Ajude-me escrita por morango_-


Capítulo 2
Capítulo 2 - Amigos


Notas iniciais do capítulo

Bom, como "ontem" foi meu aniversario, eu não tive tempo de corrigir nada, por tanto, tentem pegar leve comigo, e relevar os meus erros! :P



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                Ela tinha 21 anos, acabara de se formar em design, morava em um grande apartamento em um área bastante privilegiada de Tókio, e isso era apenas o que Naruto sabia sobre Hinata. Mas ele queria mais, queria saber sobre seus gostos, de como gostava da comida, se gostava tanto quanto ele de ramen, do que tinha medo...

                Naruto sacudiu a cabeça. O que estava pensando? Ela era uma paciente, ela estava com um grave problema na perna e já tentara se matar, muitas, muitas vezes.

                Nesse momento ele estava em casa, sentado a frente de sua cama olhando para a ficha da menina, era praticamente a décima terceira vez que Naruto relia aquele maldito papel.

                -Mas que merda eu estou fazendo? – Se perguntou enquanto esticava a mão a procura do seu copo de uísque.

                A muito não ficava tão perturbado por uma garota como ficara agora. O que tinha de errado? O que aconteceu com ele?  

                -Merda. – Ele abaixou a cabeça e jogou os papeis para longe.

                O amplo quarto de Naruto estava escuro, algo que era quebrado apenas pela luz fraca do abajur de cabeceira do médico.

                Naruto fitou o apartamento e balançou a cabeça, irritado.

                Não devia ter comprado um apartamento tão grande como esse, devia ter escutado Sasuke, que lhe ofereceu um pequeno apartamento perto da casa dele.

                Mas por imaturidade Naruto desejava algo mais, algo grande para poder usufruir dos seus benefícios.

                Com o tempo ele encontrou um apartamento como desejava, um bem decorado, bonito e em especial, grande, ou, pelo menos, grande o suficiente para festas como fazia na época de faculdade.

                Obviamente as festas não aconteceram, sendo assim, o apartamento ficou grande de mais para apenas ele.

                Isso o deixava furioso, afinal, fora teimoso de mais para acreditar no amigo. Naruto sacudiu a cabeça, como fora imaturo, mas valia à pena continuar pensando? Ele achara melhor tomar um bom banho.

Estava tão alterado que nem ao menos havia tomado banho quando chegou em casa, sendo assim, pegou suas roupas e foi para o banho gelado que estava precisando.

Duvidava que não estivesse bêbado, pois, havia tomado tantos goles de bebidas alcoólicas que nem mesmo lembrava o nome de metade, ele apenas lembrava que faziam bem para sua garganta, queimando como o inferno.

                A água gelada não despertou repulsão ao corpo de Naruto. Estranhamente o corpo do médico ansiava pelo gelo, ele queria algo que fizesse esfriar o seu corpo. Ele queria tirar o calor febril do corpo da mulher que havia encontrado hoje, queria arrancar o sentimento satisfatório quando ouviu sua voz, queria esquecer como seu coração disparou rapidamente quando viu as cores dos olhos dela.

                -Estou ficando louco. – O loiro colocou a cabeça embaixo do chuveiro.

                Ele havia aprendido na faculdade que para era bom para pessoas mental e fisicamente alteradas, colocar água gelada nos pulsos e na nuca.

                Não sentiu alivio algum, então a medicina tinha seus erros, concluiu com desgosto, talvez se tomasse mais alguns goles de uísque sua situação melhoraria. Mas, e como ficaria na manha seguinte? Ele conhecia a dor de cabeça característica da bebedeira, tinha passado por isso centenas de vezes na faculdade, e sabia que não tinha ninguém com quem poderia contar para acordá-lo pela manha.

                Teria que dispensar o uísque e tomar uma aspirina, ou talvez, algo que não lhe cause dores de cabeças infernais na manha seguinte.

