O que o Acaso Traz escrita por b-beatrice


Capítulo 7
Déjà-vu


Notas iniciais do capítulo

Oi queridas!
Estou passando para postar rapidinho o capítulo para vocês!
Beijinhos!



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Ponto de Vista – Bella

Eu era uma idiota.

Edward Masen era a atual fonte de todas as minhas irritações e frustrações. Quanto mais longe dele eu pudesse ficar, melhor para o meu humor.

Então por que eu meio que abri espaço para ele naquela boate sexta-feira?

E por que, em nome de todos os santos, eu respondi a mensagem ridícula dele?

Porque eu era uma idiota.

E talvez porque, apesar de tudo, ele era o homem mais sexy que meus olhos já tiveram a sorte de observar.

O que não desfazia toda antipatia que eu sentia por ele.

Para piorar a minha situação, eu precisava confessar que havia cogitado a possibilidade de me arrumar melhor, para o caso de ter algum encontro promissor com o senhor Masen.

Idiota.

Em minha defesa, eu decidi terminantemente contra isso, me arrumando da mesma forma que sempre fazia, utilizando o mesmo estilo de terninho combinando com a saia lápis e maquiagem imperceptível. Só faltava me convencer de que o fato de eu estar atrasada não foi o que realmente pesou na questão.

Foi por essa batalha interna em minha mente que eu cheguei na escola com um péssimo humor.

Para meu azar a professora que daria as duas primeiras aulas das quais eu participaria estava atrasada, o que significava que eu enfrentaria alguns momentos desconfortáveis no meio dos pré-adolescentes.

Para minha sorte, no entanto, duas garotas perguntaram se eu poderia tirar algumas dúvidas e passei aquele breve tempo me sentindo útil.

Os dois tempos seguintes foram uma oficina de escrita com as turmas do último ano. Eu gostava do último ano. Eles eram sempre preocupados demais com a ida para a faculdade, o que diminuía drasticamente o número de brincadeirinhas despropositadas em sala.

Encontrar com Angela no intervalo foi o ponto alto daquela tarde.

– Nada do senhor Masen hoje? – ela perguntou vindo sentar-se ao meu lado.

– Como é? – perguntei assustada.

Como ela poderia saber dos acontecimentos do final de semana se eu não havia contado a ninguém?

– Você parece apenas entediada. – ela comentou rindo – Se tivesse encontrado com ele estaria irritada.

Suspirei sabendo que aquela brincadeira tinha um fundo de verdade.

– Eu não sei o que estou fazendo, Ang. – comentei passando as mãos pelo rótulo da minha garrafa de soda como se ali estivesse escrito a solução de todos os meus problemas – Eu acho que não nasci para isso aqui. É como estar no ensino médio outra vez e isso definitivamente não faz bem para o meu humor.

– Você deveria estar aproveitando melhor seu tempo na faculdade, aposto que resolveria boa parte do seu tédio. – ela comentou piscando antes de levar sua própria garrafa aos lábios.

– Falou a menina que nunca nem chegou a ficar bêbada! – respondi sem conseguir segurar meus risos.

– Não preciso me embriagar com álcool quando já vivo embriagada pelo amor! – ela respondeu brincando.

Angela começara a namorar Ben desde o primeiro semestre da faculdade e desde então os dois pareciam se completar. Aquele era o tipo do casal que deixava claro para todos que seria eterno.

– Sorte a sua. – comentei.

– Você deveria se abrir mais, Bella. – ela aconselhou – Tem muitos caras a fim de você, quem sabe algum deles é o príncipe encantado? Aposto que ele pode estar mais perto do que você imagina!

– Angie, se o príncipe encantado for alguém como Mike ou Tyler ficarei feliz em permanecer fora da monarquia. – respondi rindo bem quando o primeiro sinal tocou – Droga, preciso ir, Ang! Se não conseguir um café antes da próxima aula vou desmaiar!

Peguei o terninho que estava nas costas da minha cadeira e saí na maior velocidade que pude sem chegar a correr, afinal eu era uma adulta. Consegui chegar à máquina de café rapidamente e já salivava antes mesmo de ter o produto pronto.

