Perdida em Crepúsculo escrita por Andy Sousa


Capítulo 7
Os conheço mais que eles mesmos.


Notas iniciais do capítulo

Ai ai, esse capítulo... Hmmm, boa leitura! :)



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Trailer

"Você nasceu em 1974?
Você é o tipo de cara que eu deveria ignorar?
Você vai me dar todas as coisas que preciso?
Você provavelmente nunca mostra seus sentimentos...
Posso me ver apaixonada
Como centenas de garotas que você teve antes,
Porque eu vejo perigo em seus olhos.
Existe perigo. Você disfarça!
Eu sou mais esperta do que isso,
E sei mais do que isso,
Mas há algo que você tem que é difícil de resistir."

Danger - Hilary Duff

~*~

Consegui voltar para casa em segurança, tive dificuldade apenas na hora de entrar de ré no gramado, a chuva enlameara todo o jardim então mal se notava que o carro havia saído - mais um golpe de sorte para mim. Voltei para casa correndo, me molhei bastante, mas como ia suar e me sujar com a faxina que faria achei melhor tomar banho mais tarde. Agora não se tratava mais só de um favor que eu fazia, eu tive de ocupar minha mente com banalidades, pois o tempo todo a imagem de Carlisle passando por mim invadia meus pensamentos.

Eu queria poder ver os demais, nem que fosse de longe.

Passei a tarde varrendo, lavando e organizando. Um cômodo por vez e ao final do dia estava tudo limpo, eu estava cansada, mas depois do banho recuperei a disposição. O relógio da cozinha informava que se passava pouco das sete horas. Pensei que ao chegar Charlie optaria novamente por substituir o jantar por pizza, já que ele com certeza viria exausto, então concluí que não faria mal que eu me encarregasse da refeição hoje.

A cozinha estava abastecida para um onívoro, tive de ser criativa com algo que eu pudesse comer e que Charlie aprovasse.

Assim que terminei de pôr a mesa comecei a ponderar se me sentava para comer ou não, eu achava pouco educado me servir primeiro, mas a verdade é que eu estava faminta. Neste momento o barulho da viatura informou que o xerife havia chegado e alguns minutos depois de estacionar ele entrou em casa.

– Olá – cumprimentou-me.

– Oi Charlie, como foi a pescaria?

– Foi boa – ele falava enquanto estocava os peixes no freezer.

Quando voltou para a cozinha olhou a mesa e depois em volta.

– Eu fiz o jantar. Também dei uma geral por aqui, espero que não se importe.

Ele fez cara de surpresa, inclinou os lados do bigode para baixo, admirado.

– Não, tudo bem, mas não havia necessidade disto.

– Não foi nada – falei simplesmente.

Ele parecia sem graça, mas achei um bom sinal, havia a possibilidade dele se incomodar de eu tomar tal iniciativa, mas ao que parecia ele estava contente. Depois de tomar seu banho nós pudemos finalmente aproveitar o jantar.

Eu me deitei cedo àquela noite e tive sonhos incoerentes, povoados de árvores centenárias e nuvens chuvosas. Acordei para mais uma manhã nublada, meus músculos rígidos pela longa noite de sono, entretanto eu me sentia bem e levantei-me logo, pois tinha algumas coisas que fazer ainda cedo. Depois do banho demorei consideráveis minutos escolhendo que roupa usar, decidi que o melhor era o bom e velho jeans e uma blusa de mangas compridas; na véspera Charlie havia me entregado as botas e a capa de chuva da filha que estiveram guardadas no armário embutido sob a escada. Usei uma tiara discreta para manter minha franja longe do rosto e estava pronta para enfrentar o aguaceiro do lado de fora.

Além das malas eu trouxera minha bolsa e ela era bastante espaçosa, na falta de uma mochila era o mais recomendado para guardar o material escolar que Charlie já havia providenciado para mim. Desci para o café e no meio de uma curta conversa ele me surpreendeu dizendo que achava melhor me dar uma carona no primeiro dia para que eu pudesse conhecer o caminho, não fiz objeção, eu pilotara bastante na véspera, podia deixar esta experiência para o dia seguinte.

