Perdida em Crepúsculo escrita por Andy Sousa


Capítulo 36
Sadismo.


Notas iniciais do capítulo

Olá! Gente fiquei tão feliz com a quantidade de comentários que a fic recebeu nestes últimos capítulos, obrigada por continuarem acompanhando! Hoje vou postar apenas um, mas esse capítulo... Hmmmm, só lendo mesmo. Não deixem de dizer o que estão achando da história, leio todos os comentários, obrigada viu?
Boa leitura!



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/593324/chapter/36

Trailer

"Diga-me porque este mundo está uma bagunça,
Pensei que você tentasse o seu melhor,
Me diga o que eu deveria fazer,
Talvez você devesse fazer também.
Me diga o que eu deveria ver,
Você não vai parar de pregar para mim?
E eu quero saber de que se trata tudo isto,
E eu quero viver, quero dar algo em troca.
Não me diga que acabou,
Apenas começou.
Todo o fogo do mundo
Jamais traria meu coração à vida.
Eu sonho com um dia em que tudo sumirá
E o sol voltará a brilhar;
Sonho com o dia em que tudo sumirá,
Mas os sonhos são para a noite."

Don't Tell Me That It's Over - Amy Macdonald

~*~

Por volta das sete e meia a casa já estava limpa, o jantar pronto e eu de banho tomado, fiz questão de usar uma blusa de mangas longas, pois eu não queria de jeito nenhum deixar meus machucados à vista. Mais cedo enquanto terminava de varrer a cozinha eu acabara acidentalmente deixando um copo cair no chão e ele se partiu em mil pedaços, a partir daquela cena comecei a imaginar que o mesmo acontecera com meu relacionamento; em um momento tudo estava bem, perfeito e no segundo seguinte, inesperadamente a destruição caiu sobre mim. Assim como os cacos de vidro estava meu coração: despedaçado. Jamais aquele copo poderia voltar a ser como antes...

Charlie havia me falado sobre Jake ter ligado, mas não me alertara sobre os demais, durante todo o dia o telefone tocara sem parar, era óbvio que a notícia de que eu estava de volta se espalhara e meus amigos fizeram questão de entrar em contato comigo. Talvez eu estivesse sendo precipitada em chamá-los de amigos, mas é que apesar do que havia vivido era tão difícil encarar a vida sempre com receio. Eu preferia acreditar que as ligações haviam sido verdadeiras, sabia que eu era a fofoca da cidade outra vez, mas ignorei.

Amigos... Eu podia verdadeiramente afirmar ter apenas uma e ela se encontrava quilômetros longe daqui, em meu país de origem. Pensei sobre o que Rafaela poderia dizer quanto ao que acontecera comigo e de imediato soube qual seria sua reação, ela não era do tipo que sofria por homens, apesar das inúmeras paixões sabia ser sensata. Ela me diria para mandá-lo para o espaço e logo procurar outro.

Eu não discordava da parte de eliminar completamente a pessoa de minha vida, mas quanto a procurar novos relacionamentos, isto eu dispensava. Era a última coisa que poderia querer no momento: apaixonar-me de novo.

Passando ao lado profissional, eu estava com sérios problemas com a escola, como tivera de faltar dois dias seguidos ficara com uma porção de dever acumulado, por sorte recebera a oferta de ajuda e no dia seguinte pegaria vários cadernos emprestados para repor o que perdera.

O ruído de pneus triturando o asfalto se tornou pronunciado e Charlie chegou, ainda não chovia então não houve necessidade dele se apressar como era de costume, quando entrou veio logo ao meu encontro, eu estava na sala e assistia tevê.

– Oi Charlie – cumprimentei de bom humor.

– Olá – respondeu brevemente.

Eu o analisei com mais atenção, ainda sustentava aquela expressão exausta e não parecia estar à vontade.

– Está tudo bem? – Não pude evitar perguntar.

O silêncio que predominou em resposta significava que não.

– O que foi? – Perguntei séria. Ajeitei-me ao sofá de modo que ficasse de frente para ele.

Parecia ponderar e eu esperei.

– Há algo que preciso lhe contar – revelou por fim.

Sem conseguir uma forma conveniente de se comunicar ele veio até mais perto e se sentou no outro sofá, eu desliguei o aparelho de tevê, pouco me importando com qual poderia ser o final do filme a que assistia. Vendo que tinha minha completa atenção, tornou a falar.

