O que o Acaso Traz escrita por b-beatrice


Capítulo 12
Tentativas


Notas iniciais do capítulo

Oi queridas!
Capítulo com ponto de vista do Edward para responder algumas perguntas de vocês!
Espero que gostem!
Vou aproveitar para parabenizar minha leitora tão querida Olga Regina! Parabéns, querida! Que você seja muito iluminada, tenha muitas felicidade e muitos anos de vida!
Beijinhos a todas!
Boa leitura!



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/594678/chapter/12

Ponto de Vista – Edward

Eu sabia que eu estava sendo um chato.

Eu tinha total consciência de que eu estava sendo mal educado, eu só realmente não conseguia me concentrar em qualquer coisa.

Anthony, graças a Deus, estava distraído com tio Carlisle na churrasqueira, Emmett e tia Esme tinham desistido de puxar assunto comigo e estavam discutindo alguma coisa sobre políticas beneficentes na empresa enquanto Jasper e Rosalie estavam se provocando para evitar o tédio e passar o tempo.

Enquanto isso eu simplesmente não conseguia largar o celular. Primeiro porque eu ainda tinha esperanças de que Swan iria parar de bancar a guardadora de segredos e finalmente se abriria para mim.

Nosso velho ciclo odiar, provocar e agarrar estava ótimo, mas ver a garota completamente desestabilizada em lágrimas conseguiu despertar a preocupação e curiosidade em mim.

Aliás, era engraçado como as coisas aconteciam. Eu havia acabado de tentar trazer alguma estabilidade para a Swan quando meu telefone tocou e recebi a notícia de que o marido de Sue estava com um sério problema cardíaco e com isso ela não poderia ficar com Anthony.

Como se não bastasse isso, achar o garoto dentro daquele colégio foi um dos grandes desafios que eu já havia tido. Levei quase uma hora para enfim encontrá-lo procurando por mim já que sua hora de ir para casa com Sue já havia passado há muito tempo. Eu estava prestes a pedir um folga pelo resto do dia quando o próprio Anthony sugeriu ficar lendo na biblioteca até a hora de ir embora comigo. Meu filho era um gênio.

Eu só não queria tornar rotina deixá-lo largado sozinho no meio dos livros, quando na verdade ele deveria estar sendo assistido, alimentado e cuidado. O que fazia com que eu precisasse de uma babá para ele. E não qualquer babá, mas uma babá de confiança.

Este era o segundo motivo pelo qual eu não conseguia largar o telefone. Eu idiotamente ainda tinha esperanças de que um milagre iria acontecer, os médicos descobririam que o marido de Sue estava perfeitamente saudável, tudo voltaria ao normal e ela me ligaria para avisar que conseguiria passar o dia de amanhã com Anthony.

E o terceiro motivo era porque, mesmo não querendo, eu precisava continuar analisando os perfis de candidatas a babás que eu poderia encontrar no site que eu estava usando para achar alguém.

O grande problema era que eu não gostava de nenhuma.

Achar Sue definitivamente fora um grande sacrifício, especialmente porque eu não tinha a menor experiência com babás cerca de 2 meses atrás, quando Anthony chegou. Eu ainda não estava seguro em fazê-lo passar por centenas de babás diferentes como Victoria havia feito. Eu queria dar o máximo de estabilidade possível ao meu filho.

Infelizmente nem tudo estava em minhas mãos.

Voltando às análises de currículo, eu era contra qualquer velhinha que se descrevia como algum tipo de general disciplinar. Anthony já parecia ser preso demais dentro dele mesmo. Eu queria que ele se sentisse mais a vontade comigo, mais a vontade na nossa casa e não que fosse treinado para ser um robô que não bagunça, não ri, não brinca e não vive a infância.

Tia Esme e tio Carlisle eram definitivamente meus heróis por fazerem o pequeno garoto se sentir tão bem com eles tão rapidamente.

Eu precisava confessar que também era contra ter qualquer adolescente cuidando do meu filho. Cenários de festas acontecendo em minha casa, álcool e outras drogas surgindo por lá, Anthony sendo negligenciado e diversos outros perigos sempre pareciam gritar em minha cabeça quando eu lia o currículo de uma delas. O mais assustador dos cenários, no entanto, era alguma adolescente qualquer tentando dar em cima de mim e se tornando algum tipo de perseguidora em minha própria casa ao invés de focar suas atenções para cuidar de quem ela deveria.

Eu estava cansado de adolescentes perseguidoras. Já me bastava ter de lidar com elas na escola.

Só de pensar em adolescentes dando em cima de mim eu lembrava da Senhorita Swan com seu jeitinho de garotinha irritada. Nós definitivamente precisávamos conversar, mas não antes de eu colocar algum juízo em mim.

Eu tinha que parar de me agarrar com ela dentro da escola. Eu estava agindo como uma perfeita isca, podendo aliás considerar que eu estava pedindo por um processo por assédio sexual.

Quando a garota pôs aquele maldito envelope em minha frente eu pude claramente me imaginar em tribunais, sendo julgado, condenado e vendo o olhar assustado de Anthony quando me via sendo levado por um guarda. O mesmo olhar que ele tinha quando eu o busquei para vir morar comigo.