 

 

               

                -Onde você estava? – Perguntou Sasuke quando viu seu amigo entrar no hospital, cambaleante.

                -Em lugar algum. – Respondeu com um bocejo.

                Sasuke levantou os olhos e notou as fundas olheiras de Naruto, se bem o conhecia, Naruto havia deixado os estudos de lado e indo para uma boa e velha farra. Apesar de não querer admitir, Sasuke, sentia saudade da época que era “livre”.

                -Bebeu? – Ele perguntou enquanto revirada alguns papeis que ficaram para serem corrigidos pelos residentes.

                -Um pouco. – Respondeu Naruto, lembrando de ter ignorado completamente os anos que passou estudando sobre os problemas com alcoolismo.  

                 -Um pouco? – Duvidou Sasuke. – Temo em saber o que seria muito para você.

                Naruto riu sem vontade.

                -Muito mais do que isso, posso lhe garantir. – Sem querer, um bocejo escapo de seus lábios. – Como está Sakura?

                Sasuke notou a tom diferente na sua forma de falar, mas o amigo tinha idade suficiente para lidar com seus próprios problemas, não seria ele que se intrometeria neles.

                -Ela está bem. – Falou separando sua metade dos papeis. – Ela reclama constantemente de dores nas costas, normal para grávidas, não?

                Naruto afirmou com a cabeça e se aproximou do amigo para pegar a sua parte nos papeis.

                -Você esteve separando para mim? – Perguntou escondendo o agradecimento.

                -Na verdade eu não estava esperando que você viesse hoje. – Respondeu Sasuke sorrindo. – Era assim que você fazia na época da faculdade, faltava as aulas só por causa de uma dor de cabeça.

                Naruto fechou a cara.

                -Não entendo por que separou do mesmo jeito. – Comentou pegando a caneta de seu jaleco.

                -Força do habito. – Sasuke pegou uma prancheta abaixo da mesa e anotou algo. – Afinal, era sempre eu que lhe ajudava com as atividades de casa.

                Naruto sorriu.

                -E quem foi que passou em primeiro? – Perguntou fazendo a mesma coisa que Sasuke fizera há pouco.

                -Hoje as coisas estão bastante calmas. – Disse Sasuke ignorando o amigo. – O que pretende fazer?

                Naruto pensou. O que poderia fazer?

                -Bom... Você sabe algo sobre a paciente do quarto 302?

                Sasuke levantou os olhos para o céu, pensando.

                -Hyuuga? – Perguntou ele sorrindo.

                -Sim, essa. – Naruto tentou esconder a felicidade de poder descobrir algo a mais sobre ela.

                -Ela está aqui a um bom tempo, eu já cuidei dela, uma menina muito bonita, mas arisca. – Riu Sasuke. – Na época que fui incumbido de cuidar dela, ela teve três tentativas de suicídio.

                Naruto balançou a cabeça, tentando não parecer interessado, mas fora impossível esconder.

                -Eu estou cuidando dela por enquanto – Mentiu ele, afinal ele apenas foi chamado para ajudar. -, queria saber mais sobre ela. As suas fichas não dizem muito.

                Sasuke não pode deixar de sorrir, talvez tivesse acabado de encontrar a cura das tentativas de suicídio da garota.

                -Bom – Começou Sasuke. -, ela perdeu toda a família em um acidente de carro, o pai era um grande empresário de exportação tecnológica do Japão, a mãe era uma dona de casa e a irmã mais nova estava no segundo ano do colégio.

                Naruto sorriu, apesar de esse sorriso desaparecer em seguida, ele havia conseguido informações bastantes para não cometer mais nenhuma gafe.

                -Como... Como sabe disso? – Perguntou ele com a cabeça abaixada.

                -Acabei de lhe dizer baka! – Sasuke revirou os olhos. – E alem do mais deu em todos os noticiários á alguns meses atrás.

