The Name Is Stella Stilinski. escrita por buckyonce


Capítulo 5
V - Mascott.


Notas iniciais do capítulo

Só avisando...
Nesse capítulo, começamos as tretas. Ou seja, nada de mimimi depois, ok?
Eu não vou falar muita coisa porque, se eu falar, não vai ser surpresa. Óbvio.
Então... Enjoy!
Ah, e vai ter um link no meio do texto para uma música e tal... O-U-Ç-A-M. Eu me inspirei nessa música para fazer esse capítulo e preciso que "entrem no clima".
Enjoy!²



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Duas semanas depois...

Novidades.

Minha menstruação havia chegado.

Eu briguei com Derek.

Acabei comendo duas barras de chocolate de um quilo.

Vomitei tudo.

Chorei assistindo Wall-E.

Chorei de novo assistindo um jogo de futebol americano.

Meu pai teve a decência de comprar absorventes noturnos para mim e, acreditem, aquilo é o paraíso.

Reatei com Derek.

Não transamos.

Eu briguei de novo com ele.

E acabamos dormindo de conchinha.

Agora, cá estou eu, na minha casa, enrolado num cobertor de lã verde, enquanto ele está por aí fazendo suas coisas de lobisomem. Eu sabia que iria passar o resto do dia sozinho, a não ser por meu pai que estava na poltrona ao lado do sofá... Roncando. Revirei os olhos e mudei o canal para alguma sitcom idiota até que ouvi batidas na porta e acabei tropeçando em meus próprios pés enquanto corria para atender. Levantei e eu sabia que estava horrível vestido assim – camisa folgada e antiga do meu pai, algum short velho que já fora uma calça e meu cabelo amarrado em um coque frouxo – porém não estava com paciência em dar meia-volta e trocar, então atenderia daquele jeito.

Não deixei de suspirar de alívio quando vi, pelo olho mágico, o queixo torto de Scott tentando olhar pelo outro lado do olho mágico. Abri a porta e ele sorriu pra mim, me fazendo sorrir de volta.

–- Sabe que não dá pra ver nada desse lado do olho mágico, não sabe? É feito para as pessoas de dentro verem, e não as de fora.

–- É claro que eu sei sobre isso, Stel. – Ele falou e entrou, jogando a jaqueta no gancho perto da porta e me estendendo uma sacola parda. – Trouxe para você.

Olhei, desconfiado, para ele antes de pegar a sacola com a ponta dos dedos, fazer um gesto para ele fechar a porta e ir até a cozinha, depositando o pacote na mesa de jantar. Ele arqueou uma sobrancelha e eu cruzei os braços.

–- O que tem na sacola?

–- Espera, você está realmente com medo?

–- Eu sou uma mulher agora. Tudo que toco me dá medo. – Ele revirou os olhos e dei língua, como resposta. – Que seja. Só me diga o que tem dentro.

Ele foi até a sacola e começou à tirar coisas de lá. Era comida. Fast-Food. Minha boa e velha comida industrializada e gordurosa. Comecei à dar pulinhos de alegria enquanto ele retirava as batatas fritas, sanduíches, hambúrgueres, milk-shakes e mais um monte de coisa, praticamente enchendo a mesa. Quando terminou, jogou a sacola no lixo e olhou, satisfeito, para o banquete à sua frente.

–- Eu sabia que estava naqueles dias, então, como o seu melhor amigo, me encarreguei de passar na lanchonete mais próxima e comprar tudo o que adora, porém tem medo de comer.

–- Como sabe sobre a minha menstruação?

–- Eu sempre soube quando sua menstruação chegava. Você nunca ligava pra mim e, na escola, estava sempre com a cara fechada. Tipo, como está agora. – Ele apontou pra mim e eu tentei suavizar as linhas na minha testa, sem sucesso. – Quando virei lobisomem, ficou mais fácil saber por causa do cheiro de sangue.

Eu preferia não ter ouvido tal informação. Eca.

–- Eca. – Ecoei meus pensamentos e ele riu. – Ok, agora preciso de um favor seu.

–- O quê?

Peguei dois hambúrgueres e joguei um em sua direção, com ele pegando precisamente antes de atingir o chão. Lobisomens e seus reflexos idiotas.

–- Pode me ajudar a comer tudo isso?

