O que o Acaso Traz escrita por b-beatrice


Capítulo 9
Choque


Notas iniciais do capítulo

Oi queridas!
Estou de volta! (para quem não tinha visto no grupo do facebook, resolvi de última hora viajar para passar o dia das mães com a minha mãe! Para as curiosas: sim, ela gostou do presente improvisado que levei! Ai de mim se ela souber onde comprei! rsrsrsrs)
Quanto ao plágio de Nossos Momentos: ainda sem solução! Alguém que denunciou recebeu resposta? Não vi sinal da "autora", nem da equipe do site. Alguém tem alguma ideia do que mais pode ser feito?
Enfim, é isso.
No mais, boa leitura!



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Ponto de Vista – Bella

Tudo bem, eu era obrigada a confessar: eu estava me arrumando melhor por causa do senhor Masen.

Depois do beijo na terça-feira eu realmente estava começando a aprimorar meu visual. Nada muito exagerado que pudesse chamar atenção de alguém, mas eu sentia uma certa necessidade em testar o quanto eu poderia atrair aquele homem.

Foi por isso que eu aceitei ir fazer compras com Alice naquele mesmo dia, deixando Angela para trás e gastando o pouco dinheiro que eu tinha em sapatos sexys quando a baixinha afirmou que eu precisava de novos.

Foi só quando eu estava na rua que lembrei que Anthony possivelmente havia ficado sozinho na sala dos pufes da biblioteca e veio um aperto no peito.

Eu precisava admitir que estava começando a nutrir sentimentos por aquele menino.

Eu tinha aproveitado que Alice estava distraída no meio de algumas combinações que o atendente prometia que a fariam parecer mais alta e fui atrás de uma livraria, na qual havia uma infinidade de livros para crianças de 6 anos, mas nenhum deles parecia algo que atrairia a atenção do ruivinho.

Saí de lá, então, com uma edição de uma das histórias de Sherlock Holmes para crianças.

Apesar de ter plena consciência de que eu não deveria me apegar tanto a um dos alunos e que dar um livro de presente não me ajudaria a manter certa distância, o máximo que eu consegui fazer foi guardar o livro na minha bolsa, resistindo a entregá-lo, o que na verdade só fez com que eu lembrasse do garotinho o tempo inteiro, onde quer que eu fosse.

Eu precisava me tratar.

E falando em tratamento, eu lembrava do senhor Masen.

Sim, depois do beijo de terça eu passara a me preocupar mais com a minha aparência, arriscando inclusive alguns penteados estilo secretária de filme pornô, mas nada que pudesse comprometer minha integridade moral com os alunos.

Havia hormônios demais naquela escola.

A boa notícia era que minhas tentativas vinham rendendo lucro.

Na quarta-feira nós nos esbarramos no corredor durante o intervalo e eu o vi entrar em uma sala vazia. Apesar de todas as minhas frustrações anteriores eu o segui, apenas para ser agarrada e jogada contra a porta, recebendo seus lábios desesperados sobre os meus, suas mãos passando por todos os lugares, me descontrolando e fazendo com que eu quisesse agarrá-lo forte o suficiente para fundi-lo a mim.

Como tudo que é bom dura pouco, o sinal tocou quebrando o encanto, fazendo com que nos afastássemos para recuperarmos o fôlego e então saí para tentar ordenar meus pensamentos e descobrir onde seria a minha aula seguinte.

Na quinta-feira a professora que eu acompanharia me pediu para levar um envelope até ele.

Foi a primeira vez que entrei em sua sala, na área da diretoria. Era pequena e muito simples, com estantes cheias de livros cobrindo todas as paredes. Exatamente o oposto do que eu imaginava.

Quando entreguei o envelope em suas mãos, ele olhou assustado. Na verdade, parecia aterrorizado e por um instante achei que eu havia sido feita de trouxa, levando para ele alguma piada de mau gosto.