                Naruto não via TV a alguns bons meses, afinal, não tinha tempo nem de se alimentar direito.

                -Bom – Falou Sasuke se encaminhando para porta. -, eu estou indo, tenho dois adolescentes que quebraram a perna para cuidar.

                Naruto tremeu.

                -Boa sorte! – Naruto o seguiu. – Vou cuidar de alguns assuntos.

                Sasuke se virou e sorriu para o amigo.

                -Mande um beijo para Hinata por mim. – Falou entre gargalhadas.

                Naruto ignorou o amigo. Como bem sabia Sasuke não podia ser levado a sério, afinal, ele era um gênio sabe tudo idiota.  

                Naruto sorriu quando passou por Yumi, a pequena enfermeira também retribuiu o sorriso, e para desespero de Naruto, o seguiu.

                -Naruto-sensei! – Falou Yumi. – Bom dia!

                Naruto revirou os olhos. Tudo o que menos queira era ter Yumi em seu pé.

                -Bom dia Yumi. – Falou Naruto, pensando em algo para despistar a enfermeira.  – Sabe Yumi, eu estava realmente a fim de falar com você...

                A enfermeira sorriu.

                -Preciso que catalogue os 100 primeiro pacientes do hospital. – Falou Naruto diminuindo o passo, não queria que ninguém o visse.

                -Mas Naruto-sensei... Isso vai durar o dia todo. – Yumi levantou os olhos em suplica.

                Naruto sorriu e acenou a cabeça.

                -Yumi, eu realmente preciso que faça isso para mim. – Naruto parou completamente e se abaixou para poder ficara na altura de seu ouvido esquerdo. – Não conte para ninguém. Por favor Yumi-chan!
                Yumi se acendeu.

                -Ok Naruto-sensei! – Ela se virou e começou a correr. – Vou dar o meu melhor!

                Naruto sorriu. Era um incomodo não sentir nada mais do que atração pela pequena e bonita enfermeira.

                Entre suspiros ele foi em direção ao quarto 302. Ele olhava de um lado para outro a procura de alguém que delatasse sua escapadinha.

                Para ter certeza que ninguém o incomodaria, Naruto checou no quadro de horários da recepção em qual lugar os médicos tinham hora marcada, nenhum visitaria Hinata hoje. A única coisa que o deixava preocupado era o fato das enfermeiras que estariam rondando Hinata, para que ela não cometesse mais nenhum ato impensado como o que fazia constantemente.

                Por sorte a enfermeira que ficara de cuidar Hinata estava tendo uma conversa bastante animada com outro residente, os dois riam alto, tão alto que Naruto podia sapatear no meio do corredor que eles nem ouviriam.

                Com cautela ele abriu a porta do quarto da moça. E suspirou aliviado quando Hinata o fitou com espanto.

                -Bom dia! – Falou ele sorrindo largamente.

                A menina abaixou a cabeça e fechou os olhos.

                Hinata estava confusa. Por que aquele médico havia voltado? Todas as vezes que fazia cenas como à de ontem os médicos que cuidavam dela simplesmente desapareciam.

                -Como está passando a cabeça? – Ele se aproximou com leveza. – Eu não tive tempo de prescrever nenhum remédio para você.

                 Hinata não iria responder as perguntas dele. Estava constrangida de mais para tentar falar. O que fizera ontem fora deplorável, se sacudir como uma criança birrenta. 

                -Bom, eu vou lhe dar algo fraco, acho que não lhe fará mal algum. – Naruto puxou novamente a cadeira para se sentar ao lado da cama da menina. – Bom – Ele suspirou –, tenho que lhe pedir perdão por ontem.

                Hinata o olhou por entre os cabelos que ficavam sobre seus olhos. O que realmente havia de errado com esse homem?

                -Eu fui imaturo de lidar você como uma paciente comum. – Depois de proferir as palavras ele parou para pensar.