*

Já estávamos na quarta rodada de Call Of Duty e estávamos empatados. E eu detestava isso.

–- Scott, se falar mais alguma coisa, eu juro que te jogo da minha janela, lobisomem ou não!

Ele se calou depois dessa ameaça e eu venci a quinta e última rodada, fazendo uma bela e desengonçada dancinha da vitória enquanto ele jogava o controle no chão e me observava rodar e pular ao redor do meu quarto.

–- EU SOU O REI! CURVE-SE DIANTE DE MIM, PERDEDOR!

–- Não seria “rainha” em vez de “rei”?

Dei uma olhada letal em sua direção e bufei.

–- NÃO IMPORTA, APENAS CURVE-SE!

Ele entortou ainda mais o seu queixo torto – não, pera – e se curvou no chão.

–- Scott, cara, não era pra fazer isso... – Falei entre risadas. Ele levantou-se e começou a rir também, pegando um pacote de balas e abrindo. Ele jogou uma bala no ar e pegou com a boca. É sério, eu estava desenvolvendo um complexo.

–- Eu quis fazer. – Ele deu de ombros e sentou-se na cama, bem ao meu lado. Eu tentava comer o que restava de um hambúrguer de frango e ainda havia uns dois milk-shakes e três pacotes de batatas fritas para que terminasse. Talvez eu devesse guardar para o meu pai. Talvez não. Olhei para Scott e ele continuava comendo as balas, dessa vez enquanto olhava o celular. Sorri e me deitei mais um pouco, deixando apenas uma parte de minhas costas encostada na cabeceira e não ela toda.

–- Deixe-me adivinhar... Allison?

Ele apenas assentiu com a cabeça e guardou o celular, desligando-o. Ok, a coisa foi séria mesmo. Scott nunca desligava o celular. Tipo, nunca mesmo.

–- Ela está tendo problemas familiares de novo. Disse para darmos um tempo, por enquanto.

–- De novo a história de “lobisomem e caçadora não podem ficar juntos”? – Perguntei e dei de ombros. – O relacionamento de vocês é muito clichê.

–- Na verdade, não é isso. – Acho que ele notou o enorme ponto de interrogação na minha face, porque continuou mesmo eu estando calado. – Os pais dela querem se mudar.

–- De Beacon Hills?

–- Não. Dos Estados Unidos mesmo.

–- Eles querem ir para outro país?! – Falei a última parte um pouco alta demais e tapei minha boca com a mão, com medo de meu pai acordar com o barulho. Ficamos em silêncio por alguns segundos e, quando o som do ronco de meu pai atravessou a fina parede, suspirei de alívio. – Eles não podem fazer isso. Vocês são, tipo, alma gêmeas ou algo assim. Ela é a sua âncora. Não se pode afastar um lobisomem de sua âncora.

–- Eu sei. Mas isso não vem ao caso. – Ele fez um gesto com a mão e eu abri a boca para falar algo, porém me calei. – Eu... Preciso te contar uma coisa.

Ele hesitou.

Opa.

Ele não hesita.

Quer dizer, ele hesita, mas ele não hesita como eu. E essa hesitação foi de medo ou algo assim, não uma hesitação do tipo “lerdeza scottiana”.

E eu acho que talvez devesse prestar atenção nele agora e não na minha mente.

–- O que quer me dizer? – Perguntei, já que parecia a coisa mais certa e provável de se falar, porém um ganido baixo nos surpreendeu e ele xingou antes de correr escada abaixo. Fiquei estático no mesmo lugar enquanto ele pegava algo na cozinha – ou seria na sala? – e voltava correndo.

Quando ele parou na porta, havia algo mexendo em um pequeno pano em seus braços.

–- Eu não quero nem saber o que é isso.

–- Não é o que está pensando. – Ele respondeu, levantando o cobertor e mostrando o focinho de um pequeno filhote de cachorro.

–- Céus, Scott! – Soltei e fui até ele, pegando o pequeno filhote em meus braços. – Onde... Como... Por favor, eu preciso de explicações.

–- Ele foi abandonado. Estava passando perto da clínica do Deaton e o encontrei na porta. Ele estava com a pata arranhada e havia sangue no focinho, por isso entrei e banhei-o e também fiz a atadura.

