Edward Cullen x Mike Newton escrita por Mi Cullen


Capítulo 15
Recém-Criada


Notas iniciais do capítulo

Olá leitoras.
Capítulo está extenso, mas a história está chegando ao fim. Espero que vocês gostem.



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/594539/chapter/15

POV EDWARD

À medida que cada um dos membros da minha família entrava na sala tentavam me passar confiança por seus pensamentos. Apesar de todo o apoio emocional, eu me sentia temeroso em relação à Bella.

O pior havia passado, ela não corria risco de morrer, mesmo eu achando super estranho ela não ter dado nenhum grito, se bem que se ela sofresse eu me sentiria pior.

Agora tinha outra coisa que me preocupava. Como ela reagiria ao acordar? Me odiaria por transformá-la, acabar com sua vida humana e abandoná-la? Ou me perdoaria por todos os meus erros?

TUM...TUM...TUM.............TUM................

Foi à última batida do coração da minha Bella.

A hora da verdade chegou, eu devia ser forte e arcar com as consequências de cada escolha feita anteriormente.

Todos estavam parados como estátuas ao redor do quarto sem ao menos respirar, isso aumentava a minha tensão.

O momento era esse.

Seus olhos tremularam e foram abrindo lentamente. O tom marrom chocolate que me encantava foi substituído por um vermelho sangue. “O sangue humano dela.” Pensei chateado por só poder oferecer uma existência como esta a ela.

Continuei olhando em sua direção, na expectativa dela olhar para mim. Ela parecia perdida, não respirava e olhava fixamente para o teto do quarto. Quando de repente seus olhos foram atraídos para mim, como magnetismo.

Inicialmente eles estavam vazios, mas rapidamente eles se encheram de uma emoção desconhecida. Suspirei frustrado, eu ainda não conseguia ler seus pensamentos.

— Ed...ward. — sua voz polida e melodiosa soou incerta.

Sorri sem graça e me aproximei da cama.

— Sim, sou eu. Como se sente? — disse baixinho tentado a alisar seu cabelo castanho extremamente brilhante.

— Estou bem. O que houve? Eu morri? — perguntou ela sentando-se rapidamente com um semblante confuso, mas que no instante seguinte tornou-se apavorado ao reparar que não estávamos sozinhos. Os outros permaneciam imóveis.

Tomei uma de suas mãos entre as minhas atraindo seus olhos para mim novamente.

— Está tudo bem, Bella. Você só precisa de um tempo para se acostumar. — disse tentando tranquiliza-la. Ela era uma recém-criada agora e não podia se irritar. Vampiros novatos tem problema com autocontrole.

— Acostumar? Mas acostumar com o que? Espera! O que está acontecendo aqui? Eu morri, não é? Eu pulei do penhasco e agora eu estou tendo alguma alucinação do outro lado. — ela pulou da cama e começou a falar sem parar tentando se convencer de que nós não podíamos estar ali.

Senti um vazio ao perder o contato com sua mão, mas me contive para acalma-la.

— Você não está morta, Bella. Você pulou do penhasco e eu pulei atrás, te tirei do mar e o Jacob manteve seu coração batendo até eu poder te morder e transforma-la numa...vampira. — a última palavra saiu num sussurro temendo sua reação.

Bella parecia em choque, abaixou a cabeça e segurou os cabelos com força depois das minhas palavras. Alice deve ter previsto algo que eu não prestei atenção, pois deu um passo frente para ser notada por Bella.

— Você sempre quis isso Bella. Ser uma vampira. Como nós. — começou ela pausadamente. — Aproveite querida! Imagina o tanto de coisas legais que vamos poder fazer juntas. Seremos irmãs! — exclamou Alice empolgada com a ideia de ter Bella como irmã.

Sem responder, Bella levantou a cabeça lentamente e lançou um olhar frio para Alice e seguiu olhando para cada membro da minha família até parar seu olhar em mim.

Senti uma pontada na espinha e Alice se encolheu ao mesmo tempo em que Jasper se postava ao seu lado tentando controlar o temperamento de Bella. Provavelmente era agora que as coisas sairiam do controle.

—Irmã? — uma risada debochada escapou de sua garganta.

“Edward faça algo! Ela esta ficando extremamente irritada.” avisou Jasper pronto para pular em cima dela caso necessário.

