O que o Acaso Traz escrita por b-beatrice


Capítulo 28
Imprevisto


Notas iniciais do capítulo

Oi queridas!
Sei que extrapolei na demora e tenho más notícias! Não sei quando vou conseguir postar o próximo capítulo. Eu estou com um bloqueio terrível para escrever e não sei o que fazer para me livrar disso. Esse capítulo exigiu muito sacrifício, então espero realmente que gostem, apesar de não ser muito extenso.
Espero que ainda haja alguma leitora perdida por aí aguardando atualização!
Beijinhos e até o próximo!
ps: aceito dicas contra bloqueio de escrita!



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Ponto de Vista – Bella

A sexta-feira do dia 11 de setembro amanheceu melancólica, combinando perfeitamente com a data.

Tentei olhar pelo lado bom lembrando que eu não tinha que ir para a faculdade ou para o trabalho, mas as emoções da noite anterior ainda mantinham aquela terrível sensação de aperto no peito.

Desde que eu chegara em casa depois do mercado eu já havia deixado tudo limpo com a desculpa de que meus pais não teriam nada para reclamar, mas a verdade é que eu não queria ficar parada permitindo que pensamentos ruins se apossassem de mim.

Eu só havia me permitido ir para a cama no meio da madrugada e acabei despertando de manhã cedo, sem conseguir mais pegar no sono.

Meu celular apitou com uma mensagem e suspirei esperando que não fosse minha mãe avisando que estavam chegando. Eu ainda não estava preparada para vestir uma máscara de felicidade e fingir que não havia nada de errado.

“É muito cedo para dizer que precisamos conversar?”

 

“Cedo? Eu estou tendo uma overdose de ansiedade pela falta de notícias!”

 

“Está tudo certo, na medida do possível. Houve bônus. De acordo com fontes seguras, sou um ótimo pai.”

 

“Como se você não soubesse disso... Seja sincero. Ele me odeia?”

 

“Impossível te odiar. Estou começando a achar que ele tem algum tipo de paixonite por você.”

 

“Ele me tem na palma de cada uma das mãozinhas.”

 

“Somos dois, mas realmente, precisamos conversar sobre isso.”

 

“Meus pais chegam hoje, mas não sei que horas. Era para ser uma surpresa. Podemos nos encontrar no domingo à noite?”

 

“Diga a hora e o lugar. Estarei lá.”

 

“Te aviso assim que decidir.”

 

“Estarei esperando.”

 

A breve troca de mensagens fez meu humor ficar ligeiramente melhor. Se por um lado eu estava dando graças a Deus pelo fato de que Anthony aparentemente não me odiava, pelo outro eu ainda queria ver com meus próprios olhos e, por mais bobo que fosse, eu não conseguia afastar o sentimento de querer estar novamente com meus dois ruivos favoritos.

Ao menos o pequeno alívio me ajudou a conseguir algumas horas a mais de sono.

Acordei quase ao meio dia, o que me fez saltar da cama para ficar apresentável para o momento em que meus pais chegassem.

A última coisa que eu queria era a percepção do Chefe Swan percebendo que sua filha parecia um pouco depressiva.

A casa estava perfeitamente arrumada, eu estava com a aparência incrivelmente melhor e resolvi que agradar meu pai com uma lasanha não seria ruim, mas me enganei achando que cozinhar melhoraria meu humor, já que isso só me fez sentir ainda mais falta de alguém comigo, depois de passar tanto tempo tendo Anthony como ajudante.

O celular apitou me trazendo de volta para a realidade.

“Como está a reunião Swan?”

Por mais que eu não quisesse admitir, estava sorrindo como boba por Edward ter enviado uma mensagem tão simples.

“Ainda não começou.”

 

“Como sabe que eles vão vir se é uma surpresa?”

 

“Minha mãe não sabe guardar segredos.”

 

“Ela conseguiu não te contar que horas chegaria.”

 

“Essa talvez seja a pior parte. Não vou relaxar enquanto não chegarem.”

 

“E qual é a ocasião, se você não se importa que eu pergunte.”

 

“Meu aniversário.”

 

“Hoje é seu aniversário e você só me conta agora?”

 

“Achei que você tinha acesso à minha ficha da escola... Mas não, meu aniversário é depois de amanhã.”

 

“Ótimo, comemoraremos quando nos encontrarmos.”

 

“Não sou muito fã de fazer aniversário.”

 

“Porque nunca comemorou comigo. Você vai adorar.”

 

“Um tanto convencido, não? Como está sendo a reunião Masen?”

 

“Não está acontecendo. Meu primo decidiu roubar Anthony hoje. De acordo com ele hoje é um dia depressivo demais para permitir que o menino fique em casa comigo.”

 

“Pobre rapaz solitário! Isso explica todas essas mensagens.”

 

“Queria estar com você.”

Foi a primeira vez que Edward expressava claramente a sua vontade de estar comigo. Quer dizer, nós nos agarrávamos pela escola no inicio do nosso “relacionamento”, nós nos beijávamos de vez em quando e nós conversávamos muito, mas isso era novo.

Talvez por isso levei um minuto a mais do que o normal para responder algo tão simples.