Estava prestes a me deliciar quando alguém esbarrou em mim, derramando parte do conteúdo na minha blusa branca.

– Eu sinto muito, senhorita Swan! – ouvi uma das alunas que eu havia ajudado hoje mais cedo – Eu te machuquei?

Respirei fundo, contando até dez e focando em um mantra que dizia que a menina realmente não tinha culpa.

– Está tudo bem, querida. – respondi com o máximo de simpatia que eu pude – Vá para sua aula, eu resolvo isso.

Sem precisar de um novo incentivo, a garota saiu correndo em direção às salas de aula enquanto eu buscava o banheiro dos funcionários mais próximo, sabendo que o banheiro feminino comum estaria lotado de alunas retocando maquiagem enquanto trocavam as fofocas que surgiram no intervalo.

Chequei se ambos os reservados estavam realmente vazios e finalmente me permiti olhar no espelho.

Poderia ter sido pior. Com o terninho por cima ninguém conseguiria reparar, mas se eu deixasse assim a mancha ficaria para sempre e eu não estava em condições de dispensar uma blusa social nova e cara suficiente para ser aprovada para o trabalho.

Tirei a blusa e me pus a esfregá-la na pia, após molhá-la com água e acrescentar o sabonete líquido mais neutro do mundo, que eles ofereciam naqueles banheiros.

Quando o segundo sinal bateu eu estava quase satisfeita com o trabalho. Foi aí que a porta do banheiro se abriu e o senhor Masen entrou.

Ficamos ambos parados nos encarando quando o olhar dele baixou dos meus olhos para o meu corpo parcialmente descoberto.

– Você realmente sabe como fazer as coisas valerem a pena. – ele comentou com o olhar contemplativo.

– O que diabos você está fazendo aqui? – perguntei cruzando os braços, esquecendo momentaneamente a blusa.

– Achei que você não gostasse de lavar roupa. – ele comentou sarcástico.

– Você é um idiota. – reclamei torcendo a blusa e virando de costas enquanto a vestia, sentindo a parte molhada grudando em minha barriga.

– O que aconteceu? – ouvi ele perguntar e me virei para vê-lo apoiado na porta.

– Alguém esbarrou em mim de forma fatal. – respondi mais preocupada em checar se estava apresentável do que em ficar encarando-o.

– Acho que esse aluno passou dos limites com essa tentativa de ver mais de você. – ele falou parecendo bravo e me perguntei se ele realmente iria contra um aluno e não apenas contra mim, como parecia seu estilo.

– Por mais que eu não goste da maioria deles, tenho que te avisar que foi uma menina e realmente pareceu arrependida. – comentei finalmente satisfeita com o resultado do meu visual, com o terninho cobrindo qualquer imperfeição – Agora, se você me der licença...

Ao contrário de me dar passagem, como imaginei que ele faria, o senhor Masen me puxou para mais perto dele. Perto suficiente para eu sentir seu calor e já começar a ficar arrepiada.

– Você realmente não deveria ser tão sexy. – ele falou bem próximo da minha orelha, mordendo meu lóbulo logo em seguida, fazendo com que eu começasse a me derreter – É demais para a população masculina desse lugar. – comecei a sentir uma de suas mãos traçando uma linha imaginária, subindo e descendo pela minha lombar – E pelo visto para parte da população feminina também.

Minha respiração estava pesada e acelerada e podia sentir meus seios encostando no peitoral dele. Aquele mesmo peitoral contra o qual vez ou outra dava vontade de se encaixar. Senti seus lábios vindo para meu pescoço e sabia que seria inútil tentar evitar suspirar por mais tempo quando o terceiro e último sinal finalmente tocou.

Empurrei-o com o susto, me dando conta do que estava acontecendo e saí correndo para a sala onde ocorreriam as aulas seguintes.

Para minha eterna sorte a professora chegou cerca de dois segundos depois de mim, não notando meu atraso.

Eu só precisava rezar para que nenhum dos alunos me entregassem.

~*~*~*~*~*~

Mais uma vez me peguei indo para a biblioteca enquanto Angela ministrava mais uma aula de aprofundamento.

