O que o Acaso Traz escrita por b-beatrice


Capítulo 4
Noite de Sexta


Notas iniciais do capítulo

oi queridas!
desculpem pelo atraso! as turbulências da rotina me atacaram!
fiquei muito feliz por terem gostado do Ponto de Vista do Edward que estou até pensando em reorganizar a história, começando por ele (calma, não vai alterar nada daqui para a frente!), só me falta a disposição! rsrsrsrsrsrs
Enfim, capítulo novo!
Espero que gostem!



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Ponto de Vista – Bella

Foi só quando cheguei em casa que me dei conta de que hoje era finalmente sexta-feira.

Isso significava que eu precisava pensar rápido em alguma desculpa para não sair com o pessoal da faculdade. Algum deles me ligaria a qualquer minuto.

A verdade é que não podia me dar ao luxo de ficar gastando meu tão suado dinheiro em bares ou baladas, além do fato de eu realmente não me interessar por um ou mesmo por outro.

No momento tudo que eu precisava era de uma boa ducha, pipoca, um filme qualquer e me jogar no sofá.

Eu havia acabado de sair do banho quando cometi meu primeiro grande erro da noite: atendi ao telefone.

– Alô? – falei antes mesmo de checar quem estava ligando.

– Oi Bella! – ouvi a voz de Alice, uma das primeiras meninas que conheci na faculdade e minha melhor amiga – Escuta, eu estou em uma situação de desespero.

– Estou ouvindo... – respondi simplesmente, já sabendo há muito tempo que Alice estava sempre em situações de desespero.

– É sobre aquele cara que eu conheci! Ele é maravilhoso! É simpático, educado, tem bom gosto musical... Ele é perfeito! Você sabe, não é? Aquele com quem eu estou saindo há algum tempo... – Alice falava em seu tom sempre ultra animado sobre sua mais recente paixonite, como se ela não tivesse me falado sobre ele durante horas nos últimos dias.

– Isso é ótimo! – respondi enquanto caçava algo confortável para vestir, já acostumada com os príncipes encantados que Alice conhecia.

– Sim! E ele me chamou para sair, mas os irmãos dele também vão e ele disse que eu poderia levar companhia também. Eu acho que ele esperava que eu levasse alguém da família, mas a pessoa mais próxima que eu tenho de família por aqui é você e eu disse isso a ele. Acontece que agora ele quer te conhecer. Eu contei a ele sobre como nos conhecemos desde o primeiro dia na faculdade, naquela aula sobre artes medievais, lembra? Ele já falou com a mulher de um dos irmãos dele sobre levar a mim e uma amiga, então agora eu realmente preciso que você vá! – Alice falava tão rápido que era difícil conseguir entender o que ela dizia.

– Alice, você sabe que eu te amo, mas eu não tenho forças para sair hoje. Eu tenho mil coisas para fazer, a última coisa que eu preciso é ficar até tarde na rua. – ouvi a campainha tocar, provavelmente minha vizinha salvadora de todos os momentos – Eu preciso ir, acho que Sue está me procurando, eu devo ter esquecido algum envelope do lado de fora. Não fique triste, ok? Eu nem teria o que vestir mesmo...

Antes de dar a Alice a chance de responder desliguei, vesti um moletom qualquer e fui atender a porta. Meu segundo erro da noite.

– Eu sabia que você ia dizer isso! – Alice declarou saltitando enquanto estendia a mão para mim com uma sacola de alguma loja de roupas.

– Não acredito! – reclamei olhando para ela perfeitamente arrumada, pronta para sua noite.

– Por favor! Por favor! Por favor! Você precisa fazer isso por mim! – Alice pediu implorando com seus olhinhos castanhos dourados implorando.

Suspirei.

– Eu não vou ficar até tarde! – declarei.

– AAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAH! – Alice gritou pulando em cima de mim.

Seria uma longa noite.

Em menos de uma hora, minha amiga baixinha fez com que eu vestisse o micro vestido preto que ela me trouxera, me maquiou, me penteou e me convenceu a calçar um par de sandálias de salto também pretas, já que iríamos apenas a um bar.

Estávamos saindo quando flagrei meu vizinho Harry traindo a confiança da minha fada madrinha e vizinha Sue.

– Boa noite, meninas! – ele nos cumprimentou sem graça, tentando esconder o pacote de fast food que o entregador acabara de passar para ele.

– Sue sabe sobre isso? – perguntei apontando para a infração.

– É só por hoje, Bella! – ele respondeu com os ombros caídos.

– Ela se preocupa com a sua saúde, Harry. – falei brevemente.

Sue já havia me contado diversas vezes sobre os riscos que o coração de seu marido corria.