— Você foi embora com todos os outros e me abandonou sozinha aqui. Por que eu iria querer ser parte desta família ou sua irmã agora? — questionou ela mudando seu olhar frio e furioso de mim para Alice. — Vou ficar sozinha. Bem longe de Vocês. Afinal, foi o que vocês fizeram na primeira oportunidade, né? Foram embora sem pensar duas vezes. Quem se importa com a humana? — enfatizou a última palavra da sua frase olhando duramente para mim. Desviei o olhar.

— Mas agora que eu sou uma vampira vocês me querem por perto. Por que? Para aumentar o poder de vocês em cima dos Volturi? Pois não contem comigo. Eu estou fora! Não posso mais voltar para a casa do meu pai, mas Mike não vai me abandonar. Ele sempre esteve comigo desde que cheguei nesta droga de cidade. — senti meu coração em pedaços com suas palavras e fechei os olhos para ela não ver a minha dor.

— Bella, sei que está magoada, mas precisa se controlar. Recém-criados tem problema de raiva e se não se controlar um humano pode se machucar. Suas emoções estão alteradas. — alertou Jasper cautelosamente olhando para ela como um predador.

— Não me interessa! — gritou caminhando em direção a porta. Ela não parecia mais a mesma pessoa. Eu estava letárgico diante da cena. Bella estava indo embora.

— Edward, faça algo! Não deixe ela ir. — disse Alice me dando um empurrão.

— Bella, por favor! — fui em sua direção tentando impedi-la, mas ela reagiu antes que pudesse ver e me lançou do outro lado do quarto. Com a força do lançamento atravessei duas paredes e cai na floresta.

Isso arrancou exclamações de choque da minha família.

— Bella, pense nos humanos. — ouvi Carlisle falar tentando convencê-la. — É a raiva. É completamente natural que você nos odeie, mas pense nas pessoas inocentes. Você não é assim. Pense um pouco. —

Eu já estava me desesperando com a atitude dela. Pensei que ela iria me agredir sim, mas não me abandonar e a dor da perda já ameaçava cortar meu peito ao meio. Levantei num salto e voltei para onde todos estavam bem a tempo de ouvi-la pronunciar sua última frase antes de ir.

— Saia do meu caminho e não tente me dar conselhos. Eu não vou ouvir mais nada do que vocês falarem. Eu não preciso mais de vocês. E quanto aos humanos...eu já disse que não me interessa. Agora saia do meu caminho ou eu vou matar todos vocês. — em choque com sua ameaça Carlisle deu um passo para o lado e eu me desesperei mais. Ela não podia me abandonar. Eu não suportaria.

Soluços escaparam da minha garganta. A dor me rasgava por dentro e eu não conseguia imaginar minha eterna existência sem ela. Sem a minha Bella. Meu único amor.

Era o fim.

— Não vá...por favor! Eu imploro Bella. — disse num fio de voz ao mesmo tempo em que era literalmente amparado por Emmett e Esme. Minhas pernas não respondiam.

Isso não podia estar acontecendo. Eu provavelmente estava sentindo agora tudo que ela sentiu quando eu fui embora.

Eu sabia que merecia isso e muito mais.

Mas não conseguia aceitar a situação.

O que eu faria agora?

Ela estava parada de costas para mim e de frente para a porta que a levaria para longe de mim. Por um instante eu achei que ela fosse me perdoar, mas ao ver seus pés se moverem e a levarem para longe de mim eu sabia que tinha perdido definitivamente. — Bella! Bella! — chamei inutilmente, mas ela já tinha desaparecido da floresta.

— Me soltem! — gritei me reerguendo e correndo atrás da minha Bella. Ela não me deixaria. Eu iria a qualquer lugar atrás dela e insistiria até conseguir seu perdão. Eu não a perderia. Nem que eu precisasse de um século eu teria seu perdão.

POV BELLA

Saí da casa dos Cullens com o coração na mão, uma tristeza sem tamanho me inundou e eu comecei a correr sem rumo pela floresta. Ouvir Edward me desestabilizou emocionalmente. Eu não queria fazê-lo sofrer da mesma forma que eu sofri. Carlisle tem razão. Eu não sou assim.

Mas a minha escolha foi feita e apesar de ser mentira a parte que eu não queria fazer parte da família deles, eu teria que vagar sozinha e encontrar meu próprio rumo.