                Hyuuga Hinata não era uma paciente comum? Muitas pessoas nesse hospital haviam passados por traumas maiores ou piores do que dessa garota. O que tinha de errado nele para achar que Hinata era uma paciente que precisaria de algum tipo de tratamento especial?

                -Acho, que me excedi ontem. – Falou Hinata, escondendo a felicidade por conseguir falar sem sequer se enrolar.

                Naruto sorriu, encontrando brevemente o olhar tímido da menina.

                -Tem algo que preciso lhe perguntar. – Começou Naruto. Ele sabia que era cedo de mais para começar com papos desse tipo, não precisava ser nem um tipo de psicólogo para saber que estava se precipitando. – Por que tenta tirar com a própria vida?

                Hinata sentiu seu coração se apertar. Tudo aquilo estava muito fresco em sua cabeça, e no momento em que a tristeza lhe batia ela precisava colocar para fora, e essa era a única maneira que encontrou para suavizar a culpa.

                -Você pode confiar em mim. – Falou ele com a voz suave.

                Ela sabia que ele não estava mentindo. Sabia pelos seus olhos, que de tão sinceros podiam demonstrar qualquer ação. Mas não estava preparada para abrir novamente as feriadas que estavam se curando, levemente.

                -Não a nada que precise saber. – Respondeu com amargura ela.

                -Tenho certeza que preciso. – Naruto sorriu. – Você foi responsável pela mais irresponsável bebedeira de minha vida. Estou com tanta dor de cabeça que mal consigo lhe enxergar com clareza. – Ele riu alto.

                Hinata levantou a cabeça e olhou o homem loiro com atenção. Ela percebia que o homem tinha fundas olheiras abaixo de seus tão singelos olhos azuis, ela via também a breve vermelhidão ao redor da pupila. Algo no seu estado lhe deixou sem fôlego.

                -Você bebeu? – Perguntou sem demonstrar sentimento algum.

                -Sim, nem mesmo me lembro o que eram, se era uísque ou licor. – Naruto passou a mão em seu cabelo, ele percebeu que precisaria cortá-lo em breve.

                Hinata enrubesceu.

                -Eu lhe intrigo? – Perguntou tirando forças de algum lugar que não sabia. Afinal, o que ela tinha a perder?

                Naruto foi pego de surpresa.

                -Acho... Acho que sim. – Sorriu.

                Hinata se escondeu novamente na barreira de seus cabelos. O que aquele médico estava tentando tirar dela? Estranhamente Naruto se fazia a mesma pergunta.

                -Você não quer conversar comigo? – Perguntou sem jeito ele.

                Hinata mais uma vez teve vontade de sorrir. Ele realmente não tinha jeito algum com as palavras.

                -Você quer que eu fale algo da minha vida? – Perguntou ele tentando encorajá-la.

                Hinata acenou a cabeça timidamente.

                -Muito bem – Começou se sentando com mais vontade na cadeira. -, eu perdi meus pais quando tinha quatro anos, fui criado em um orfanato, fui adotado por um casal... – Ele parou para tomar fôlego. - Só que eu tinha a memória dos meus pais muito viva na minha mente, então os chamo de avós. – Hinata ouvia aquilo com tamanha atenção que deixava Naruto envergonhado. – Eu... Eu fui um delinqüente até a metade da minha vida, não me importava com nada...

                Naruto fez uma pausa para olhar a menina chocada a sua frente.          

                -Algum problema? – Perguntou ele, temendo por sua saúde.

                -Você... Você também perdeu os pais? – Perguntou ela.           

                -Sim, e como não tinha família fiquei até os 5 anos em um orfanato, fui adotado por Tsunade e Dan mais tarde.

                Hinata suspirou levemente, o que estava acontecendo com seu coração? Estava batendo tão rápido que tinha medo de que ele escapasse pelo seu tórax.

                -Você... Se sentiu...?

