The Name Is Stella Stilinski. escrita por buckyonce


Capítulo 1
I - Kiss.


Notas iniciais do capítulo

Heey. Surpresinha. É apenas um teste, se não der certo deleto. Espero que gostem! Enjoy!LINK PARA VER A ROUPA DA STELLA: >>> http://www.polyvore.com/ootd/set?id=149189148



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Perseguir aquela bruxa tinha sido uma péssima ideia.

E Stiles saia muito bem por que.

O som das folhas sendo pisadas à medida que ele adentrava cada vez mais na densa reserva era a única coisa audível no momento, além da sua respiração descompassada e os poucos xingamentos que soltava toda vez que tropeçava em algum galho ou pedra.

Uma risada ecoou no vazio e um arrepio percorreu sua espinha, fazendo com que cambaleasse e caísse de cara no chão. Ao virar o corpo, levou um susto ao ver a bruxa bem na sua frente, encostada casualmente em um tronco qualquer, como se estivesse esperando-o há horas.

Ela lançou-lhe um olhar mortal, como se perguntasse “Por que demorou tanto, humano tolo?” com apenas as suas finas sobrancelhas ruivas. Por um minuto, Stiles se deixou levar pela beleza da mulher. Olhos azuis, pele clara, cabelos ruivos – mas não como o loiro morango de Lydia – e um corpo cheio de curvas. Ela usava calça de couro, uma blusa vermelha e jaqueta de couro. Poderia ser a versão mais aterrorizante de Erica ou a versão feminina de Derek, no entanto o sibilo que ela deixou que transpassasse por seus lábios fez com que sua mente clicasse e ele retomou sua atenção à mulher.

–- Ora, ora, ora. – A voz da mulher era bonita. Melodiosa, até. O humano começou a pensar em como seria a vida dela se estivesse vivendo como cantora, mas deixou passar. – Parece que temos alguém indefeso por aqui...

A mulher parou a poucos centímetros de seus pés e ele retesou, por instinto. Uma de suas mãos agarrou a panturrilha do menino e ele sentiu as unhas roçando na sua pele que estava debaixo do grosso jeans.

–- Tão bonito... Não é a toa que fora escolhido como “mate” daquele lobisomem...

Mate?

O que significava mate?

Ele queria perguntar à mulher, ter coragem para jogar alguns comentários sarcásticos na sua linda face, mas sua voz estava presa na garganta.

–- Você se daria tão bem na minha família... Minha viagem foi em vão. – Ela fez um bico involuntário e Stiles estendeu a mão para afagar sua cabeça, porém ela foi mais rápida e segurou seu pulso fortemente como quem segura um boneco de pano. – Já que eu não posso te levar comigo, vou mandar um pequeno presente para o seu Pack. – Ela sorriu desdenhosa e o garoto finalmente conseguiu falar alguma coisa.

–- O que irá fazer comigo? – Ele indagou com a voz meio trêmula. A bruxa riu, no melhor estilo “Malévola”, e estalou os dedos, fazendo com que uma nuvem de fumaça esvaísse do seus dedos, circundando os dois.

A última coisa que Stiles viu foram olhos azuis olhando atentamente para ele enquanto a bruxa ria e o mundo ficava escuro à sua volta.

**

Sol brilhando. Pássaros cantando. O som de um alarme ao fundo tocando.

Abro os olhos e minha visão fica turva por alguns segundos, graças à claridade, mas volta ao normal em diante. Ouço uma batida na porta e a voz de meu pai dizendo “Tá na hora”, ou seja, realmente está na hora.

Sento-me na cama e, de olhos fechados, tateio a fim de encontrar meu celular que ainda tocava aquele som horrível de galo cacarejando. Quando acho, desligo o despertador na mesma hora e esfrego meus olhos com as costas das mãos. Sinto um roçar estranho nas bochechas e estranho estar com as unhas grandes, porque lembro nitidamente que as cortei ontem, logo após o treino de lacrosse.

Vou caminhando, lentamente, em direção ao banheiro no corredor e meu pai grita da cozinha dizendo que as panquecas já estão prontas e que tenho apenas mais 20 minutos antes da hora de sair. Ao entrar no pequeno cubículo com azulejos azuis, finalmente, abro os olhos e não consigo escapar o grito que sai da minha garganta.

