Ajude-me escrita por morango_-


Capítulo 3
Capítulo 3 - Recuperação


Notas iniciais do capítulo

Muito obrigada por todos os reviews!!!
Desculpe se não respondo a todos, mas saibam que tudo o que vocês escrevem me anima a continuar!
Muito obrigada!



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Haviam se passado algumas semanas desde a primeira vez que Naruto vira Hinata.

                Com o passar dos dias, Naruto sempre arranjava um jeito de encontrar-la, sempre. E por incrível que pareça, ou por ajuda divina, se assim Sasuke poderia ser chamado agora, ele estava encarregado de cuidar dela.

                -Vamos começar com a fisioterapia Hinata. – Falou Naruto em um dia comum de outono. – Acho que você já está bastante recuperada para começar a exercitar essa perna. –Ele sorriu.

                Com a presença de mais pessoas no recito a relação dos dois ficava menos explícita, menos palpável, mas não por menos visível.

                -Você vai começar a tentar andar, já que a fisioterapia no quarto já começou... – Falou Yumi antes de ser bruscamente interrompida.

                -HINATA! – Gritou alguém da porta do quarto.

                Ela com certeza não estava esperando a visita dele. Ela nunca imaginaria que ele soubesse sobre o ocorrido, ela mesmo havia tomado providencias para que juntamente não soubesse sobre seu estado.

                -O meu Deus! – Falou ela baixo.

                Desde que ele havia dito a ela que iria morar nos Estados Unidos, jurara que iria esquecê-lo, jurara para seu coração que faria isso.  

                -Oh Hinata! – Ele entrou na sala como um furacão. Empurrando para a parede Naruto e Yumi. – Que terrível!

                Kiba abraçou Hinata com força, não ligando para as agulhas que desprendiam de seu braço. Naruto tentou ignora a vontade de arrancar aquele moleque de perto dela.

                -Por que não me ligou? – Perguntou ele quando se afastou dela. – Você devia ter me ligado!

                Ela abaixou a cabeça e revirou os olhos.

                -Eu não tive tempo. – Falou baixo. – Me perdoe.

                Kiba olhou ao redor tentando assimilar o que estava acontecendo.

                -Eu apenas soube há alguns dias atrás. – Ele suspirou com leveza. – Quando consegui entrar na internet.

                Naruto estava a ponto de explodir, ele devia estar feliz por a menina ter finalmente encontrado alguém que fosse de seu agrado, mas felicidade era a única coisa que não estava sentindo.

                -Quem é você? – Perguntou amargo.

                -Eu? – Riu Kiba. – Eu sou o namorado dela.

                Naruto olhou com atenção para a cara do garoto a sua frente, e ele agradeceu a Deus por Yumi estar presente, por que, ele sabia bem que pularia no pescoço dele.

                -Bom, acho que você deveria se retirar, estamos prontos para começar a fisioterapia com a senhorita Hyuuga. – Seco, Naruto se aproximou da cama da garota.

                Kiba percebeu o olhar de Hinata. Ela estava olhando o médico com tamanha admiração, que deu-lhe nojo.

                -Quem é você para mandar em mim? – Perguntou com um tom superior. – Eu posso muito bem acompanhar minha namorada nessa tal de fisioterapia.

                Naruto revirou os olhos.

                -Sinto muito senhor, mas não posso permitir. – Ele falou se aproximando de Hinata o suficiente para repousar sua mão direita na perna machucada da menina. – Não podemos aceitar isso.

                Kiba revirou os olhos.

                Hinata estava entrando em colapso. O seu ex namorado estava no mesmo recinto que o seu... médico, isso estava gerando dores de cabeças fortes, sem contar na ardência que sentiu quando o médico colocou sua mão em sua perna.               

                  -Não entendo a maneira que trata seus pacientes, doutor – Falou irritado Kiba. -, mas vi muitos episódios de Grey’s Anatomy, e sei muito bem que é muito comum auxílio da família em horas como essa.

                Hinata estava farta de toda aquela conversa, sendo assim, ela colocou o cabelo por detrás das orelhas e falou em alto e bom som.

