O que o Acaso Traz escrita por b-beatrice


Capítulo 27
Novos Laços


Notas iniciais do capítulo

Oi queridas!
Sei que demorei (muito!), mas juro que em grande parte não foi minha culpa e estou tentando compensar vocês com um capítulo bem fofo!
Vou responder os comentários assim que possível! Saibam que amei todos e que estou pensando seriamente em continuar demorando para postar, já que parece que vocês comentam mais! rsrsrsrsrs Brincadeirinha!
Beijinhos e boa leitura!



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Ponto de Vista – Edward

Não houve argumento que convencesse Bella a vir conosco para casa, então quando passamos em seu prédio para deixar suas compras ela preferiu ficar por lá também.

Aparentemente, ela preferia me dar algum espaço para conversar com Anthony. A verdade, no entanto, era que eu estava completamente perdido naquela situação e voltava a me sentir o adulto irresponsável que eu era.

Após o desabafo e transbordamento de emoções no banco de trás, Anthony acabou dormindo, o que fez com que o silêncio dentro do carro se consolidasse, reafirmando que ninguém sabia ao certo o que falar.

Chegando ao prédio o tirei da cadeirinha, pretendendo carregá-lo até em casa, mas quando estávamos chegando ao elevador senti seu corpinho dar sinais de estar acordando.

– Pai? – ele chamou um tanto perdido com o recém despertar.

– Sim, filho? – respondi enquanto o elevador subia, agradecendo internamente que ele não preferira se soltar de mim imediatamente.

Apesar de tudo, eu continuava comemorando cada contato amoroso que compartilhávamos.

– Bella não veio com a gente? – ele perguntou com sua cabecinha ainda em meus ombros.

– Ela ficou na casa dela para guardar as compras, então nós podemos aproveitar para conversar, que tal? – falei tentando deixar as coisas o mais tranquilas possível.

– Ela vai voltar? – Anthony perguntou assim que entramos em casa.

– Ela vai estar ocupada este fim de semana, – falei me lembrando da vinda dos pais dela – mas com certeza ela vai voltar.

– Ela ficou triste por minha causa, não é? – Anthony meio perguntou e meio afirmou assim que sentei no sofá com ele ainda em meus braços.

– Não foi nada que não possa ser consertado, filho. – afirmei – E é por isso que precisamos conversar. O que aconteceu para você reagir daquela forma?

– Eu não sei. – Anthony falou e vi seus olhinhos se enchendo de água novamente – Eu sinto muito!

– Shh... – tentei acalmá-lo abraçando-o apertado e beijando o topo de sua cabeça – Você não precisa ficar assim. Nós só estamos tentando descobrir o que aconteceu para não passarmos por isso de novo. Ninguém vai brigar com você.

– É que eu não queria que a moça achasse que Bella era minha mãe e então eu respondi. Eu não pensei. Me desculpa! – ele falou enquanto suas lágrimas continuavam a escorrer por seu rostinho.

– Você está desculpado, filho. – afirmei voltando a abraçá-lo, tentando mostrar que estava tudo bem – Te incomoda que Bella passe tanto tempo com a gente?

– Não! – ele respondeu de imediato como se estivesse assustado por eu pensar algo assim – Eu gosto dela. Ela é minha amiga. É a primeira amiga que eu fiz na escola.

Suas bochechinhas ficaram vermelhas e me senti mal por perceber mais uma vez que Anthony tinha dificuldades para se adaptar ao colégio.

– Por isso você ficou chateado quando a moça achou que Bella fosse sua mãe? – perguntei tentando entender melhor o que foi dito no carro.

– Não... – ele respondeu pensativo – Eu não pensei nisso assim... Eu só não queria que a moça confundisse Bella com a minha mãe.

– Por quê? – perguntei chegando ao X da questão.

– As pessoas não gostam muito da minha mãe... – Anthony contou – Ela não é tão boa e carinhosa... Ela não gostava muito de me ter por perto também. Ela não tem muita paciência e algumas pessoas falavam mal dela. Bella não merece isso. Ela é diferente.

Fiquei em silêncio por não saber o que responder àquilo.

– Pai? – ele chamou puxando minha atenção de volta ao seu rostinho um tanto receoso.

– Sim, filho. – respondi querendo urgentemente aliviar aquele sofrimento dele.

– Minha mãe não gosta tanto de mim, não é? Quero dizer, não tanto quanto você, e vovó Esme, e vovô Carl, e tio Emm, e tio Jasper... E não tanto quanto Bella. Não é? – ele perguntou e meu coração se partiu mais um pouco.

Eu queria matar Victoria. Cruel e friamente como ela merecia, mas meu filho precisava de mim naquele momento e a última coisa que eu queria ser era o tipo de pai que colocava a criança contra a mãe, ainda que ela merecesse isso.

– Me escuta. – pedi esperando que ele desse toda atenção ao que eu tinha para dizer – Eu não posso dizer o que as pessoas sentem e eu mesmo sou péssimo em entender o que eu sinto e pior ainda em demonstrar, mas você precisa saber de uma coisa. – falei olhando dentro de seus olhinhos que pareciam engolir cada palavra – Ninguém no mundo te ama tanto quanto eu. E esse amor é algo intrínseco de nós dois, pai e filho. Ninguém vai mudar isso. E acredite em mim, filho, existem muitas pessoas que te amam, porque é praticamente impossível não amar, então, se existir alguém no mundo que te conheça e não sinta algo tão especial por você é porque essa pessoa tem sérios problemas e ela não merece as suas lágrimas. Há muito tempo eu não convivo com a sua mãe e não sei o que ela faz da vida dela, mas você pode ter certeza de que se ela não sabe sentir algo assim por você ou demonstrar, é ela quem está perdendo. Você entende?

