The Name Is Stella Stilinski. escrita por buckyonce


Capítulo 7
VII - Woman.


Notas iniciais do capítulo

Postando antes da hora por causa das minhas lobas raparigas, então é dedicado á elas.
Escrevi isso tudo ontem, em menos de uma hora, antes que a inspiração morresse.
Ainda meio traumatizada com a "saída" do Hoechlin do cast de TW mas Jeff Davis não presta, então...
Mesmo assim, enjoy!



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Como eu vou virar uma mulher?

Essa pergunta não parava de rondar a minha mente enquanto eu entrava no shopping e paralisava em frente à primeira loja que encontrei. O cartão prateado de meu pai estava dentro da mochila e ela parecia pesar uns quinhentos quilos. Se eu podia lutar com monstros “quase” diariamente e ainda chegar a tempo de fazer o jantar para meu pai, eu podia ficar mais “feminino”. Ou seria “feminina”?

–- Que seja... – Murmurei para mim mesmo e entrei na loja. As vendedoras não paravam de me olhar de cima a baixo e, por um instante, procurei um buraco ou uma mancha em minha camiseta de lã azul, meus jeans escuros e o velho Converse preto. Comecei a mexer nas araras, com medo de pegar nas roupas, e não vi nada que me interessasse. Até que uma delas teve compaixão o suficiente para vir até mim e perguntar o que eu estava procurando.

Em questão de minutos, eu estava rodeada de pilhas de roupas ao meu redor enquanto saía do provador, experimentando cada uma. Os olhares das outras moças da loja eram homicidas, mas eu não sabia se era pra mim por eu ter escolhido a outra garota ou pra outra garota, por ela ter achado um cliente com vontade de comprar – no caso, eu –.

Ao sair da loja com várias sacolas, fui até a praça de alimentação e sentei em um banco próximo a uma lanchonete. O atendente veio até mim e eu pedi apenas batatas fritas e uma latinha de refrigerante. Estava tão distraído tentando olhar o modo como as mulheres se vestiam que nem prestei atenção quando meu pedido chegou. Quando botei a primeira batata na boca, meus olhos pararam nas pernas de uma moça sentada ao meu lado e ela usava botas.

EU HAVIA ME ESQUECIDO DOS SAPATOS!

Ainda faltavam duas horas para o jantar, então daria certo. No caminho da loja comecei a pensar em comprar – no máximo do máximo – apenas três sandálias e/ou sapatos. Acabei saindo de lá com o dobro de sacolas que tinha e rezando a todos os santos para que meu pai entendesse esse meu “surto fashionista”, dando crédito pelos anos que passei sendo desleixado com o que vestia.

Ao chegar em casa, preparei tacos vegetarianos e tentei esconder a preocupação mais a ansiedade que meu rosto transbordava ao pensar no dia de amanhã.

*

O outro dia finalmente chegou.

E, com ele, minha dúvida cruel: O que eu iria usar para ir à escola?

Dei graças a todos os anjos que me guardam já que teria o primeiro horário livre e poderia ir mais tarde para a escola, me dando tempo suficiente para bolar algo decente e eficaz na minha cabeça.

Aproveitei que meu pai estava no banho e joguei todas as roupas em cima da cama. Parte 1: Concluída.

Peguei calças e shorts e joguei em uma pilha diferente, já que estava decidido a ir de saia. Parte 2: Concluída.

Separei a roupa intima que iria usar e joguei o resto dentro do closet. Parte 3: Concluída.

Agora falta a última – e mais importante – parte: Aquela em que eu escolho a minha roupa.

–- Por que tem que ser tão complicado? – Resmungo, soltando um grunhido em seguida, e sento em minha cama. Com o movimento das molas, um pedaço de tecido cai em meu colo e eu pego e percebo que é uma saia. Ela é curta, preta com flores rosadas como desenho e babados no final. Olho para ela, com a cabeça meio torta, e algo pisca em meu cérebro. Jogo-me no meio das roupas, procurando algo que combinasse, até que acho e não consigo segurar o “AHA” que grito. É uma blusa sem mangas, cinza. Ela é meio curta e tem um nó, para que a deixe na altura da barriga e não da cintura.

Olho para o canto do quarto e meu olhar para nas botas de cano longo que comprei – com muita insistência da vendedora – e eu, instintivamente, já sei que aquilo vai combinar com a saia e a blusa.