Uma sensação de déjà-vu passou por mim, mas o garotinho de cabelos ruivos não estava em lugar nenhum do corredor.

Qual não foi a minha surpresa ao encontrá-lo entre as estantes, exatamente no lugar onde ele havia ido procurar seu livro na sexta-feira passada?

– Ei, Anthony. – cumprimentei em um sussurro.

– Olá, Bella! – ele respondeu no mesmo tom, parecendo sinceramente feliz em me ver.

– Como foi o fim de semana? – perguntei sem saber ao certo o porquê de estar puxando assunto com o rapazinho.

– Bom e o seu? – ele falou novamente com o olhar preso no meu enquanto a conversa acontecia, deixando sua busca na prateleira de lado.

– Um tanto surpreendente. – respondi voltando a pensar nos acontecimentos do final de semana.

– O meu também! – ele respondeu como se coisas incríveis tivessem acontecido – Você me faria companhia de novo?

– Claro, pequeno, claro. – respondi com um sorriso por causa de seu modo formal.

Ele fez uma breve careta, que me lembrou que ele não parecia gostar de ser chamado tido como baixinho e fiz uma nota mental para não repetir meu erro.

Ele pegou seu livro, o mesmo da sexta-feira passada, e foi andando para a sala dos pufes como se fizesse isso o tempo inteiro. Como sempre naquele horário, o ambiente estava vazio.

– Trouxe os documentos para fazer o cartão da biblioteca? – perguntei enquanto nos acomodávamos, novamente um de frente para o outro.

– Hmm... – ele hesitou por um instante, apesar de sempre manter o contato visual – Não, mas não tem problema. Eu venho aqui todos os dias e estou lendo outro livro em casa.

– Eu posso perguntar por que você fica aqui sozinho todos os dias? – perguntei sem saber ao certo se estava invadindo demais a vida pessoal do jovenzinho.

– Minha babá não chega muito cedo, então eu fico aqui esperando ela chegar. – ele respondeu sem dar sinais de que estava desconfortável com meu interesse, mas parecia medir cada palavra antes de pronunciá-la.

– E seu pai? Sua mãe? Seus colegas de turma? – perguntei apesar de já esperar qual seria sua resposta.

– Meu pai fica trabalhando até tarde. Eu não moro com a minha mãe e prefiro ficar lendo. – ele respondeu, me fazendo concluir que suas questões sociais e familiares eram um tanto complicadas.

– E você gosta da sua babá? – perguntei interessada demais no menino.

– Claro. – ele respondeu automaticamente, mas pareceu estranhar minha pergunta.

– Desculpe. – falei – Eu estou atrapalhando a sua leitura.

– Você não tem que se desculpar. – ele respondeu, sua testa franzida demonstrando que estranhava ainda mais o fato de eu me desculpar.

Nosso assunto acabou e ele finalmente se concentrou em seu livro. Fiquei observando-o e tive a sensação de que já conhecia aquele menino de algum lugar.

O tempo passou e Anthony levantou se despedindo antes que eu pudesse lembrar de onde o conhecia.

Observei-o guardar novamente o livro no exato lugar em que ele estivera antes e sair andando em sua postura de mini adulto, ainda me perguntando de onde eu o conhecia.

Suspirei tentando afastar aqueles pensamentos. Eu precisava parar de pensar demais naquele menino.

Urgentemente.


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Notas finais do capítulo

E as coisas estão esquentando...
Respostas das notas finais anteriores:
— Anthony está arriscando ler em diferentes lugares, está interagindo mais com as pessoas e está até mesmo interessado em ficar mais alto, porque a Bella o chamou de baixinho! rsrsrsrs
— A pessoa em comum é a Sue, que é vizinha da Bella e babá do Anthony.
— Não vou dar resposta do outro detalhe porque ninguém que comentou acertou! rsrsrsrs Se quiserem tentar mais releiam o capítulo, pois vale brinde imaginário! (dica: tem a ver com a interação Anthony/Edward)
Semana que vem tem mais! Lembrando que quanto mais comentários, mais inspiração!
Beijinhos!



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