                -Você não é da minha família Kiba! – Sua voz saiu grave e dura.

                O garoto olhou para ela com desentendimento, o que fez Naruto sorrir.

                -Como não sou da sua família?

                -Nunca lhe dei esse cargo, nunca fiz você alguém da minha família. – Falou Hinata sorrindo. – Você mesmo não tem sua própria família nos Estados Unidos? – Ela revirou os olhos. – Ou você esqueceu do que você falou quando me deixou aqui.

                Kiba olhou para baixo com pesar.

                -“Eu encontrei uma menina fantástica, ela me convidou para morar na sua casa nos Estados unidos, sinto muito Hinata”. – Repetiu com fervor a garota. – Você pode ser um amigo, talvez um colega distante, mas nunca, nunca pense que vai ser da minha família.

                Naruto mexeu em sua gravata com incomodo.

                -Eu nunca pensei que isso aconteceria. – Falou.

                -Pois você não é o único.

                Os dois ficaram se olhando por um bom tempo, nenhum estava se sentindo satisfeito por ter se colocado naquela situação. Yumi se viu no direito de chegar perto do médico, com suavidade ela se aproximou do ouvido do mesmo.

                -Naruto-sensei... – Sussurrou Yumi para o médico. – Hinata-sama não pode se estressar.

                Ele havia esquecido disso, estava aproveitando tanto a cara de taxo do outro rapaz que deixou de lado o profissionalismo.

                -Desculpe Kiba, mas temo que terá que deixá-la em paz, não é nada bom para ela que você continue a importunando. – Falou ele colocando sua mão no braço dele.

                -Pois bem! – Falou o rapas de curtos cabelos castanhos. – Eu vou deixar você fazer sua fisioterapia em paz, mas eu não vou lhe deixar sozinha Hinata.

                E então o garoto saiu tão repentinamente como apareceu.

                Atônitos, todos ficaram se olhando sem palavras.

                -Bom – Quebrou o silencio Yumi. -, acho melhor irmos, não Hinata-sama?

                A menina balançou a cabeça em afirmativa.

                -É bom que você encontrou alguém que conhece. – Falou Naruto não escondendo bem sua fúria.

                Hinata não consegui notar a raiva do rapaz, afinal, ela tinha a sua própria, por que estava a ponto de arrancar todos essas agulhas e sair saltitando para matar Kiba. Como ele pode fazer isso? Pensou ela, como pode voltar depois de tudo que tinha a feito passar, depois de tudo que a tinha a feito sofrer?

                -Não acha? – Insistiu novamente Naruto.

                 Hinata não sabia como responder, ela não havia escutado a pergunta anterior, então decidiu apenas afirmar.               

                -Sim. – Disse quando Yumi se retirava para pegar a cadeira de rodas que havia separado no corredor.

                -É... – Falou ele vago.

                Quando a enfermeira retornou ao quarto pode notar a tensão. Era engraçado ver a cara de Naruto tão desolada, infelizmente isso não lhe deixou feliz, na verdade, o monstro verde do ciúme se revirou impaciente em seu interior.

                -Você poderia me ajudar Yumi? – Naruto se aproximou da cama de Hinata e com cautela passou seu braço pela cintura da menina.

                Yumi olhou aquilo com fúria, apesar de conseguir esconder muito melhor do que Naruto, ela estava muito irritada com toda a atenção que ele dava a bela paciente.

                -Yumi? – Chamou novamente. – Pode, por favor, pegar o soro.

                Com estalo a enfermeira correu para socorrer o médico, de maneira profissional ela ajudou ele a colocar Hinata na cadeira de rodas.

                A garota estava totalmente vermelha, afinal, havia sido tocada com tamanho carinho por Naruto. Ela ainda podia sentir a ardência em sua cintura, era como marcado a ferro. Uma sensação dolorosa de tão prazerosa.