Em um timing – quase – perfeito, meu pai bate a porta anunciando que está me esperando para o café. Apenas grito, dizendo que vou banhar antes, e ele me responde com um “ok”. Tento banhar com calma e tranquilidade, demorando mais em impregnar o cheiro do sabonete em meu corpo do que me lavar. Quando sinto que não há nenhum outro odor em mim além da mistura de rosas silvestres que compõem o sabonete líquido, enrolo-me em uma toalha e corro para o quarto, a fim de trocar-me rapidamente para que desse tempo para que meu pai visse.

Já arrumado – isso inclui maquiagem e penteado – pego a minha – mais nova – mochila/bolsa e desço as escadas, bem devagar. Meu pai está de costas para mim, sentado em um banquinho no balcão. Ele está lendo, como sempre, o jornal enquanto toma uma xícara de café. Pigarreio e ele se vira.

–- Filha, que bom... – Sua fala fica cortada ao meio com sua auto interrupção. A boca fica aberta e eu tenho um leve insight na minha cabeça dele tendo algo como um infarto ou alguma coisa, mas logo afugento tais pensamentos.

–- Oi, pai. – Falei, já que era a coisa mais sensata a se fazer: Fingir que nada aconteceu. Larguei a bolsa no balcão e o rodeei, pegando um prato e uma xícara no armário. Atrás de mim, meu pai continuava calado e paralisado. Arrumei as torradas em meu prato e pus café para mim enquanto ele se recompunha, pouco a pouco. – Melhor?

–- Acho que sim. Acabei de perceber que eu tenho uma filha mulher e isso não é bom.

Não sabia se ele estava brincando ou não, então apenas soltei um “Dã!’ e voltei as torradas.

–- Isso é por... – Ele respirou fundo e continuou. – Isso não tem nada a ver com o “Incidente Hale”, né?

–- Não, pai. Isso não tem a ver com Derek. – Tomei um gole do café e o vinco em sua testa suavizou. Um pouco.

–- Tem certeza?

–- Tenho.

–- Absoluta?

–- Sim.

–- Certeza “certeza”?

–- Pai!

–- O que foi? – Ele fez um olhar inocente que não colou em mim. – Eu só estou fazendo meu papel de pai!

–- O que tem de errado em eu querer sair para comprar roupas para mim? Eu sempre faço isso. – Ele arqueou a sobrancelha grossa e grisalha e eu bufei. – Tá, isso não é verdade. Mas, pela última vez, não é pelo Derek!

–- Filha, eu...

–- Eu te entendo, pai. Mas... Por favor! Isso é coisa do passado. Ontem. Outro dia, sabe? Estou mais preocupado com o que vai me acontecer hoje do que ficar me remoendo por conta de algo que já aconteceu.

Ele deu um sorriso e eu sabia que era sincero e orgulhoso, por isso retribui.

–- Muito bem, filha.

Comi a última parte da torrada e olhei para o relógio.

–- MERDA, EU VOU ME ATRASAR! – Joguei a louça na pia e pulei no balcão, dando um beijo na testa de meu pai. – Tchau, pai! Amo você! – Falei enquanto pegava a bolsa e, na pressa, acabei caindo no chão. Botas amaldiçoadas. Porém não as culpo. Eu havia “aprendido” a andar de salto apenas ontem, sejam tolerantes. – EU TÔ BEM! BEIJO! – Gritei, sobre o ombro, enquanto corria para o Jeep e subia no mesmo. Liguei o motor e o velho cheiro de gasolina comum chegou as minhas narinas. Está na hora de abastecer.

Dei ré e parti em direção ao posto, olhando pelo espelho retrovisor o olhar de abestalhado que o vizinho sarado da frente ainda usava depois de ter me visto saindo de casa.

*

É isso.

A hora havia chegado.

Eu estava na escola, mais precisamente no estacionamento. Agradecia – hoje meus anjos estão do meu lado – pelo fumê que meu pai havia posto no meu aniversário do ano passado, o que impossibilitava as pessoas de me verem.

Os nós de meus dedos já estavam brancos com a tamanha força que eu segurava o volante. Ao redor do carro, estudantes passavam direto e vi os cachos loiros de Isaac passando bem ao lado do automóvel enquanto ele se dirigia ao prédio. Também vi Scott e Allison – de mãos dadas e dando sorrisinhos um para o outro, vejam só – descendo da moto dele enquanto Lydia e Jackson já trocavam saliva na nossa mesa habitual, do lado de fora. Avistei todos eles se cumprimentando – inclusive Erica, que chegou de não sei aonde com Boyd em seu encalço – e sentando na mesa enquanto, provavelmente, esperavam a aula começar.

Eu não podia desistir agora.