Então, eu precisava levar nosso relacionamento para fora da escola.

Alerta vermelho, Cullen! Não existe relacionamento!

Exato! Não existe relacionamento. Existem apenas alguns beijos e amassos que eu me sinto extremamente confortável em continuar. Não precisamos ir além disso. Aliás, a última coisa que eu preciso agora é entrar em um relacionamento. Eu preciso me focar no meu filho.

O que me lembra que eu preciso achar uma babá para ficar com ele amanhã. Quais as chances de eu ainda hoje achar um bom currículo, encontrar a candidata para entrevistá-la, aprová-la e tê-la disponível para começar amanhã?

Eu estava tão ferrado.

– Edward, querido, nós podemos conversar? – ouvi Esme perguntar, sentando-se ao meu lado, fazendo com que eu imediatamente travasse o celular, não querendo que ela visse o que eu estava fazendo.

– Hum... Claro! – respondi virando-me para ela, tentando disfarçar.

– Você está com problemas. – ela declarou com seu olhar severo que eu tão bem conhecia.

– O que foi que eu fiz? – perguntei assustado, pensando no que mais poderia dar errado naquele fim de semana.

– Eu não sei. – ela declarou séria – O que eu sei é que alguma coisa está acontecendo e você não quer me contar!

É claro! Meu maior problema com tia Esme era não querer contar a ela o problema que eu tinha. Clássico.

– Eu vou resolver, tia Esme. – falei suspirando, com esperança de que ela não insistiria em me ajudar mais do que ela já fazia.

– Eu juro que eu queria entender porque você faz tanta questão de nos deixar de fora. – ela falou pegando minha mão entre as suas, como se tentasse me confortar.

– Você sabe que não é isso. – respondi retribuindo seu gesto, levando minha mão livre para cobrir a dela – Eu só não quero abusar de vocês.

– Edward, você precisa entender que para nós é um prazer ajudar você! – ela declarou.

– Preparem-se, família! Está pronto! – ouvi a voz de tio Carlisle gritar, causando uma reação de comemoração um tanto extrapolada em Emmett.

Jasper deu um tapa em sua cabeça para cortar sua euforia, causando risos a todos.

– Apenas me prometa que quando você finalmente precisar de mim não vai hesitar em me chamar. – tia Esme pediu, fazendo com que eu voltasse minha atenção para ela.

Suspirei sabendo que eu provavelmente não teria muito para onde correr.

– A senhora tem algum compromisso amanhã à tarde? – perguntei não querendo dizer exatamente do que se tratava, mantendo a esperança de que eu conseguiria contratar alguém.

Ela soltou um gritinho de alegria e, rápida como um raio, puxou minha cabeça para beijar minha testa.

– Vou estar esperando você me ligar! – ela disse antes de levantar correndo para controlar Emmett que parecia querer pegar metade dos bifes grelhados para ele.

~*~*~*~*~*~*~

Anthony ainda estava bem acordado quando entramos em casa. Nosso tempo jogando basquete havia sido mínimo, provavelmente porque todos reparam que eu estava apenas de corpo presente.

Algo me dizia que até mesmo o rapazinho havia notado, pois ele parecia mais quieto que o normal.

– Banho e cama? – ele perguntou assim que guardei o pedaço do bolo de chocolate que Esme mandara na geladeira.

– Sem molhar o cabelo. – respondi sorrindo que estávamos conseguindo perseverar em uma rotina.

Eu havia lido sobre a importância disso em crianças nessa idade.

Fiquei indo e vindo do banheiro como sempre fazia, intermediando arrumar as camas para dormirmos e passar no banheiro para checar se Anthony precisava de alguma ajuda, mas sempre tentando evitar invadir sua privacidade, sabendo que ele poderia ficar envergonhado caso eu o pegasse em uma situação de nudismo, apesar de eu ser seu pai. Pelo que eu me lembrava, eu ficava muito envergonhado quando tio Carlisle me pegava nesse tipo de situação.

Coloquei Anthony na cama e dei-lhe um beijo de boa noite antes de tomar meu próprio banho e logo voltar a me concentrar no celular.

Quem diria que achar uma babá qualificada e boa para meu filho fosse uma das tarefas mais impossíveis que eu teria que realizar.

Eu estava prestes a começar a ler o milionésimo currículo quando o nome de Sue apareceu chamando na tela.

– Alô. – respondi cruzando os dedos para que fossem boas notícias.

– Boa noite, Edward, aqui é a Sue. – ela começou – Eu estou ligando para me desculpar mais uma vez porque eu realmente não vou poder voltar ao trabalho ainda.

Soltei a respiração que eu não havia percebido que eu estava segurando.

– Eu entendo, Sue. – respondi derrotado, mas compreendendo a situação em que ela se encontrava – E a moça que você disse que estava pensando indicar? Você teve notícias dela?

– Sim, eu falei com ela, mas ela não está muito segura em assumir uma responsabilidade assim. – ela respondeu acabando com todas as minhas esperanças.

