Perdida em Crepúsculo escrita por Andy Sousa


Capítulo 43
O doador.


Notas iniciais do capítulo

Olá, como estão? Bem, demorei pra voltar e a culpa é da rotina. De qualquer modo, aqui estou eu, mesmo demorando eu venho e peço que vocês continuem acompanhando. Eu tenho que agradecer muito pelo carinho, obrigada de verdade! Hoje postarei somente dois, mas os próximos vão estar online logo, logo...
Boa leitura!



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Trailer

"Eu não tenho certeza de como respirar sem você aqui.
Não tenho certeza se estou pronta
Para dizer adeus a tudo que fomos.
Fique comigo ao menos por agora,
Deixe o tempo decidir quando não precisarei mais de você.
Minha mão procura pela sua em um quarto escuro,
Eu não consigo te encontrar, me ajude.
Posso deixar de sentir?
Minta para mim, eu estou desaparecendo.
Não consigo lhe esquecer,
Me diga que eu não preciso de você.
Coloque isso dentro de meu cérebro para mim...
Como eu ficarei sem você ao meu lado?"

Need - Hana Pestle

~*~

O hospital estava tranquilo quando cheguei, a chuva que havia dado uma pausa durante o dia agora caía silenciosamente e fiquei feliz com sua presença, de alguma forma me fazia sentir acolhida. Estacionei a picape em uma das vagas livres e puxei o capuz do moletom que usava, tentando evitar que meu cabelo se ensopasse.

À recepção estava uma mulher de meia idade que sorriu a me ver.

– Olá querida, posso ajudar?

– Sim, por favor, eu estou aqui para ver o xerife, sou Aneliese Rodrigues.

Seu rosto demonstrou ligeira surpresa.

– Oh sim, é você, não é, querida? Pobre chefe, ele perguntou por você algumas vezes.

Meu rosto se iluminou.

– Perguntou? Então ele acordou? Ele está bem? Por favor, deixe-me vê-lo.

– Bem, eu lamento, mas não acho que será possível, o horário de visita era apenas até às nove da noite.

Eu me aproximei um pouco dela, recostando-me à bancada.

– Escute-me, por favor, eu preciso vê-lo, por favor, eu me sinto culpada pelo que houve com ele – minha voz falhou.

A mulher sorriu bondosamente.

– Minha querida, mas o que é isso? Não foi culpa sua... O doutor Cullen já nos disse que se tratou de um disparo acidental enquanto o xerife estava limpando sua arma, em que você pode ter culpa nisso?

Ao ouvir aquele nome meu sangue gelou, por instinto olhei ao redor procurando, sentindo-me imediatamente inquieta.

– O d-doutor Cullen?

– Sim, foi ele quem trouxe o xerife às pressas, disse que estava fazendo-o uma visita quando tudo aconteceu, ele é mesmo um anjo – suspirou.

Não me surpreendi com a falsa versão dos acontecimentos, logicamente que a verdade jamais poderia ser descoberta.

Tentei soar desinteressada.

– O doutor hmmm está aqui?

– Oh, não, não... – Lamentou. – Ele partiu há algumas horas. Esperou até que a cirurgia para a retirada da bala estivesse terminada e que pudesse conferir que o chefe ficaria bem e então se foi. Ele e o filho não saíram da porta da sala de operações nem por um minuto, parecia quase como se estivessem esculpidos em pedra – franziu a testa.

Ele e o filho... Ela queria dizer Edward. Eu não me ocupei em perguntar se este último também havia partido, eu tinha certeza que sim. Ao menos uma vez ele cumprira sua palavra: garantir que Charlie estaria a salvo era a única coisa que importava.

Tornei a tentar persuadir a recepcionista a me deixar vê-lo, ela continuava insistindo que eu não podia quando foi interrompida pelo doutor Munch que viera até nós, ele me cumprimentou e informou que estivera me esperando.

– Como assim?

– Carlisle me disse que você com certeza viria depois que acordasse, ao que parece acabou desmaiando com o choque, não foi? Sente-se bem?

Eu não desmaiara, eu fora induzida.

– Estou perfeitamente bem, obrigada. – Já não podia mais ser tão complacente, tornei a frisar que queria ver Charlie.