Lydia já havia avistado meu carro e até deu um aceno de cabeça. Se demorasse mais cinco minutos, era capaz de Isaac ou Boyd – ou na pior das hipóteses, Scott – vir até aqui para saber o motivo de minha demora. Soltei todo o ar preso em meus pulmões com uma longa baforada e sacudi minha cabeça. Olhei pelo espelho retrovisor se minha maquiagem e meu batom estavam no lugar e um pensamento me ocorreu no mesmo instante.

Céus, eu estou virando uma mulher!

Céus, eu estou gostando de ser uma mulher!

Céus, eu estou me acostumando a ser mulher!

Sacudi a cabeça mais uma vez e murmurei um “Você consegue” para mim mesmo antes de botar os óculos escuros, abrir a porta do carro e descer do mesmo.

Bom, aqui vai o nada.

*

“Uau.”

“É ela mesmo?”

“Que gata, cara...”

“Gostosa, cara. Gostosa.”

Isso era o que eu ouvia enquanto caminhava rumo a mesa onde meus amigos estavam. Os olhares estavam todos voltados a mim. Garotos paravam e ficavam boquiabertos. Garotas eram obrigadas a parar e me olhavam do pé a cabeça, examinando tudo. Retirei os óculos e, brincando, pisquei para um nerd. O garoto deixou todos os livros caírem.

Ao chegar a mesa, as expressões não eram diferentes. Lydia me examinava assim como as outras garotas, e Allison a acompanhava. Isaac não tirava os olhos da barra da minha saia – talvez admirando o comprimento – e Scott estava, literalmente, babando. Jackson havia arqueado uma sobrancelha e fez um sinal de “joinha” com os dedos, por trás da cabeça de Lydia. Erica parecia estar se divertindo, assentindo como se tivesse aprovado o que eu usava e Boyd... Ah, vocês conhecem o cara.

–- Bom dia! – Sorri e sentei ao lado de Lydia, tirando os óculos do topo da minha cabeça e guardando-os dentro da bolsa.

–- Bom dia?! BOM DIA?! – Ela esbraveja e uma de suas perfeitas sobrancelhas arqueia. – Como posso ter um “bom dia” quando uma de minhas melhores amigas vai ao shopping, faz uma revolução no guarda-roupa dela e não me convida? – Ela vira-se para Allison e aponta um dedo acusatório para mim. – Temos muito a ensinar a essa garota.

–- Concordo. – A morena concorda com a cabeça, porém dá um daqueles sorrisos com covinhas digno de qualquer princesa da Disney e pega a minha mão. – Mas você está linda assim.

A vergonha aparece em meu rosto, em forma de rubor, e elas soltam um risinho juntas.

–- Stilinski. – Jackson diz. – Nunca pensei que diria isso, mas você está muito gata.

–- Uau, um elogio de Jackson “Idiota” Whittemore! Devo pôr isso na minha parede? – Solto e ele rosna um pouco e seus olhos dão aquele flash de lobisomem.

–- Não pressione demais, Stilinski.

–- Não prometo nada, Whittemore. – Nos encaramos por um tempo e eu acabo sorrindo. – Obrigado.

Ele faz um aceno com a cabeça e começa a rir assim que olha para Isaac.

–- Parece que arrumou um admirador, Stilinski. – Ele aponta para o garoto e finge limpar um rastro de saliva na bochecha do mesmo. – Quer um babador, Lahey?

–- Vá á merda, Jackson. – Isaac retruca e eu dou uma risadinha. – Você tá linda, Stel.

–- Obrigada, Isaac. – Vejo que Erica não falou nada até agora, por isso viro para ela e aponto para mim mesmo. – Aprovado?

–- Só tenho uma coisa a dizer. Na verdade duas. – Ela levanta-se, vem até mim e passa um braço ao meu redor. – Acho que, finalmente, achamos a Mulher-Maravilha que faltava na nossa Liga da Justiça. – Todos riem, inclusive Jackson. – E... Minha pupila está crescendo! Eu tô tão orgulhosa de você! – Ela me puxa para um inesperado – inesperadíssimo – abraço e eu a abraço, meio desajeitado, de volta.

O sino toca e todos começam a sair, enquanto eu termino de arrumar e verificar minha bolsa. Quando estou saindo, sou interrompido por um muro bem macio e então encaro de volta os olhos de Scott.

–- Oi. – Ele murmura.

–- Oi.

–- Você tá linda.

–- Obrigado. – Malditas bochechas que ficam vermelhas por tudo.

–- Stel, eu... Me desculpa por...