– Já faz cerca de dois dias que venho rastreando o paradeiro dos Cullen, não é fácil achar aquela família, parece que eles simplesmente somem do mapa.

– Você os encontrou? – Minhas palavras mal tinham som, eu preferia que ele não tivesse feito nada disso, era muito mais difícil seguir em frente se só quem estivesse disposto a fazê-lo fosse eu.

Me fitou com expressão de culpa e então assentiu. Fechei meus olhos por um breve instante, depois tornei a olhar para ele respirando rapidamente. Eu estava brava.

– Porque você fez isto Charlie? – Esganicei-me. – Qual o motivo?

– Aneliese, você está machucada.

– Eu já lhe disse que c...

– Por favor, não venha novamente com esta história ridícula de que caiu, é um insulto a minha inteligência. – Cortou-me levantando-se e me olhando de cima. - Sou policial, Aneliese, acha mesmo que é a primeira vez que vejo marcas assim? Eu não sei como elas foram causadas, tenho teorias, mas não são fatos. Entretanto se tem algo de que estive certo desde o começo é de quem é o responsável, você e Edward estavam saindo juntos, namorando... Não estavam? Porque de repente ele desaparece e não a ouço falar mais dele sequer uma vez?

– Bem, nós...

– Ele a machucou. Foi ele quem fez isto a você, não foi?

Era a primeira vez que o via desse jeito, não estava somente profundamente irritado, também distante e calculista, era seu perfil de oficial da lei, eu entendi de imediato que para ele aquilo fora um crime, Charlie não via as coisas como eu, ele queria justiça. Como o faria entender que independente do que tivesse acontecido eu só queria esquecer?

Como não lhe disse nada ele suspirou profundamente.

– Imaginei que não fosse conseguir arrancar uma palavra sequer de você, mas acho que é meu dever informá-la que um inquérito foi aberto.

Não!

– Charlie, por favor, não faça isto, eu só quero esquecer, está bem? Por favor, eu não quero saber nada mais de qualquer um deles, eu não quero vê-los nunca mais!

Sua boca se fechou em uma linha fina.

– Acho que é um pouco tarde para isto.

Ergui meu olhar para observá-lo. O que ele queria dizer com aquilo? Não foi preciso que lhe perguntasse, a dúvida em minha face estava óbvia.

– Carlisle está vindo para cá e, bem, ele não está sozinho.

O ar me faltou e minhas mãos começaram a tremer, eu devia ter escutado errado. Carlisle estava vindo? Mas como? Pelo amor de Deus como Charlie sequer conseguira contatá-los? Eles eram vampiros! Eram excepcionais em se esconder, em não deixar rastros, em desaparecer! Eu sabia disto muito bem, eu vira isto acontecer em ‘Lua Nova’, então porque eles simplesmente não foram capazes de fazer o mesmo por mim?

Mas que droga!

– Eu não quero ver nenhum deles – anunciei enquanto me levantava e começava a andar rapidamente indo na direção de meu quarto. – Como você pôde fazer isto Charlie? Porque não me consultou desta vez?

– Como? Você não iria querer que nada fosse feito, não vê sua atitude? Você deixaria que saíssem impunes.

Eu me virei para ele.

– Sim, eu deixaria! Eu não ligaria contanto que eles ficassem longe, mas você os trouxe de volta para cá, de volta para minha vida. – Tem noção do quão fodida eu vou estar depois disso?

Respirei fundo procurando me acalmar.

– Como você conseguiu encontrá-los?

– Não consegui.

Franzi o cenho, mas há pouco ele dissera que sim. Eu não estava entendendo.

– Mas...

– Não fui eu quem os encontrou. Foram eles. Carlisle, na verdade. Ele me ligou hoje cedo na delegacia, queria explicar o ocorrido, sabia que eu estava atrás do filho dele.

Alice. Porque ela não guardara ao menos esta visão para si mesma? Eu sabia que mesmo compartilhando de seus pensamentos seu irmão pouco se importava então como Carlisle acabara envolvido nesta história? Fora ele quem ligara. O que eles queriam de mim, afinal?

