Perdida em Crepúsculo escrita por Andy Sousa


Capítulo 56
Queda.


Notas iniciais do capítulo

Boa leitura!



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Trailer

"Há um menino que perdeu seu caminho
Procurando por alguém para brincar.
Há uma garota na janela,
Lágrimas caem por seu rosto.
Somos apenas crianças perdidas
Tentando encontrar um amigo
E o nosso caminho de volta para casa.
Nós não sabemos para onde ir
Então vou me perder com você.
Estas nuvens negras sobre mim
Chovem e vão para longe.
Nunca vamos desmoronar
Porque completamos um ao outro
Como duas partes de um coração partido.
Agora posso deitar minha cabeça e cair no sono.
Mas eu não preciso dormir para ver meus sonhos,
Eles estão bem na minha frente."

Two Pieces – Demi Lovato

~*~

Eu particularmente não gostava dos domingos.

Entretanto no decorrer do último mês aprendera a apreciá-los mais que nunca. Era nos domingos que Charlie ficava em casa e fazíamos companhia um ao outro assistindo os programas chatos da tevê e nos divertindo mesmo assim; era nos domingos que eu tinha uma pausa dos estudos e podia descansar tranquilamente; era nos domingos que a chuva aprendera a dar uma trégua depois de nos honrar com sua presença durante toda a semana e era aos domingos que eu tinha a minha folga semanal da Newton’s Outfitters, meu atual emprego como vendedora auxiliar.

Conseguir a vaga não fora exatamente difícil tendo em vista que a loja pertencia aos pais de Mike e ele me fizera o grande favor de dar uma boa recomendação a meu respeito. Claro que eu vira segundas intenções em sua atitude, mas apesar de a recompensa que ele queria – pensava que por me ajudar com o trabalho eu lhe convidaria para o baile, mas soube tardiamente que eu já tinha acompanhante – estar fora de meu alcance, tratei de agradecer da melhor maneira que podia: trabalhando como nunca, valorizando ao máximo a chance que ganhara.

Minha vida assumira uma rotina que pela primeira vez se tornara agradável e não maçante, eu gostava muito do rumo que as coisas seguiam. Escola e trabalho e afazeres domésticos, tudo junto me sobrecarregava às vezes, mas era realizador. E, além disso, eu tinha o bônus que eram as visitas recorrentes de Jacob pela noite, ele dava um jeito de escapar sempre que podia e vinha me ver, mesmo ficando no jardim ou parcialmente escondido na floresta em sua forma de lobo eu gostava de saber que ele estava ali. Eu ia a La Push todos os sábados depois do expediente, mas neste final de semana o plano era outro. Ele me ligara na véspera e me dissera para deixarmos nosso encontro para o domingo, pois queria me fazer uma surpresa.

Então aqui estava eu, de banho tomado, maquiagem feita e cabelo arrumado, escolhendo a melhor combinação de roupa para um evento que eu na realidade não sabia qual era. Depois de ponderar por mais alguns minutos optei pelo macacão preto de alças finas ao invés do vestido azul. Eu me sentiria mais à vontade e poderia fazer uso do casaco com um toque de estilo. Soltei os cabelos do coque e eles caíram ondulados ao redor de meu rosto, coloquei minhas sapatilhas e as pulseiras e depois de pegar minha bolsa estava pronta para ir.

Desliguei a luz do cômodo e desci para o térreo, Charlie se levantou de sua poltrona na sala e veio ao meu encontro. Ao me ver fez uma cara estranha.

– O que foi? Não ficou bom?

– Você e Jake são apenas amigos você disse?

– Sim Charlie, somos apenas amigos, por quê?

Os lados de seu bigode baixaram em uma careta.

– Só estou perguntando – ergueu as mãos em defesa.

Sacudi a cabeça e ri.

Ao me despedir do xerife e seguir para a picape evitei ao máximo sujar os sapatos com a lama, havia levado o automóvel para a limpeza no sábado e o interior estava impecável, porém as rodas já haviam se perdido no barro marrom escuro. Achei engraçado o contraste de minha silhueta com o veículo antigo, mas isto não me impedia de ver certa personalidade na Chevy. De um jeito ou de outro ainda era o carro de Bella, o que significava que devia estar entre os mais famosos da atualidade.