– Infelizmente hoje isto não será possível Aneliese. Mas... Venha comigo.

Eu não entendia muito bem o que ele pretendia, mas o segui, enquanto andávamos, ele me explicava sobre o estado de Charlie e ao que parecia estava fora de perigo, mas continuava na terapia intensiva.

– Ele irá melhorar – completou ao ver que as informações que me dera haviam me preocupado. – Venha vê-lo amanhã no horário de visitas da tarde e com sorte ele já estará em um quarto separado.

Continuamos andando, agora em silêncio, eu me perguntava onde estaríamos indo.

– Você não é a única que estava esperando notícias dele – falou a certa altura.

Então contornamos mais um pequeno corredor e estávamos na sala de espera, imensamente surpresa vi que estava ocupada por várias pessoas, eu reconheci ligeiramente a maioria delas, todos amigos de Charlie, da reserva. E entre eles estava...

– Jacob!

Eu sequer pensei. Mesmo de costas o reconheci e ao ouvir minha voz ele se levantou e veio rapidamente ao meu encontro. Devia tê-lo pedido permissão, mas não pude, o abracei sem pudores, pareceu-me que sua presença era a melhor coisa do mundo, eu estava me sentindo muito sozinha.

– O que vocês fazem aqui? – A pergunta não soou rude, pois eu sorria abertamente e ao me afastar um pouco dele alguns me cumprimentaram.

– Não podíamos deixar o pobre chefe sozinho – esclareceu Billy há alguns metros de distância. Ele parecia cansado, eu sabia o quanto gostava do amigo.

Fiquei tão feliz por eles estarem lá. Jacob me chamou para mais perto e me apresentou aqueles que eu formalmente ainda não conhecia. Entre os presentes estavam o velho Quil, Harry, sua mulher Sue e os filhos Seth e Leah, dois amigos policiais de Charlie que trabalhavam com ele na delegacia e a um canto distintamente reconheci Sam, Paul e Jared. Apenas Sam me recebeu com alguma cortesia, os outros apenas me olharam de cima claramente nada contentes com minha presença: eles sabiam perfeitamente de minha ligação com seus inimigos, pensei se deveria lhes acalmar dizendo que esta já não existia mais.

O doutor que havia se ausentado por alguns minutos retornou e pediu por nossa atenção.

– Estive esperando que Aneliese chegasse para lhes informar oficialmente sobre o estado de Charlie. Acabei de conferir seus sinais vitais e eles estão bons, mas por causa da cirurgia ele perdeu muito sangue e receio que precisará de doação.

Informou o tipo sanguíneo dele e nesta situação em particular em não seria nada útil, já que meu sangue era aquele que podia receber doação de todos os outros, mas que só doava para seu correspondente. Alguns não sabiam qual era o seu e demoraria muito para esperar o resultado de um exame. Comecei a ficar apreensiva quando Billy falou.

– Espere um pouco, doutor. – Ele se virou para o filho – Jake, seu sangue é O negativo, não é?

Ele fechou os olhos procurando se recordar.

– Acho que é Billy – falou por fim. – Semana passada na escola nós tiramos amostras de sangue para serem levadas à cruz vermelha e quando recebi meu cartão com o resultado nele indicava que eu doasse, já que eu sou considerado ‘doador universal’. Está certo, doutor?

– Sim, está certíssimo. Seu sangue é o mais utilizado em situações de emergência e neste caso será muito útil para Charlie. Está disposto a ajudá-lo?

Eu pensei que Jacob pudesse recuar, pensei que ao menos fosse buscar uma confirmação de Billy, mas ele sequer pestanejou.

– Sim, claro que sim.

Me olhou e eu sorria largamente, podendo sentir os cantos de meus olhos úmidos, eu não esperava uma atitude tão madura vinda dele, ficaria lhe devendo para sempre.

O doutor Munch pediu que ele e o pai o acompanhassem e só o que me sobrou foi esperar. Encontrei uma cadeira vazia um pouco afastada e sem jeito de ficar perto dos outros resolvi me acomodar nela. Encostei a cabeça à parede e fechei os olhos, como já passava das onze horas da noite eu estava começando a ficar com sono e pude jurar ter chegado a cochilar por um pequeno período de tempo.

– Está se sentindo bem, querida?