                Apesar de tentar negar, Naruto também havia sentido algo, algo muito forte. Ele não podia identificar do por que da queimação que sentia no braço e nem o batimento acelerado do coração. Mas que diabos, pesou enquanto caminhava ao lado da cadeira de rodas.

 

 

 

 

                -Hinata-sama, hoje nós vamos por você em uma barra, você terá que andar se apoiando nela, mas em principal terá que forçar sua perna machucada no chão. – Hana estava com Hinata apoiada nos ombros, as duas estavam sendo muito bem supervisionadas por Naruto.

                -Como seu ferimento já está praticamente curado a única coisa que precisa é encontrar novamente o movimento da perna. - Falou Naruto.

                Apesar de tentar esconder por fora, Naruto não conseguia esconder de seu interior a inveja que tinha da doutora de fisioterapia. Sua consciência berrava pelo lugar em que Hana estava.

                Hinata afirmou com a cabeça. Algo que Naruto havia percebido é que Hinata apenas falava com ele, ou melhor dizendo, mantinha uma conversa. Ah e isso deixou realmente feliz.

                -Tente se concentrar em movimentar o seu pé direito. – Falou Hana enquanto se aproximava dos canos presos no chão.

                A sala ampla de fisioterapia estava lotada de pacientes, notou Hinata, todos estavam acompanhados de enfermeiras, ela era a única que possuía um médico e uma médica a sua disposição. Isso era bom, não era?

                -Muito bem. – Sussurrou Hana enquanto se afastava de Hinata, que agora estava se segurando fortemente nas barras.

                Ela tentou dar o primeiro passo. Foi dolorido, mas a dor era algo suportável, e nada comparada a dor que sentia nas feridas de seu coração.

                Mais uma vez, mas um passo, mas uma pontada de dor.

                -Ai... – Ela murmurou, rezando para que ninguém a escutasse.

                Ela respirou aliviada quando não houve agito para pará-la, mas uma vez ela tentou dar um paço, dois, três, quatro, a dor era constante, quase insuportável, cinco, seis, falta pouco para chegar ao final, sete, oito, ela não iria conseguir...

                Quando Naruto viu-a caindo sentiu que seu coração se apertou, a dor dele era comparada ao inferno.

                -HINATA! – Ele pulou com maestria sobre os canos de sustentação e segurou Hinata antes que ela batesse com tudo no chão.

                -Você devia ter avisado! – Respirou alto Hana. – Você estava sentindo dor?

                Dor? Hinata estava nesse exato momento no paraíso. Ela estava com a cabeça bastante descansada no peito de Naruto, ela podia sentir a respiração suave dele, ela descobriu que seu perfume tinha um toque de vinho, e isso a deixou zonza.

                -Hinata?! – Perguntou preocupado Naruto. – O que houve?

                O que ela poderia responder? Que estava zonza por causa do perfume de seu médico? Isso seria loucura, ou pior, Naruto nunca mais iria falar com ela, iria deixá-la como os outros a deixaram antes.

                -Eu senti muita dor. – Falou por fim, seu coração ainda não havia se acalmado.

                -Isso é comum. – Falou Hana com indiferença. – Mas não pode se manter calada.

                 Naruto estava com o corpo mole de Hinata nos braços, ele se sentia mal por isso, se sentia ruim por não ter conseguido lhe amparar antes, mas, por mais que se sentisse preocupado com ela, ele não podia esconder o prazer que sentia em tela nos braços, sentir o perfume e a doçura.

                Onde estava com a cabeça?

                -Você entendeu? –Perguntou Hana com braveza. – Isso pode custar sua vida Hanabi.

                Naruto estava farto, quem pensara que era Hana para errar o nome dela?

                -O nome dela é Hinata! – Esbravejou ele. – Será que é difícil? Decorar o nome dos pacientes?

                Naruto não pode perceber o que Hinata estava passando, ele não pode notar como seu interior estava agora, se afogando lentamente no buraco negro que Hinata tentou, tão desesperadamente, se afastar.

                -Desculpe – Falou Hana, sem expressar qualquer interesse. -, são muitos pacientes.

                -Gostaria de voltar para o meu quarto. – Sussurrou Hinata.

