Your Selection - Fanfic Interativa escrita por Soo Na Rae


Capítulo 5
Ashley Dakotta Vancou


Notas iniciais do capítulo

Boa leitura.



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Capítulo 4

Ashley

“O amor é o sangue mais apressado” – Camilo C. Branco

Maroon 5 – Sugar

Os joelhos estavam sobre o cascalho do parque, os carros ao seu redor, enquanto a luz do nascer do Sol vinha, arrastando-se pela relva, e o orvalho escorrendo das folhas das árvores. A luminosidade era ótima naquele local, enquanto feixes de luz solar atravessavam os ramos e galhos da grande árvore no centro do parque. As pernas estavam nuas, dentro da bermuda bege. A camiseta de botões era xadrez, marrom e creme, os cabelos louros foram presos em um rabo de cavalo pelo papai e as mãos seguravam cuidadosamente a câmera que ele a emprestara.

O clique foi suave, enquanto abaixava-se mais. Deitou de barriga, com os cotovelos sustentando o tronco. Aproximou a câmera do rosto e tirou mais uma foto. As luzes do Sol davam uma impressão muito bonita a árvore, enquanto o orvalho deslizava. Aproximou a lente de uma flor, crescendo próxima dali, as gotas ainda sobre suas folhas e pétalas. Fotografou bem perto, enquanto erguia a lente para o céu e registrava para sempre um falcão passando como um raio, vermelho e ao lado de uma nuvem avermelhada. O nascer do Sol era rosado e amarelado, como pinceladas em uma aquarela. Os cliques vinham um atrás do outro.

Marcas feias em sua pele deixavam claro que ela havia ajoelhado e deitado no cascalho, ainda mais a camisa suja de terra. Os olhos azul-esverdeados procuravam outro alvo para suas fotografias, quando a lente da câmera pousou sobre papai, de braços cruzados, observando sua garotinha. Sorriu, deixando a câmera cair sobre o peito, com a fivela que a prendia ao pescoço sustentando tudo e correu de braços abertos para ele. O homem a tirou do chão facilmente, beijando suas bochechas rosadas, a barba lhe dava cócegas.

– Mamãe disse que eu a encontraria aqui.

– Encontrou – sorriu – Eu peguei sua câmera.

– Eu notei – ele segurou a máquina e viu algumas das imagens que a filha de oito anos havia feito. Não podia evitar pensar novamente o que já havia pensado tantas vezes: ela tem um bom olho para a arte. Mas infelizmente sua esposa não via o mesmo. Apenas uma garota que tinha todo o futuro que um dia ela não teve. Katherine engravidou cedo demais, no auge de sua carreira de modelo, e assim que a segunda filha nasceu, decidiu que iria fazê-la tudo o que não tinha sido. A carga horária da pequena garotinha loura fora organizada com natação no começo da semana, balé na terça-feira, uma sessão de fotos na quarta, uma reunião com o empresário na quinta, ginástica na sexta e desfiles no sábado. Ash já sabia tudo sobre desfilar e sua agência era competente. A dieta da garota era balanceada por uma nutricionista, ela ia ao salão de beleza duas vezes por mês para cuidar dos cabelos e das unhas, recebia massagens e hidratação de pele uma vez a cada três meses e vestia as melhores roupas. Tinha aulas de etiqueta e costura, para que sua hiperatividade de criança fosse gasta com coisas frutíferas. E aos domingos, quando papai voltava para casa, ela pegava sua câmera e fazia o que ela realmente queria fazer: tirar fotos.

– Me desculpe. – pediu, sua voz doce chegando aos ouvidos do homem e adocicando sua vida. Ashley era tudo o que ele tinha pedido uma vez a Deus. – Não sabia se podia usar.

– Você usa todo domingo – ele deu de ombros, colocando-a novamente no chão, afinal por mais que fosse uma criança, ficar muito tempo segurando a filha era complicado. A garotinha procurou algumas imagens para mostrar a ele, provavelmente as suas fotos preferidas. Ela tinha talento, evidentemente, mas sempre acabava se sujando demais e Katherine odiava isso. – Onde está Ed? – Edwards, seu outro filho, com onze anos. Ele era um rapaz alto e bonito para a idade, fazia algumas propagandas e participações especiais em novelas, mas a sua carreira oficial era de cantor. E ele tinha uma banda. E por mais que os outros rapazes tivessem 14 e 15 anos, quem realmente fazia sucesso era ele.