–- Ele estava aqui esse tempo todo? E não deu comida pra ele? Seu animal, como pôde deixa-lo sozinho ali embaixo?! – Dei um tapa, forte o bastante, em seu braço e ele nem piscou. Revirei os olhos.

–- Quando eu cheguei, você nem notou que eu estava com eles nos braços. Assim que foi na direção da cozinha, achei que não teria problema em deixá-lo na sala, já que seu pai estava lá, por isso apenas o deixei no sofá e... acabei... esquecendo.

Dei mais um tapa nele e sentei na cama. Quando olhei nos olhos do filhote, ele pôs a língua para fora e deu uma lambida em meu queixo. Acho que acabei de me apaixonar.

–- Posso ficar? – Soltei sem nem pensar direito. – Não, espera, eu quis dizer...

–- Não, sem problema! Na verdade, eu já ia pedir isso para você. A clínica já está meio cheia, mesmo. – Ele coçou a nuca quando terminou e eu juro ter passado um rubor em suas bochechas. Deve ter sido coisa da minha visão. Ah, droga, agora preciso de óculos. Legal.

–- Obrigado. – Sorri e acariciei a orelha do pequeno filhote. – Acho que vou chamá-lo de... Eric.

–- É fêmea, Stella.

–- Ah. Desculpe, filhote. Que tal... Kiara? – Ela deu um meio latido meio ganido e eu ri. – É, eu sabia que ia gostar de Kiara.

–- Esse é o nome da filha do Simba, em Rei Leão 2.

–- Scott, cala a boca. Ainda estou zangado com você, ou seja, seus conselhos sobre os nomes da minha mais nova cadelinha não me importam. Não é, Kiara? – Olhei para baixo e a cadelinha dormia no meu colo. Pus ela, com cuidado, na minha cama e fiz sinal para ele sair. Me assustei quando suas mãos se fecharam em meus braços e ficamos cara-a-cara.

–- Eu realmente preciso falar com você. Agora.

Notei que seu rosto estava rígido e não demonstrava nenhum sinal de brincadeira, então apenas assenti e pedi para que ele esperasse na sala enquanto eu trocava de roupa bem rápido. Ele me deu cinco minutos e eu não pude deixar de compará-lo com Derek nesse aspecto. Peguei uma calça qualquer no closet, uma blusa de mangas longas preta e, finalmente, decidi pôr um sutiã vermelho que estava na gaveta de roupas íntimas. Decidi não calçar nada, já que ele não iria me pedir para sair nem nada e desci, descalça, as escadas. Ele estava andando de um lado para o outro na sala, as mãos na cabeça como se estivesse...

–- Finalmente. – Ele suspirou e eu dei de ombros, sentando no sofá. Ele fez o mesmo, porém encostando-se consideravelmente em mim, de modo que eu podia sentir sua respiração em meu rosto.

–- E então? – Comecei e ele tirou os olhos de uma parte do meu rosto que eu, surpreendentemente, descobri ser minha boca. – O que quer dizer?

(Ponham essa música para carregar no momento 1:54 e deixem rolar)

Ele fechou os olhos por uma fração de segundos e, quando os abriu de novo, eles estavam vermelhos. Não tive tempo de reagir antes d’ele colar seus lábios nos meus. Por alguns segundos, eu fiquei sem reação, a cabeça ficando oca com a segunda vez que Scott me beijava. Quando, finalmente, voltei em mim e eu o empurrei para longe, acabei dando um tapa em seu rosto e me levantando. Minha respiração estava rápida demais e eu sabia que meus lábios estavam avermelhados, assim como seus olhos que ainda não haviam mudado de cor.

–- Scott. – Minha voz estava trêmula demais para alguém que precisava conter um alfa em seu sofá. – Cara. Eu... Você...

Em questão de um piscar de olhos, ele estava na minha frente. Suas mãos eram como duas correntes em meus braços, prendendo-os em cima de minha cabeça. Ele segurou os dois pulsos com uma das mãos enquanto com a outra, ele raspava o polegar em meus lábios entreabertos e secava uma lágrima traiçoeira e solitária que caía em minha bochecha.

–- Você... – Ele começou e moveu a mão para a minha cintura, meio descoberta por causa dos braços levantados o que fazia com que a blusa subisse um pouco, mostrando um pedaço de pele. – Você... Seu cheiro... Não consigo ignorar...