                Hana a fitou com raiva.

                -Você não pode! Tem muito que fazer antes que eu possa liberar você.

                Naruto podia sentir algo errado com ela, então decidiu ele mesmo levá-la para o seu quarto.

                -O QUE? Você não pode! – Esbravejou Hana.

                Naruto levou Hinata no colo até a cadeira de rodas. Colocou-a com leveza e começou a empurrar. Hana não seria a pessoa que faria ele parar, não quando tinha algo bastante solido em sua cabeça. Hana havia errado feio, só que ele não sabia o motivo.

                -Não ligue para Hana, sempre com a cabeça nas nuvens. – Falou enquanto empurrava Hinata para o quarto.

                Ela estava se afundando lentamente, era uma sensação estranhamente familiar. Como pudera fazer isso novamente? Agora... Ficaria assim apenas com a menção do nome de um de seus familiares?

                Naruto chegou em tempo recorde ao pequeno quarto de hospital, foi fácil para ele colocar Hinata em sua cama.

                -Bom, o que houve? – Tomou a liberdade de perguntar.

                Hinata se deitou lentamente na cama .

                -Em? – Insistiu novamente quando ela não respondeu. – Foi algo que fiz?

                Ele? Como ele podia achar que era por causa dele que estava se afundando? Como? Ele foi o único que a tirou desse buraco, desse enorme buraco negro. Só que infelizmente ele não podia lhe livrar de todas as palavras que a rodeavam.

                -Não, não foi você! – Ela sorriu com esforço. – Não se preocupe, eu apenas fiquei triste por não ter conseguido caminhar.

                Naruto não acreditou naquilo de inicio, algo não se encaixava.

                -Você tem certeza que foi isso? – Ele colocou a mão lentamente no aparelho que media a preção cardíaca dela. – Isso não me parece tudo.

                Hinata estava se sufocando, todos lhe diziam que era parecida com a irmã, diziam que eram matéria da mesma forma, talvez seja por isso que seja tão complicado escutar o nome dela, ou, seja mais difícil ser confundida com ela.

                -Eu estou bem... Só quero ficar um pouco sozinha. – Sua voz não passava de um sussurro sofrido.

                -Eu não posso lhe deixar sozinha... – Naruto se aproximou da face doce. – Isso não seria correto.

                E o que seria correto para Hinata? Ser a única sobrevivente? Era certo ser condenada agora a viver sozinha? Sem família? Sem vida? Ela estava desesperada para achar algo que a faça encontrá-los novamente.

                -Vou ficar bem, só preciso pensar... – Ela não estava fitando Naruto com antes. Talvez isso fosse um alerta, mas Naruto não estava prestando tamanha atenção assim em suas ações, como achava que estava.

                -Pois bem, vou lhe deixar sozinha. – Ele sorriu, tentando encontrar o olhar da menina. – Tenho alguns papeis para ler, volto logo. E por favor, qualquer coisa me chame.

                E então o médico se retirou do local, sem perceber no tamanho erro que cometia.

 

 

 

                A dor era insuportável.

                Ela não queira mais sentir aquilo, não queria ser destinada a sofrer aquilo, não queria nem ao menos ter lembrança daquela dor.

                Por que a deixaram? Por quê?

                Hinata se afundou lentamente nos travesseiros macios, ela estava rodeada de lembranças, lembranças que o homem loiro havia afastado.

                -Naruto... – Sussurrou ela em desespero, talvez com a menção de seu nome as coisas que a levavam para o passado a deixassem em paz.

                Fora em vão, é claro. A escuridão a estava lhe afogando, ela precisava de algo para colocar-las para fora. Precisava de alguma maneira para conseguir respirar.

                Hinata arrancou as ataduras de seus pulsos com rapidez, e em seguida fez o mesmo com as agulhas em seu braço.

                Quando a agulha do soro perfurou suas antigas feridas, seu coração se acalmou. A dor lhe era maior que a dor do passado, sendo assim, estava segura. A escuridão não lhe tentaria novamente.


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