– Ele foi bastante racional, ouviu e entendeu quando o julguei, quando disse a ele que eu queria encontrar o rapaz e que gostaria de explicações para o que ele fizera. Talvez ao menos ele tenha me entendido em seu papel como pai adotivo. Não foi contrário a idéia de que Edward tem ao menos que se explicar, aparentemente você é a única a ter tanta aversão a esta possibilidade.

Porque eu sou a única que vai sair devastada disto tudo. Ele não sentirá nada. Ele é indestrutível.

Levei as mãos ao rosto procurando conter as possíveis lágrimas, tentando ocultar minha vontade tão grande de chorar, eu pensara que já estava na pior, mas isto... Isto mudaria tudo e não de um jeito bom, eu não queria voltar a vê-lo, ainda era muito cedo, eu não tivera tempo de me recompor.

– Eu não quero vê-los, Charlie. – Falei ainda com o rosto coberto, mas minha voz já soava frágil, não havia porque eu me esconder então o olhei nos olhos esperando que ele compreendesse minha súplica. – Nenhum deles.

E então o agourento e aterrador barulho de um carro se aproximando foi se tornando mais pronunciado, ficamos os dois em silêncio e logo pude ouvir distintamente o som de portas sendo fechadas, em seguida passos pelo caminho de cimento da entrada. Cada vez mais perto, e de repente apenas quietude.

Podia sentir cada batida de meu coração em meio. Me apeguei a isto enquanto pude e enfim o som da campainha soou estridente. Charlie me deu uma última olhadela e começou a convergir para perto da porta, eu estava aos pés da escada, parada, quieta, mortificada, sentia que devia correr, eu queria correr para longe. Mas então naqueles poucos segundos restantes comecei a me perguntar o que isto significaria: eu estaria sendo covarde. Eu conhecia a dor e a tristeza que me esperavam e simplesmente não queria estar junto delas, mas o que tal atitude significaria aos olhos dos outros?

Covardia, nada mais.

Eu não era covarde. Eu era forte. Então eu fiquei.

Novamente o xerife me olhou e então de uma só vez ele abriu a porta. Olhos ocres me fitaram de imediato como se Charlie fosse transparente, como se ele sequer estivesse ali. Durou apenas um instante e então acabou. À soleira da porta estava Carlisle, muito bem vestido e com a feição sempre demonstrando bondade e ao seu lado estava ele. Tanto quanto se fosse eu a responsável por estar aqui ele parecia simplesmente me ignorar e abominar. O sentimento que um dia nos unira agora eu podia afirmar, estava extinto.

– Carlisle. Edward.

Ele devia estar muito bravo, muito revoltado, mas o xerife simplesmente conteve sua fúria e os recepcionou com a maior naturalidade e educação que seus nervos permitiam.

– Charlie, como vai?

Mãos foram estendidas e apertadas e logo os dois foram convidados para entrar, eu me mantive firme em minha posição, mas não disse uma palavra sequer de boas vindas, eu acreditava que estivesse claro que aquela altura qualquer gentileza vinda de minha parte seria puramente falsidade.

Eu ouvi vagamente Charlie sugerir que nos sentássemos na sala, eu não prestava verdadeira atenção ao que acontecia, parecia que o estupor havia tomado conta de mim, eu entrara em modo automático de defesa. Minha mente estava me deixando alheia a tudo que acontecia como se isto pudesse significar uma forma de eu não sofrer mais tarde. Eu sabia que não funcionaria.

Eles começaram a convergir para mais perto e eu me retesei, vi que apenas nossos visitantes tiveram ciência de minha reação, mas não houve sequer um comentário, eles seguiram até o outro cômodo e eu fiz o mesmo, embora deliberadamente me mantivesse longe do restante do grupo. Dois deles se sentaram em um dos sofás, eu ocupei o outro junto de Charlie.

– Como você está Aneliese? – Carlisle sondou com a voz agradável, parecia verdadeiramente interessado, ou talvez estivesse verdadeiramente fingindo.

– Bem – repliquei. Apesar de não estar disposta a falar quando o fiz juntei toda minha força para soar convincente. Eu podia estar passando por um milhão de coisas neste momento, mas eles veriam apenas a parte que eu quisesse.

– Que bom. Ouvi falar que você passou um tempo no hospital, foi bem cuidada?

– Muito bem. Doutor Munch é bastante atencioso.