– É realmente só dessa vez, já que ela precisou trabalhar até mais tarde. – ele se justificou, ainda parecendo sem graça.

– Tudo bem, não vou te delatar dessa vez. – falei sorrindo.

– Aproveitem a noite, meninas! – ele falou já sorrindo e indo para dentro.

– Vamos aproveitar! – Alice respondeu, me puxando pelo braço.

~*~*~*~*~*~

Ao contrário do que Alice previra, não era apenas um encontro em um bar. O local dividia espaço com uma boate, o que a princípio me assustou, mas a baixinha me tranquilizou, dizendo que aquele não era o foco.

– Mesa dos Cullen, por favor. – Alice falou com a recepcionista e fomos levadas a uma mesa onde havia um casal e um rapaz, provavelmente o príncipe encantado de Alice.

O príncipe encantado era realmente bonito, com olhos azuis e cabelo loiro em um corte moderno, que fora provavelmente o que atingiu o ponto fraco de Alice.

O outro homem parecia transbordar em músculos e mesmo sentado era perceptível o quanto era alto. Era o oposto do príncipe encantado. Seus olhos eram quase negros e seu cabelo era castanho escuro e muito curto.

Ao olhar a mulher me perguntei se não a conhecia de alguma revista ou programa de televisão. Era provavelmente uma modelo. Lindíssima, olhos violetas, com cada traço muito perfeito, maquiagem impecável, cabelo loiro brilhoso em um penteado muito bem trabalhado.

O príncipe encantado se levantou e cumprimentou Alice com um beijo rápido.

– Jazz, essa é minha amiga e quase irmã Bella. – falou, apontando para mim – Bella, esse é Jasper, sobre quem você ouviu tanto.

– É um prazer, Bella. – Jasper me cumprimentou educadamente, com um sorriso que de fato combinava com ele – Esse é meu irmão Emmett e sua esposa Rosalie. Meu outro irmão ainda está para chegar.

Alice os cumprimentou primeiro, mas eu a segui de perto. Jasper afastou as cadeiras para nós e nos sentamos. Ao contrário do que eu esperava, todos foram extremamente simpáticos e, em momento algum pareceram ter reservas quanto a qualquer uma de nós.

Se Alice estivera preocupada sobre ser aceita na família de Jasper, fora uma preocupação em vão.

Conversamos bastante, petiscamos um pouco e bebemos muito.

Em meia hora eu já tinha uma pequena coleção de fatos sobre a família Cullen, mesmo sem o outro irmão chegar. Sabia que a família tinha dinheiro e também certo estilo tradicional, o que provavelmente explicava a educação e polidez dos homens. Me surpreendi ao saber que Rosalie não era modelo nem artista, mas sim uma espécie de maga da informática. Emmett e Jasper trabalhavam na empresa da família, que era responsável por prestar serviços a outras empresas salvando-as de falência, má administração, ou mesmo aprimorando o rendimento.

Tudo um tanto complicado demais para eu entender depois de algumas margaritas e pouca comida de verdade. Resolvi ficar um tempo calada, evitando soltar alguma besteira, esperando o efeito do álcool passar um pouco.

– Você não disse que tinha outro irmão? – Alice perguntou a Jasper e me dei conta de que corria o risco de estar ali para ser atirada em cima do irmão solteirão do príncipe encantado.

– Eu tenho, mas não sei se ele vem. – Jasper respondeu parecendo um tanto aborrecido, mas sem querer dar detalhes.

Imaginei se o irmão faltoso seria alguma espécie de anti-social ou se era por causa dele que Alice estava tensa com o encontro.

– Ele é um cabeça dura. – Emmett explicou, apesar de sua explicação não servir de muito auxílio para minha imaginação.

– Pare de falar mal dele! – Rosalie defendeu o terceiro Cullen com tanto afinco que levei um susto – Ele é uma boa pessoa, Alice, só está passando por alguns problemas.

– Eufemismo do século. – Emmett comentou e Rosalie o presenteou com uma cotovelada que pareceu tê-lo afetado mais no ego do que em qualquer outro lugar.

A verdade é que os dois casais não pareciam estar passando por dificuldade alguma para se entrosar sem mim. Alice, inclusive, estava muito bem amparada sob o braço de Jasper, então resolvi aproveitar para sair de fininho.

– Aonde você vai? – Alice perguntou quando me viu levantando.

– Banheiro. – respondi a primeira coisa que pensei.

– Vou com você. – ela falou, começando a se afastar de Jasper.

– Não precisa! – falei rápido demais, provavelmente assustando a todos – Eu só vou responder uma ligação perdida.

Apontei para minha bolsa e aproveitei que Alice pareceu incerta para sair.

Sem poder ir em direção à saída, tive que realmente ir para o banheiro.