Focalizei Sue de pé próximo a mim, me olhando com cuidado, porém com bondade em seu rosto.

– Eu estou, obrigada – procurei também soar gentil.

– Não gostaria de comer nada, ao menos tomar um pouco de café? Soube que você também esteve no hospital durante um tempo, é aconselhável que se alimente.

A forma de ela falar comigo era muito maternal, me recordou Lindy imediatamente e procurei não deixar transparecer que eu ficara triste, apenas tornei a reafirmar que estava bem e que não precisava de nada.

– O que houve com o chefe?

Levei um segundo para perceber que a pergunta fora feita a mim e movi minha cabeça na direção de Harry Clearwater, que me olhava aguardando. Eu franzi o cenho enquanto pensava no que dizer, tinha que tomar o cuidado de utilizar a versão inventada.

– Ele estava limpando a arma depois que chegou do trabalho e o acidente aconteceu. – Evitei olhar qualquer um nos olhos, já ouvira várias vezes que era uma péssima mentirosa e de certa forma começara a acreditar nisso.

– Certo – ele assentiu pra si mesmo. Depois de consideráveis minutos continuou - e o outro doutor, aquele que foi embora, estava junto dele no momento?

– Carlisle? Sim, ele viera nos fazer uma visita, tinha assuntos a tratar com o xerife. – Como isto se tratava de uma verdade foi mais fácil para eu verbalizá-la.

– Então Charlie simplesmente atirou em si mesmo... Por acidente?

Eu ergui as sobrancelhas surpresa com sua intromissão.

– Por favor, homem! A menina já disse que foi isto que aconteceu. – Sua esposa ralhou com ele.

Em vista disso Harry ficou quieto, mas o silêncio não durou muito.

– História absurda, não é Harry?

Um dos rapazes, Paul foi quem falou. Vi que ao seu lado Sam lhe olhou seriamente.

– Sim, muito absurda – concordou o outro.

Eu não tive dúvidas de que eles de algum modo sabiam da verdade, de algum modo culpavam os Cullen e não estavam errados em conjecturar tal coisa, apenas talvez quanto a quem as críticas eram direcionadas. Não fora Carlisle o responsável pelo que acontecera.

Do outro lado da sala os policiais prestavam excessiva atenção à nossa conversa e era claro que ela não passaria despercebida, ainda assim eu torci para que sim, se de algum modo eles decidissem investigar a fundo talvez isto acabasse trazendo aquelas pessoas de volta a Forks e agora eu tinha certeza de que não tinha mais a força necessária para lidar com um encontro.

O barulho de passos reivindicou nossa atenção, Jacob retornara, uma das mangas compridas da blusa que usava estava levantada e na junção do braço havia um pequeno curativo. O murmúrio foi geral, todos se mostraram aliviados quando ele disse que a quantia doada seria suficiente para estabilizar a situação de Charlie. Estando ciente de que ele ficaria bem e também de que não ganharia o direito de vê-lo por hoje achei que o melhor a fazer era ir embora, pois além de tudo eu teria aula no outro dia e algo me dizia que seria um dia longo.

Me despedi rapidamente e Jacob anunciou que me acompanharia até a picape. Estando longe dos demais pude finalmente relaxar e senti o cansaço começando a tomar total conta de mim.

– Será que está em condições para dirigir? – Indagou quando chegamos ao lado de fora e ficamos sob a marquise.

Eu ri.

– Sim, estou, fique tranquilo. – Aproveitei a chance para lhe agradecer. – Jake, muito obrigada pelo que fez por Charlie, de verdade.

Ele sacudiu a cabeça indicando que não fora nada.

– Qualquer um faria o mesmo. – Depois de curta pausa, disse - pensei que aquele rapaz, Edward, não é? Pensei que ele estaria aqui...

Foi difícil esconder meu desconforto, olhei para longe esperando que ele não notasse como eu reagira.

– Não, ele e eu não... Bem, Edward foi embora – encolhi os ombros.

– Acho que está óbvio que você não quer falar sobre isso, me desculpe.

– Está tudo bem – falei simplesmente.

Nós dois ficamos calados, envoltos em nossos próprios pensamentos.

– Acho melhor eu voltar, Billy já estava resmungando que ficara com sono, ser velho não é fácil.