Subi na cabine e me acomodei, logo liguei o motor e manobrei para a rua, quando comecei a me afastar buzinei como um sinal de adeus para Charlie que ainda estava ao portal.

O salário da loja não era alto, mas eu não tinha do que reclamar, pois sendo jovem eu gastava a maioria do dinheiro comigo. Ajudava Charlie com as contas da casa, guardava a maior parte e o restante usava para necessidades pessoais. Ainda era mais do que eu tivera em mãos toda a vida, pois sempre recebera mesada, mas nunca um salário fixo.

Com economia e sabedoria consegui trocar o rádio da picape por um que funcionasse sem ruído e agora que me acostumara a usá-lo dificilmente pilotava sem o auxílio da música.

Era uma noite agradável, clara a ponto de ser possível ver estrelas e a lua brilhante ocupando seu espaço na imensidão. Mantive as janelas abertas e a brisa era reconfortante tocando meu rosto. Deixara o CD de minha banda favorita tocando ao fundo e não podia me sentir melhor enquanto dirigia, o rio Quillayute margeando a rodovia parecia uma visão surreal, mas muito bela.

Nos vinte e quatro quilômetros até a reserva não houve qualquer imprevisto, eu me acostumara à estar no comando da caminhonete, quase parecíamos compor um corpo só. Jacob me dissera para encontrá-lo na praia e segui os últimos metros absorta, observando a paisagem deslumbrante da First Beach se mesclar à floresta misteriosa.

Respirei o ar puro e deixei que preenchesse meus pulmões.

Logo que alcancei a divisão da areia com o asfalto e estacionei um vulto surgiu da escuridão vindo ao meu encontro.

– Você veio – bradou Jacob, abrindo a porta e me puxando de dentro num abraço apertado.

– Sim, eu vim – ri. – Agora Charlie é bonzinho porque me tornei uma menina responsável – dei uma piscadela.

– Já vejo.

Ele me firmou sobre o chão e se afastou para me olhar. Ajeitei os cabelos timidamente e aproveitei para conferir sua roupa. Ele usava camisa de flanela, calça e tênis, os cabelos pareciam recém-lavados e tinham um cheiro bom de creme. Seu perfume também era marcante e impregnou minhas narinas.

– Você está muito bonito – anunciei com aprovação.

Ele sorriu acanhado, baixando o rosto para fitar os próprios pés.

– Não acredito. Jacob Black com vergonha? Será possível?

Realmente sua confiança sempre fora arrebatadora e fiquei surpreendida por sua reação a meu elogio. Ele tornou a me observar, os olhos calorosos.

– Ultimamente creio que seja possível.

Havia alguma coisa implícita em suas palavras, uma mensagem que eu pensara entender, mas que não condizia com nossa relação. Ao passar dos dias havíamos nos tornados bons amigos, contudo era só. Não tivera mais insinuação de beijos ou carinhos, quando nos tocávamos era natural, costumeiro. Eu não mais pensara nele como um parceiro, mas sua atitude me fez questionar minha resolução e chegar a cogitar poder estar errada...

– Será que não é melhor irmos? – Indaguei ansiosa por sair do clima esquisito. Olhei a volta procurando por algum sinal. – Aonde vamos mesmo?

Ele pareceu sair do transe e se aprumou endireitando os ombros, me olhou muito faceiro.

– Você tem medo de lendas?

Medo de lendas?

Isto trouxe algo à minha memória, será que... Se ele estava me levando para a noite das lendas quileute então significava que havíamos avançado para ‘Lua Nova’? Ao pensar sobre a hipótese notei que tinha fundamento, todos os fatos mesmo com alguma diferença andavam de acordo com o desenrolar da trama original.

Jacob estendeu a mão e eu a segurei, ele me anunciou que era um caminho longo até o alto do penhasco onde encontraríamos os demais, mas estando em sua companhia não vi problema em me embrenhar pela trilha quase inexistente que cortava a mata.

