The Name Is Stella Stilinski. escrita por buckyonce


Capítulo 6
VI - Break-Up.


Notas iniciais do capítulo

O título já vai dar medo suficiente á vocês, então nem vou enrolar muito.
Espero que gostem. Ou não. Ah, slá.
Enjoy!



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Nunca queira estar entre dois lobisomens furiosos.

Nunca.

Antes mesmo que os dois pudessem atacar um ao outro, ouvi os passos pesados de meu pai na escada e – pela primeira vez – agradeci por ele estar com a arma em punho.

–- O que diabos está acontecendo aqui? – Meu pai esbravejou, apontando a arma ora para Derek e ora para Scott. Ele me olhou e eu lembrei que estava apenas vestido da cintura para baixo, por isso peguei a primeira camisa que encontrei e me cobri, antes que ele tivesse um ataque cardíaco.

–- Pai, eu posso explicar... – Comecei e ele arqueou uma sobrancelha. Fala sério. Até nessas horas meu pai consegue me subestimar.

–- Isso não tem nada à ver com você, John. – A voz de Derek, calma e controlada, me assustou e eu tive que olhar para saber se era ele mesmo. – Isso é entre mim e Scott.

Assim que proferiu a última parte, Derek rosnou e Scott o acompanhou. Ele fez um gesto com a cabeça e antes que fizessem algo estúpido, eu fiz algo mais idiota.

–- PARADOS! – Gritei enquanto pulava na frente da porta, bloqueando a saída. As expressões dos dois eram indecifráveis enquanto a de meu pai claramente dizia “Porque raios minha filha foi se meter com lobisomens?”.

–- Stella... – Derek começou e Scott fez o favor de completar. – Sai da frente.

–- Não! Vocês vão ficar paradinhos aí e me escutar ou eu juro que... juro que... juro que não deixo nenhum dos dois chegar perto de mim nos próximos três meses.

Pronto. Isso foi o suficiente pra eles ficarem murchos e voltarem para a sala. Meu pai me puxou para a cozinha antes que eu me desse conta e empurrou a arma para as minhas pequenas e frágeis mãos.

–- Mas o quê...

–- Apenas pegue. As balas estão carregadas com wolfsbane.

–- Pai, eu...

–- Eu sei que quer conversar com eles sozinha. Mas não vou deixar minha única filha desamparada contra dois lobisomens. – Ele deu um meio sorriso e pôs a arma na minha cintura. – Lembra das aulas de tiro?

–- Claro que lembro.

–- Ótimo, porque talvez precise. Estarei no meu quarto se precisar de algo. – Assenti e ele me deu um beijo na testa antes de subir as escadas. Respirei fundo, ajeitei a camisa que vestia – que por sinal era a de Scott, ou seja, ele ainda estava sem camisa, ou seja, Derek estava bufando de raiva a essa hora – e sentei-me na única poltrona da sala, geralmente reservada a meu pai.

Os dois estavam sentados no sofá maior, cada um em cada canto. Derek estava com as unhas fincadas no braço do sofá enquanto Scott mordia uma almofada.

Nota mental: Mandar a conta da minha próxima ida a uma loja quando eu for comprar todo o meu novo estofado.

A primeira coisa que fiz foi tirar a arma da minha cintura, retirar as balas e jogar a mesma na mesinha de centro. Quando notei seus olhos, apenas dei de ombros e disse:

–- Eu confio em vocês.

Meu namorado – ainda estava tentando me acostumar com essa ideia – olhou para a camisa e eu tentei não dar bola para isso. Eu sei o quanto o cheiro é importante para um lobisomem, principalmente o de seu/sua mate. Derek não estava gostando nada de ter meu cheiro misturado com o de Scott, por outro lado, o sorrisinho que estava na cara de meu melhor amigo – ou eu ainda acho que é – não saía nem por um segundo.

–- Tudo bem, vamos conversar. – Sentei-me na poltrona e na mesma hora Scott se levantou. Movimento errado, cara. Movimento errado.

–- Não há nada para conversar aqui, a não ser o fato de que o Derek não sabe perder.

O ataque foi muito rápido. Antes que percebesse, Derek já havia pulado para cima de Scott e os dois rolavam no chão, se atacando. Tentei puxá-los, mas nada adiantava. Frustrado, ajeitei a arma novamente e dei um tiro no sofá, o que fez a atenção dos dois voltar a mim.

–- Primeiro: Vocês dois vão pagar por um novo sofá e eu não estou brincando. Segundo: Se destruírem mais uma parte da minha casa, eu juro que vou atirar mais uma vez e não vai ser no sofá dessa vez. E, claro, terceiro: Separem-se e não se matem!

O mais velho largou a camisa do meu amigo enquanto os dois ficavam em pé na minha frente.