Foi quando me deparei com a passagem para a boate. Era a saída perfeita!

Um segurança abriu para mim uma porta à prova de som e entrei no cubículo que ficava entre o bar e a boate. Mostrei minha identidade, paguei a entrada, peguei o cartão para pedidos e logo outro segurança abriu a segunda porta à prova de som, permitindo que eu fosse para a imensidão de luzes coloridas e piscantes, além da música em volume alto suficiente para estourar meus ouvidos.

Terceiro erro da noite: misturar saltos, álcool, luzes brilhantes, música alta e estar em um local lotado.

A partir desse eu parei de contar.

A vertigem veio rapidamente.

Tentei visualizar a saída para nortear minha caminhada, mas continuei sentindo um vai e vem no meu cérebro.

Finalmente avistei a porta para minha liberdade, mas antes de me aproximar colidi com alguém.

– Mas que merda! – ouvi meu alvo reclamar e, com alguma dificuldade, percebi que eu fizera com que ele derramasse a bebida dele em sua roupa.

– Ai meu Deus! – gritei assustada e esperando que ele me ouvisse apesar de todo barulho em volta – Me desculpa!

Tateei a parte molhada de sua camisa social esperando que alguma mágica acontecesse e minha mão sugasse o líquido.

Deus! O homem tinha um belo exemplar de peitoral!

– O que você pensa que está fazendo? – ele gritou segurando meu pulso, impedindo minha mão de se mover.

Voltei minha cabeça para cima, querendo encará-lo para entendê-lo melhor. Foi quando me deparei com o rosto do senhor Masen.

– Eu não acredito! – exclamei puxando minha mão de volta.

– Tinha que ser... – ele falou passando sua mão pelo cabelo que já estava despenteado, despenteando-o ainda mais.

– Eu realmente sinto muito. – falei louca para ir embora e me livrar daquela situação.

– É claro que sente! – ele respondeu sarcástico.

– Desculpa se não posso fazer um milagre e desfazer isso! – gritei irritada com a atitude dele – Não é como se eu pudesse sugar essa porra para fora!

Seu olhar ficou ainda mais sério e mesmo com a barba aparada pude perceber sua mandíbula cerrar.

– Você está bêbada? – ele perguntou.

– Ei, gata. – senti um estranho qualquer por seus braços em torno dos meus ombros – Que tal deixar esse cara de lado e me deixar te pagar uma bebida?

Olhei para ele e, com alguma dificuldade, percebi que ele tinha idade para ser um dos meus alunos, pré-adolescentes, que provavelmente entravam em boates com identidades falsas.

– Me solta. – falei para o menino não conseguindo colocar muita emoção em minhas palavras, de tão ridículo aquele momento era.

– Ah, qual é? Não vem me dizer que ele é seu namorado. – o garoto falou com um sorrisinho.

– Ela disse para soltar. – o senhor Masen falou novamente pegando minha mão e me puxando para perto dele.

– Vadia. – o menino ainda falou antes de sair e o senhor Masen pareceu querer ir atrás dele, mas segurei seu braço com força.

– Esquece. – falei, já me sentindo de saco cheio pela situação – Eu realmente sinto muito pela camisa.

– Esquece. – ele respondeu apenas.

Ficamos em silêncio, um frente para o outro, em meio às luzes, ao som e aos esbarrões das pessoas a nossa volta.

– Você está bem? – ele perguntou.

– Você se importa? – rebati.

– Sim, especialmente quando corro risco de ser atropelado por você no meio da noite. – ele respondeu voltando à sua postura irritada.

– Cristo, Masen! Apenas tire a maldita camisa e eu prometo lavá-la, passá-la devolvê-la inteira! – explodi.

– Não me provoque. – ele falou me puxando de encontro a ele e pude novamente sentir seus músculos enquanto ele falava em meu ouvido – Se algum dia eu tirar a camisa para você, não vai ser com a intensão de tê-la lavada.

Seu cheiro invadiu minhas narinas. Um perfume amadeirado que fez com que eu me sentisse mais ousada. Ou talvez fosse apenas o álcool mesmo.

– Ótimo. – falei passando meus braços em volta de seus ombros enquanto meus lábios iam até sua mandíbula deixar um beijo singelo – Eu realmente odeio lavar roupa.

O empurrei e saí o mais rapidamente que meus sentidos me permitiram.

Por sorte, o segurança não fez perguntas quando entreguei o cartão de consumo vazio.

Havia uma fila de táxis na saída da boate. Entrei em um, passei meu endereço e rezei para não dormir até chegar em casa.


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Notas finais do capítulo

Mais personagens estão aparecendo! (finalmente!!)
O que acharam? Aguardo, roendo as unhas, os comentários de vocês!
Beijinhos!



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