Por vezes conversávamos, mas eu fazia mais questão de me concentrar em meus passos. O tempo livre de diálogos deixou minha mente liberta para vagar para a direção que quisesse e desta vez ela se encheu de comparações entre minha vida e a de Bella. Fui checando as semelhanças e houve algo que se mostrou relevante: a volta dos vampiros a Forks só ocorria por causa da ida dela a Volterra! Era ela quem dava o braço a torcer e ia atrás de seu amado para salvá-lo da destruição.

Mas comigo estava sendo diferente, eu não tivera quaisquer notícias dos Cullen e duvidava que tivesse. Eu assumira que eles estavam bem, todos eles. Que sua vida nesta tempestuosa cidade havia sido deixada para trás como uma lembrança ruim. Eu dera meu jeito de seguir em frente e finalmente estava bem. Junto de Jacob, de Charlie e de meus amigos na escola eu descobrira como tornar a ser inteira, ainda que houvesse alguns pontos a serem acertados. Estava melhor do que podia imaginar ou prever semanas atrás e surpreendentemente satisfeita com a melhora, pois não havia sido fácil. Não havia sido sem luta. Há algumas semanas eu teria encontrado dificuldade em sair em um passeio casual como este, mas agora era apenas normal.

E bom.

A mão quente de Jacob ao redor da minha tornava a noite um tanto quanto aprazível. Como se sentisse minha exaltação ele se virou.

– Estamos quase chegando. Sei que é uma viagem longa, mas vale a pena.

– Tudo bem, não me importo de andar um pouco.

– Infelizmente não há caminho para veículos até lá, não pela rodovia, achei que não seria aconselhável te botar de volta no carro e tentar encontrar a rota à noite, acabaria por levar mais tempo que a caminhada e de qualquer jeito a vista assim é melhor.

Ele apontou o norte e me curvei para olhar, entre as árvores dava para ver o brilho da lua, o horizonte que dividia o mar e o céu. Parecia pacífico e acolhedor, era bonito.

– Eu não me canso de pensar na sorte que você tem de morar aqui Jake, acredite em mim, é um dos melhores lugares em que já estive.

– Não é ruim. Eu gosto. Só acho que estaria melhor sem algumas consequências de ser quileute, mas até com isto estou me acostumando.

Demos mais alguns passos e enfim atravessamos o último emaranhado de folhas, dando de frente com um espaço aberto, ladeado pela floresta, era o topo do penhasco e ao longe havia uma fogueira que crepitava livremente em direção ao céu. Dispersos aqui e ali estava o restante do grupo. Reconheci Sam, Jared, Paul e Embry. Billy e o velho Quil junto de Harry e a mulher, Sue estavam acomodados em alguns dos troncos ao redor do fogo. Leah e o irmão e então algumas pessoas que eu não soube dizer quem eram.

Fiquei intimidada pelo número de presentes, principalmente por ser de fora. Porque Jacob me trouxera a algo tão pessoal? Eu tive a nítida impressão de estar importunando.

– Venha.

Ele não pareceu notar minha imobilidade, ou apenas não deu atenção, sem escolha o segui mais para perto, nossa presença sendo percebida desde o início. Pensara que ele me levaria diretamente até seu pai e os mais velhos, mas ele fez o caminho mais improvável, me trazendo para junto do líder da alcateia.

– Sam – cumprimentou brevemente. Depois trocou algo como um aperto de mãos com Embry e acenou para os demais, eu me mantive a seu lado, mas deliberadamente escondida atrás de seu ombro.

– Aneliese – cumprimentou Sam. Não encontrei sinal de rispidez em seu tom e lhe dei um breve ‘oi’. – Vocês chegaram bem na hora, estávamos quase começando.

Eles se deslocaram, andando até os outros e antes de segui-los Jacob me olhou e sorriu em encorajamento. Me enroscando em seu braço me senti mais segura de me aproximar.

Cada hora passada foi bem gasta, toda a magia e o mistério que rodeavam a tribo haviam assumido seu papel nas palavras dos anciãos, na forma como eles relatavam suas lendas, suas crenças e sua vivência. Era respeitável, era sublime. Me senti pequena em meio a grandeza da história.

