Your Selection - Fanfic Interativa escrita por Soo Na Rae


Capítulo 1
Prólogo


Notas iniciais do capítulo

Baseado no romance de Virgínia Andrews, Flowers in the Attic, começamos nossa fanfic em um lugar um pouco... Diferente. Um sótão. Com 4 flores escondidas, segredos que podem mudar uma família inteira. :3 Boa leitura.



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Prólogo

Havia três pedaços de pão, todos meio-embolorados. Com uma faca, tirou as partes esverdeadas, enquanto jogava-as no lixo. Limpou o primeiro pedaço e o passou para Bart, o garoto parou imediatamente de desenhar para comer seu almoço. Sorriu quando viu as bochechas gordas do irmão menor enchendo-se, e um fio de saliva escorrendo pelo queixo salpicado de sardas. Voltou a limpar o segundo pedaço de pão e deu-o para Bea , que soltou rapidamente o gato zarolho para devorar a sua parte da refeição. O último pão era triste, nas mãos de Bonnie parecia tão miúdo que não mataria sua fome, mas foi o que conseguiu na padaria aquele dia. As coisas estavam difíceis para todos. A faca entrou quase trinta vezes na casca dura do pão e quando terminou quase metade dele estava no lixo, diminuindo-o ainda mais. Facilmente, quebrou-o ao meio e entregou metade para Bash, enfim encarando a sua parte e finalmente comendo. Quando terminou, limpou as migalhas dos lábios e observou enquanto Os gêmeos lutavam por abrir uma velha caixa de música que encontraram no sótão. Bash sentou-se ao seu lado no sofá e pousou uma mão sobre seu joelho. Isso foi o suficiente para sentir-se incomodada.

Desde que ele a havia batido, tinha começado a se incomodar quando a tocava. “Mas é meu irmão mais velho, responsável por mim e pelos gêmeos. Não faria nada para nos machucar”. E Bash não faria mesmo. Ela havia gritado, gritado quando o avô estava bem acordado em seu quarto, cercado de enfermeiros. Respirou fundo.

- Ainda a assusto? – ele, por fim, quebrou o silêncio. – Não foi tão forte. Só bati em sua bochecha.

- Foi na boca. E sangrou. – ela respondeu, revirando os olhos. Não o culpava. Ela merecia, por quase ter entregado-os ao orfanato mais próximo. A porta abriu-se, com mamãe sorridente. A porta era negra, pintada já fazia anos e descascando em vários locais. A maçaneta estava negra, o que uma vez fora dourada. Bonita em seu vestido de verão, mamãe ostentava um colar de pérolas no pescoço, com as mãos enluvadas de seda e os cabelos cacheados, louros, para trás dos ombros. A maquiagem a deixava mais jovem e sua beleza era inegável.

- Crianças, senti tanto a falta de vocês – ela abriu os braços, para os gêmeos que abandonaram a caixa de música para ir receber o amor de mãe que tanto precisavam. Crianças de oito anos. Têm apenas oito anos, precisam correr lá fora, precisam gritar e fazer barulho. Não ficar presas neste sótão. – Mamãe ama tanto vocês... – ela apertou as bochechas de Bart e beijou a testa de Bea.

- Mãe, onde estava? – Bash perguntou, como sempre, muito calmo. Ele a abraçou, e a mulher pousou o rosto sobre o ombro do primogênito. Vendo-a ali, daquele jeito, Bonnie até pensava que ela poderia um dia ter amado o garoto. Mas agora, existia apenas frieza e obrigação naquele gesto.

- Eu fui para uma campanha beneficente com seu avô, para a América. – ela sorriu – E conheci várias pessoas magras cheias de fome e dei comida para elas.

- Que gentil, mãe – Bash se virou para Bart, pegando-o no colo. Bash estava maior que a mulher, os ombros largos, a cabeça cheia de fios dourados brotando por todos os lados, o queixo já se mostrava bem pintado, ele deveria raspar logo aquilo. Mamãe virou-se para ela, ainda sentada no sofá, o sorriso no rosto.

- Minha querida menina, sua avó me disse que se tornou mulher há algumas semanas. – ela a envolveu, sentando-se ao seu lado. Bonnie não sabia se aquilo realmente era bom. Acordara com as pernas pegajosas e o lençol manchado de vermelho, pensou que estava doente, até que a velha avó voltou ao quarto e explicou que aquilo queria dizer que ela agora era uma cria do demônio formada e pronta para colocar mais inferno no mundo.

- Sim, acho que sim. E você, se tornou mãe quando?