Dizer todas aquelas coisas me magoou bastante, muito mais do que quando eles me abandonaram. Eu não queria agir daquela maneira, mas ouvir Alice falar como se nada tivesse acontecido me enervou muito. Como ela tem coragem de falar isso depois de tudo?

Eu exagerei bastante na minha reação, mas não sabia como agir. As emoções simplesmente tomaram conta de mim. Agora era a culpa e o arrependimento que me dominavam. Eles nunca iriam me perdoar.

Parei de correr em um ponto da floresta completamente desconhecido para mim.

“Ótimo! Estou perdida.” Pensei sentando em uma pedra e passando as mãos pelo rosto úmido de chuva.

Tentei controlar minhas emoções para pensar no que fazer de agora em diante. Eu viveria sozinha? Um aperto no coração respondeu minha pergunta.

Eu definitivamente não estava pronta para viver sozinha.

“Mike! Sim, eu podia procurá-lo. Ele nunca me abandonaria.” Levantei feliz por achar uma solução.

Mas parei ao dar o primeiro passo. — Agora eu sou um monstro. Não posso voltar e correr o risco de matar alguém tão importante para mim, como o Mike. — bufei irritada ao constatar que eu teria que seguir sozinha.

— Não...Não...Não... — disse para mim mesma levando as mãos na cabeça quando alguns soluços escapavam por minha garganta. Meus sentimentos oscilando.

A raiva estava tomando conta de mim novamente. Sem pensar muito no que fazia acertei um soco numa árvore próxima que caiu em cima das outras levando umas dez ao chão, pareciam peças de dominó colocadas em sequência. O barulho da queda das árvores foi assustador. No mesmo instante recuei assustada, não sabia que poderia ser tão forte assim.

[...]

Alguns minutos ou horas se passaram.

A chuva começava a dar uma trégua. Dei uma olhada espantada com o tamanho do rastro da destruição causada por mim.

Sem a chuva para atrapalhar meu olfato comecei a sentir o cheiro da terra molhada e até de algumas pessoas a alguns km de distância, mas eu ainda não sabia em que lugar me encontrava.

O vento soprou em meu rosto e um novo cheiro delicioso me invadiu. Irracionalmente, eu corri rumo ao cheiro doce e suculento. Minha boca cheia de veneno fazia eu me comportar como um animal descontrolado, as árvores passavam por mim numa velocidade alucinante.

Pulei um rio e aterrissei metros dentro da floresta do outro lado do rio, exatamente onde estava um puma. Não esperei que ele me notasse, eu estava dominada pelo meu animal interior.

Simplesmente avancei em sua direção e cravei meus dentes em seu pescoço acertando a veia. O gosto doce e quente do sangue do animal me fez sentir no paraíso. Eu não sabia que o sabor era tão bom.

Infelizmente, cedo demais para o meu gosto, o animal estava completamente seco. Irritada, joguei a carcaça no chão com violência.

Ao me levantar, notei que meu vestido tinha ficado em farrapos, olhei com raiva para o animal morto.

— Mas o que? — disse em voz alta para mim mesma surpresa com a visão a minha frente. O puma estava com as patas dianteiras completamente quebradas e o pescoço estava dilacerado. — Que droga! — o sentimento de culpa me inundando novamente. — Será que eu nunca vou conseguir controlar a droga dos meus sentimentos? —

Achei que quando me transformasse a minha humanidade seria apagada, mas isso não aconteceu e eu ainda me sinto a mesma pessoa. Chateada, olhei para o céu esperando alguma resposta que veio de um dos lados da floresta.

Um galho se quebrou. Tinha alguém ali e estava se aproximando.

Instintivamente abaixei meu corpo como um animal pronto para atacar a presa, expus os dentes e rosnei alto.

— Ei, ei sou eu Bella. O Jacob. — respirei feliz por reconhecer sua voz. — Nossa! Você ainda é você mesma, apesar dos olhos macabros. — disse ele saindo do meio das árvores.

“ É mesmo? Não tinha percebido.” pensei irônica revirando os olhos de maneira infantil.

— Por que está aqui? — questionei sem me aproximar. Não queria correr o risco de ataca-lo. Ele também se manteve longe

— Você está nas terras Quileutes. Não pode ficar aqui. Eu sabia que era você e por isso vim pessoalmente. Por que não está com os Cullens? — disparou ele a falar.