Estava honrada pela chance de compartilhar os relatos e fugazmente bem por sentir Jacob segurando minha mão o tempo todo, vez ou outra acariciando minha pele como se quisesse se fazer lembrar, mas não era necessário, pois eu tinha plena ciência de sua proximidade.

Quando o rodízio de contos terminou deu-se início um papo leve, despreocupado, enquanto nos servíamos de marshmallows e chocolate quente.

– Hmmm isso é muito bom.

Jacob gargalhou de meu entusiasmo e me redimi explicando que não éramos acostumados aquele tipo de comida no Brasil. De repente ele se levantou e ofereceu a mão para mim, começamos a caminhar preguiçosamente até a beirada do penhasco, a brisa mesmo forte e fria era boa de sentir. Quando alcançamos certo ponto eu parei.

– Está com medo? – Ele parecia divertido.

Rolei os olhos.

– Como não estaria? Qual é a altura disto?

– É bem alto – concordou com minhas considerações.

– Estou bem onde estou. Já tenho uma visão ótima daqui, obrigada.

Soltou um risinho de deboche e se aproximou.

– Você está comigo, Liese. Não confia em mim? Venha, vai ficar tudo bem.

Colocando as mãos sobre minha cintura ele começou a me empurrar devagar cada vez mais para a borda até estarmos tão próximos do limite que comecei a sentir tonturas e estremeci.

– Ui é altíssimo – ri. – Se importa?

Me agarrei a sua camisa, tendo certeza de estar bem segura da queda, ele não pareceu se incomodar, mesmo que eu estivesse puxando o pano bem cuidado. Ouvi o barulho de passos e logo Sam e Emily juntaram-se a nós, ela havia sido uma das pessoas que eu não identificara quando chegara e me cumprimentara com educação e ligeira curiosidade, mas agora podia ver que procurava não me encarar tanto e eu fiz o mesmo.

– Está pensando em pular, Jacob? – Provocou Sam.

– Não, hoje não.

Todos riram.

– A água deve estar gelada, mesmo para nós – completou o alfa.

– Sei que se não estivesse aqui você cogitaria a possibilidade de se jogar nela ou pensa que não lhe conheço? – Ralhou sua noiva.

Sam sorriu docemente e a trouxe para perto beijando a ponta de seu nariz, Emily riu com o contato.

Jacob pareceu ficar rígido ao meu lado e quando o analisei vi que olhava por sobre o ombro, o semblante vazio. Só então notei Leah se aproximando, o olhar pregado no casal.

– Se divertindo? – Questionou irônica ao chegar perto.

Sam e Emily mal haviam se dado conta de sua presença, mas sua pergunta tinha sido perfeitamente audível. Leah ficou lado a lado com Jacob e eu.

– Não fique muito amiga dela Liese, é um conselho que lhe dou.

– Pare com isso! – O brado de Sam se fez ouvir em eco pela mata.

Quando encarei Leah vi que ela se continha para não chorar, o redor dos olhos vermelhos pelas lágrimas que tentava esconder e senti profunda compaixão por ela. Não havia como não me identificar quando eu também fora forçada a acreditar em algo que no fim se mostrou irreal. E eu sabia o que seus atos pareciam aos demais: teimosia, criancice... Não existe qualificação para um coração partido, é apenas algo ridículo se você não viveu a dor em sua própria pele.

Sem querer dar trela para a discussão os noivos se viraram para partir. Leah perdeu o controle e se aproximou para empurrar Emily, mas sua investida foi em vão uma vez que Jacob chegou até ela e a limitou, se debateu nos braços do rapaz com uma força sobre-humana e na tentativa falha de contê-la os dois acabaram se curvando e dando alguns passos para trás até me atingir com força e me fazer cair. Eu gritei de susto e fiquei esperando o impacto com o chão, mas meus pés escaparam pelas pedras frouxas e eu cedi, sendo lançada metros abaixo na escuridão.

– LIESEEEEE!