– Sim, ele é. - Sua voz continha certo sentimento saudosista, parecia que ele sentia falta do antigo trabalho. Guardei minha vontade de sentir pena dele, ele não merecia, era tão monstro quanto o filho.

– Estão sentindo falta de sua ajuda por lá, Carlisle. – Charlie também não parecia disposto a ser condescendente.

– Meu pai teve suas razões para abandonar sua função, xerife.

Um calafrio perpassou minha espinha ao ouvir aquela voz, porque apesar de ainda pertencer à mesma pessoa era como se toda a alegria estivesse ausente. Ali havia somente frieza.

– Imagino que sim. E vão me dizer quais são? Foi para isto que vieram, não foi? Para se explicar. Inventar alguma justificativa sem sentido para minha filha estar machucada.

– Ela não é sua filha, você não a conhece tão bem assim.

Abri minha boca para responder, mas Charlie fez sinal para que me contivesse.

– Esta menina mora em minha casa, enquanto estiver sob meus cuidados será tratada como minha filha e não vejo no que sua opinião pode ser relevante quanto a isto. De fato posso afirmar conhecê-la bem o suficiente para saber que é uma boa pessoa, conheço-a bem o suficiente para saber que foi vítima de alguma maldade e sua presença aqui Edward é apenas para que tenha chance de tentar me convencer a não colocá-lo na prisão neste exato momento. É um favor que estou fazendo a seu pai pelos anos de ótimos serviços prestados à comunidade, por isso sugiro que siga meu conselho e se explique ao invés de perder seu tempo insultando minha família, garanto que isto não lhe levará a lugar algum.

– Vejo que Aneliese já deve ter lhe contado seu lado da história, não é? Porque estou aqui se deixou claro que sou o culpado?

– Está enganado. Ela não me disse sequer uma palavra, se recusa a incriminá-lo, apesar de ser óbvio que você não mereça sua proteção.

Não esperava ouvir isto, não tive dúvidas de que foi pego de surpresa, Edward se calou e pareceu desconcertado, mas ainda assim distante quando seus olhos outra vez recaíram sobre os meus.

– Eu não fiz por você – falei secamente.

Sua feição escureceu. Ele queria me magoar, então ele teria exatamente isto de volta.

– Charlie, talvez fosse melhor conversarmos a sós, não acha? Aneliese e Edward ainda estão muito alterados para conseguir manter um papo leve, não obteremos as respostas que precisamos se insistirmos nisso.

Um minuto se passou enquanto ponderava a resposta e então ele assentiu.

– Está bem, concordo com você, mas tem que me dar sua palavra de que seu filho não fará nenhum mal à minha enquanto estivermos ausentes.

Carlisle lançou um olhar significativo a Edward e ficou claro que pensamentos estavam sendo compartilhados, não pude evitar estremecer ao ver que a suspeita de Charlie não fora ao todo infundada.

– Claro. – Concordou o homem.

– Ótimo.

Eles se levantaram e foram para a cozinha, pude ouvir o baixo som de suas vozes, porém já não compreendia mais sequer uma palavra. Eu, entretanto, era a única de fora.

– Charlie parece disposto a me colocar atrás das grades – assinalou Edward com um risinho de deboche.

– Isto seria tolice, não seria?

– Sim, seria.

Eu não o olhava nos olhos, ao invés disso fitava o relógio em cima da lareira acompanhando o monótono movimento do ponteiro, isto me fez lembrar Jacob e seu pai, eles não viriam nos fazer uma visita? Logo compreendi que o encontro devia ter sido desmarcado às pressas e fiquei desapontada por não poder ver meu amigo, era incrível o quanto preferia poder estar falando com ele agora.

– Tenho a impressão de que pretende inventar uma versão da história em que eu seja a única culpada.

– Não preciso disto Aneliese. Sou perfeitamente capaz de me esconder, seu pai – desdenhou – jamais me encontraria se eu não quisesse.

– E, no entanto aqui está você. Qual é sua explicação para isto?

– Nenhuma. Carlisle é a razão, ele não achou certo conviver com a ‘má fama’ e acredito que seus motivos sejam genuínos, uma vez que para um médico a reputação conta muito. Mas eu não tenho nada que precise proteger, eu não tenho porque prestar contas a ninguém.

– Mas você veio.

– Sim, porque de que adiantaria tê-lo deixado vir só? É a minha cabeça que vocês querem.

