhar estava confuso. Sorri. O som alto ainda era bem ouvido, não era como em filmes onde ficava baixo para tudo ficar romântico.

A encostei na parede da casa e levei minha mão até seu rosto. Aproximando-me dela, dando-lhe a oportunidade de me afastar se quisesse, mas tudo o que vi foi seus olhos se fechando. Com aquilo sorri e no segundo seguinte juntei meus lábios aos dela.

Não era o meu primeiro beijo, nem o dela. Mas tampouco era seguro e firme como vemos por aí. Eu estava inseguro, e nem sei porquê, e ela também. Mas conforme os segundos se prolongavam, eu queria mais e tive mais. Encostei meu corpo no dela, colocando minha outra mão em sua cintura e a puxando um pouco, ao mesmo tempo que minha língua ia ao encontro da dela.

— Ei… Oh! — Ouvi e então nos afastamos rapidamente. — Desculpa aí… — Era Lee, ele estava sem graça por ter me atrapalhado e eu poderia bater nele por isso. — Você é a Hinata né? Sua amiga… ahn... Tenten. É, isso, ela está meio… — Ele fez um sinal negativo com o polegar e Hinata levou as mãos a boca.

— Leve a gente até ela, Lee, por favor — pedi, pegando a mão de Hinata e a conduzindo pela casa do meu amigo que eu conhecia bem. Senti sua mão no canto de minha boca e a olhei.

— Estava sujo… — comentou, completamente vermelha.

Encontramos Tenten e a menina de cabelo rosa no banheiro. Tenten estava debruçada no vaso, a outra estava dando um esporro nela e Sasuke estava do lado de fora com cara de quem estava entediado. Olhei pra ele e como resposta ele apenas olhou para a menina de cabelos rosa. Entendi.

— Você falar assim com ela agora não vai adiantar, Sakura-chan — disse Hinata firme, mas sempre doce, passando pela amiga até encontrar outra. — Você vai lá pra casa, tá bem, Tenten?

— Não… eu não quero vê-lo… — A ouvi balbuciar, chorando. Álcool demais.

— Não vai. Não vou deixar, tá bem? — Ela tentou levantar a amiga, mas não conseguiu. Fui até lá então. — Obrigada… — disse para mim e então olhou para a outra amiga. — Você vem agora?

— Não. Vou ficar mais. Aviso quando chegar em casa pra você não se preocupar — dizendo isso ela puxou Sasuke pelo braço e sumiu de vista. Era estranho ver Sasuke ser conduzido assim.

— Quer que eu leve vocês? — perguntei enquanto apoiava Tenten, que estava quieta, com a cabeça baixa e se apoiava em mim e em Hinata.

— Não. Tenten está de carro, eu volto dirigindo — ela disse, pegando a chave no bolso da calça da amiga e abrindo o carro. Ajudei a colocá-la no banco do carona e colocar o cinto. Só então percebi que mesmo em silêncio, Tenten chorava.

— Hm… obrigada, Naruto-kun. — Hinata disse baixo e sorriu. — Desculpe por isso… Ér…

Antes de que ela pudesse falar, a beijei novamente. Queria ter sido mais calmo e romântico naquele momento. Mas não vivemos em filmes americanos. Então não me envergonho de dizer que fui intenso e queria que ela soubesse disso. Sei que ela gostou, pois sua mão esquerda foi até minha nuca e subiu um pouco, apertando meu cabelo ali antes de se afastar e entrar no carro.

— Nos vemos na aula segunda — falei meio inclinado para a janela e me afastei quando ela começou a sair.

— Até lá — disse e então partiu.

Ok, não serei hipócrita. Eu tinha gostado. Ela era uma menina doce, tímida, mas intensa. Aquele beijo me disse isso. E que cara não quer isso? Sorri, mas quando virei, dei de cara com alguém. Eu não sabia quem era, mas já o tinha visto na faculdade antes. Ele vivia andando com um outro cara esquisito. Mais esquisito que o Lee.

— Aquela era Hinata Hyuuga? — ele perguntou, meio carrancudo.

— Aham… por quê? — cruzei os braços, o encarando.

— Se eu fosse você, ficava longe dela.

— Ah, é? E por quê?

— Eu sou ex dela — ele falou. Um ex ciumento. Legal. — E sei bem que se relacionar com Hinata é pedir pra família dela lhe caçar. — Aquilo era loucura. Então ele se aproximou. Havia um grande machucado em seu rosto. Não, sangue coagulado por algum motivo. — É, se assuste. Isso é o de menos quando se envolve com aquela menina. Tenho sorte de estar vivo. Ouça o que digo… Se afaste dela, cara.

Ele começou a se afastar, mas minha curiosidade e espanto eram tão grandes, que mesmo não acreditando que aquilo era culpa de Hinata, me arrisquei a perguntar:

— Por que isso?

— Porque eles são da Yakuza cara… É isso que eles fazem. Fica longe.

E foi assim que meu encontro bom com a menina mais linda acabou. Com um cara dizendo que se eu me envolvesse mais com ela, eu poderia acabar apanhando sem motivos. Mas… sem motivos? E seria mesmo verdade?


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