Eu...

Eu tinha...

Eu era...

–- Stella? – Meu pai chama, e eu presumo que seja das escadas. – Filha, tá tudo bem?

Stella.

Meu nome não era Stella.

Porém o reflexo no espelho não mentia. Aqui estava eu, com uma camiseta cinza grande demais para o meu corpo franzino e meu rosto... Eu ainda tinha cabelos castanhos e olhos também da mesma cor, mas as feições eram claramente femininas. O cabelo, por exemplo, estava enorme e eu não me lembrava de ter pequenos brincos de ouro nas minhas orelhas.

E, definitivamente, eu não tinha peitos.

–- Stella. – A voz de meu pai estava mais clara agora, ou seja, ele estava bem atrás da porta. – Eu perguntei se estava tudo bem.

–- Sim! – Minha voz saiu fina demais, errada demais e eu me xinguei mentalmente por isso. – Quer dizer... Está tudo bem, pai. Foi só... Uma barata! É, só isso. Você sabe como eu sou com esses bichos, e ela era enorme tipo quase do tamanho de uma aranha e bem preta, preta preta mesmo...

–- Ok, já entendi. Não quer que eu a mate?

–- Não precisa, ela já voou. – “Eu a espantei com esse meu grito de menininha”, eu queria dizer. Não, pera... Eu sou uma menina agora.

–- Tudo bem. Qualquer coisa, me avise. – Ouvi o som já reconhecível de botas e soube que ele já tinha ido embora. Respirei fundo e olhei de novo para o meu reflexo. Um grunhido involuntário escapou de meus lábios quando eu pensei no meu próximo dilema: Como eu iria tomar banho?

*

Uma onda de alívio tomou conta do meu corpo assim que abri a porta do closet e não vi nenhuma peça rosa no meio das minhas roupas. Tinha camisas de flanela, alguns moletons, uns dois vestidos que eu nem sequer tive curiosidade pra ver porque estavam envoltos em um plástico, e calças jeans normais. Nada de saias longas ou curtas. Apenas as suas boas e velhas companheiras calças jeans.

Optei por usar uma roupa normal: camisa quadriculada vermelha, uma regata preta por baixo, jeans e Converse. Também não pude conter o risinho que soltei ao ver que não havia saltos nem algo com mais de dois centímetros de altura no meio dos calçados. Fui até a cômoda e, sem olhar, mexi nas peças até achar uma calcinha e um sutiã. Abri um dos olhos e vi que era uma calcinha preta e um sutiã da mesma cor. Ainda bem que eu já tinha visto o suficiente de pornografia para saber como fechar um sutiã: Era só fazer o oposto do movimento de abrir que a maioria das atrizes fazia nas cenas.

Estava descendo as escadas quando algo chamou minha atenção. Minha mãe tinha o costume de pôr fotos nossas na parede da escada, porque aí quem passasse sempre iria vê-las. Quando ela morreu, meu pai e eu tínhamos mantido a tradição mesmo que não tivéssemos mudado as fotos desde o fatídico dia. Eu já sabia a ordem das molduras. A primeira era do meu aniversário de um ano com tema do Pato Donald. A segunda era do meu primeiro dia da escola. A terceira e última era a última de Natal em família que tínhamos tirado, antes da minha mãe ser diagnosticada. Mas ali não havia eu menino, e sim eu menina.

Minha festa de um ano tinha virado uma festa com tema da Minnie, no meu primeiro dia de aula eu usava uma bolsa – também – da Minnie e um vestido rosa demais que eu sabia que tinha sido escolha de minha mãe, e no Natal eu estava com uma boneca na mão e não o meu carrinho de controle remoto.

–- Stella, eu tenho que... O que está fazendo? – Meu pai falou, parando na porta e olhando pra mim. Engoli em seco e voltei à descer as escadas.

–- Nada, eu... Só fui olhar. Fazia tempo que nem notava. Precisamos mudar as fotos.

Meu pai deu de ombros e voltou à falar:

–- Tenho que ir ao trabalho. Não me espere à noite porque vou ter plantão. Sim, já separei meu jantar e tem bastante salada, se quiser verificar. Não se meta em encrenca, por favor.