–- Scott. – Seguro seus dois braços e ele para na mesma hora. – Outra hora, ok? Minha primeira aula é do Harris e você sabe que aquele cara me o-de-ia! – Separo a última palavra por sílabas, para dar maior ênfase, e ele sorri.

–- Tudo bem. – Acabo soltando-o, mas ele me segura de volta. – Quando podemos conversar sobre isso?

–- Assim que eu estiver pronto para te perdoar. – Dou um beijo em sua bochecha e ajeito a bolsa em meu ombro. – Tchau, Scott.

Ainda escuto, ao longe, um fraco “Tchau, Stella” e sinto lágrimas querendo sair de meus olhos, porém engulo o choro e continuo, com passos firmes, a seguir o curso de meu destino.

*

Mais um dia em meu “inferno particular” passou-se.

Aleluia!

Começo a procurar as chaves de meu carro na bolsa, enquanto caminho até o mesmo pensando em todas as cantadas e convites para sair que recebi hoje. Só ao lembrar dos três recadinhos que recebi na aula de História e os assobios seguidos de todos os integrantes do time de lacrosse, um sorriso aparece em meu rosto e, contente, começo a planejar o que vou comer hoje, já que meu pai tem turno até amanhã de manhã.

Entretanto, como o destino é cruel e não me suporta, dou de cara com ninguém mais ninguém menos que Derek Hale sentado – casualmente – no capô do meu carro.

–- Você está sentado no capô do meu carro? – É a primeira coisa que sai da minha boca.

–- Oi pra você também, Stella.

–- Tô pouco me lixando pra como você está. Eu quero saber por que raios você estava sentado no capô do meu carro. E ainda continua, vejam só!

Ele revira os olhos e sai. Vou até o local analisar algum amassado ou arranhão, mas o que existe já está lá desde antes de eu nascer. Menos mal.

–- O que você quer, Derek?

–- Vim saber se o que Isaac havia me dito era verdade.

–- O que ele te disse?

–- Que você tinha ficado linda. Foi o suficiente para eu estranhar e vir, correndo, para cá.

–- Quer dizer que eu não posso mais ser linda? – Pergunto e ele faz um negócio meio estranho com as sobrancelhas.

–- Você sempre foi linda. E sempre será.

Controlo o impulso de revirar meus olhos e decido entrar no carro.

–- Bom... Já viu o que queria. Se me der licença...

–- Por quê?

–- Por que o quê?

–- Por quê fez isso?

–- Eu não fiz nada.

–- Fez, sim. Você mudou. Você mudou você mesma e isso é... Errado. Por que fez isso?

–- Porque eu queria? Porque eu estava cansado das minhas roupas velhas? Porque o cartão do meu pai tem limite de dez mil dólares e eu não sabia?

–- Stella... Me diga a verdade.

–- Que verdade? Aquela em que faço eu mesma de idiota ao dizer que fiz tudo isso como forma de enfrentar o fora que recebi do homem que eu achava que me amava?

Ele suspira e passa as duas mãos no cabelo. Noto que ele está sem a barba, ou seja, acabou se barbeando ainda hoje de manhã. Que lucidez, Stiles.

–- Eu só... Eu fiz isso porque te a...

–- Não ouse terminar essa frase. Por favor. – Abro a porta do carro e ele fecha de novo. – Derek.

–- Aonde você vai?

–- Pra casa. Preciso arrumar a cozinha, a sala, fazer comida...

–- Me deixa ir para lá.

–- Não.

–- Eu quero fazer as pazes com você.

–- Não.

–- Eu posso te ajudar. Eu posso...

–- EU DISSE QUE NÃO, DEREK! – Viro, furioso, para ele que está meio assustado com minha “combustão espontânea”. – VOCÊ NÃO VAI MAIS PISAR NENHUMA PATINHA SUA LÁ!

–- Stella, me deixa explicar...

–- VOCÊ ME DEU UM FORA! NÓS TERMINAMOS! EU NÃO SOU MAIS SEU E VOCÊ NÃO É MAIS MEU! O QUE TEM NESSA SUA CABEÇA DE MERDA QUE NÃO CONSEGUE ENTENDER?

–- VOCÊ! – Ele grita de volta e eu paro, recuperando o fôlego. – EU SÓ PENSO SOBRE VOCÊ! DA HORA DE ACORDAR A HORA DE DORMIR, É VOCÊ QUE ESTÁ EM MEUS PENSAMENTOS. SÓ VOCÊ!

–- Sério?! – E lá vem meu lado sarcástico. – Não era o que parecia ontem á noite, quando VOCÊ me dispensou. E no meio de uma tórrida chuva!

