Edward Cullen x Mike Newton escrita por Mi Cullen


Capítulo 14
Nova Escolha, Nova Vida




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POV EDWARD

[...]

— O que está fazendo sangue suga? Saia já daí. — uma voz raivosa e conhecida soou próximo a mim no mesmo instante que eu senti sua mão me empurrar de lado.

A dor que eu sentia era tão forte que não me preocupei em estar sozinho no meio dos inimigos. Eu queria que eles me matassem. Só esperava que fosse rápido e que eu tivesse a oportunidade de ver a minha Bella do outro lado.

— Um, dois, três, quatro, cinco.... — alguém contava próximo a mim e um barulho leve e estranho soava. — Sam, me ajude aqui, preciso fazer massagem e respiração boca a boca. —

“Pára tudo. O que está acontecendo?” pensei estranhando aquela conversa. Eu estava tão inundado por minha dor que não notei que a movimentação não era para me matar, mas para salvar Bella.

Arregalei os olhos quando a realidade me bateu expulsando o ar, que eu não precisava, dos meus pulmões.

— Bella está viva. — balbuciei sem muita firmeza. Então a cena diante de mim começou a fazer sentido. Eu estava tão desesperado que não me atentei para o fraco coração que ainda pulsava e nem para os lobos que me rodeavam em sua forma humana. — Bella está viva! — repeti com mais força e atrai a atenção da voz familiar que ouvi no começo, mas que não liguei.

— Está sim sangue suga, mas não por muito tempo. Agora pare de olhar para mim com essa cara de espanto e faça alguma coisa. — o tom de Jacob Black, neto do Ephraim Black, era debochado, em outro momento eu teria ficado irritado por ele tocar Bella daquela maneira ou me chamar de sangue suga, mas eu não conseguia ter reação.

—MEXA-SE. — gritou me encarando com ódio.

Eu não conseguia tirar os olhos de Bella.

Irritado por minha mudez, ele parou de massagear o coração de Bella e outro lobo tomou seu lugar.

— Escute aqui Edward. Eu não sei o que aconteceu, mas eu não quero ver a Bella morrer. Então trate de mexer esse seu traseiro gordo e mordê-la, ou eu arranco sua cabeça agora. — ignorei seu tom e suas palavras rudes mais uma vez, porém algo em sua frase me fez olhar em seus olhos negros e encará-los por um instante.

“Mordê-la?” pensei com medo, meus olhos devem ter denunciado meus sentimentos porque ele bufou.

— Sim, mordê-la, se você não transformá-la, ela vai morrer e eu prefiro qualquer coisa do que vê-la morta. Eu sou neto de Ephraim e o lobo alfa. Exijo que você a salve. AGORA! —

Eu não conseguia raciocinar e nem seguir com clareza os acontecimentos. Uma nevoa nublava minha cabeça impedindo-me de pensar coerentemente.

No modo automático, ajoelhei ao lado do corpo inerte de Bella. Seu coração era fraco e um pouco de água escorria do canto de seus lábios. Ela devia ter engolido muita água do mar e agora estava inconsciente.

Peguei seu pulso frio e levei até minha boca, sem realmente saber se aquilo era o certo ou não cravei meus dentes em sua pele de marfim.

O sangue era fraco e eu não consegui me concentrar no gosto. Ainda no automático, lambi a ferida para cicatrizar e fiz o mesmo no outro pulso, nos tornozelos e no pescoço.

Nada aconteceu de imediato e eu não conseguia me libertar do estado de letargia que eu me encontrava. Eu me sentia num sonho macabro, onde todos os meus medos se realizam.

Bella corre de encontro a morte, eu tento salvá-la, mas a única solução é fazer o que eu repudei desde que a conheci. Transformá-la.

Só esperava que Bella não me odiasse.

— Leve ela para sua casa. Depois mande noticias de como andam as coisas. Ah! E vocês não podem mais ficar na cidade depois disso. — levantei os olhos na direção da voz de Jacob Black e ele continuou dizendo. — Mike Newton é um perigo. —

Dito isso, ele se virou e foi embora junto com os outros.

Deixaria para pensar no que ele disse em um momento que eu não estivesse sendo bombardeado com sentimentos confusos e pelo medo.

Temendo que ela ainda pudesse morrer, levantei seu corpo frágil com todo o cuidado e a aconcheguei contra mim, logo depois comecei a correr para casa.

Se tudo desse certo, eu teria que ouvir ela gritar por três dias, sofrendo e queimando.

E tudo isso por minha culpa.

POV BELLA

Senti uma queimação nas pontas dos dedos do pé. Ardia muito, tentei movimentar, mas a dor na parava. Então ela começou a subir por minhas pernas, depois para o corpo, braços, cabeça até o coração.

Era agoniante sentir aquilo, eu estava queimando viva, será que ninguém está vendo?

Tentei gritar, mas minha voz havia desaparecido. Queria implorar para que alguém me matasse, eu não aguentava aquela tortura.

Quanto tempo teria se passado? Minutos, horas ou dias? Eu realmente não sabia, mas o fogo agora estava concentrado em meu coração.

Me mate!

Me mate!

Pensava tentando me mexer para me livrar daquela dor. Então eu me lembrei de algo. Estava claro como água.

Eu havia saído de casa antes do amanhecer. Queria me livrar da angustia e poupar Charlie e Mike um pouco. Então eu fui até os penhascos de La Push e atirei.

Droga! Se eu soubesse que a morte doeria tanto eu teria ficado viva!

[...]

