Your Selection - Fanfic Interativa escrita por Soo Na Rae


Capítulo 19
Lydia Marjorie Le Fleur


Notas iniciais do capítulo

Boa leitura.



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Capítulo 18

Lydia

“O caráter da traição é indelével: quem foi traidor uma vez é traidor por toda a vida” – Marquês de Maricá

Karmin – Acapella

– Hoje você arrumarão o castelo para a chegada dos convidados. Faremos uma cerimônia para abençoar a estadia no templo ao pé da montanha e depois vocês acompanharão cada um até seu quarto respectivo. – explicou Madame Goe, enquanto colocava o livro sobre a cabeça de Lydia. – Quero que façam exatamente o percurso do templo até o castelo com este livro na cabeça, mantenham as cabeças eretas.

Ela havia chamado uma das primas do príncipe para exemplificar o modo como levariam o livro sobre as cabeças. Uma jovem não muito esbelta, mas com uma postura boa equilibrava o livro sem movê-lo. Ela acompanhava Madame Goe para todos os lados, sem derrubá-lo. Enquanto a maioria das selecionadas torcia para manter o livro sobre a cabeça por mais de cinco segundos. Lydia recolocou-o sobre os cabelos ruivos acobreados e tentou ficar imóvel, conseguiu por algum tempo, até dar o primeiro passo. Era impossível andar com aquilo e um pouco inútil, afinal não teriam de usar livros de verdade no dia da recepção aos convidados. Mas continuou.

Já passava um dia e nenhuma delas havia visto o príncipe. Até onde sabia, ele estava ocupado demais, com o pai e os tios, discutindo sobre política ou mesmo treinando sua luta sozinho. As garotas diziam que ele era uma pessoa muito fechada e entediante, e algumas até admitiam que só estavam lá para se tornar rainhas. Mas as Rainhas chinesas também trabalhavam, diferentemente do que se vê em outros locais. Disso Lydia sabia. Passaram a manhã inteira aprendendo canções para a cerimônia de recepção, e também tiveram de se curvar milhões de vezes junto com as outras mulheres do castelo, para aprender o jeito certo de receber os convidados. Era quase entediante, de fato. Lydia não imaginava isso, ela não imaginava ter de limpar seu próprio quarto, ou dividi-lo com uma outra selecionada. Não imaginava ter de aprender mandarim ou a cozinhar, passar roupa ou apenas caminhar pelos corredores com sandálias de madeira.

Não que fosse mimada, ela apenas imaginava a vida no castelo de um modo diferente. Por começar pelas paredes, depois para a privacidade e então para a comodidade. Sua companheira de quarto era Meiying, era japonesa, e estava muito mais acostumada com tudo aquilo, embora ainda tivesse problemas com a parte de andar com um livro sobre a cabeça.

– Se estivéssemos usando yukatas, seria muito mais fácil – ela comentou, enquanto lhe dava a mão para se apoiar. Lydia agradeceu. – Yukatas são vestidos longos e sem um corte bonito, mas que são presos com uma faixa grossa na cintura, que deixa a coluna reta. Se estivéssemos usando, seria muito mais fácil.

– Mas não estamos – suspirou Lydia, enquanto caminhava até o outro lado do corredor e sorria. – Consegui.

– Ótimo, agora só precisamos fazer isso até o templo e voltar.

– É impossível.

– Não para ela – Meiying apontou para a jovem chinesa, que ainda estava equilibrando seu livro com a maior facilidade do mundo. Madame Goe ajudou uma das selecionadas e recuperar seu livro caído. – Ela disse que o príncipe estará lá para receber os convidados.

– Todos estarão lá. – revirou os olhos, enquanto se concentrava em deixar o livro sobre a cabeça. Odiava aquilo. Lydia continuou caminhando, enquanto suas mãos flutuavam no ar, buscando equilíbrio. Os olhos verdes voltados para cima não viam o caminho por onde ia e só parou quando deu de encontro com o ombro de Zafirah, a russa. – Perdão.

– Tudo bem – a menina se ajoelhou e pegou os livros caídos. – Eu também derrubei o meu. – e sorriu, entregando a Lydia o livro. As garotas da seleção pelo menos tinham se envolvido com aquele clima pacífico e honesto, solidário e bondoso. Ninguém nutria desafetos, todas dividiam suas coisas e muito menos lutavam pelo príncipe. Era como se fossem colegas de classe, em aulas muito complicadas. “E no final a maior nota na classe ganhará o coração do príncipe”, respirou fundo, enquanto recolocava o livro nos cabelos ruivos acobreados. Respirou fundo, continuando a andar, ora olhando para cima, ora para os lados. Ninguém a frente, continuou, contornando o jardim de inverno no castelo, onde elas tinham as aulas. Respirava com dificuldade, sempre tentando não se mover muito. Aos poucos, abaixou os braços, como a chinesa fazia, e tentou dar passos mais curtos, como a vira fazer, mas era complicado com aquelas sandálias, e logo acabou derrubando o livro. Olhou ao redor, estava do outro lado do jardim.