Bastou abrir o envelope e ler a primeira folha, no entanto, que sua postura relaxou.

– O que significa isso? – ele perguntou massageando suas têmporas.

– Hmm... – comecei sem saber ao certo o que responder – Eu não sei... A senhorita Fuller pediu para te entregar.

Então ele riu.

Riu.

Riu como se a melhor piada do mundo houvesse acabado de ser contada e eu me senti a chacota do momento, sem fazer ideia do que estava acontecendo.

Me virei para sair, quando o senti segurando meu pulso.

– Espera. – ele pediu finalmente parando de rir e me olhando nos olhos – Você realmente não faz ideia do que eu pensei que isso fosse, não é?

– Eu realmente não estou no clima para charadas, senhor Masen. – respondi friamente, tentando me soltar e sair dali o mais rápido possível.

– Tudo bem. – ele respondeu ainda segurando meu pulso enquanto levantava, dava a volta na mesa e vinha ficar de frente para mim – Vamos para outro clima, então.

Com isso seus lábios finalmente vieram para os meus e novamente me encontrei naquele turbilhão de emoções e estímulos aos meus sentidos.

Deveriam proibir ser quente como Edward Masen. Aquilo não podia fazer bem para saúde mental de jovens como eu.

Eu estava prestes a arrancar minhas calcinhas pela cabeça quando senti novamente aquela parte dele, que também parecia concordar com meu impulso.

Acontece que fui empurrada e, com um ultimo sugar de lábios, ele decretou:

– Melhor você voltar para a sua aula com a senhorita Fuller. – virou-se e voltou a sentar em sua cadeira.

Chegou então a sexta-feira e eu realmente esperava conseguir dar um gelo nele, para finalmente acabar com aquela brincadeira de gato e rato.

Fiz questão de passar o intervalo inteiro grudada em Angela, passar longe da sala dos professores, usar o banheiro feminino junto com Angela e assim que ela foi para a aula de aprofundamento corri para a biblioteca.

Anthony já estava na sala dos pufes, concentrado em sua leitura, da mesma forma que eu o havia encontrado na quarta e na quinta-feira.

– Olá Bella. – ele me cumprimentou assim que cheguei.

– Oi Anthony. – respondi sentando no pufe de frente para ele, e tirando os sapatos, que ainda me incomodavam um pouco.

Mais uma vez senti vontade de sacar o livro de dentro da minha bolsa e presenteá-lo contando que apesar de ter faltado ao nosso encontro marcado implicitamente terça-feira, eu havia lembrado dele e lhe comprado aquele presente, que eu vinha carregando comigo para todos os lados.

Segura a onda, Isabella!

Por mais que eu me obrigasse mentalmente, era um sacrifício.

Meu telefone começou a vibrar dentro da bolsa, como se eu já não estivesse tentada o suficiente a abri-la.

Anthony me olhou como se estivesse decepcionado pelo fato de eu estar maculando o silêncio daquele local, mas percebi que não havia condenação em seu olhar de criança, mas sim a mais pura decepção, que ele logo disfarçou, voltando a encarar seu livro.

Estava preparada para cancelar a ligação esperando que fosse Alice confirmando os planos para hoje, quando vi o nome de Sue na tela.

Sue era uma ótima vizinha e praticamente minha fada madrinha, me oferecendo sobremesas aos fins de semana, entregando a correspondência que eu esquecia de pegar ou mesmo as peças de roupa que eu esquecia na lavanderia.

Eu já havia perdido as contas das dicas que ela me dera em tarefas domésticas e do quanto ela parecia se preocupar com meu bem-estar, já que eu morava sozinha.

Nunca, desde que eu havia ido morar naquele apartamento, no entanto, ela havia ligado para o meu celular.

Uma sensação ruim se apoderou de mim e atendi sem me importar com o local onde eu estava.

– Alô. – falei já imaginando que a notícia seria de um ladrão ou incêndio no prédio.

