O que o Acaso Traz escrita por b-beatrice


Capítulo 5
Dia Seguinte


Notas iniciais do capítulo

Oi queridas!
Me desculpem pelo sumiço! Acho que um atraso foi causando outro até que atrasei tudo de uma vez por todas! rsrsrsrsrs
Estou pensando em fazer mais um Ponto de Vista do Edward, o que acham?
Beijinhos!



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Ponto de Vista – Bella

Acordei meio perdida e levou cerca de 30 segundos para que os pensamentos tomassem ordem em meu cérebro e eu me situasse em tudo que aconteceu na noite anterior.

Minha primeira conclusão foi “Alice vai me matar”, mas a segunda e mais forte foi a de que eu não teria mais coragem de encarar o Sr. Masen depois do vergonhoso encontro da noite passada.

Ainda sentindo os arrepios da vergonha pela minha gafe e nosso ligeiro bate-boca resolvi levantar. Ao checar o celular descobri 7 chamadas perdidas de Alice. Liguei de volta, mas não obtive resposta, então deixei o celular de lado.

Olhei em volta e cheguei à conclusão óbvia a qual chegava todo sábado. Esse apartamento precisa de uma faxina.

Suspirei. Café da manhã primeiro.

Foi quando abri a geladeira que meu mundo caiu. Eu precisava fazer compras.

Desisti de manter uma dieta saudável e agarrei um pacote de biscoitos recheados que eu mantinha para emergências. Estar sem comida não deixava de ser uma emergência.

O restante da manhã foi pura rotina. Colocar as roupas para lavar, faxinar quarto, sala e cozinha... Nessas horas eu agradecia por morar em um apartamento pequeno. Emendei a faxina do banheiro com meu próprio banho.

Ao final de tudo a manhã já havia acabado e eu estava mais do que faminta.

Acabei com o pacote de biscoitos aconchegada entre as almofadas do sofá, querendo nunca mais precisar levantar, mas sabendo eu precisava ir ao mercado e me alimentar com alguma comida decente.

Antes de sair, no entanto, resolvi tentar falar novamente com Alice.

– Eu quero matar você. – foi sua forma de me atender.

Percebendo que a ligação me tomaria algum tempo aproveitei para me jogar de novo no sofá.

– Eu sinto muito! As margaritas subiram rápido demais. – me desculpei.

– Eu percebi que você estava embriagada, por isso mesmo morri de preocupação! – ela reclamou e eu não podia tirar a razão dela.

– Desculpa! Eu estava me sentindo deslocada, embriagada, cansada e só queria vir para minha casa, mas também não queria atrapalhar você. – expliquei notando que de fato meus motivos não eram bons o suficiente para tê-la abandonado em um encontro com seu namorado e família.

– Ainda assim, você poderia ter dado uma desculpa ou pelo menos ter me mandado uma mensagem de texto avisando que você tinha saído! – ela falou claramente chateada – Você tem ideia da minha cara quando todos começaram a perguntar por você e eu não tinha ideia de onde você estava?

– Se eu tivesse dado uma desculpa você jamais teria me deixado sair! – acusei, mas resolvi que não adiantava discutir – Eu deveria sim ter te mandado uma mensagem explicando e eu realmente sinto muito por isso.

– Tudo bem. – ela respondeu e eu soube que não estava tudo bem.

Às vezes era muito frustrante ter uma melhor amiga. Eu não entendia porque as mulheres no geral tinham dificuldades em expor realmente o que estavam pensando ou sentindo. E eu também não entendia porque eu fazia parte da minoria que não fazia joguinhos.

– E você não vai me contar como foi o restante da noite? – perguntei querendo que Alice finalmente voltasse a agir de sua forma natural e não rabugenta.

– Você não quer realmente saber. – ela respondeu.

– Sim, Alice, eu realmente quero saber. – declarei me acomodando melhor sabendo que essa conversa provavelmente demoraria bem mais do que eu gostaria.

