O que o Acaso Traz escrita por b-beatrice


Capítulo 13
Coincidências


Notas iniciais do capítulo

Oi queridas!
Mil perdões pela demora! Não sei se todas viram no grupo, mas meu computador deu defeito e precisei passar um tempo sem ele.
Sem mais demora...
Beijinhos e boa leitura!



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Ponto de Vista – Bella

O dia estava sendo horrível. Em geral segundas-feiras sempre eram os piores dias da semana, mas aquela em especial, ganhava qualquer outra que eu pudesse me recordar.

Eu havia passado o domingo inteiro refletindo sobre o que fazer quanto ao Sr. Masen, quanto ao emprego de Sue e quanto a Anthony.

Quanto ao primeiro ponto, sim, eu gostava de me agarrar com ele por aí, mas quanto mais eu pensava sobre isso mais eu percebia o quão errado era. Eu pensei em simplesmente parar, mas precisei admitir para mim mesma que não seria possível. O homem era irresistível demais para eu conseguir me manter afastada.

Eu precisava tentar falar com ele. Talvez se eu explicasse a situação nós poderíamos manter o máximo da descrição possível e combinar lugares específicos. O único problema era que para isso seria necessário admitir que estava tendo alguma coisa entre nós.

Eu não sabia se eu estava pronta para essa admissão, que dirá ele.

Havia ainda o segundo ponto de reflexão: o emprego de Sue.

Sim, eu era uma pessoa sem tempo. Se eu pensasse um pouco mais além, no entanto, perceberia que também era uma pessoa sem dinheiro. Eu evitava ao máximo possível ligar para os meus pais pedindo ajuda financeira, especialmente depois de ter conseguido o estágio remunerado, mas a situação realmente não era das melhores.

Se a criança fosse tão fácil quanto Sue dissera, eu poderia realmente tomar conta dela e ter algum tempo para meus próprios trabalhos. Sem contar que eu voltaria para casa depois da hora do rush, então não pegaria turbulência de trânsito nem no metrô.

Eu só não tinha decidido ainda se eu realmente queria fazer isso.

E por último, mas definitivamente não menos importante, vinha Anthony. Eu desistira de manter os avisos luminosos em minha mente de que me apegar tanto a um aluno não faria bem para mim. Eu já gostava mais do menininho do que deveria.

Agora eu me preocupava por tê-lo deixado sozinho na sexta-feira passada. Eu estava me saindo uma péssima amiga e prometi a mim mesma que iria compensá-lo de alguma forma.

– Essa cara de novo, Bella? – ouvi Angela falar ao meu lado.

– Oi? O que? – perguntei meio perdida.

– Você está com aquela cara de quem está pensando mil vezes no mesmo assunto e não chega à conclusão nenhuma. – ela falou sentando-se ao meu lado na nossa mesa do refeitório.

– Algum conselho para me dar? – perguntei confirmando que a hipótese dela estava certa.

– Pare um pouco de pensar tanto, pelo visto não vai te levar mais longe do que você já foi. Procure uma intuição, ou algo assim. – ela respondeu.

Refleti sobre isso.

– Angela, você é a melhor! – falei, a abraçando e levantei para ir começar a resolver a minha vida.

Não sem antes, claro, pegar um café.

Procurei o lugar mais silencioso possível e liguei para Sue. Ela não atendeu, então deixei uma mensagem dizendo que, se ainda houvesse vaga, estava pensando em ficar com o emprego, mas antes de dar a resposta final eu gostaria de ter um dia de experiência.

Por incrível que pareça me senti um pouco mais leve depois disso.

Estava prestes a procurar o Sr. Masen quando o sinal tocou e precisei ir para as próximas aulas.

Por causa disso, meu humor voltou a piorar no intervalo. Após aquela aula eu tentara ter um vislumbre dele, mas não havia sinal do homem.

O telefone me distraiu com uma mensagem de Sue.

Tudo combinado! Você tem uma entrevista hoje no final da aula do menino e se tudo correr bem pode começar hoje! Me deixe orgulhosa! Beijos e boa sorte!

Eu estava prestes a ligar para ela pedindo mais informações, já que eu não sabia quem era a criança, em que série estava, em que horário a aula acabava ou onde eu deveria encontrá-la. O sinal escolheu aquele momento para tocar e eu tive que ir para uma nova aula.

Eu estava aliviada e tensa ao mesmo tempo quando encontrei Angela no corredor, depois que a última aula acabou.

– Pronta para ir? – ela perguntou e percebi que ela estava um pouco triste, provavelmente sentindo falta das aulas extras que ela havia dado na semana anterior.

– Eu segui seu conselho de hoje cedo e, talvez eu comece a trabalhar no emprego de Sue hoje, então vou ter que recusar sua carona. – respondi enquanto via os alunos correndo para ir embora ou, em poucos casos, para as aulas de reforço ou de aprofundamento.

– Oh! – ela pareceu admirada por um instante – Isso é bom, Bella! Boa sorte.

Ela me olhou por mais um tempo e antes que eu pudesse perguntar por que ela ela estava agindo estranho ela me abraçou e foi embora.

Chequei o celular mais uma vez, mas não havia ainda resposta de Sue.

Suspirando resolvi ir para a biblioteca encontrar Anthony e pedir desculpas pelo sumiço.

Me surpreendi ao encontra-lo sentadinho no mesmo banco em que ele estava quando o vi pela primeira vez.

– Ei, pequeno. – cumprimentei me aproximando.

– Bella! – ele respondeu sorrindo.

Eis um aspecto adorável das crianças. O menino parecia já ter esquecido que eu o havia largado sozinho enquanto eu mesma ainda me contorcia em remorso.

– Como você está? – ele perguntou, seus olhinhos verdes muito concentrados em mim.