– Muito bem, senhorita Lydia. – Madame Goe elogiou – Mas não pense nos pés, pense na cabeça. – aconselhou, enquanto se virava para auxiliar outra garota. Ser elogiava por Madame Goe era bom, e normalmente apenas Meiying recebia esses elogios. Jasmine se aproximou, braços abertos, cabeça erguida, seu livro estava apoiado na testa.

– Não é assim – Lydia disse, tirando o lviro dela e recolocando-o sobre sua cabeça. – é aqui em cima.

– Eu sei, mas escorregou – Jasmine riu e continuou andando.

Agora só faltava atravessarem todo o caminho até o templo, enfeitarem-no com rosas, aprenderem todas as canções em mandarim e receber os convidados como boas chinesas fariam. Curvar-se com graciosidade, falar sempre com doçura e respeitar ao máximo os outros, assim como todos as respeitavam. Era terrivelmente irritante saber que a lista de tarefas naquele dia estava apenas começando, mas de tarde poderiam olhar para trás e notas o quanto haviam crescido. Isso era saudável. E a cada hora no castelo, Lydia percebia que tudo ao redor mudava. O modo como via as pessoas e como via as selecionadas, como elas agiam e como deveria se comportar. Já havia se tornado natural balançar a cabeça para as pessoas quando passava por elas nos corredores, mesmo que não fossem conhecidos. Era natural ter todas as portas abertas, e saber tudo o que acontecia no interior dos quartos. Manter sua cama impecável e os objetos pessoais todos enfileirados.

Meiying até lhe dera um pingente fofinho, cheio de corações e com o rosto de um urso sorridente para pendurar em seu celular. Algo que ela dizia que todas as meninas no Japão possuem. Ela também tinha almofadas de cupcake e balas, brigadeiros e jujubas sobre sua cama, porta-retratos com fotos cheias de montagens hilárias e outros diversos objetos fofinhos, como lapiseiras cor-de-rosa ou arcos para cabelo. Meiying adorava pentear, era verdade, tinha feito uma trança cheia de presilhas para Lydia e pintou suas unhas, colando adesivos em alto relevo. A japonesa era gentil e tudo nela era fofo, Lydia notava isso.

Ao contrário dela, suas coisas simples e francesas não chamavam muito a atenção pela feminilidade ou pela fofura. Trouxe lençóis comuns, apenas um travesseiro, seu precioso perfume de limão siciliano e as revistas de debate que adorava ler, todas assinadas por uma escritora chamada “Sophia Gor”, que ninguém, exatamente ninguém, conhecia. Talvez fosse apenas um pseudônimo para manter oculta a identidade de quem escrevia.

Respirou fundo. Colocou o livro na cabeça e recomeçou.


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Notas finais do capítulo

As cinco primeiras leitoras a acertar a morte da Rainha Mariângela foram:
1 - Bia Souza (Amber)
2 - Zia Jackson (Jasmine)
3 - Ms Lane (Cosette)
4 - Lorde (Marie)
5 - Nibiiful (Cordélia)
As leitoras que tinham duas personagens, eu escolhi uma delas para ganhar a imunidade (por preferência da minha parte). Às demais... Bom, agora é cruzar os dedos, certo? Algumas vão ganhar imunidade ao passar da fanfic e essas que eu citei não necessariamente têm vantagem com os príncipes, elas só vão viver até o final da guerra (se a Meell quer fazer uma fanfic durante uma guerra? Ah, a Meell quer). Obrigada a todas que participaram! E obrigada pelos 200 reviws! Mal saimos dos 150 e estamos nos 200 (uma semana de fanfic, vocês são demais!) então vamos para a próxima promoção, valendo um beijo.
Pergunta:
É a minha banda preferida, seu nome marca o início de uma das principais revoluções no mundo! Seu vocalista se chama Daniel e é por causa dele que a banda tem o nome, pois ele nasceu no mesmo dia em que esse evento aconteceu. Qual é a banda?
A primeira a responder certo, ganha o beijo.



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