Dentro da viatura novamente e sabendo o que me esperava eu comecei a ficar consideravelmente nervosa, eu detestava o primeiro dia de aula, não gostava de me sentir deslocada, de estar com pessoas que não conhecia. Bem, neste caso eu as conhecia até bem, mas ainda assim seria algo do qual eu ficaria feliz de deixar para trás. Charlie conversou comigo durante o caminho, foram poucas palavras, mas foi útil para me fazer ficar mais calma – eu desconfiava que ele havia percebido minha inquietação e procurava me ajudar. Eu lhe respondia monossilabicamente, não conseguia ignorar as borboletas se revirando em meu estômago.

Logo avistei a escola, uma grande construção toda em tijolos marrons, por causa da chuva o estacionamento estava vazio, mas debaixo da marquise os estudantes conversavam e riam. Será que se eu abrisse a porta do carona e fugisse Charlie ficaria muito zangado comigo?

– Aí está – disse ele quando parou o carro em frente à secretaria. – Venho te buscar mais tarde, fique tranquila, vai dar tudo certo.

Olhei para ele com desânimo, mas ele não se convenceu com minha expressão, eu sabia que a única saída era enfrentar o desconhecido. Estas pessoas nem existem, pense assim, são todas de mentira, ficcionais como personagens de um livro. Agradeci a tentativa de meu cérebro de me alegrar, mas era uma ideia estúpida, se eu fosse voltar a filosofar sobre a existência de Forks eu acabaria não indo a lugar algum.

Coloquei o capuz e saí da viatura acenando para Charlie quando ele se afastou, a capa de chuva era enorme e me fazia ficar mais em evidência, porém também servia para que eu covardemente me escondesse. Eu tive que conversar com a recepcionista e tentei ser breve, porque ela me olhava com aquela curiosidade incômoda que eu detestava, me fez várias perguntas que eu tive que responder por pura educação e finalmente me entregou o horário das aulas e alguns papéis que eu teria de apresentar aos professores.

Saí de volta para a chuva e comecei a caminhar rápido, querendo ficar de novo sob o abrigo, levantei a cabeça por um instante e meu olhar recaiu sobre certo carro prata estacionado há poucos metros. A palavra ‘Volvo’ estava estampada na traseira, parecendo brilhar tanto ou mais que o restante, do veículo que estava vazio. Contive a respiração e mordi o lábio, eles estavam em algum lugar por aqui.

Comecei a me sentir agitada e ansiosa, eu agora olhava ao redor à procura de um sinal, já havia chegado ao corredor principal e não estava mais sozinha, vários estudantes povoavam o recinto e me olhavam quando eu passava por eles, seria impressão minha? Achei melhor deixar a paranoia de lado.

Eu tinha pressa de chegar à minha sala e parei no corredor um instante querendo me situar.

– Oi, precisa de ajuda?

Virei-me e um garoto louro de olhos claros sorria para mim de uma forma muito solícita.

– Mike? – Indaguei antes que pudesse me conter.

Seu sorriso se alargou ainda mais.

– Sim, sou Michael Newton, mas pode me chamar de Mike. Como você sabe meu nome? – A curiosidade fervilhava em sua voz.

Droga, eu tinha que prestar mais atenção ao que dizia!

– Ah, eu sei por quê... É que... – Próximos a nós alguns garotos conversavam e olhavam em nossa direção, foi a minha deixa. – Eu ouvi um de seus amigos dizerem. – Ele pareceu um tanto desconfiado e eu não podia lhe dar maior explicação que esta, então fingi estar com pressa e me distanciei rapidamente.

Encontrei minha sala e segui decidida. O nervosismo nunca ajudara ninguém a alcançar nada e eu estava tão distraída que quase me entregara há alguns minutos, eu estava contando que Mike Newton iria simplesmente esquecer o ocorrido. Muitas das carteiras já estavam ocupadas, mas o professor ainda não havia chegado, encontrei um lugar vazio ao fundo e me sentei enquanto esperava. Os estudantes no local mal disfarçavam o interesse em mim, e só agora eu havia me dado conta de que eu era a nova fofoca da cidade, a garota misteriosa que viera morar com o xerife. Pobre Charlie, eu podia imaginar as coisas horríveis que os cidadãos deviam estar pensando a seu respeito...