                -Sozinho? – Naruto foi respondido por um aceno afirmativo da menina. – Sim, eu sabia desde o começo que não eram meus pais, sabia que eles não eram... sabia que eles...

                Naruto respirou profundamente. Por que estava abrindo suas feriadas antigas para essa garota? Ele queria abrir suas feridas para curar as dela? Que grande maluco havia se tornado! 

                -Sabia que não poderiam se tornar meus pais. – Naruto sorriu escondendo as lagrimas que queria derrubar. 

                Hinata estava interessada em saber mais sobre o menino loiro a sua frente, mas estava com medo de continuar, ela sabia o quão duro era lidar com a perda, não queria que ele passasse pelas mesmas coisas.

                -Como que eles morreram? – Perguntou ela, ignorando o que acabara de pensar.

                Naruto suspirou e virou para olhar Hinata com mais clareza.

                -Foram mortos... – Ele sorriu sem humor. – Na minha frente.

                Hinata abriu os olhos com espanto.

                -Bem parecido com seu caso não? – Naruto se levantou para checar os batimentos de Hinata.

                Ela olhou para baixo, seus pais haviam morrido, por etapa, na sua frente, mas de pouca coisa ela se lembrava. Não sabia como que o carro havia capotado, nem se lembrava de como fora tirada com vida das ferragens.

                -Você está nervosa? – Perguntou Naruto olhando com atenção o aparelho que soltava um baixo apito.

                Sim, ela estava nervosa! Naruto estava a alguns centímetros de seu corpo, se ela estendesse a mão poderia tocar no braço dele.

                -Não. – Disse.

                Naruto sorriu. O coração da menina estava disparado, talvez a sua história fora muito para ela.

                -Acho que já está na minha hora. – Falou ele hesitando.

                Hinata tentou esconder a decepção.

                -Tchau. – Falou seca.

                Naruto sorriu quando se encaminhava para a porta. Ele não havia conseguido saber muito sobre a vida da garota, mas ele conseguiu algo mais precioso do que isso, conseguiu sua confiança.  

                -Nos vemos amanha. – Falou ele enquanto fechava a porta do quarto.

                Uma coisa que Naruto não conseguiu ver foi o sorriso singelo que brotou nos lábios da mulher.

                Hinata tentara deter que seus lábios se repuxassem para formar esse sorriso, mas fora em vão, estava tão feliz que receberia a visita do médico novamente que não se importou que o sorriso aparecesse.

               

               

               

 

                Naruto havia decidido que não beberia mais nenhuma gota de álcool. Só que sua força de vontade para esses assuntos era muito mais falha do que para assuntos acadêmicos.

                Então ele tomou mais uma garrafa de uísque quando chegou em sua casa. Ele tentara apagar a imagem da garota na cama, tentara apagar a maneira com que Hinata falava, doce e incrivelmente melancólica, seu rosto chocado ou triste. Naruto estava se tornando um bêbado para apagar a imagem da jovem e bela dama do hospital.

                O que era maluquice, o que iria pensar seus superiores se dissesse que estava bebendo? Um médico bebendo para apagar suas próprias magoas, seria o sarro.

                -Que vão para o inferno todos! – Falou ele enquanto levava a taça de uísque à boca.

                Naruto não estava tão preocupado com o que seus superiores pensariam dele, já estava acostumado a ser tratado de maneira “especial”.

                A única coisa que o fizera agüentar todos os anos de indiferença no colégio foi para provar que podia, provar para todos que conseguiria ser o melhor dos melhores, apesar de ter perdido o controle, consideravelmente, no começo da faculdade, onde a única coisa que fazia era ir a festas.

                Mas, como sempre, isso foi superado por uma boa dose de realidade. Esse choque de realidade tirou Naruto de todo o mal que se metia.

                Ele sacudiu a cabeça quando a imagem de Sasuke o levando nos braços, completamente em coma, para o apartamento em que dividiam, lhe voltou a cabeça.