Agradeça por não ter nada de enorme importância que pudesse ser roubado ou queimado com impossibilidade de ser substituído.

– Bella? Bella? – ouvi a voz de Sue chorando do outro lado da linha, favorecendo o aumento do meu desespero.

– Oi, Sue, eu estou aqui. Pode falar. – respondi tentando ao máximo possível manter a calma.

– Querida é o Harry! – ela disse em meio a soluços – Eu acho que ele teve um ataque cardíaco!

– Oh meu Deus! – senti meus lábios exclamando, mas minha voz não pareceu sair na primeira tentativa – Você precisa chamar uma ambulância!

– Nós já estamos no hospital, os médicos estão avaliando ele, mas não me deixaram ficar perto. – ouvia Sue falando enquanto ia catado meus sapatos para calçá-los novamente – Eu não sei porque te liguei, eu sinto muito te atrapalhar.

– Está tudo bem, Sue. – respondi com o fôlego preso ainda não conseguindo aceitar a imagem de que a saúde de Harry poderia estar falhando – Me mande o nome ou endereço do hospital e eu estou indo.

– Obrigada, Bella! – ela exclamou – Eu realmente não acho que eu consiga ficar sozinha agora.

– Não tem que agradecer. – falei já com os pés calçados – Estou saindo daqui, me mande o endereço o mais rápido possível e nos vemos daqui a pouco.

– Tudo bem, querida. – ela respondeu com a voz fraca e desligou.

– Você precisa de ajuda? – ouvi a voz de Anthony perguntar e percebi que por um instante eu havia esquecido completamente dele.

Foi só quando vi seu rostinho olhando espantado para mim que notei que algo em meu rosto o estava assustando e me dei conta de que estava chorando.

– Obrigada, querido. – respondi impulsivamente me abaixando para abraçá-lo um tanto sem jeito – Eu preciso ir, mas te vejo segunda.

Sem esperar sua resposta saí correndo pelos corredores vazios do local, sem me importar com a imagem que precisava manter.

Eu estava fazendo uma curva, próxima à saída quando topei com o corpo que carregava aquele perfume que tinha um poder inimaginável sobre mim.

– Tudo bem? – ele perguntou segurando-me pelos ombros, seu olhar passando pelo meu rosto que provavelmente ainda estava banhado em lágrimas.

– Eu preciso ir. – falei e tentei voltar a correr, mas ele me segurou.

– Você não vai conseguir ir a lugar nenhum assim. – ele falou e senti seus polegares se movendo em meus braços, como se tentasse me acalmar – Deixa eu te levar.

– Masen, nós dois sabemos que você não pode. – falei em meio a alguns soluços que teimavam em sair – Me deixa ir.

– Calma. – ele falou ainda me segurando – Deixa eu te conseguir um taxi, então.

Concordei e andamos juntos em direção à saída enquanto ele repetia um mantra que consistia basicamente em “respire fundo” e “tente se acalmar”.

De alguma forma, o primeiro taxi para o qual ele sinalizou parou.

Muito surpresa, notei que ele abria a porta para mim e senti seus lábios pressionando os meus de leve antes de declamar um “se cuida”.

Eu teria refletido mais sobre isso se não fosse minha urgência em ir para o hospital onde minha figura paterna de Nova York se encontrava.

Passei o endereço que Sue me mandara para o taxista. Enviei uma mensagem para Angela e outra para Alice contando o que havia acontecido.

Desejei fortemente que ficasse tudo bem.


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Notas finais do capítulo

Desafio para as que sabem o quanto eu amo detalhes:
— quem entendeu o que o Edward achou que tinha no envelope?
Dica: tem a ver com o fato dele parar os amassos com a Bella nas melhores partes e ficar nesse vai/não vai com ela!
Dica 2: ter a ver não significa ser o único motivo! rsrsrsrsrs
.
Aguardo os comentários de vocês!
Beijinhos!



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