– Está com algumas meninas ali no quiosque. Fãs. – ela falou, com normalidade. Ed tinha várias fãs por todo o país, era verdade.

– E você? Não tem fãs?

– Não no parque. Mamãe disse que as pessoas preferem ouvir a ver. – ela tirou uma foto do rosto de seu pai, com a luz do Sol atrás dele, iluminando-o como um anjo. Seu anjo. – Vou fazer um filme natalino. O quebra-nozes.

– Vai ser quem? As fadinhas?

– Vou ser a menina. – ela o encarou – O personagem principal. Mamãe diz que tenho o perfil perfeito para esse papel.

– Claro, loura, pele branca e olhos claros. Esse é o perfil para quase tudo. – ele a agarrou, colocando a menininha sobre seus ombros – Queria que tivesse meus cabelos, pelo menos assim não faria tanto sucesso. – ele disse – E então poderíamos sair mais vezes para andar de avião.

– Avião? – ela ergueu uma sobrancelha, observando todo o lugar no alto. Adorava quando papai a colocava lá em cima.

– Sim, avião – ele abaixou-se e começou a fazer um barulho de motor com a boca, e então saiu correndo. O vento balançava seu rabo de cavalo e as pernas presas pelas mãos de papai ameaçavam, balançar. Agarro a cabeça dele e gargalhou.

º º º

O buquê de flores estava bem escondido pelo terno que usava. Rosas brancas, como um sinal de seu respeito, amizade e devoção. Não podia acreditar que sua menininha estava fazendo doze anos. Respirou fundo. O espelho do elevador era bem útil, ele mal tinha tempo de se arrumar antes de chegar em casa no final da semana. O trabalho estava sendo desgastante e devorava todo o tempo livre. Ver Ashley e Edwards apenas nos finais de semana era algo terrível, eles cresciam como coelhos, de repente quase da sua altura. O rapaz, já com uma incrível barbicha negra, penugem masculina que o filho chamava orgulhosamente de barba. Edwards era simplesmente o maior cantor de toda a Península, França e os demais reinos. Cantou para a princesa russa e para os reis da França, fez turnês por todo o mundo e seu novo CD era uma campanha para arrecadar dinheiro para as crianças órfãs das Américas. E a garotinha... Ashley ainda era conhecida pelo filme que fez quando criança, mas agora atuava com outros profissionais, passeava pelo mundo, posando para fotos. Desfilava em passarelas brancas e vermelhas e também tinha uma própria série de televisão chamada “O Diário de Ashley”, onde ela interpretava uma garota avoada e um pouco maluca que só arrumava confusões.

Alinhou a gravata azul e esperou, enquanto os números subiam. O apartamento de cobertura tinha uma vista adorável, entretanto ele detestava esperar trinta e sete andares para chegar em casa. Sorriu para alguns vizinhos, deu uma das flores para uma garotinha sardenta e com dentes tortos e até acariciou um cãozinho com coleira de diamantes. Mas o andar não chegava. Estava muito ansiosa, já fazia dois meses que estivera trabalhando na União Eurásia, com negócios e queria ver sua filha. Sua jóia preciosa.

Quando as grandes portas prateadas se abriram, só teve tempo de ver o vulto cor-de-rosa agarrando suas pernas, enquanto a filha gritava “Papai chegou”. Curvou-se e beijou a cabeça loura da garota. Ashley descobriu o buquê de flores um pouco cedo demais, mas o adorou do mesmo jeito, agradecendo e saltitando, enquanto chutava balões brancos pelo caminho. Edwards acenou para o pai, sentado no sofá, enquanto mexia em seu celular.

– Disse que chegaria às seis e meia. – a mulher o recebeu, com sua costumeira carranca.

– É bom vê-la também, amor – ele beijou seus lábios, e o rosto da mãe de dois filhos e apenas vinte e oito anos suavizou.