                Naruto não sentia vergonha daquela época, afinal, era um adolescente maluco e sem juízo, mas e agora? Como podia explicar tamanha maluquice? Estava bebendo da mesma maneira que fazia nas festas de confraternização.

                Talvez uma ligada para Sasuke o anime a parar.

                -Alo? – Falou a voz sonolenta de Sakura.

                -Alo? Sakura? – Naruto se animou em ouvir a voz amiga.

                -Naruto? Mas que merda você está pensando? – Perguntou ela com a voz incrivelmente alterada.

                -Passe para Sasuke! – Disse ele.

                -Você entende que horas são? Sasuke está na cama...

                -Acorde ele Sakura! É urgente... – Naruto começou a se sentir impaciente, ele colocou a mão dentro do copo e começou a mexer o gelo com rapidez.

                -Muito bem... – Naruto conseguiu escutar Sasuke resmungando em algum lugar do outro lado da linha.

                Depois tudo ficou mudo e ele conseguiu escutar os amigos conversando.

                -Ele que ligou Sasuke... – A voz feminina parecia irritada.

                -Aposto que está bêbado. – Falou o homem, ele parecia estar mais irritado do que a voz feminina.

                -Você não vai falar com ele então? – Perguntou a voz feminina suavizando a sua fúria.

                -Quem você achava que carregava esse bebum na faculdade? – Logo o que se seguiu foi um barulho alto e uma voz sonolenta soou no bocal do telefone. – Naruto.

                -Sasuke! – Falou ele com suavidade. – Eu preciso de ajuda.

                Nada se seguiu, apenas a respiração cansada dos dois homens.

                -O que aconteceu? Você não engravidou ninguém, engravidou? – Sasuke respirou pesadamente.

                -Eu estou ficando louco. – Naruto se sentiu derrotado ao admitir.

                -Como descobriu agora? – Sasuke fez graça, mas logo desistiu. – O que houve?

                -Depois que eu conheci aquela garota minha vida simplesmente caiu. – Naruto levou o copo de uísque para a boca. – Eu não paro de beber!

                Sasuke reprimiu uma risada.

                -Você não está entendendo Sasuke! Eu simplesmente estou em um estado deplorável!

                -Não acha que é muito cedo para se apaixonar por ela? – Perguntou Sasuke.

                Naruto tomou um grande gole de uísque e começou a rir.

                -Apaixonado? – Ele por pouco não se engasga. – Da onde que você tirou que estou apaixonado por essa menina?

                Naruto pode escutar um bocejo.

                -Mas que merda Naruto! – Sasuke esbravejou. – Por que você me ligou? Não sou mulher para discutir sobre assuntos do coração! Se quiser chamo Sakura!

                -Muito bem Sasuke, eu vou lhe deixar dormir, você é o que eu sempre achei que era... – Um pipi se seguiu, Naruto não podia acreditar que Sasuke havia desligado em sua cara. – UM COMPLETO IDIOTA!

                Com força ele colocou o telefone no gancho.

                Como pode pensar que Sasuke poderia lhe ajudar? Sasuke era um completo idiota, nunca conseguiria compreender o que se passava na cabeça dele.

                Como pode viajar tanto? Pensou ele. Ele nunca poderia se apaixonar por aquela menina, ele estava disponível para todas, a todo o momento, menos quando estava de cara nos livros.

-Apaixonado? – Ele começou a rir. – Sasuke acha que estou apaixonado?

                Naruto sabia muito bem, nunca se apaixonaria, ele era, como disse, de todas e todas eram dele. Se desejasse usar a garota do hospital era isso que faria, por mais ante ético que seja, se desejasse possuí-la, possuiria e a jogaria fora.

                Ele ignorou totalmente o nojo que sentiu pelo pensamento. Mas uma vez o uísque iria apagar isso, ah ele tinha certeza.


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Notas finais do capítulo

Ai tá gentem!