Não pude deixar de rir.

– Sim, já está tarde.

Eu também tinha de ir, não era segredo que estava exausta, mas continuei parada ao lado dele e percebi que Jacob parecia passar pelo mesmo dilema, nenhum dos dois queria partir.

– Você sabe Aneliese – falou de repente – sabe que pode contar comigo para o que precisar.

Eu me virei para olhá-lo e tornei a sorrir, não eram sorrisos falsos, com Jacob era sempre fácil conversar, eu gostava muito dele.

– Acho que eu sei.

E então ouvimos seu nome sendo chamado do lado de dentro enquanto seu pai procurava por ele. Jacob revirou os olhos.

– Eu não disse? É a idade – brincou.

Mas desta vez começou a se afastar vagarosamente, sem opção de ficar ali sozinha eu recoloquei o capuz e me preparava para enfrentar o chuvisco quando ele me chamou, estava a pouco mais de um metro e meio de distância.

– Você pode mesmo contar comigo, eu jamais abandonaria você – revelou com ar sério.

Depois se apressou para voltar ao hospital.

A frase de Jacob surtiu um efeito muito maior do que eu esperaria, no pequeno caminho que percorri até meu carro eu já estava chorando, dirigi de volta secando as lágrimas com a manga da blusa e ao chegar a casa corri para dentro sentindo os soluços irrompendo de meu peito.

“Eu jamais abandonaria você.”

Abandonada... Sim, esta era uma boa palavra para medir a extensão de minha situação. Com tanta coisa se desenrolando em tão pouco tempo eu não tivera chance de verdadeiramente lamentar o ocorrido, eu não havia quase chorado, então agora que a situação se acalmara toda a mágoa guardada veio à tona.

Tirei as botas e as joguei em um canto atrás da porta, depois me livrei de meu casaco úmido e andei até a sala, sem o tapete qualquer barulho ecoava estranhamente e se possível me senti ainda mais sozinha junto do silêncio. Joguei-me no sofá e me aninhei feito uma bola, então apenas chorei. Chorei por todas as coisas que passara, chorei por estar milhas longe de casa, chorei por não ter ninguém com quem pudesse contar.

Eu estava sozinha.

Ao menos uma coisa era diferente, meu sentimento por ele já não era mais o mesmo. O que me fizera havia sido demais para que eu aceitasse, lembrei-me de suas últimas palavras, Edward prometeu que seria como se ele jamais tivesse existido e eu esperava que permanecesse assim.

Eu já não me atormentava com perguntas do tipo como e porque, pois conhecia agora a extensão da maldade de um vampiro. Ele jurara estar comigo eternamente e então partira como se suas palavras apenas tivessem existido em minha cabeça, era incrivelmente egoísta e mesquinho. Como eu me apaixonara por ele?

Não foi por essa pessoa que você se apaixonou.

Sim, era verdade. O rapaz que eu conhecia em nada tinha a ver com esse que me deixara. O Edward de meus sonhos era alguém bom, profundamente altruísta e romântico, apaixonado, devoto. Ele fora tudo isto por Bella, então talvez... Talvez nós simplesmente não tivéssemos dado certo porque não era para ser. O que eu estava esperando afinal? Aquele era Edward Cullen, o nome dele vinha quase enraizado ao dela.

Mas não, eu não acreditava completamente nisso, eu sentira que ele me amava. Percebi tardamente que aquele conto de fadas que eu conhecia existia apenas nas páginas dos livros, não havia qualquer par perfeito já formado na realidade em que eu vivia, aqui era apenas ‘Edward e Liese’, aqui eu conquistara meu direito de ficar junto dele. A predestinação deles só existia em minha mente.

E ainda assim Edward agira pior do que em ‘Lua Nova’, pois lá ao menos ele tinha seus motivos, o que ele fizera comigo não tinha justificativa, ele me machucara profundamente e isto para mim se classificava somente como crueldade.

Se Bella tivesse descoberto as verdadeiras intenções do parceiro, se ela soubesse desde o início que Edward só a havia deixado pensando em seu próprio bem com certeza jamais teria permitido. O teria perseguido, procurado incessantemente até que ele não teria escolha senão voltar. Mas eu não tinha esta opção, qual poderia ter sido a sua motivação para me ferir de tão diversas formas?