–- Scott... Scott, olhe para mim... – Pedi e ele olhou. Seus olhos ainda não haviam voltado ao normal e eu soube que seu lobo interior era quem estava dizendo aquilo e não ele mesmo.

–- Stella... Âncora... Você... Âncora... – Ele falava tudo aquilo enquanto esfregava seu rosto em meu pescoço. – Preciso... Stella...

Com muita – muita – cautela, consegui remover uma de minhas mãos de seu aperto e fiz o inimaginável. Eu acariciei sua bochecha e ele se curvou ainda mais, prendendo mais seu corpo ao meu. Puxei seu cabelo e ele voltou à cruzar os olhos nos meus. Avistei meu celular em um canto da sala e uma ideia me passou pela cabeça. Uma ideia louca, mortal e sem noção.

Fiz ele virar-se, de modo que agora ele estava prensado contra a parede, e – de olhos fechados – beijei-o de novo. Tentei não mover meus lábios enquanto os dele devoravam minha boca com ferocidade e luxúria, a língua e os dentes raspando em meu lábio inferior enquanto pediam por acesso.

Agarrei seus ombros e, quase caindo, comecei a andar de costas em direção ao sofá que era onde o celular estava. Quando chegamos lá, ele caiu por cima de mim e eu consegui tocar na tela do celular, que estava do meu lado. Com minha visão periférica, consegui desbloquear a tela e pôr na discagem rápida, e foi aí que Scott parou de tentar marcar meu pescoço com chupões e me virou, para ficar em cima dele.

Suas mãos começaram á percorrer os lados do meu corpo pelo lado de dentro da camiseta enquanto falava.

–- Eu não sei o que está dando em mim, só sei que desde a sua transformação, seu cheiro ficou diferente e eu não consegui resistir. Eu passei dias em claro tentando entender essa minha fixação por você. De onde vinha e por que estava aparecendo agora. Eu não dormi pensando em seu corpo, seu gosto, seu odor. Eu conseguia sentir seu perfume da minha casa e ficava paranoico. Allison notou que algo estava acontecendo e deixou de ir até à minha casa. Toda vez que fazíamos amor, era em você que eu pensava. Nos seus gemidos, sua pele branca marcada com meus chupões, seus mamilos rijos apontados para mim e clamando por atenção. Eu chegava ao orgasmo pensando nisso e acabava sendo bruto com ela. Quando terminávamos, eu nunca dormia de conchinha. Eu tinha a sensação de que era errado. E então a lua cheia apareceu e eu tentei me concentrar nela... e não consegui. Foi só quando eu consegui visualizar o sorriso que tinha me dado naquele mesmo dia, de manhã, que eu consegui me controlar. Desse dia em diante, eu descobri que você era minha âncora. E, como mesmo disse, um lobo não pode ficar longe de sua âncora.

Ele já havia arrancado a minha blusa e a dele nesse discurso e, agora, admirava meus seios escondidos e protegidos pelo sutiã. Seus olhos encontraram os meus e eu mordi os lábios.

–- Tem um pequeno problema no seu plano, Scott.

Sua cabeça tombou e seus olhos tomaram um ar de interrogação enquanto ele processava o que eu estava falando.

–- Qual?

Curvei-me e pus meus lábios em seu ouvido, sussurrando bem devagar.

–- É que eu tenho um namorado. E ele é um lobisomem.

Nessa hora, Derek irrompeu pela porta, em sua forma beta, e rosnou alto para Scott, que levantou-se e rosnou de volta.

Ótimo.

A Terceira Guerra Mundial iria começar, bem ali, na minha sala de estar, e eu sabia que não ia terminar em nenhum acordo de paz.


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Notas finais do capítulo

Então...
O tempo tá bom, né?
Muita gente vai querer me matar, então... Interessados, fila à direita!
O título teve dois sentidos aqui, entenderam? Não? Ok, né.
Ouviram a música? Deu um ar mais "dramático" a cena, né? Eu sabia!
Gente, qualquer coisa me chamem no twitter ::::::::::: @baddiewolfie
Eu sempre vou atendê-los lá.
Amo vocês! Me desejem sorte para o meu primeiro dia na universidade, que já é segunda!
Beijos :3