O bolo de aniversário trazia o retrato de Ashley e doce velas. O apartamento era acolhedor, muito melhor que os hotéis que experimentou em sua viagem demorada. Colocou a mala de viagem no quarto de casal e observou as prateleiras cheias de perfumes e cremes que sua mulher usava. Ela era muito organizada e deveria ter mandado as empregadas limparem tudo duas vezes para a sua chegada. Tirou o terno e voltou para a sala, onde Ashley abria um embrulho cheio de corações. Quando terminou, tirou de lá um aparelho cor-de-rosa forte, com tela negra e botões também escuros, fones de ouvido cheios de pedrinhas em creme os enfeitavam. Os olhos de Ashley brilhavam.

– Pensei que iria querer ter a minha playlist inteira para ouvir quando sentisse saudade – Ed sorriu para a irmã, enquanto ela o agarrava pelo pescoço e o beijava, derramando “obrigada”. Mamãe empurrou outra caixa, desta vez um pouco maior. Ashley desceu do sofá e rasgou o papel de embrulho com voracidade. Quando terminou, encontrou a caixa de um novo notebook branco, com memória quase infinita e toda essa coisa da tecnologia. Jhonattan olhou para as flores que havia trazido, dentro de um vaso colorido, provavelmente colocado ali por sua mulher. De repente o presente que ele havia comprado parecia tão ridículo que sentiu-se envergonhado. Os olhos de Ashley brilhavam e ela agradeceu a mãe.

– São para os seus contatos com os empresários e para suas redes sociais. Tem uma câmera e um aplicativo que os fãs mandam mensagens de voz e vídeo. – ela falou – Também tem um microfone e...

– Obrigada, obrigada, obrigada! – a garotinha parecia transbordar felicidade. “A menina mais linda do mundo”, Jhonattan sorriu para si mesmo. Lembrou-se do que estava em seu bolso da camisa e enfiou a mão lá. Ashley ainda estava falando sobre como havia amado os presentes, quando papai se ajoelhou diante dela. A garota o encarou por algum tempo, enquanto ele erguida as mãos e abria a caixinha de veludo.

– Ashley Dakotta Vancou, você aceita ser a minha princesa, para o resto da vida. Ser tudo o que eu mais amo, e minha maior felicidade. Aceita ser minha, até que outro homem possa tomar seu coração e cuidar de você, do mesmo modo que eu cuido?

O rosto dela corou violentamente, enquanto lágrimas escorriam pela face. Sua filha o envolveu com um abraço sincero, soluçando em seu ombro. Ela colocou o anel simples e prateado no dedo, enquanto pulava até o colo de mamãe.

– Viu! Viu! Eu também tenho um! – ela pegou a mão de sua mãe e comparou as duas alianças. – Agora somos as mulheres da vida do papai!

– Nós sempre fomos – a mulher se curvou e beijou a testa da filha, enquanto lançava um olhar para seu marido. Um olhar que ele conhecia bem. “Você é o melhor marido do mundo”. Encolheu os ombros, ele tentava, certo?

– Ash, vamos lá fora tirar algumas fotos. – ele chamou e a menina abriu um sorriso, segurando sua mão e avançando com ele para o elevador.

º º º

Olhou pela décima quinta vez para o relógio na parede. A lareira já estava ligada e as meias de Natal penduradas. O apartamento jazia em silêncio mortal, mal esperava para quando sua família chegasse. De alguns tempos para cá, eles tinham se afastado. Ed fazendo sucesso cada vez maior, papai trabalhando na carreira do filho e na carreira dela, como um empresário grandioso e mamãe, sempre por perto, mas ao mesmo tempo longe. Katherine cuidava muito da carreira da filha, mas poucas vezes parava para cuidar da filha. Entretanto o final de ano era diferente. Todos estavam vindo para festejar juntos. Uma semana inteira em família, sem câmeras, luzes ou diretores chatos para dizerem que ela está dizendo errado as falas.

– Ansiedade dá rugas – a mãe entrou na sala, vestida de um lindo tecido brilhante e prateado. Seus cabelos presos em cachos por uma coroa pequena e a pele bem cuidada de uma mulher de não mais que 30 e alguns anos.

– Eles estão demorando – murmurou, enquanto abraçava a almofada.

– É Natal, as ruas estão infestadas de carros – ela sentou-se ao lado da filha. – Esse foi um bom ano, Ash.