– Achei que você disse que ela tinha experiências em lidar com crianças. – comentei mais chateado do que gostaria de admitir por ter tido minhas opções ainda mais reduzidas.

– Ela tem, mas ela trabalha com turmas de crianças, acho que ela nunca trabalhou cuidando de uma única, trabalhando em uma casa de família. – ela explicou.

Eu provavelmente havia perdido minha melhor alternativa. Indicada pela babá anterior e acostumada a cuidar de várias crianças ao mesmo tempo. Ela provavelmente seria a melhor candidata.

– Não tem nada que possamos fazer para convencê-la? – perguntei disposto a implorar e aumentar o salário por ser caráter de urgência.

– Eu vou continuar tentando, mas duvido que consiga convencê-la a estar aí amanhã. – Sue respondeu e eu podia perceber que ela se sentia culpada pela situação.

– Está tudo bem, Sue. – respondi decidido a não bancar o chefe malvado que pegava no pé da empregada por algo que não era culpa de ninguém – Eu vou dar um jeito, melhoras para o seu marido.

– Obrigada, Edward. E eu realmente sinto muito. – ela respondeu antes de desejar boa noite e desligar.

Desistindo do telefone e assumindo que eu precisaria abusar da ajuda de Esme amanhã, fui para o quarto de Anthony prepará-lo para as mudanças na rotina que eu tanto tentava manter.

Bati em sua porta antes de entrar e me surpreendi ao vê-lo com a luminária acesa, debruçado sobre um livro.

– Ei, rapaz. – cumprimentei, sentando ao seu lado.

Ele se virou parecendo um tanto assustado com a minha presença e me senti mal por ver que ele ainda não se sentia tão seguro comigo por perto.

– Me desculpe. – ele pediu deitando completamente de lado, para ficar de frente para mim.

– Pelo que? – perguntei sem entender, recebendo como resposta uma olhada para o livro que ele estava lendo – Tudo bem, amigão, contanto que não passe muito da hora de dormir.

Sorri quando ele pareceu relaxar completamente ao meu lado.

– Eu queria conversar com você. – comecei – É sobre Sue. Ela não vai poder vir pelos próximos dias, então vamos ter que arrumar outra pessoa para tomar conta de você.

– Oh. – ele respondeu depois de um tempo – Tudo bem.

Eu podia imaginar a confusão que estava em sua mente. Quando eu soube o número interminável de babás que passaram por ele, prometi a mim mesmo e a ele que encontraria uma babá fixa, com a qual seria mais fácil para ele estabelecer laços de confiança. Depois de um record de mais ou menos 2 meses com a mesma pessoa, cá estava eu mudando para outra.

– Tente não ficar triste, ok? Eu prometo que Sue volta logo e, quem quer que seja a nova babá vai ser uma pessoa legal e talvez você passe o dia amanhã com a vovó Esme, o que você acha? – falei tentando animá-lo, apesar dele não ter exatamente reclamado da situação.

– Vamos fazer churrasco de novo amanhã? – ele perguntou, provavelmente começando a associar a imagem da casa dos avós a churrasco.

Tanto para tentar fazer uma rotina...

– Não exatamente, mas vai ser legal mesmo assim. – falei tentando passar para ele a segurança que nem mesmo eu tinha.

– Tudo bem. – ele respondeu com um pequeno sorriso, como se estivesse tentando me consolar, quando na verdade deveria estar acontecendo o inverso.

– Antes que eu me esqueça, me desculpe por estar desligado hoje. – falei sentindo a culpa pela minha desatenção cair sobre mim – Eu estava tentando resolver isso, mas acho que não deu muito certo.

– Você não tem que pedir desculpas. – ele respondeu franzindo a testa como se aquela fosse a mais estranha das situações.

– Eu errei, é claro que eu tenho que pedir desculpas. – falei rindo, tentando aliviar suas ruguinhas.

– Você é um adulto! – ele argumentou como se o fato de eu ser um adulto apagar qualquer possibilidade de erros ou necessidade de desculpas.

– Adultos também erram, mesmo quando estão tentando acertar, e por isso eles também pedem desculpas. – esclareci – Desculpas aceitas?

Anthony sorriu de uma forma rara de se ver. Um sorriso daqueles que me aquecia inteiro por dentro.

– Desculpas aceitas. – ele confirmou.


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!


Notas finais do capítulo

Repararam que algumas perguntas foram respondidas? (há quanto tempo o Anthony mora com o Edward, o que o Edward imaginou que fosse o envelope, o que aconteceu com o Anthony depois que a Bella saiu...)
.
Quem lembra de quando a Bella pediu desculpas ao Anthony lá no início das idas a biblioteca e ele respondeu a mesma coisa? Se alguém reparou na estranheza da reação dele, aí está a explicação!
.
Aguardo os comentários de vocês!



Hey! Que tal deixar um comentário na história?
Por não receberem novos comentários em suas histórias, muitos autores desanimam e param de postar. Não deixe a história "O que o Acaso Traz" morrer!
Para comentar e incentivar o autor, cadastre-se ou entre em sua conta.