O professor finalmente chegou, bem na hora que o sinal soava anunciando o início das aulas, logo todas as carteiras foram tomadas. Eu me levantei procurando passar despercebida e fui ao seu encontro a fim de lhe explicar algo que já estava óbvio: era eu a aluna nova.

As aulas se passaram mais rápido do que eu poderia esperar, a minha insegurança inicial provou ter fundamento nas vezes em que fui obrigada a me apresentar para a classe, eu detestava o primeiro dia de aula. Ainda era alvo de comentários onde quer que estivesse, qualquer coisa que eu fazia parecia incrivelmente interessante, embora eu soubesse que não era nada de mais. Alguns alunos vieram falar comigo, me desejar as boas-vindas e me oferecer sua ajuda. Fui informada que não tinha necessidade de ficar o tempo todo com a imensa capa, eu poderia deixá-la pendurada junto com as demais e que eu também podia carregar menos peso entre as aulas e deixar o que não fosse usar em meu armário pessoal. Não era somente uma realidade diferente, eram costumes completamente desconhecidos para mim...

Quando outro sinal tocou eu fui avisada por minha colega que era a hora do intervalo, eu ainda achava engraçado que ela fosse nada mais, nada menos que Jessica Stanley. Eu não precisei me esforçar para me entrosar, era o contrário, eu tinha que pedir a Deus um tempo em que pudesse ficar sozinha.

As matérias que estudávamos eram similares as minhas na antiga escola, mesmo assim procurei me concentrar para aprender o que era passado. Se eu ia ser uma estudante da Forks High School que eu fosse a melhor, e que me destacasse como sempre fizera em meu currículo escolar.

Eu era definitivamente contra os boatos, mas em certo momento eles se mostraram úteis, eu já havia deliberadamente espalhado a verdade sobre minha ligação com Charlie e logo vi que todo mundo estava ciente do que eu dissera. Salvar a reputação do xerife me parecia um bom ato de altruísmo.

– Eu ainda não acredito que você veio de tão longe, eu não sei se no seu lugar teria tido essa coragem. E seus pais realmente não se importaram? Poxa...

Jessica havia me acompanhado até os armários para que guardássemos nossas coisas, eu fiquei apenas com a carteira, Charlie me dera dinheiro suficiente para que eu lanchasse por uma semana; eu daria um jeito de pagar a ele depois.

Olhei para ela, para seus olhos grandes e astutos e logo reconheci a mesma menina indiscreta que Bella descrevia, eu não estava disposta a lhe contar meus segredos, procurando também evitar o caminho da mentira apenas contava-lhe a parte inocente da verdade. Ela sabia que eu era o que poderia se chamar de ‘estudante de intercâmbio’, mas em sua cabeça eu viera por livre e espontânea vontade e não porque não tivera escolha.

– Bem, acho que eles pensaram que podia ser uma coisa boa conhecer outra cultura, outro país. Com o tempo o convívio fica mais fácil – expliquei.

Ela andava ao meu lado enquanto íamos para o refeitório, eu havia gostado de sua companhia, tinha que admitir que ter uma colega, alguém com quem tirar duvidas acabara sendo uma coisa boa, mas eu desconfiava que as razões dela para estar ao meu lado eram bem diferentes. Alcançamos as portas duplas e ela segurou minha mão me rebocando para sua mesa, logo que avistei vi que estava cheia e que todos olhavam para nós enquanto nos aproximávamos. Lá se fora a minha tentativa de ficar na minha...

O intervalo tinha grande duração, se comparado ao tempo que eu estava acostumada a ter para lanchar então pude ficar conversando sem me ocupar em contar os minutos. Na verdade não se tratava bem de uma conversa, era mais um interrogatório do qual eu não podia fugir.

A cadeira ao meu lado estava vazia, mas logo foi ocupada por Mike que me cumprimentou com um beijo no rosto, pegando não somente a mim, mas a seus colegas de surpresa.

– Mas que intimidade é essa?

– O que é isso...

– Nossa, estão bem próximos, não é?

– Mike seu safado!

O comentário foi geral, eu sentia minhas bochechas quentes e estava definitivamente desapontada com a brincadeira ousada.