Bash franziu as sobrancelhas louras e grossas, enquanto murmurava em silêncio para ela não provocar a mãe. Não sabia como ele ainda acreditava naquela mulher. Ela os estava deixando no sótão para apodrecer, com ratos, mofo e frio. Era temporada de chuvas e havia goteiras em todos os locais. Vovó trazia uma cesta de comida todas as manhãs, com o que eles comeriam pelo resto do dia. E mamãe continuava sorrindo, como se tudo estivesse bem. Ela era tão linda, com os cabelos cacheados e dourados, os olhos jovens e azuis, sua pele como porcelana e as roupas novas. “Ela sempre está vestindo uma roupa nova”.

- Quanto tempo mais quer que fiquemos aqui?

- Eu não quero, querida, mas a sua avó insiste. Vovô me aceitou na família novamente, mas...

- Mas...? – soltou-se das mãos da mulher. Estava cansada do “Mas”. Ela prometeu que eles seriam felizes ali, mas teriam de passar algum tempo trancados no sótão. Ela prometeu que seriam ricos e tratados como príncipes e princesas, mas antes esperariam no sótão, por quase um ano. Ela prometeu que vovô morreria logo, mas nada era certo em relação a vida e a morte. Bart quase morreu quando ficou preso em um dos baús vazios, brincando de esconde-esconde com sua gêmea.

- Mas a condição era de eu não ter filhos. – ela sorriu, de lado.

Era o que precisava. Levantou-se, de repente Bea agarrou sua perna. A pequena havia trançado os cabelos louros e agora se agarrava a ela, os braços envolvendo até a coxa, como uma criança assustada. E não era de menos.

- Você mentiu. Você não falou sobre nós.

- Para o meu pai, eu sou uma mulher estéril, que não pode ter filhos.

- Mas você tem! – a voz ergueu-se, e viu o vulto de Bash ao seu lado. o irmão deveria estar pronto para lhe dar outro tapa, mas isso não a incomodava mais. Poderia bater quanto quisesse, mas ela sairia daquele sótão hoje. – Quatro lindos filhos!

- Eu sei, querida, eu sei... – ela se levantou, alisando a saia do vestido. – Mas tive de mentir, quando ele morrer, isso não vai importar.

- Você está nos esquecendo. Ficou um mês fazendo caridade? Enquanto dizia a seu pai que era uma mulher viúva e sem filhos? O que mais disse? Que meu pai morreu com um ataque no coração, e não na guerra? Que nós só viemos para cá porque as dívidas apertaram e o banco tomou nossa casa? Você já contou para ele que só queremos o dinheiro? Que queremos vê-lo morto?

- E-eu não quero ver meu pai morto. – mamãe ruborizou, mas tudo nela dizia que queria. Desde que sugeriu vir para a mansão da família, a única coisa em que pensava era no dinheiro, na herança. E seus filhos pagaram por todo esse desejo. Nenhum dinheiro do mundo vale perder a infância trancado no sótão, como Bart e Bea.

- Bonnie, já chega, está assustando Bea. – Bash falou, com tom de autoridade, e a menininha agarrada a sua perna agora soluçava, escondendo o rosto entre os braços. Mamãe também começou a soluçar, a maquiagem escorrendo pelo canto dos olhos, enquanto as lágrimas vinham. Mas nada era real.

- É tão difícil, querida, tão difícil... Seu avô quer me arrastar para todos os lugares... Quando ele disse que queria ir para a França, eu tentei convencê-lo a ficar, mas...

- Você foi para a França? – era o cúmulo, com certeza não podia acreditar em mais nada que ela dissesse.

- Ele implorou. Disse que íamos visitar amigos distantes. Famílias ricas. – ela tentou corrigir o que havia dito.

- E para onde mais ele te arrastou, contra sua vontade, claro? – sorriu, com sarcasmo, mas mamãe não percebeu.

- Veneza. Para um barco pequeno e um rio mais estreito que este sótão. – de repente seu olhar se iluminou. – Eu comprei isso para você, Bart – tirou de sua bolsa de couro vermelho um barco pequeno, pintado de azul escuro. – Se chama gôndola. Um dia vamos velejar em um desses. – ela sorriu e se voltou para Bea. – Eu comprei isso em Paris. – entregou a boneca para a caçula, uma coisinha miúda, com cachos dourados, uma pele branca como neve, bochechas rodadas, olhos azuis e vestido azulado. Como uma filha de Bea. “É isso o que somos. Uma família de bonecas”.

- Viu, Bonnie, mamãe estava pensando em nós o tempo todo. – Bash sorriu.