– Eu estou bem. – respondi sentindo uma certa paz me rodear apenas por estar na presença dele – Você se importa se eu sentar com você?

– Fique à vontade. – ele respondeu sorrindo e parecia animado.

– Eu preciso te pedir desculpas por ter ido embora daquele jeito sexta-feira. – falei.

– Desculpas aceitas. – Anthony respondeu sorrindo depois de parecer ter lembrado de alguma coisa.

– O que você está fazendo aqui? – perguntei observando que ele estava mais uma vez sozinho ali.

– Anthony? – ouvi chamarem logo atrás de nós.

Me virei para observar uma mulher extremamente elegante e linda. Seus cabelos eram cor de mel e seu rosto tinha um formato de coração que inspirava confiança.

– Vovó! – ouvi o pequeno exclamar e ir abraçá-la.

Eu provavelmente encarei a cena por mais tempo do que seria educado fazer. Eu jamais acreditaria que uma mulher tão jovem pudesse ser avó.

– Vovó, esta é minha amiga Bella. – voltei para a realidade quando ouvi Anthony falando meu nome – Bella, esta é minha avó.

– Muito prazer, Bella. – ela me cumprimentou esticando sua mão.

– O prazer é meu, senhora... – parei ao perceber que eu não sabia o sobrenome dela.

– Cullen. – ela esclareceu enquanto apertávamos as mãos – Mas, por favor, me chame de Esme.

– Claro. – concordei sentindo o conforto que ela emanava, mas me perguntei onde eu já havia ouvido aquele sobrenome.

– Então, você será a nova babá de Anthony? – ela perguntou.

– Não, eu... – estava prestes a negar quando percebi que, de alguma forma, um universo tão grande se desfez em um mundo muito pequeno, já que, aparentemente, a criança da qual Sue tomava conta era a mesma com a qual eu passava alguns momentos.

– Quero dizer, ao menos por enquanto... – Esme tentou se explicar, provavelmente achando que seria essa a causa da minha negação.

– Isso. – confirmei olhando para Anthony e percebendo que ele olhava de uma para a outra, como se assistisse a um jogo de ping pong.

– Então... Vocês já se conhecem... – ela comentou olhando para Anthony.

– Sim, somos amigos. – ele confirmou olhando para mim com um certo orgulho em seus olhos e eu quis abraçá-lo com força suficiente para fazer aquelas duas coisinhas verdes saltarem.

– Isso é ótimo! – Esme comentou – O pai dele estava com muito medo de contratar uma nova pessoa, especialmente porque ele descobriu hoje de manhã que não poderia participar da entrevista. Ele ficou radiante quando Sue ligou para ele mais cedo e disse que tinha uma ótima pessoa para indicar. É realmente um bônus ver que vocês já se conhecem.

– Eu admito que foi tudo muito corrido, me desculpe. – falei um tanto envergonhada de ter demorado tanto para confirmar que gostaria de ficar com o emprego.

– Não se preocupe, querida, o importante é que as coisas vão começar a dar certo. – ela falou ainda abraçada com o menino.

Em seguida Esme me fez algumas perguntas como minha idade, de onde eu vinha, o que eu estava estudando, como era minha rotina, e outras coisas. Entre uma pergunta e outra ela me dava alguma instrução da vida de Anthony como os horários, alimentação e comentou sobre a relativamente recente mudança dele para a cidade sem entrar em detalhes. A conversa fluiu tão facilmente que antes que eu pudesse perceber havia passado pela entrevista.

– Eu vou nos poupar de perguntas desnecessárias. Não há dúvidas que você tem experiência com crianças. – ela falou enquanto olhava para Anthony sorrindo e pude ver o carinho ela tinha por ele.

– Impossível dizer o quanto. – comentei e nós rimos

– Se você não se importar, posso levar vocês para a casa dele agora mesmo. Eu tinha me planejado para passar o dia com vocês, mas meu sobrinho acha que eu estaria me intrometendo. – Esme ofereceu.

– Seu sobrinho? – perguntei.

– Meu pai. – Anthony explicou.

– Uma longa história, querida. – Esme falou.

– Claro. – respondi ainda um tanto hesitante.

Ainda parecia incrivelmente surreal o fato de eu começar a ser babá de Anthony, mas preferi nadar com a maré.

~*~*~*~*~*~*~

Esme nos deixou em frente a um prédio muito bonito.

– Você está liberada às 19h. – ela disse me entregando um chaveiro com algumas chaves – Oh! Meu sobrinho disse que pode ser que ele se atrase um pouco hoje, mas não vai te prender, então você pode deixar Anthony que ele ficará bem quietinho até ele chegar.

– Tudo bem. – respondi.

– Boa sorte e, qualquer coisa, pode me ligar. – ela falou me estendendo um cartão visita indicando que ela era decoradora de interiores, contendo seu nome e telefone.

– E agora? – Anthony perguntou depois que o carro partiu.

– Não sei... Sou tão nova nisso quanto você, pequeno. – respondi.

– Mas... Você é a adulta. – ele argumentou como se não houvesse nada que contra argumentasse isso.

– Continue me iludindo, amigo. – brinquei.

Ele ficou me encarando por alguns instantes, mas depois sorriu.

– Você é meio diferente. – ele comentou.

– Pode dizer estranha se quiser. – rebati dando de ombros – Sei que você gosta de mim mesmo assim.

– Sim, eu gosto. – ele respondeu rindo.

– Ótimo! – respondi e resolvi começar a bancar a adulta – Vamos entrar.

Peguei em sua mão e caminhamos para dentro do prédio onde ele morava.


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Notas finais do capítulo

Comentem bastante! Ter ou não capítulo no fim de semana vai depender dos comentários de vocês! rsrsrsrsrs



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