Com Bella ele deixara um beijo de despedida.

Comigo haviam ficado apenas feridas.

Sim, minha situação era sem dúvidas pior que a dela...

Talvez devesse ser assim, Liese. Você se envolveu com vampiros, conhece melhor do que ninguém sua natureza. Você se descuidou, devia ter sido mais cautelosa.

Sim, devia ter sido mais cautelosa, mais esperta, menos tola. Eu não gostava dessa palavra ‘devia’, ela não era nada útil em momentos de arrependimento.

Quando ficou claro que eu passara tempo demais me lamentando, quando meu rosto ficou frio e ardendo por causa das lágrimas e meu corpo começou a se agitar em calafrios vi que era a hora de levantar e cuidar um pouco de mim mesma. Por consequência dos pensamentos negativos eu não estava mais nem um pouco disposta a dormir então voltei para a cozinha e tratei de preparar algo reforçado para comer. A desolação, ao menos, me abrira o apetite.

Depois de deixar dois imensos sanduíches prontos me servi de um copo largo de suco de laranja, levando tudo para a sala e depositando em cima da mesinha de centro enquanto ligava o televisor. Eu precisava me distrair, simplesmente não conseguia ficar nesse estado. A casa vazia me perturbava muito, este era definitivamente o pior momento para ficar sem Charlie, senti falta até mesmo de suas broncas, contanto que aquilo pudesse significar que ao menos haveria alguém para falar comigo.

Quando zapear pelos canais se mostrou inútil eu me recordei de súbito que havia pegado um DVD emprestado da biblioteca e logo o encontrei sobre a bancada da cozinha, no exato lugar onde o havia deixado no sábado.

Enquanto esperava os créditos do filme passarem fiquei imaginando sobre o que ele seria, eu não conhecia esta história e esperei ao menos que fosse bem romântica. Também não poderia me esquecer de que deveria ter devolvido o empréstimo ontem, mas nesta quarta-feira eu iria visitar Charlie pela tarde e poderia me encarregar disto.

Acordei com dor nas costas, piscando ligeiramente enquanto focalizava o lugar em que estava, adormecera na sala sem desligar a televisão. Droga, se a conta de luz viesse cara eu estaria em problemas. Dei uma olhadela no relógio e passava das cinco horas da manhã, como eu fora irresponsável, nem mesmo havia ativado o despertador e correra o risco de perder mais um dia de aula.

Sentei-me e tentei me lembrar da véspera, aos poucos me recordei de que havia deixado um filme rodando, eu chegara a ver seu final? Sim, chegara. E fora trágico. Agora eu me lembrava, tinha ficado tão decepcionada com o desfecho que tornara a chorar e adormecera sem me dar conta. Eu definitivamente não sabia escolher filmes, não me atreveria a fazer isso novamente.

Passei a mão por meu rosto e senti meus olhos ainda inchados, hoje eu precisaria de maquiagem porque com certeza estaria horrível. O que eu deixara Edward fazer de mim? Era patético! Inevitavelmente me recordei de Bella e do quanto ela sofrera quando ele a deixara; chegar ao ponto de ficar catatônica! Era bem grave... E eu não queria agir igual, admirava muitas de suas atitudes, mas não essa: se entregar ao definhamento por causa de um coração partido definitivamente não era saudável.

Eu estava vivendo uma chance única que a qualquer momento poderia acabar, eu não sabia o porquê nem o que me trouxera aqui e só o que levaria comigo seriam decepções? Não, de forma alguma! Isto significava que meu coração não estivesse partido? Não, muito pelo contrário, eu me entregara verdadeiramente apenas uma vez em minha vida e fui decepcionada, aprendi do jeito mais difícil a jamais confiar em alguém. Mas mesmo com o interior em frangalhos eu iria continuar, porque nunca daria a Edward Cullen e sua família o gosto de saber que sua ‘ameaça’ havia sido interceptada.

Eu lutaria até o final.


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Notas finais do capítulo

Bem, só agora consegui arrumar as imagens dos capítulos, agora toda vez que postar um ele virá acompanhado de uma ilustração, espero que isso ajude vocês a mergulharem ainda mais na fanfic :)



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