– Foi ótimo. – ela falou e sorri sabendo que suas defesas não aguentariam por muito mais tempo – Na verdade eu queria te contar pessoalmente. Já faz algum tempo que não fazemos algo juntas, sabia?

– Vem passar um tempo aqui em casa. – sugeri – Podemos conversar, comer besteiras, assistir um filme...

– Combinado! Apareço aí por volta das 18h! – Alice concordou animada e desligou em seguida.

Rindo do seu jeito um tanto bipolar e lembrei que aquele era um dos principais motivos pelos quais Alice era minha melhor amiga. Não era difícil ferir seus sentimentos, mas ela nunca perdia muito tempo com besteiras, jogando as mágoas fora o mais brevemente possível.

Com um suspiro abandonei o sofá e fui para meu desafio no mercado.

~*~*~*~*~

Precisei fazer três viagens para conseguir subir todas as minhas sacolas de compras, mas consolei a mim mesma de que tantas escadas acabariam por deixar minhas pernas torneadas. Doce ilusão.

Enquanto arrumava as coisas nos armários me dei conta de que eu havia exagerado na comida-porcaria mais uma vez. Meu último ano letivo já havia iniciado e eu ainda não havia aprendido a viver como uma adulta.

Ou talvez adultos também abusassem das guloseimas, salgadinhos e congelados de vez em quando.

Quando Alice finalmente chegou, eu já havia comido algo improvisado, estendido a roupa e estava tentando ao máximo me concentrar em um dos trabalhos que eu precisava adiantar.

– Você faz coisas demais. – ela comentou olhando em volta, percebendo o ambiente recém arrumado, apesar dos papéis da faculdade espalhados pelo tapete da sala.

– É por isso que eu vivo cansada. – comentei rindo.

Sem precisar de convite, Alice se jogou no sofá enquanto eu recolhia e guardava minha bagunça.

Pedimos pizza e sentei ao lado dela esperando ela começar a contar sobre a noite anterior, mas ela permaneceu calada.

– Você ainda está chateada? – perguntei estranhando seu comportamento.

– Claro que não, por quê? – ela respondeu espantada e pude ver sinceridade em seus olhos.

– Então pode começar a falar! – decretei ficando realmente curiosa, já que Alice não era de enrolar.

– Eu estou preocupada, Bella. – ela confessou e meu coração se apertou ao ver que minha amiga parecia fragilizada com alguma coisa.

– O que aconteceu? Ele te fez alguma coisa? Ele não era o que você esperava? – perguntei nervosa, espantada que o rapaz que parecia ser um príncipe encantado não era o que esperávamos.

– Não é nada disso! Ele é ótimo! – ela falou e continuei a encará-la sem entender – É exatamente por isso que eu estou preocupada. Você sabe que eu estou sempre envolvida em alguma paixonite, mas dessa vez é diferente. Eu acho que nunca isso senti por ninguém e agora fico achando que pareço uma adolescente estúpida.

– Ei! – falei interrompendo suas palavras e a abraçando pelos ombros – Você não é estúpida. Se isso te faz feliz não pode ser ruim, certo?

– Como você pode ser tão racional? – Alice perguntou e rimos.

– Vamos, agora me conte, o que aconteceu para você estar passando por todo esse sentimentalismo profundo? – perguntei ainda abraçada a minha amiga.

– Depois que passou um tempo que você tinha ido embora nós resolvemos ir conhecer a boate do local. Nós dançamos juntos e era incrível como parecíamos combinar. – ela contou e seus olhos vagaram como se ela estivesse lembrando dos acontecimentos – Eu acho que bebi um pouco além da conta também, então quando ele foi me levar em casa ele entrou comigo só para me colocar na cama. Ele foi tão educado e carinhoso, Bella...

– Oh, Alice! – falei feliz por ela – Eu acho que você está realmente apaixonada.

Rimos e Alice continuou.

– Ele é tão perfeito! E tão educado, e calmo, e simpático, e gentil... E a família dele é ótima também! Você tinha que ter ficado mais e ter visto mais por si mesma! – ela comentou.