– Qual é pessoal? A gente já se conhece, não é? – Falou ele rindo e olhando para mim.

Eu semicerrei os olhos, sabia que Bella era muito paciente, mas eu não era ela e eu não aturava desaforos de ninguém.

– Não que eu me lembre. Na verdade, acho que ainda nem tive a chance de me apresentar a você – respondi determinada.

A mesa explodiu em risadas e uivos, eu não tive a intenção de causar tal estardalhaço, mas a atitude de Mike merecera uma resposta à altura. Ainda assim ele também riu e não pareceu se abalar, continuou perto demais de mim realmente convicto de que éramos amigos, ou de que tinha algum direito sobre minha amizade só porque ele falara comigo antes de todos.

Jessica que até agora estivera perfeitamente à vontade ao meu lado acabou deixando seu ciúme transparecer.

– Aneliese, vamos comprar algo para comer, você vem conosco? – Perguntou com um falso sorriso.

De qualquer modo eu não tinha o menor interesse em continuar fazendo parte daquela conversa e sequer hesitei em lhe seguir. Mais duas garotas vieram conosco, uma delas se apresentou como Angela Weber e a outra...

– Sou Lauren Mallory. – Até sua voz me soou desagradável. Eu não gostava de Lauren e podia ver se tratar de um sentimento recíproco. – E você é a falsa Isabella Swan – completou com um risinho de deboche.

– Ao que parece sou. Mas me chamo Aneliese Rodrigues, caso você não se importe em memorizar o nome – não me preocupei com o tom seco em minha resposta.

Havíamos chegado à fila e logo pudemos comprar nossa refeição, minha cabeça estava a mil e só então me dei conta de que parte da inquietação era a fome, comprei o lanche e fui bebendo o suco. Lauren claramente não esperara que eu a confrontasse e agora conversava com as amigas procurando me ignorar, eu não me incomodava em pesar as palavras, se ela continuasse com as provocações teria de arcar com as consequências.

– Será que o Brasil é mesmo como mostram no noticiário? Cheio de gangues e índios andando pelas ruas? Argh, que país horrível para se morar – comentou com desdém.

Eu não acreditei que ela pudesse ser tão tóxica. Virei-me irritada, prestes a lhe dar a resposta que merecia, mas no impulso esbarrei em um garoto que surgiu ao meu lado de maneira inesperada. Acabei derramando o suco em minha blusa, que ficou ensopada e levantei a cabeça prestes a gritar com ele, meu humor já bastante alterado pela frase nada educada que acabara de ouvir.

E foi então que eu vi quem ele era.

Fiquei imediatamente sem fala, a raiva sumiu dando lugar a outros sentimentos: felicidade, incredulidade... E deslumbre. Aquele rosto, eu nunca vira nada igual em toda minha vida, eu podia me perder naqueles olhos e talvez nunca mais me encontrar, aquela face habitara meus mais secretos sonhos e estivera em meus pensamentos a todo minuto desde que eu chegara aqui. Meu pai como ele era incrível e desconcertantemente lindo! Edward Cullen minha mente jamais lhe fizera justiça.

Só que eu não percebera a forma que ele me olhava até que ele falou pela primeira vez:

– Você é desastrada demais até mesmo para uma humana, não é? – Sua voz musical estava cheia de impaciência e me sobressaltou.

Ele estava bravo comigo? Mas não fui eu que apareci de repente, quase como se tivesse sido conjurado! E que modos eram aqueles? Eu pensava que ele fosse um cavalheiro, não era assim que ele devia se portar. Eu o olhava e via em sua face mais que apenas irritação, ele me fitava de cima com superioridade e arrogância, pareceu que ele queria me intimidar.

Era muito difícil me recompor em meio a uma cena tão inusitada, eu estava magoada com sua atitude e podia ouvir as pessoas cochichando à nossa volta. Eu não iria lhes dar mais razão para falar de mim, respirei fundo e mantive todas as emoções sob controle.

– Me desculpe, mas foi você o responsável. Da próxima vez pode prestar mais atenção por onde anda.