O urro desesperado de Jacob misturado a berros de agonia foram os únicos ruídos que ouvi enquanto cortava o ar velozmente, tentei emitir algum som, mas minha voz havia se perdido e cedo demais atingi as ondas, ao menos tentei ensaiar um mergulho, mas logo fui engolida pelo mar sem fim.

Estava escuro e enregelante, eu senti meu corpo inteiro dolorido enquanto era lançada de um lado para o outro dentro das águas. Minha mente procurava raciocinar, contudo havia sido tudo muito rápido para enumerar os fatos, apenas o que fiz foi me debater freneticamente, tentando encontrar um modo de atingir a superfície e tomar fôlego, mas o oceano era violento e selvagem e me manipulava como se eu não pesasse nada.

Os segundos passaram lentamente, eu tentava manter o foco e a mente limpa, mas a agonia se tornara velozmente mais forte que minha determinação. Então sem aviso senti algo duro batendo de encontro a meu corpo, me pegando com nenhuma delicadeza e me puxando para longe. Alguém viera me salvar e apenas me deixei conduzir pela maré alta, logo emergindo e tendo chance de respirar aos arquejos.

– Liese, não desmaie, está me ouvindo? Fique consciente!

Era Jacob. Fora ele meu salvador, pulara atrás de mim mesmo sabendo que a temperatura da água era baixa e que isto poderia lhe causar dor...

Quando senti que havia ficado mais morno ele me ergueu sem dificuldade e de algum jeito me trouxe em seus braços de volta a terra. Era uma longa distância de onde eu caíra até a praia, podia ver que ele arfava enquanto examinava meu corpo à procura de algum ferimento.

Tentei falar, mas só o que consegui foi tossir.

– Eu... Estou bem – consegui anunciar.

Jacob se precipitou para perto de meu rosto.

– Você não está bem Aneliese! Dessa vez não! – Sua voz expressava angústia.

– Não – tossi outra vez. – D-desculpe.

Ele riu com amargura.

– Está se desculpando pelo quê? Você caiu por minha culpa. Foi minha culpa!

Ele levou as mãos aos cabelos e os segurou, puxando-os com força. Do jeito que pude levantei minha própria mão e toquei a sua.

– Eu estou bem.

Ele me fitou calado, mas seus olhos ilustravam tudo aquilo que não era dito.

Um ruído chamou minha atenção e ao me virar vi Embry caminhando ao nosso encontro, estava ensopado dos pés à cabeça e parecia ter acabado de sair do mar.

– Você a encontrou, cara. Que bom. Eu nadei até o outro lado do penhasco, pensei que a tivéssemos perdido.

– Não, não a perdemos. – Jacob disfarçou a tensão na voz ao agradecer ao amigo por sua ajuda, em seguida perguntou por Paul.

No mesmo instante o terceiro rapaz apareceu, correndo para fora da floresta, ao vê-lo Jacob se levantou e se aproximou e pareceu-me que sua urgência tinha motivo. Embry, Paul e ele trocaram apenas algumas palavras então os outros dois se viraram e dispararam para longe enquanto Jacob voltava para perto de mim.

– Vamos, a picape não está muito longe, vou levá-la até lá.

Me ajudou a sentar e depois cuidadosamente me auxiliou a me erguer do chão, ao ficar em pé minha cabeça girou e precisei me apoiar nele para evitar cair.

– Eu lhe disse que não estava bem! – Ralhou.

Sequer perguntou minha opinião, num só movimento me ergueu do solo e me amparou outra vez em seus braços, próxima a seu peito, eu tentei protestar, mas antes que me desse conta ele estava andando. Mesmo o leve sacudir de seu corpo me fazia enjoar e fechei os olhos querendo que o mal-estar passasse. Senti quando me colocou de volta na cabine e pude notar que ocupava o banco do motorista.

– Onde estão as chaves?

Tentei pegá-las no bolso de trás da calça, mas falhei, pois minha mão mal saiu do lugar e impaciente Jacob procurou, logo as chacoalhando no ar. Assim que ligou o motor acelerou e já não estávamos mais em frente à praia, em algum momento durante o percurso eu me perdi em pensamentos e não soube dizer quando eles se transformaram em sonhos.


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