“Eu também queria.”

 

“Domingo, certo?”

 

“Assim que eles saírem daqui.”

 

“Estarei esperando.”

Coloquei a lasanha no forno e fui continuar a fazer o que eu mais estava fazendo naquele dia: esperar.

~*~*~*~*~

Quando meus pais não chegaram para o almoço eu fiquei ligeiramente chateada. Não tinha graça partir uma lasanha enorme para uma única pessoa e minha mãe poderia ter dado algum sinal para que eu não os ficasse esperando e passando fome.

Almocei um sanduíche qualquer e guardei a lasanha para o jantar.

Quando meus pais não chegaram durante a tarde meu humor caiu ainda mais. Eu havia perdido o dia inteiro fazendo nada, esperando pela surpresa deles. Eu realmente odiava surpresas.

Agora, quando passou da hora do jantar e não havia notícia alguma deles comecei a ficar preocupada. A televisão estava ligada na sala, mas não havia notícia alguma de atrasos, cancelamentos ou quedas de voos, graças a Deus.

Eu estava prestes a fazer alguma loucura de tanto nervosismo quando meu telefone finalmente tocou.

— Alô. – atendi um tanto ansiosa.

— Bella, bebê! – ouvi a voz da minha mãe falar do outro lado, mas pelo seu tom algo estava errado.

— Mãe? O que houve? – perguntei agora com a ansiedade se transformando em desespero.

— Eu e seu pai queríamos te contar que íamos te fazer uma surpresa esse final de semana, para o seu aniversário... Acontece que aconteceu um imprevisto e não vamos poder ir... Eu sinto muito, querida. – apesar das palavras da minha mãe parecerem muito sinceras e sentidas eu não podia acreditar que aquilo estava acontecendo.

— Sério? – foi só o que eu consegui responder e minha voz soou infantilmente decepcionada até mesmo para os meus próprios ouvidos.

— Infelizmente é sério, bebê. – minha mãe respondeu parecendo igualmente decepcionada – O seu pai vai falar com você.

— Bella? – ouvi a voz do meu pai do outro lado do telefone, que parecia irritado.

— Oi, pai. – respondi completamente desanimada, já completamente jogada no sofá, como em um clipe de uma música depressiva qualquer.

— Nós tivemos a melhor das intenções, querida. – ele falou.

— Eu sei disso. Está tudo bem. – só que não estava – O que aconteceu para vocês não poderem vir?

— Arg! Sua mãe nos fez perder o voo! – ele falou e pude entender claramente sua irritação. Aquilo era completamente algo típico da minha mãe.

— Foi só por quinze minutos! Eles podiam ter nos deixado passar! – ouvi minha mãe reclamando ao fundo da ligação.

— Não tem problema. – afirmei apesar da minha voz não ser nada convincente – Nós nos vemos no feriado de ação de graças.

— Claro. Sentimos sua falta, querida. – meu pai falou – Vamos te ligar novamente para desejar os parabéns.

— Tudo bem. Sinto falta de vocês também. – respondi.

— Sua mãe vai voltar a falar com você. – ele disse após um pigarro, típico do chefe Swan desconfortável em demonstrar sentimentos.

— Eu sinto muito, bebê! – minha mãe choramingou.

— Está tudo bem, mãe. – repeti e começava a achar mais convincente – Nos veremos no ação de graças!

— Eu te amo! – ela falou.

— Também te amo. – respondi e desligamos.

De repente eu me senti vazia.

Meus pais não passariam meu aniversário comigo porque, de alguma forma, eles perderam o voo. Quem no mundo atual perde um voo? Eles sabiam que era altamente recomendado chegar com mais de uma hora de antecedência! Eu era a única filha deles, será que eles não poderiam fazer um esforço um pouquinho maior por essa causa?

Edward estava longe. Anthony estava longe.

Alice provavelmente estava com o namorado, assim como Angela.

Eu estava completamente sozinha. E vazia.

Me enrolei na manta do sofá adotando posição fetal repetindo mentalmente que eu não iria chorar.

O celular voltou a tocar e pensei seriamente em ignorar, mas era apenas uma mensagem.

“Como estão indo as coisas?”

 

“Não estão. Anthony se divertiu?”

 

“Deve ter se divertido além da conta, já que acabo de ser informado que ele vai dormir lá mesmo. Como assim não estão?”

 

“Meus pais não vieram.”

 

“O que aconteceu?”

 

“Perderam o voo. Dá para acreditar?”

 

“Sinto muito, linda.”

Ali estava, mais uma vez algo novo. Era provavelmente a primeira vez que Edward usava algum vocativo carinhoso para falar comigo. Talvez fosse porque eu estava sentimentalmente abalada ou talvez fosse porque eu estava realmente sentindo falta dele, ou talvez fosse por qualquer outro motivo aleatório, mas o fato foi que aquilo me derreteu.

“Queria muito que você estivesse aqui.”

 

“Não diga isso de novo ou estarei a caminho em 10 minutos.”

 

“Queria muito que você estivesse aqui.”

 

“Qual apartamento?”

 

“301”

 

“Chego aí em meia hora.”

Oh Deus! Isso definitivamente não iria acabar bem.


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