–- Agora eu vou falar e os dois lobinhos vão ficar caladinhos, ok? – Eles nada disseram, por isso tomei o silêncio como um “sim” e prossegui. – Scott. A atitude que tomou foi completamente idiota e desnecessária. Que história era aquela de me beijar e dizer que eu era sua âncora? Você tem a Allison e eu não vou deixar que estrague tudo o que tem por conta de desejos bobos. Lembre-se que eu sou um cara no corpo de uma mulher, então... Nem em sonhos, cara.

–- Não são desejos idiotas. É só que...

–- Seu lobo acha que, por a Allison estar indo embora, você precisa ter alguém ao seu lado que te abandone como ela está fazendo com você. E a Stella é a melhor opção. – Derek completou e cruzou os braços.

–- Como sabe disso?

–- Porque foi exatamente assim que me senti quando Stella virou a minha âncora. Laura tinha morrido e teve toda aquela confusão e até então a raiva por ter perdido toda a minha família era a minha âncora, mas então ela virou minha “mate” e algo dentro de mim sabia que nunca a perderia mesmo não a conhecendo como agora. E então, a raiva não funcionava mais porque minha âncora estava mudando por causa dela.

Dei meu melhor sorriso que dizia “estou correndo perigo, mas o que disse foi muito fofo” e ele apenas abaixou a cabeça, envergonhado. Céus, eu me surpreendo todo dia com esse homem.

–- E o que eu faço? – Scott olhou para nós dois e seus olhos demonstravam sentimentos como tristeza, dor e um pouco de pânico. – Aquele não sou eu, e Stella é só minha amiga, eu não posso...

–- Ei, ei. Calma aí. – Assim como ele havia feito no primeiro dia dessa “nova vida”, segurei seu rosto com as mãos e comecei a respirar fundo para que ele me acompanhasse. – Vamos te ajudar. Eu vou te ajudar, eu prometo.

–- Eu não posso perder a Allison, Stel... Não posso.

–- E não vai. Vamos esquecer o que aconteceu aqui, ok? Você vai, nesse momento, na casa da sua namorada, vão transar feito loucos e depois vão confessar seu amor eterno um ao outro. Entendeu? – Ele assentiu e eu larguei de seu rosto. Derek foi mais rápido e segurou forte seu braço.

–- Só porque é o alfa não significa que não posso cortar sua garganta com meus dentes assim que te ver perto de novo e daquele jeito com ela. Está avisado. – Os dois assentiram um para o outro e Scott saiu, em seguida. Suspirei e me joguei no sofá. Senti um peso ao meu lado e minha cabeça foi levantada, apenas para ser posta em coxas grossas que eu sabia que eram de Derek.

–- Cansada?

–- Um pouco.

–- Eu posso ir, se quiser.

–- Fique. Por favor.

Ele fez um gesto com a cabeça e encostou a mesma no sofá, enquanto uma de suas mãos massageava meu couro cabeludo. Estava quase caindo no sono com todo aquele cafuné quando um trovão me assustou e levantei apressado.

–- O que...

–- Shiu. Calma, tá tudo bem. – Mais uma vez, a voz suave de Derek me assustou e, quando abri os olhos, ele estava na minha frente e agachado.

–- Aonde você vai? – Perguntei enquanto segurava a gola de sua jaqueta de couro. Ele tirou minha mão do lugar e segurou ela por um bom tempo. – Tá tudo bem, Derek?

–- Eu preciso ir. – Fechei meus olhos assim que senti o toque de seus lábios nos meus e também em minha bochecha. – Tchau.

Quando ele já estava se dirigindo a porta, virei-me e chamei-o de novo.

–- Derek?

–- Sim?

–- Você vai voltar, não vai?

Ele mordeu o lábio inferior e virou-se, em direção a porta. Levantei-me e segui-o na chuva pesada que caía. Já estava ensopado dos pés a cabeça com apenas alguns segundos do lado de fora e, mesmo assim, consegui segurar sua mão e – com muita força – fazê-lo olhar para mim.

–- Aonde você vai?

–- Eu não sei, Stella.

–- Como assim “não sabe”? Você está tentando fugir... De mim?

–- Não é isso, é só que...

–- Não é isso?! Então, por que não fica aqui e me explica a razão de estar prestes a sair da minha casa sem me dar satisfação alguma como se tudo o que tivéssemos passado nessas ultimas semanas fosse merda nenhuma em sua vida, hein?

–- Eu não posso te falar, não agora.

–- E quando ia me falar? Assim que saísse daqui ou fosse pro outro lado do mundo?

–- Eu não ia fugir!

–- Mentira, você ia sim!

–- E se eu estivesse, qual é o problema?

–- O problema é que, querendo ou não, eu faço parte da sua vida. Então, eu tenho direito de saber para onde está indo.

–- Você quer saber para onde estou indo?

–- Quero! Ah, como eu quero! Agora, se me dissesse...

–- Eu estou indo embora!

O silêncio que se instalou foi pior do que qualquer um que já tivesse passado. Um raio ribombou no céu e eu engoli em seco.

–- O que disse?

–- Estou indo embora, Stella.