E se foi! O seriado “O Diário de Ashley” havia acabado com grande sucesso e os fãs queriam mais. Foi então que ela fez uma continuação, que seria uma novela chamada “ASHLEY”. Ter uma novela no horário nobre da televisão era realmente empolgante, principalmente que a novela tinha o seu nome. Havia estrelado cinco videoclipes de seu irmão e a banda dele, quando estavam em turnê pela Península Ibérica. Desfilou no grande centro de moda, onde a estréia da coleção de Verão estava acontecendo, um desfilo na Inglaterra, realmente poderoso, onde somente as melhores modelos desfilavam com os melhores estilistas. Também havia posado para a capa da revista Glamour em duas edições seguidas e serviu de modelo para a fotógrafa russa Katerina Plotnikova, famosa por suas fotos cheias de mistério, contos de fadas e animais reais. Fotografar ao lado de um cavalo real, usando um vestido de princesa foi incrível, embora a floresta estivesse bem fria aquele dia.

Mas nada disso tinha importância. Papai e Ed estavam voltando para casa. E faltavam poucos minutos para a hora que eles combinaram.

– Você acha que algo aconteceu? – de repente o terror tomou conta dela.

– Algo?

– U-Um acidente ou...

– Ah, Ashley, por favor. Eles só estão no congestionamento. Olhe pela janela e vai ver.

Foi o que fez. A fila de carros seguida a rua até o final, mas ao mesmo tempo, dois homens caminhavam lado a lado, ambos com cabelos negros, um vestindo terno e outro com roupas de adolescente desleixado. Abriu um sorriso, enquanto corria para o elevador e apertava o botão.

– O que você vai fazer? – mamãe perguntou.

– Uma surpresa. – respondeu, entrando assim que as portas se abriram e esperando. O elevador foi chamado ao térreo em alguns minutos e enquanto descia, mordeu os lábios. Será que eles iriam reconhecê-la? Havia cortado os cabelos e cacheado permanentemente, escureceu a cor por causa do seriado e até mesmo havia colocando uma touca de lã na cabeça, com um agasalho grosso, somente para parecer mais natalina. Quando as portas finalmente se abriram, alguns vizinhos entraram e desceram com ela até o primeiro andar. Eles saíram e segundos depois, dois homens entraram. Ambos de barba, ambos de olhos esverdeados. Ficou no fundo do elevador, e eles pareciam nem ter notado sua presença. Ótimo.

– Você não vai descer, garotinha? – perguntou o homem de terno. Alguns fios brancos surgiam por sua cabeleira negra e a barba.

– Você quer que eu desça, pai? – virou-se para ele, mostrando o rosto. Papai soltou a maleta de negócios e envolveu-a em um abraço apertado. Sentiu Ed abraçando suas costas e juntos, subiram até o último andar, abraçados. Mamãe os aguardava na frente do elevador e entrou rapidamente no abraço coletivo. Alguns minutos depois, soltaram-se e finalmente entraram no apartamento.

Eles comeram o frango e o arroz temperado que as empregadas fizeram mais cedo, depois brindaram e abriram presentes debaixo da árvore de Natal. Sentada ao lado de Edwards, o irmão começou a contar sobre suas viagens, sobre as loucuras que algumas fãs faziam e sobre como havia brigado com seu baterista. Mas logo fizeram as pazes.

– E uma vez eu estava no palco e a menina jogou o sutiã – ele ficou vermelho, enquanto ria. – Depois ela veio até o meu camarim pedir um autógrafo e disse que queria que eu guardasse aquele presente. Que presente estranho – deu de ombros.

– E você guardou? – sorriu para o irmão.

– É um pedido de fã, nós temos que atender o que eles querem – riu – Uma garota francesa implorou para levar o Foxy para um café onde os pais dela estavam. Queria mostrar a eles o “marido” que ela queria. – Foxy era o contrabaixista e segundo vocalista da banda. – Ele prometeu que voltaria para ver ela e beber café na loja dos pais.

– Que fofo. – suspirou – No estúdio de ASHLEY tem um garoto irritante que tenta me convencer a namorar com ele. “É bom para a série”, ele diz, “os fãs vão ficar loucos”.