Anthony balançou a cabeça afirmativamente e voltou a me abraçar.

– Eu também te amo, pai. – ele disse e não pude deixar de sorrir.

– Eu sei que eu não tenho sido um pai presente, mas você pode confiar em mim. – prometi ainda abraçado a ele – Nós vamos reforçar nossos laços e construir muitos outros, porque nada vai superar esse amor de nós dois. Você é melhor coisa que já aconteceu na minha vida. Acredita em mim?

– Sim. – ele respondeu contra mim, só então voltando a se sentar no meu colo – Eu acho que essa é a melhor parte da minha vida também.

Ri um pouco daquilo, tendo em vista que, no auge dos seus seis aninhos, Anthony não tinha muito com o que comparar.

– Agora, sobre Bella... – comecei sem saber ao certo como continuar o assunto.

– Sim? – ele perguntou parecendo ansioso, mas a agonia havia sumido, graças a Deus.

– Eu estava pensando... Você não se incomoda mesmo com ela passar tanto tempo conosco? – perguntei.

– Não! Eu realmente gosto dela. – ele respondeu sorrindo.

– Você disse que ela é sua amiga, certo? Te incomoda que ela seja minha amiga também? – perguntei me sentindo ridículo, mais ou menos como uma criança discutindo sobre amizades na pré-escola.

– Não. – Anthony respondeu como se minha pergunta não fizesse sentido, fazendo com que eu me sentisse ainda mais ridículo.

– É que... Eu não queria que você se sentisse deixado de lado por mim nem por ela. – expliquei.

– Eu passo mais tempo com ela do que você. – ele falou apontando o óbvio e eu me sentia idiota ao extremo – Você se sente deixado de lado? – ele perguntou como se pensasse nisso pela primeira vez.

– Não. – respondi e ri por um momento – Mas o que eu quero dizer é que eu posso estar gostando dela de um jeito diferente... Você acha que seria muito esquisito se ela fosse minha namorada?

– Não sei... O que isso significaria? – ele perguntou parecendo analisar o assunto.

– Ela provavelmente passaria mais tempo conosco, então você tem que me avisar se isso começar a te incomodar. – expliquei tentando fazer o possível para que ele entendesse que ele sempre seria a parte mais importante da história.

– Isso é bom. O que mais? – ele perguntou.

– Bem... Namorados se beijam... – comentei voltando a me sentir idiota e imaginando se isso o deixaria desconfortável.

– Tudo bem. – ele respondeu sem pestanejar.

– E depois de um tempo vamos levá-la para conhecer vovó Esme e vovô Carl. – continuei.

– Vai ser divertido. – ele comentou parecendo animado.

– Claro. E eventualmente vamos conhecer os pais dela. – falei e me dei conta de que estava planejando muito futuro para pouco presente.

– E se eles não gostarem da gente? – Anthony falou parecendo receoso pela primeira vez desde que abordei o assunto.

– Vamos fazê-los mudar de ideia. – respondi demonstrando o dobro de confiança que eu realmente tinha – Mas não precisamos pensar nisso agora. Eu provavelmente só vou falar com Bella sobre isso depois que os pais dela forem embora.

– Eles estão aqui? – Anthony perguntou parecendo assustado.

– Eles vão vir visitá-la este fim de semana. – expliquei.

– E se eles a levarem embora? – ele perguntou voltando a se afogar em agonia.

– Não, ela não vai embora, filho. – falei tentando acalmá-lo.

– E se ela estiver muito triste e resolver ir? – ele perguntou.

– Ela não vai, eu prometo! – falei abraçando-o – Você pode confiar em mim.

– Tudo bem. – ele respondeu depois de algum tempo e bocejou, me lembrando o quão tarde já era.

– Agora, que tal um copo de leite antes de dormir? – Anthony acenou positivamente e fomos para a cozinha.

Senti falta de seu peso em meu colo assim que levantamos do sofá, mas ainda tinha sua mão na minha.

Ao final da nossa breve refeição que era composta por um copo de leite quente e biscoitos, eu ainda não estava pronto para colocar qualquer distância física entre mim e meu tão pequeno e sofrido filho.

– Ei, campeão, o que você acha de dormir na minha cama hoje? – perguntei sem saber qual seria sua reação a isso.

– Você vai dormir no sofá de novo? – ele perguntou demonstrando que ainda estranhava meus hábitos de dormir.

– Na verdade, estava pensando em dividirmos ela hoje. – comentei – Uma coisa de pai e filho e construir novos laços...

– Sim! Vou por meu pijama! – ele falou animadamente e correu para seu quarto.

E, com apenas isso, eu voltei a me sentir um bom pai.

~*~*~*~*~*~*~*~

– Pai? – ouvi Anthony me chamar ao meu lado.

– Sim? – respondi virando meu corpo para ele, apesar de não enxergá-lo muito bem no escuro.

– Quando você e Bella começam a namorar? – ele perguntou.

– Não é tão simples... Eu preciso conversar com ela... E preciso convencê-la a aceitar primeiro... – respondi.

– E o que ela precisa para aceitar? – ele perguntou.

– Eu preciso conquistá-la. Você sabe... Mostrar que eu sou uma pessoa boa e que posso fazê-la feliz se ela ficar com a gente. – expliquei.

–Hmm... – ele pareceu ponderar sobre o assunto – Precisamos nos comportar então. Não deve ser difícil. Você já é ótimo como pai, vai ser ótimo como namorado também. Diga isso a ela.

– Vou dizer, filho. – respondi sorrindo.

Anthony definitivamente sabia me deixar orgulhoso das minhas tão elevadas qualidades.


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