Ele ia dizer algo quando alguém passou perto de nós e balançou com força a capa lançando uma brisa que ia da minha direção para a sua. O observei se retesar estranhamente e sua expressão ficou furiosa, quase agressiva. Eu só o vira agir assim por uma razão: o cheiro do sangue de Bella, mas ela não estava aqui então porque ele estava agindo desse jeito? Demorei um segundo para entender que a causa era eu. Eu era a única aluna nova, o único cheiro diferente daqueles que ele conhecia. Edward estava sentido sede pelo meu sangue?

Estávamos no meio de um lugar cheio de pessoas que nos observavam e eu sabia o que ele deveria estar enfrentando, era visível a força que ele fazia para se manter no lugar e eu não podia ficar parada à sua frente esperando que algo acontecesse. Sem pensar duas vezes me virei e corri para a saída ignorando os olhares que me seguiam.

Eu não tinha muita certeza em que direção ia até que avistei um dos banheiros e corri para ele. Estava vazio e me encostei a pia enquanto olhava minha face no espelho, eu estava assustada, meus olhos um tanto arregalados e minha respiração entrecortada. De todas as formas que eu imaginara este momento, correr da morte jamais fora uma delas.

Um barulho mínimo às minhas costas me fez girar, sobressaltada.

– E-Edward?

Ele estava à minha frente, a poucos passos de distância e me observava em silêncio, mas seu olhar feroz revelava todas as coisas que ele não dizia. Ele havia me seguido até aqui e estávamos sozinhos. Será que ele iria... Não, eu não podia nem pensar naquilo, não conseguia imaginar que ele fosse capaz de me machucar, mas a forma como ele me olhava me dava arrepios. Será que eu devia gritar? Será que alguém ouviria algo antes que ele me silenciasse?

Eu tremia enquanto o encarava, mas quis pensar que era por causa da blusa molhada que eu vestia.

Edward se aproximou um passo e eu não consegui mais respirar, estava morta de medo, eu iria morrer sem ao menos ter a chance de descobrir porque viera para Forks, não me parecia muito justo...

Fechei os olhos, eu não sabia como seria, mas não queria ver nada. Eu quis apenas que fosse rápido e se possível indolor. Os segundos passaram, pareceram se arrastar repletos de silêncio e de repente a porta do banheiro se abriu com ruído. Eu olhei atordoada quando Jessica e Angela surgiram à minha frente, elas pareceram não notar que eu estava prestes a desmaiar.

– Nossa, até que enfim encontramos você! Pensamos que você estivesse chorando.

– Jessica – repreendeu-a Angela num fio de voz. – Aneliese você precisa de ajuda? Olhe, eu trouxe uma blusa que tinha de reserva em meu armário, se quiser pode usá-la, você deve estar congelando.

– Ahn? Ah, obrigada.

Decidi trocar de roupa e acompanhá-las de volta ao refeitório, eu estivera tão rodeada de gente que me esquecera de checar a mesa dos Cullen mais cedo, eu não esperava esbarrar justamente em um deles. Quando passei pelas portas duplas mais uma vez aquela manhã eu finalmente avistei a família sentada, conversando discretamente, entretanto havia apenas quatro deles ali. Aonde Edward teria ido?

Eu ainda os observava quando seus olhares recaíram sobre mim e eles não pareciam nada satisfeitos com minha presença. É claro que eles sabiam de tudo, haviam percebido que fora eu a culpada pelo sumiço repentino de seu irmão. Me encolhi um pouco, sentindo-me desconfortavelmente exposta. Caramba, eu jamais imaginara que fosse estar tão envolvida com a história como agora, e era um envolvimento perigoso, aquele acontecimento, eu suspeitava que eles não o deixassem passar batido.

Sentei-me junto de todos novamente e pude finalmente comer alguma coisa, a minha fome já havia evaporado, mas eu fazia isto mais como desculpa para ficar calada. Eu nem mesmo me aborreci com a falta de tato de meus colegas, nem seus comentários conseguiram me irritar, eu estava longe dali, mergulhada em pensamentos e preocupada com algo muito mais premente: os vampiros letais que agora me viam como inimiga.


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Notas finais do capítulo

Pessoal eu acabei vindo postar mais cedo este capítulo, se der até o final da semana posto mais um, caso contrário semana que vem posto dois. Beijos e espero que estejam gostando! :*



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