–- Eu sou um anjo! – Exclamei e ele semicerrou os olhos, para depois rolá-los.

–- Não me faça ter que vir aqui e te prender na cabeceira da cama, se for preciso. Scott vêm hoje?

Scott.

Ah, meu deus. Meu melhor amigo ainda era Scott, o que significava...

–- Não sei, pai. Tenho que falar com ele.

–- Ainda não consigo confiar em vocês dois juntos sozinhos. Ainda bem que Melissa é uma mulher direita e sei que ensinou Scott à ser um cavalheiro. Mas nada de ficarem no mesmo quarto!

–- Pai, Scott tem uma namorada. – Joguei, só pra saber se ele engolia, e ele não esboçou nenhuma reação. Isso significava que Allison estava com Scott, ou seja, lobisomens realmente existem.

–- E daí? Ele é homem e homem é bicho safado. – Comecei à corar, contra a minha vontade, e essa foi a deixa dele. – Tudo bem, já vou indo. Ah, e só tem cinco minutos pra chegar na escola. Tchau!

Merda!

–- Merda! – Murmurei baixinho e corri pra cozinha. Comecei à procurar uma barra de cereal na geladeira enquanto botava um copo de suco pra mim. Desisti de tentar achar um copo e bebi do gargalo, olhando para a janela para que meu pai não me visse fazendo isso. Joguei a garrafa de suco de volta à geladeira e pus uma torrada na boca enquanto pegava as chaves do Jeep e voava em direção à garagem.

A viatura de Beacon Hills já estava longe quando dei a partida do meu carro – meu lindo, belo e totalmente meu, carro – e engatei a ré, para depois acelerar. Chegando à uma das esquinas, meu celular vibrou no bolso e peguei-o sem problemas. A mensagem era de Scott e apenas dizia “Vem me buscar? Tô sem gasolina na moto :'c”. Só podia ser Scott.

Cheguei à casa dos McCall em poucos minutos e logo vi Scott na porta, falando algo para a mãe que o observava da janela.

–- Bom dia, Stella! – Melissa falou e acenou para mim. Apenas acenei de volta e tentei dar um sorriso, mesmo que forçado. Assim que entrou no carro, Scott se curvou para me dar um beijo na bochecha e eu tentei deixar aquele momento no lugar mais escuro da minha mente.

“Se controla, Stiles. É seu melhor amigo e melhores amigos dão beijo na bochecha um do outro.”

–- Stel, vambora! Estamos atrasados!

–- Ah... Claro. – Respondi e voltei à dirigir.

Fui dirigindo em silêncio e eu sabia que Scott estava achando aquilo estranho, já que eu nunca calo a boca. A não ser quando estou dormindo. Ou divagando. Mas, quando estou dormindo eu falo quando estou sonhando, ou seja, não pode ser considerado um falatório de verdade e quando estou divagando, é apenas na minha cabeça e minha boca fica muda então...

–- Stella. – Acordei com a mão de Scott na minha coxa. Na. Minha. Coxa. – Você tá bem?

Voltei os olhos a ele e aquilo foi o estopim. Com um movimento brusco demais – me desculpa bebê –, estacionei o Jeep no acostamento e desliguei-o na mesma hora.

–- O que diabos você...

–- Scott, eu não tô bem.

Ele parou de falar na mesma hora e ajeitou-se no banco, aproveitando para pegar as minhas mãos e entrelaçar nossos dedos.

–- O que aconteceu? Me conta, Stel.

–- Isso! Isso é o que está acontecendo! – Tentei gesticular, mas as mãos dele ainda estavam na minha. Detesto quando me impedem de gesticular com as mãos.

–- Como assim Stel, eu não...

–- Para de me chamar de Stel, Scott. Meu nome não é Stel, é Stiles. S-T-I-L-E-S.

Ele me olhava como se eu estivesse louco e eu realmente estava prestes á virar. Antes que abrisse a boca para falar da minha quase insanidade, eu o cortei com um gesto da minha mão agora livre – LIBERDADE!– e respirei fundo.