– Eu realmente sinto muito. – comentei pela primeira vez um tanto arrependida de ter ido embora – Preciso confessar que fiquei com medo de você querer me jogar para cima do outro irmão dele.

Alice ficou quieta e corou por um instante.

– Eu sabia! – gritei empurrando-a de brincadeira – Sorte a minha que saí, apesar dele não ter ido.

– Ele foi, mas também não ficou por muito tempo com a gente. – ela falou e, com a ausência de mais detalhes desconfiei.

– Então, como era o meu pretendente? – perguntei fazendo graça.

– Vamos deixar isso para lá. – ela falou a contra gosto – Ele não serve para você.

– O que aconteceu? – perguntei estranhando.

– Ele não parece ser irmão de Jasper. Ele era bonito e muito polido, mas também era muito fechado. Parecia irritado com alguma coisa e não conseguia relaxar. Eu não consegui descobrir exatamente o que é, mas ele tem algum problema que parece afetar a família toda. – ela contou.

– Eu percebi algo assim no meio da conversa também. – confessei.

– Só o que eu consegui entender é que ele tem problemas com relacionamentos amorosos ou algo assim. – Alice confidenciou.

– Será que ele é gay? – perguntei louca para resolver o mistério.

– Não! – Alice descartou rapidamente – Ele tem um filho!

– E você queria me juntar com um cara que tem um filho? – perguntei elevando meu tom de voz graças ao meu espanto, arrancando algumas risadas de Alice.

– Eu não sabia que ele tinha um filho! – ela explicou – Só fiquei sabendo quando ele jogou isso como desculpa para ir embora.

– E a mãe do filho dele? Não foi convidada para a reunião de família? – raciocinei sem completamente perdida na história.

– Ninguém fala nela. – ela comentou pensativa – Eu não acho que eles vivam juntos nem nada.

– Pobre rapaz... – falei depois de um tempo de silêncio – Provavelmente não faz ideia de que ele vai ser motivo para gastarmos neurônios até conseguirmos descobrir sobre os mistérios dele.

– Só espero que não demore muito porque ainda vou precisar de muitos neurônios para pensar em Jasper. – Alice falou fazendo graça e rimos.

Nossas risadas foram interrompidas pelo interfone, sinalizando que a pizza havia chegado.

Comemos fofocando sobre ninguém especificamente. Alice falava sobre pessoas da faculdade que eu nunca havia sequer ouvido falar.

Escolher um filme dentro da minha pequena coleção foi um desafio. Alice amava romances dramáticos e levara Querido John, mas e eu simplesmente odiava o estilo. Acabamos assistindo Ritmo Quente, um romance dos anos 80 que era lindo e sem drama suficiente para me irritar.

– Eu amo romance! – Alice deu um gritinho enquanto se espreguiçava ao final.

– Jura? – perguntei sarcasticamente.

– O quanto você vai rir de mim se eu pedir uma pausa para ligar para Jasper? – ela perguntou me olhando com seu olhar de coitadinha.

– Fique a vontade. – respondi indo guardar o filme – Eu preciso ligar para os meus pais, de qualquer forma.

Alice foi saltitante para a cozinha, onde estava sua bolsa enquanto fui para o quarto pegar meu celular.

Vi o alerta de uma mensagem e imaginei se minha mãe havia finalmente aprendido a usar o celular para digitar.

O fato do remetente ser um número desconhecido desfez minha hipótese rapidamente.

Abri a mensagem e, depois do susto passado, senti uma vontade imensa de atirar o celular pela janela.

"Recapitulando: Eu disse que não tiraria a roupa para você lavar. Você disse que odeia lavar roupa. Eu ganhei apenas um beijo, mas você está recebendo a mensagem do dia seguinte. Aguardo seu próximo passo."


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Notas finais do capítulo

para aquelas que estão sentindo falta do Anthony: calma que ele já já aparece!
lembrando que quanto mais comentários mais eu me inspiro! rsrsrsrs
beijinhos!



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