–- Eu não te dispensei. Eu só... Eu tentei fazer você ver um futuro melhor. Algo mais bonito que a aguarda, aguardava, não sei!

–- Desde quando ficar com Scott é um futuro bom?! Eu disse á você as três palavras mais importantes que alguém diz a uma pessoa que gosta e você faz isso. Como quer que eu me sinta?!

–- Eu sei! Eu agi mal e eu sei agora!

–- Ainda bem que você sabe. Talvez assim aprenda da próxima vez que tiver uma namorada. – Abro, de novo, a porta do meu carro e entro antes que ele a feche de novo.

–- Não, espera! Eu preciso saber por que se transformou assim. Você já era linda... Você sempre...

–- Poupe-me dos discursos sentimentalistas, Derek. Eu mudei porque meu coração foi quebrado, e tudo o que eu via só me lembrava o cara que o despedaçou. – Sua expressão tornou-se azeda de repente e eu desejei, por um segundo, não ter dito o que havia acabado de dizer.

–- E precisava se vestir como uma vadia pra isso?

Parei com a mão a poucos milímetros da ignição. Levantei o olhar e ele me fuzilava do outro lado da janela. Respirei fundo e abri a porta, descendo do carro.

–- O que disse? – Perguntei e ele começou a recuar. Bom movimento, ele sabia que corria perigo. – Que merda foi essa que falou? Acho que não ouvi direito. Diz pra mim que eu ouvi errado, Derek.

–- Stella, eu... – Antes que ele pensasse em completar a frase, o som de minha mão entrando em contato com sua bochecha foi mais alto e interrompeu o que ele havia dito. O tapa não fora tão forte, mas ele virou o rosto mesmo assim. Quando voltou a olhar para mim, meu dedo já estava apontado em sua direção.

–- Nunca mais – PRESTA ATENÇÃO! – Nunca mais fale de mim assim. Eu não sou uma puta que você come, fica satisfeito e depois larga por aí. Eu tenho pai, ele é o xerife e eu posso dizer qualquer coisa que ele mete quatro balas nessa sua cabeça dura, repletas de wolfsbane. Quanto ao xingamento, eu só não falo a mesma coisa sobre a sua mãe porque eu sabia quem era ela. E sabia que ela teria vergonha de você agora. Do mesmo jeito que eu tenho agora. – Entrei no Jeep, liguei-o rapidamente e acionei a marcha, pisando fundo no acelerador.

A imagem turva de Derek pelo espelho retrovisor foi a última coisa que vi antes das lágrimas tomarem conta da minha visão. Ao chegar na esquina da minha casa, liguei para meu pai e ele atendeu no primeiro toque.

–- Filha? Tá tudo bem?

–- Não, não está tudo bem.

–- Stella... Filha...

–- Pai, tem como você vir para casa hoje? Por favor?

–- Filha, eu... O que aconteceu?

–- Te explico quando chegar em casa. – Enxuguei uma lágrima e funguei, alto o suficiente para ele ouvir do outro lado. – Por favor, pai. Vem logo. Eu preciso de você agora.

–- Chego aí em dez minutos. Batata-frita?

–- Prefiro sorvete.

–- Qual sabor?

–- O mais calórico possível.

–- Chocolate, então. Mais alguma coisa?

–- Só você. Vem logo.

–- Já estou saindo da delegacia.

–- Ok. Te amo, pai.

–- Também te amo.

Desliguei o carro assim que cheguei no acostamento da minha casa e encostei minha cabeça no encosto, dessa vez rezando para meus anjos nunca deixarem que meu pai saia de minha vida.


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Notas finais do capítulo

Eu amei esse capítulo, não mentirei.
Teve de tudo um pouco nele.
Comédia, drama...
Quero só avisar que esse casal Stella e Derek tá dando o que falar, né?
Alguém notou que eu estou usando palavras que a Stella fala no gênero masculino?! Notem e prestem atenção, porque quando mudar... Algo acontece. ~SPOILEEEER~
Derek quebrando o coraçãozinho da nossa pobre e indefesa Stella... Que lobo mau, jesus.
Tenho notícias:::::::
Nos próximos capítulos, um cara novo vai aparecer. É, Derek que se prepare pra concorrência, baby.
É isso.
Espero que tenham gostado.
Talvez demore a postar o próximo, não sei.
VOU ESCREVER UMA ONE-SHOT E POSTAR ESSE FIM DE SEMANA, FIQUEM LIGADOS!
Amo vocês, bjos! :3
:::::::::: LOOK DA STELLA > http://www.polyvore.com/ootd/set?id=152461788 < ::::::::::::::