–- Scott, eu realmente queria dizer que estou brincando mas não estou, ok? Eu sou um homem. Eu fui transformado em mulher por uma bruxa na reserva. Eu estava a perseguindo e acabei tropeçando e ela me pegou. É, eu sei, não devia estar andando sozinho por aí, mas nenhum de vocês do Pack estavam perto então decidi tirar proveito dos anos de lacrosse e despistá-la. Eu sabia que estava perto da mansão, então decidi arriscar e correr para lá, assim, mesmo que eu não conseguisse, vocês captariam o cheiro e me achariam. Mas não foi bem isso que aconteceu e eu sinto muito mesmo. Voltando, a bruxa falou umas coisas pra mim, aí riu maleficamente tipo bruxa má de desenho animado, e então ela estalou os dedos e havia uma fumaça ao meu redor e eu não me lembro de mais nada depois disso, a não ser de acordar na minha casa e ver uma garota ao invés de mim no reflexo. – Tomei fôlego e abri meus olhos, encarando os de Scott. – Bom, é isso.

Eu imaginei que ele pudesse ter qualquer reação, mas não foi bem isso que aconteceu pois quando vi, ele estava me beijando. Afastei-me dele o mais rápido possível e dei um soco naquele queixo torto dele.

–- O QUE DIABOS FOI ISSO, SCOTT?! – Gritei e abri a porta do carro, cuspindo no chão. Limpei a boca com as costas da mão e quando voltei à olhar para ele, ele estava fazendo a mesma coisa.

–- Me desculpa, eu entrei em pânico. – Ele falou, calmamente.

–- AH, E DESDE QUANDO ENTRAR EM PÂNICO SIGNIFICA BEIJAR O MELHOR AMIGO?! SE TOCA, SCOTT, EU NUNCA MAIS VOU ESQUECER ESSA CENA! ECA, EU NÃO TE QUERO MAIS COMO MEU MELHOR AMIGO!

–- Stel, me desculpa... Por favor, eu não pensei. – Ele continuou à falar comigo em um tom calmo demais e tentou tocar meu braço, mas eu me afastei como se estivesse levando choque.

–- NÃO ENCOSTA EM MIM, EU TÔ DE MAL COM VOCÊ A PARTIR DE AGORA! – Virei a cara no melhor estilo “garotinha mimada” e cruzei os braços. Peitos idiotas, quase que eu não conseguia cruzar meus braços. Ficamos alguns minutos daquele jeito – eu olhando para qualquer coisa menos ele enquanto ele olhava algo no celular mas logo voltava à me encarar – até que desisti e decidi encará-lo de volta. – O quê?

–- Me desculpa. Sério. Eu não fiz por mal. Você é minha melhor amiga, eu nunca iria pensar assim sobre você, afinal eu tenho a Allison. Mas, é difícil absorver tudo o que você me falou e eu não tinha outra alternativa a não ser me certificar de que era você mesmo.

–- Tá, eu vou repetir de novo. – Virei meu corpo no banco para que pudéssemos ficar frente a frente e ele fez o mesmo. – DESDE QUANDO ENTRAR EM PÂNICO SIGNIFICA BEIJAR O SEU MELHOR AMIGO?! NO CASO, EU!

–- Merda, Stella. ESQUECE ISSO! Não é como se eu fosse ficar magicamente apaixonado por você. Eu já te disse, eu tenho...

–- A Allison. Sim, todo mundo sabe. Acho que até na Lua devem saber, vocês não param de se esfregar e eles tem uns telescópios bem legais então aposto que já viram os atos carnais de vocês.

Scott revirou os olhos e eu sabia que estávamos chegando a um acordo.

–- Tanto faz. Temos que ir pra escola, já perdemos o primeiro período.

–- Nossa, não consegue nem ficar 30 minutos sem a garota? – Ele me lançou um olhar raivoso e eu dei partida no carro. – Foi brincadeira. Relaxa aí, lobinho. Mas, primeiro, vamos em outro lugar.

–- Aonde?

–- No cabelereiro. Não aguento mais esse cabelo tão grande. - Respondi e voltei à dirigir, com ele rindo ao meu lado.


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Notas finais do capítulo

Stiles sendo Stiles ♥ Ou seria Stella? Whatever. Quero que imaginem a Stella como a linda Lily Collins, ok? Obrigada á quem passar, beijo na bochecha de quem favoritar e 1001 beijos do Derek pra quem comentar. Amo vocês, kisses ♥