“Terras Quileutes? Droga! O que eu vou fazer agora? Vampiros são proibidos aqui.” Pensei suspirando cansada. Não tinha para onde ir.

— Está perdida? —

— Não. Só sem rumo. — menti descaradamente me virando de costas para ele não perceber. Aproveitei para começar a pensar nas possíveis opções de lugares para ir, mas nenhum vinha a minha mente.

— Por que não está com os Cullens? Não é seguro para você andar sozinha. — retornou a sua pergunta.

— Não preciso mais da proteção de ninguém e eu não vou ficar com pessoas que só pensam em si mesmas sem levar em consideração os sentimentos alheios. — gritei a plenos pulmões me aproximando um pouco dele.

“Quem esse lobo pensa que é? Eu vou mata-lo!”

— Engraçado. Porque a sua descrição se parece muito com você mesma. —

— O que? — sua resposta me fez recuar.

— “Pessoas que pensam em si mesmas sem levar em consideração os sentimentos alheios”. Você se descreveu. Não percebeu? — disse irônico testando meu controle.

— Por que diz isso? Eu não fiz nada. — menti novamente. Eu sabia que tinha feito pior que eles. Eu tentei me suicidar e não pensei no meu pai ou no Mike. Mas eu não queria ouvir criticas desse lobo chato.

— Ah não fez? — disse coçando o queixo com uma cara de deboche. — Pular de um penhasco para se matar, abandonar sua casa durante a madrugada e deixar seu pai louco te procurando a três dias, não é nada? Sem levar em consideração a parte que você vira as costas para os Cullens, os sangue sugas que desde o principio estão tentado te proteger, ah isso não é nenhum pouco egoísmo, claro que não. — foi enumerando sarcasticamente meus erros enquanto se sentava numa pedra e me encarava.

No fundo ele tinha razão, depois de tudo que eu fiz, eu não posso julgar ninguém, mas eu me ainda me sentia tão magoada em relação a eles. Ver Edward de novo mexeu comigo de uma maneira inexplicável.

— Não quero falar com você sobre isso. — disse como uma criança birrenta, não daria o braço a torcer para ele.

— Não precisa falar. Só pensa que vai ter a eternidade agora e não vai querer vive-la sozinha. Sua família com Charlie não pode mais ser. Acharam um corpo carbonizado a 200 km de Forks a um dia atrás e já te deram como morta, Charlie está inconsolável, mas ele vai superar. Já com os Cullens você pode ter um futuro macabro, mas terá um. — soltou uma risada estrondosa de sua piada idiota e eu franzi o cenho para ele. — Ok! Desculpe. Eles gostam de você de verdade. Então para de ser criança e tenta dar uma chance. Todo mundo comete erros, mas quando o arrependimento é verdadeiro temos que fazer um esforço e perdoar, ainda mais quando existe amor. —

— Por que está defendendo eles? — eu ainda não conseguia acreditar que o um lobo estivesse defendendo vampiros.

— Não estou defendendo, só dizendo a verdade. Eu sempre fui apaixonado por você, mas você sempre amou ele e eu compreendi que não adianta fazer nada. Você estava bem com ele e eu te deixei ir, porque amor verdadeiro é assim, você se sente feliz quando a pessoa amada está feliz, mesmo que não seja com você. Quando ele foi embora eu o odiei por te magoar, mas entendi que ele te ama tanto quanto eu e só queria te manter segura, mas quando você começou a andar com o Mike Newton eu temi por sua segurança. Ele não é bom para você. Eu sou um lobo e você uma vampira, somos inimigos naturais, mas o Jacob só quer ver a Bella feliz e em segurança. Eu sei que você nunca estará bem se não for com seu vampiro. — olhei para o céu escuro enquanto ele falava palavras sábias. — Agora deixa de ser chata e faz o que é certo. —

— Quando foi que... — comecei a falar, mas parei quando percebi que ele não estava mais ali, suspirei pensando em suas palavras. Talvez ele estivesse certo, mas eu precisava de tempo para recuperar os danos causados ao meu coração.

Sentei na pedra que anteriormente ele sentava e fechei os olhos desejando dormir.


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!




Hey! Que tal deixar um comentário na história?
Por não receberem novos comentários em suas histórias, muitos autores desanimam e param de postar. Não deixe a história "Edward Cullen x Mike Newton" morrer!
Para comentar e incentivar o autor, cadastre-se ou entre em sua conta.