– Ele só quer ser o namorado da estrela principal. – Ed deu de ombros. – Vamos gravar um vídeo? Os irmãos Vancou juntos. A estrela dos palcos e a estrela dos tapetes vermelhos.

– Você vai colocar na internet?

– É claro. Os fãs vão amar – ele sorriu.

Levantaram-se, indo em direção ao quarto dela.

– Ash, querida, você não quer ir tirar fotos no parque? – papai perguntou, sentado no sofá.

– Ah... Depois. Eu vou gravar um vídeo de Natal com o Ed – sorriu, pediu licença e fechou a porta do quarto.

º º º

Rodava a aliança no dedo, enquanto observava a paisagem surgir e desaparecer rapidamente. O trem não lhe dava tempo de apreciar a vegetação lá fora, enquanto suspirava. Seu hálito embaçava o vidro. De alguns tempos para cá, estava rodando muito aquela aliança, como se o fazê-lo trouxesse papai mais para perto. “Eu deveria ter aceitado tirar foto com ele”, pensou, sentindo-se egoísta. Esqueceu de quando a fotografia havia se tornado apenas mais uma coisa. Não algo que ela sonhava em fazer, mas um simples passatempo, e então... Algo banal. Talvez seu mundo estivesse mudando. O trabalho ficou maior quando três filmes apareceram, foi indicada ao Oscar de Melhor Atriz duas vezes e ganhou uma delas, também ganhou o Oscar de Melhor Atriz de Drama e Melhor Atuação em Séries. Deu entrevistas, falou sobre o filme que estava fazendo pelo menos um milhão de vezes e quando pensou que havia acabado... Foi anunciado que ASHLEY teria uma continuação. Assinou um contrato de três anos com a televisão e desfilou em mais de trinta eventos.

Mas finalmente podia ficar simplesmente parada. Finalmente. Bebericou um pouco de leite, enquanto os olhos brigavam para se fechar.

Quando a carta da Seleção veio pelo correio, preencheu sem pensar duas vezes. E tudo parecia ter sido a melhor coisa que fizera em toda a carreira. A Seleção lhe deu muito mais fama do que seus anos de seriado, e lhe deu paz, também. Pelo menos dentro daquele trem. Sua acompanhante, mamãe, entrou no vagão e se sentou de frente para ela. Um sorriso formava linhas em seu rosto, prova de que estava envelhecendo. Papai não pôde vir se despedir e Edwards havia enviado uma carta longa escrita dentro de um avião, que ia para a China, em sua nova turnê em carreira solo. Completou os dezessete anos sozinha, com mamãe. A única que ainda estava lá.

Não culpava os outros, eles tinham suas vidas, suas carreiras, assim como ela. No último ano, recebeu um convite para ir morar na Inglaterra e filmar um seriado sobre jovens adolescentes e suas descobertas sobre o mundo adulto. Mas recusou quando soube que havia sido sorteada. Ou melhor, selecionada. Todos sabiam que a Seleção era feita com base na beleza. E, felizmente, ela era filha de Katherine e Jhonattan Vancou, irmã menor de Edwards Vancou e a estrela de ouro da Península Ibérica.

– Ansiosa? Pegaremos o avião daqui trinta minutos – mamãe sorriu – Não irei com você.

– Eu sei – respondeu. A partir de lá, estaria sozinha, apenas consigo mesma e mais trinta e quatro garotas. Pelo menos outras seis estariam vindo da Península Ibérica, iria no mesmo avião que elas, em direção a Inglaterra. O sorteio foi feito separadamente, cada príncipe tirou os papais de um globo e anunciou. Quando Adam Foxworth disse seu nome, ela ficou rígida. Não sabia que teria de sair do país, na verdade esperava ir para o castelo de Guilherme Eduardo, o príncipe da Península. Mas sua foto apareceu na televisão e a platéia foi ao delírio.

“A estrela espanhola!” havia gritado o mestre de cerimônias. Adam agradeceu pela inscrição e continuou sorteando, sem muito interesse em quem ela era.

– Ansiosa?

– Apavorada.


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Notas finais do capítulo

Já temos os Teams? Comentem!
#TEAMJasmine
#TEAMMarina
#TEAMCharlotte
#TEAMAshley
A com mais votos ganhará o primeiro encontro com seu príncipe u.u
Beijos da Meell Gomes.