– Por favor, não use o ‘nós’ com tanta propriedade, a única coisa que quero de você é que vá embora e que desta vez mantenha-se longe de mim.

– É isto o que quer?

– Claro que sim.

– Você mente muito mal, Aneliese – falou com um sorriso perverso.

Engoli em seco. Ele estava jogando comigo, sabia que ainda tinha efeito sobre mim, óbvio. Gostava de me ver constrangida e indefesa, gostava de me tratar como vítima e nada mais, ele me subestimou desde o primeiro momento em que me conheceu. Eu não precisava ficar aqui o ouvindo me subjugar.

Me levantei, mas não pude dar um passo sequer, pois ele rapidamente bloqueou minha passagem, me retraí à sua proximidade.

– Charlie em certo momento pensou em seu amigo da aldeia, aparentemente ele viria vê-la hoje, não é mesmo? Vejo que não perderá tempo em forjar laços com outra espécie de monstros, gosta tanto assim de manter a adrenalina presente em sua vida?

– Jacob ainda é humano.

Ele riu sem humor.

– Sim, assim como você, apenas humano, mas você disse uma vez que ele deixaria esta existência para trás em breve, então o que a faz pensar que continuaria a se importar com você? Sabe Aneliese, tenho a suspeita de que todas as pessoas que ama uma hora vão abandoná-la.

Ergueu a mão e a passou por meu rosto, quem visse de fora poderia pensar se tratar de um carinho, mas significava que fazia pouco de mim, tinha conhecimento do quanto eu sentia por ele e fazia piada disto. Edward sabia o quanto eu ainda precisava e ansiava por ele, e não agia somente por crueldade, também era sádico.

Eu quis conter a vontade tão grande que tinha de chorar, detestava que a humilhação causasse isto em mim, eu quis ser capaz de feri-lo fisicamente da forma que ele havia feito comigo, porque não havia outro modo de atingi-lo que não essa, afinal ele já não tinha mais um coração.

– Desgraçado – acusei com ódio.

Ele acabara comigo, sabia que não deveria tê-lo dado chance de me fazer mal outra vez, porque Edward era muito bom nisso, ele jogava esse jogo muito melhor que eu.

– Vá embora, eu não quero te ver nunca mais!

Pensei que meu tom havia sido razoavelmente baixo, mas percebi estar enganada quando Carlisle e Charlie surgiram ao portal, este último nos fitando com desconfiança.

– O que está havendo?

– Nada.

Carlisle se precipitou querendo evitar o confronto.

– Edward, o xerife e eu estávamos terminando de nos acertar, por consideração a mim e sua mãe ele concordou em encerrar a acusação, a não ser que Aneliese se oponha, como queixosa ela é a única que tem poder para levar este processo em frente.

Todos os olhares se voltaram em minha direção, rapidamente sacudi a cabeça em negativa, Charlie não pareceu ficar feliz com meu assentimento, eu sabia que ele esperava que me opusesse, mas eu não faria isto de forma alguma: queria encerrar aquele capítulo de uma vez por todas.

– Certo, então acho que estamos combinados.

– Concordou em promover minha liberdade com tanta facilidade, xerife?

– Edward, por favor, nos foi feita uma grande concessão, ao menos mostre respeito à lei.

– Só fiz uma pergunta, não é uma ofensa.

– Seu pai esqueceu-se de mencionar uma parte do acordo. Há uma condição imposta para que você fique impune – desfez Charlie.

Voltamos-nos para o médico e ele não pareceu feliz em informar o que faltara:

– A condição é que teremos de deixar Forks.

– Isto já foi feito – lembrei-lhes de má vontade.

– E nunca mais poderemos voltar – completou.

Eu não ousei olhar para ninguém, o silêncio sempre era melhor em casos assim.


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!


Notas finais do capítulo

E então, o que acharam? Gostei muito de ver que os times se manifestaram, isso aí, defendam o que é seu meninas rs
Nos próximos capítulos o Jacob vai aparecer e - spoiler - vai valer por todas as vezes em que ele ficou de fora :)
Beijinhos!



Hey! Que tal deixar um comentário na história?
Por não receberem novos comentários em suas histórias, muitos autores desanimam e param de postar. Não deixe a história "Perdida em Crepúsculo" morrer!
Para comentar e incentivar o autor, cadastre-se ou entre em sua conta.