–- Por... Por quê?

–- Por você.

–- Mas... Como...

–- Eu estou indo embora agora antes que seja tarde demais e seja mais doloroso para mim dizer adeus.

–- Quer me explicar que porra é essa que está falando, antes que eu corte meus pulsos?

–- Presta atenção. Eu te amo. E eu sempre vou te amar. Mas hoje eu vi algo que eu nunca pensei que veria em toda a minha vida. E aquilo me abalou muito. Mesmo sabendo que é tudo uma questão de mal-entendido, eu não gostei de ver outro cara em cima de você. E me ocorreu, brevemente, que talvez você fosse mais feliz assim.

–- Mas que merda...

–- Só me escute. Ok? – Revirei os olhos, porém assenti e ele continuou. – Ao te ver beijando o Scott, por breves segundos, eu pude ver o quanto aquilo podia ser de verdade para vocês dois. Vocês sempre foram melhores amigos, ele te conhece muito mais do que eu. Eu sou um intruso na vida dos dois e sempre vou ser. Tem coisas que nem com você sendo minha “mate” resolvem.

–- Mas Scott é apenas meu amigo. E você é...

–- Um cara que chegou do nada e, de uma hora para outra, estava apaixonado por você. Vocês dois tem algo que eu não sei explicar, um espécie de relacionamento que eu nunca havia visto antes. Os dois se completam e não conseguem viver sem o outro.

–- Isso é...

–- Se eu tivesse feito algo com Scott, você iria me perdoar?

A resposta estava na ponta da língua.

–- Não.

–- Viu? Não me culpe por estar adiantando logo o que parece ser o inevitável.

–- Mas... Mas ele tem, ele ama a Allison... E eu te amo, eu... Você realmente me entregaria assim de mão beijada a ele?

–- Se for pra te fazer feliz, então sim.

–- Quem disse que eu quero ser feliz com ele? – Minha voz assumiu um tom de desafio e ele arqueou uma das sobrancelhas grossas. – Minha felicidade é com você.

–- Tem certeza? Você sabe muito bem que, caso nos casemos, eu quero morar em outro país. Conseguiria aguentar ficar tão longe assim de seu melhor amigo?

–- Ah, mas pra isso existe Skype, Facebook...

–- Stella.

–- Por que está fazendo isso? – Perguntei. – Por que parece que está me jogando nos braços de Scott quando eu, claramente, só quero você?

–- Porque não é só a mim que você quer. – Ele respondeu e beijou minhas duas mãos antes de correr rua abaixo.

Não prestei atenção no tempo que passei parado, e molhando-me com a chuva. Apenas reparei nas lágrimas que se confundiam com as gotículas d’água que caíam e derramavam em meu rosto. Um clarão apareceu perto de meus pés e meu pai me chamou da porta. Ao chegar à soleira, ele jogou uma toalha felpuda em meus ombros e disse que tinha chocolate quente na mesa da cozinha. Apenas agradeci e fui até a mesma, prestando atenção nas poças que deixava no linóleo.

–- Quer conversar sobre isso?

–- Não.

E isso foi a nossa conversa. Eu sempre dei graças por meu pai não ser do tipo “enxerido” e que se mete em tudo o que o filho/a filha faz, e hoje não seria diferente. Ao terminar o chocolate, ele deixou a garrafa ao meu lado e disse apenas para que desligasse as luzes antes de dormir. Dei um beijo em sua bochecha e ele subiu, mais uma vez, para o seu quarto. Estava tão absorto com o meu chocolate que nem notei que o meu celular zumbia e ele estava bem ao meu lado. Era provável que meu pai tivesse pegado na sala e deixado ali.

Desanimado, desbloqueei a tela e dei de cara com duas mensagens: uma de Scott e outra de Derek. Fui ler primeiro, a de Scott. Apenas dizia: “Já fiz as pazes com a Allison. Sexo de reconciliação é realmente melhor ;)”. Consegui rir no final e mandei uma resposta dizendo “Feliz pelos dois, porém sem detalhes da próxima vez, Scotty ;P”.

Quando fui ver a de Derek, percebi que não estava tão a fim. Com dedos firmes, apertei na tecla para deletar a mensagem e pus o celular ao meu lado de novo.

–- Ele pensa que sabe tudo sobre mim... Coitado... – Murmurei comigo mesmo. – Bom, se é guerra que ele quer, é guerra que ele terá. – Joguei a caneca na pia e peguei o cartão de crédito na carteira do meu pai, já pensando na minha vingança sobre esse ato idiota e tão altruísta do meu ex – ou quase, veremos mais tarde – namorado.


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Notas finais do capítulo

O que a Stella vai aprontar?
Próximo capítulo acaba esse angst todo e vamos ter um pouco de comédia porque isso aqui tá precisando.
Apenas querendo entender o lance do Derek, e vocês?
Gente, e Scott e Stella? Será que rola? Vixeeeee...
Espero que tenham gostado!
Amo vocês, bjos :3