A dor em meu peito parecia diminuir, ou talvez fosse a minha vontade louca de morrer logo que me fazia imaginar coisas.

Meu coração batia acelerado agora, antes ele batia normal junto com a queimação, mas agora parecia querer rasgar a minha carne e sair correndo por aí.

— Bella? — um voz doce soou próximo a mim junto com uma leve pressão na minha mão. — Amor, eu estou aqui e não vou sair do seu lado até que você me mande embora. Me perdoa por todas as burradas que eu fiz. Eu ainda te amo muito e espero que você também. — a voz era triste e familiar, mas de quem era mesmo?

Minha mente girava e girava, enquanto isso o toque quente estava lá.

EDWARD! Essa voz é do Edward.

Minha cabeça deu um estalo, mas o que Edward estaria fazendo aqui? Ele teria morrido também? Apesar da circunstância sinistra que eu estava, eu me sentia bem em saber que ele estava aqui comigo.

Mas espera aí. Edward é um vampiro. Então por que sua mão está quente?

[...]

TUM...TUM TUM...TUM TUM...TUM TUM

Meu coração batia cada vez mais forte, a dor iria me rasgar ao meio, eu podia prever isso. Sua pulsação era forte em meus ouvidos e me tirava o sentido.

Ai! Tentei gritar, mas nenhum som saía de meus lábios.

TUM...TUM...TUM.............TUM................TUM............................

Meu coração começou finalmente a perder força junto com a queimação, mas em compensação ele parava de bater lentamente até cessar totalmente.

Bom! Pelo menos a dor foi embora com a queimação. A morte agora já não parecia tão ruim.

Sem prestar muita atenção no que fazia puxei o ar com força para dentro do meus pulmões e me engasguei com o processo. Um súbito movimento me fez sentar e abrir os olhos.

Ao respirar eu senti inúmeros cheiros misturados, mas o mais estranho de tudo é que eu sabia diferenciá-los e por isso me engasguei.

Desinfetante de eucalipto. Árvore. Rosas. Mel. Chocolate. Gasolina, entre outros.

O pior não foi a estranheza do ar, mas sim os sete olhos dourados que me olhavam com expectativa.

POV EDWARD

Depois de levá-la inconsciente para casa eu temia ainda que tudo desse errado e que ela morresse apesar do meu esforço.

— Edward, você conseguiu. — Alice exclamou vindo encontrar comigo ainda na floresta.

— Espero que sim, Alice. — respondi temeroso.

— Venha, eu preparei seu quarto para ela, acordará depois de amanhã. — saiu saltitando na minha frente.

Esperava sinceramente que ela tivesse razão.

[...]

Entrei em casa e todos me olhavam sorrindo, mas eu não retribuí o sorriso. Eu só conseguiria fazer isso quando Bella estivesse bem de novo.

Subi as escadas como um raio e encontrei Alice com tudo preparado para limpar Bella e vestí-la.

— Saia e pense num lugar para esconder a Bella. Charlie está vindo para cá com Mike. —

“Ótimo! Mais isso agora.” Pensei passando as mãos nervosamente pelos cabelos e indo para a sala. Eu ainda não conseguia pensar com clareza ou ler os pensamentos de ninguém. Alice deve ter percebido.

Deixei o quarto e caminhei em direção a sala.

— Fico feliz que você tenha conseguido salvá-la e encontrado uma solução para a relação de vocês. Eu não quero perder o meu filho de novo. — disse Carlisle passando o braço por cima do meu ombro num semi abraço. Eu assenti sem graça.

Esme me olhava com carinho, Emmett e Jasper sorriam felizes, mas Rosalie olhava pela janela, de costas para nós e não parecia bem humorada.

Todos ficaram em silêncio me observando. Eu não disse uma palavra, estava atordoado demais para raciocinar. Minha mente vagava por tudo que me aconteceu na última hora.

[...]

Minutos depois Alice desceu as escadas.

— Vá pegá-la Edward. Vamos nós três para a cabana. É melhor dizer que você está no Alasca e que nós estamos mudando para lá de novo. Ninguém pode suspeitar que estamos com Bella. — disse ela sendo prática.

Subi as escadas correndo e entrei no quarto parando abruptamente na porta com a visão que tive.

Bella estava deitada na minha cama. Pálida demais, mas ainda sim linda. Vestia um curto vestido azul celeste de seda. Ela estava maravilhosa.

Aproximei lentamente da cama e me sentei ao seu lado soltando um suspiro. Talvez ela me odiasse, mas eu não tive outra opção. Esperava que ela compreendesse.

[...]

Na madrugada seguinte.

Eu não saí de perto de Bella nenhum instante, Alice queria ficar aqui, mas eu a expulsei. Queria um tempo sozinho com meu amor antes de ser rejeitado.

Toquei levemente sua mão, ela estava quente para a minha temperatura, provavelmente gelada para um humano. Seu coração batia acelerado demais também, mas eu não sabia se a transformação daria certo. Não que eu quisesse ouvi-la gritar, mas geralmente a gritaria era inevitável quando a queimação chegava ao coração.

Eu mesmo implorei para ser morto quando sentia aquela dor.

— Bella? Amor, eu estou aqui e não vou sair do seu lado até que você me mande embora. Me perdoa por todas as burradas que eu fiz. Eu ainda te amo muito e espero que você também. — murmurei incapaz de me conter apertando levemente seus dedos entre a minha mão.

[...]

— Está na hora, Edward. — gritou Alice abrindo a porta num estrondo, olhei raivoso para ela, mas fiquei espantado ao notar que toda a família estava presente, até Rosalie.


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