- Sim, estava. – ela revirou a bolsa. – Eu comprei para você, querido. – entregou a ele uma caixa pequena, e quando a abriu, Bash sorriu. Gravata era vermelha como o entardecer, com alguns tons alaranjados. Não combinava com a camisa azul que ele vestia, mas mesmo assim colocou. – Lindo, lindo! Como seu pai. – a mulher voltou para Bonnie, mas não olhou diretamente para a filha. “Não consegue mais ver sua criança crescida, mamãe?”. – Eu pensei que gostaria disso. – a caixa era um pouco maior que a de Bash, e quando abriu, viu a esfera de vidro, e do lado de dentro um cavalo, montado por um jovem príncipe de cabelos louros e roupas azuis. Encarou-o. quando balançou a bola, neve começou a dançar ao redor do homem.

- É o Bash?

- Ah, não, querida, é o Príncipe da Inglaterra. – ela sorriu. – E o cavalo, pensei que gostaria de ter um. Por enquanto não posso te dar um real, mas vou. Você sempre amou cavalos, não é? Quando eu herdar tudo isso, poderá ter um estábulo inteiro.

Colocou sua esfera na mesa ao lado e virou-se para a mulher que chamava de mãe. Fria, congelante. A neve ao seu redor era mais vívida que a neve dentro daquele globo.

- Mãe, eu não quero mais um cavalo. Eu deixei de gostar de cavalos, eu gostava deles quando tinha dez anos. – respirou fundo. – Você nem sabe o que eu quero, o que eu gosto. Não sabe o que eu sinto, não sabe como estou confusa, com tudo isso que acontece comigo, com Bash. Nós estamos crescendo. Ele está maior que você e tem pelos dele por toda a parte do banheiro! E eu, mãe, eu! Meus vestidos não servem mais, tenho de usar as roupas dele. – apontou o próprio corpo. – Esta camiseta é dele. E a calça também. Minha sapatilha de dança é tão pequena que Bash me deixou usar as meias dele para dançar. – respirou fundo. – Já se passou um ano.

- Dois. – a mulher abaixou os olhos. – Dois, querida.

- Dois anos. Perdemos até a noção do tempo! – Bash segurou seu braço, mas não calou sua voz. – Você nos abandonou aqui por dois anos! Nós não existimos para a sua nova vida! Você fala tão mal da vovó, mas ela é a única que realmente se importa conosco! Por mais que nos odeie, ela traz comida todos os dias, e no meu aniversário, ela me deu um cupcake, com uma vela em cima. – as lágrimas começavam a escapar. – Mas você nem sabe o dia do meu aniversário.

- Claro que sei. Três de Junho. – disse, fria.

- Esse é o dia do meu aniversário, mãe. – Bash murmurou, baixo.

- Está vendo? Você não é mais nossa mãe! Eu também quero ir para a América fazer caridade, sabia? Quero comprar bonecas em Paris, ou velejar em uma gôndola num rio estreito. Sabe o que eu mais quero agora, mãe? – engoliu o choro. – Você sabe? Não um cavalo. Mas a minha liberdade. Eu quero sair daqui.

Soluçou e sentiu Bash colocando-a sentada no sofá. Bea se jogou sobre seu colo e a abraçou, enquanto Bart apenas observava ao longe.

- Você vai sair. – a mulher respondeu, enquanto caminhava para a porta do quarto. – Vai sair daqui.

- Quando? – a voz saiu mais suplicante do que deveria.

- Quando o Príncipe da Inglaterra aceitar você como esposa.

The Flowers in the Attic


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Notas finais do capítulo

Fichas por Reviw, por favor, é mais fácil e eu não perco a ficha. Se mandarem por MP, eu aceito, mas será mais fácil ela se perder.
Nome Completo:
Apelido:
Idade (16-18):
Príncipe:
Fotos & Photoplayer:
Características Físicas (Detalhado, com marcas de nascença, pintar ou qualquer outra característica que possa "definir" o personagem como diferente):
Características Psicológicas (Como a mente dele é. Saudável, confusa, manipulador? Como ele trabalha mentalmente?):
Personalidade (Diante das pessoas):
Qualidades que se destacam:
Defeitos que se destacam:
Gostos & Desgostos:
Fetiches:
Manias/Tiques:
Algum problema de saúde (alergias, doenças invisíveis aos olhos, etc):
História de Vida (justifique porquê ela é a pessoa que é):
Família:
Amigos da Família:
Emprego:
Posição Social:
Condições Financeiras:
Interesses:
Hobbies:
Coroa ou Príncipe:
Cor Preferida:
Encontro Perfeito:
Presente Perfeito:
Uma música tema: