Perdida em Crepúsculo escrita por Andy Sousa


Capítulo 30
Denali.


Notas iniciais do capítulo

Queridos, queria dizer mais uma vez o quanto amo postar essa fic e agradecer a todo mundo que comenta, sei que a gente parece chata de ficar pedindo reviews o tempo todo, mas é assim que sei o que estão achando e de onde tiro forças pra continuar muitas vezes.
Boa leitura :)



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Trailer

"Eu não gosto do jeito que ele está olhando para você.
Estou começando a pensar que você o quer também.
Estou louco? Te perdi?
Mesmo sabendo que você me ama, não posso evitar.
Estou me preparando para te encontrar,
Pode me chamar de obcecado.
Não é sua culpa se eles te rodeiam,
Sem desrespeito, é meu direito ficar possesso,
Eu ainda tenho ciúmes.
Porque você é muito sensual e linda
E todos querem provar.
Protetor ou possessivo,
Chame de passivo ou agressivo."

Jealous - Nick Jonas

~*~

– Sinto muito.

– Tudo bem.

– Liese...

– Está tudo bem Edward, de verdade. Não é culpa sua se sua irmã me odeia.

Ele dirigia sem falhas, com calma pelo terreno irregular, mas depois da arrancada inicial maneirara a velocidade, parecia que queria aproveitar o tempo que tínhamos para conversar. Eu não olhara para ele sequer uma única vez, sempre fitando a floresta como se ela fosse muito interessante; eu não queria que ele notasse o medo e a vergonha estampados em minha face.

– Rosalie não a odeia. Eu não imaginava que ela fosse agir assim, de verdade, me desculpe.

– Não há o que de se desculpar, já disse – soando mais ríspida do que queria. Em seguida respirei duas vezes, procurando me centrar. – Só não finja que está tudo normal, por favor, não ignore o fato de que ela não simpatiza comigo.

– Rosalie é complicada. Muito complicada – sua voz mal passou de um sussurro desgostoso ao final.

Puxei pela memória e recordei-me de uma cena em Midnight Sun onde Edward enfim descobre porque sua irmã tem tanta aversão à Bella. Não passava de ciúmes, vaidade e orgulho ferido. Era a isto que ele se referia quando dizia que ela era complicada e acabei por concordar.

– Estou tentando pensar que ela é uma boa pessoa – continuou. – Não quero causar tristeza a minha mãe iniciando uma briga, ela sempre é a que mais sofre com isso. Entretanto o temperamento de Rosalie está passando dos limites, está se tornando ridículo!

Eu quis dizer ‘eu a entendo’ porque eu realmente entendia, mas imaginei que isto implicaria em perdoá-la e dizer que eu não havia ficado magoada, mas seriam apenas mentiras.

– Está tudo bem – reforcei baixinho.

O clima entre nós estava pesado e me peguei pensando na diferença marcante entre a ida e a vinda, de longe eu preferia a primeira parte.

– Rosalie pensa que tem de decidir por mim o que é melhor, ela preferiria que eu seguisse o rumo que desenhou em sua mente, mas não se dá conta de que isto já se perdeu.

Me virei um pouquinho para ele.

– Do que está falando?

Suas mãos rodearam o volante com força, os nós dos dedos ficando ainda mais brancos, sua expressão estava lívida.

– Edward?

– Se lembra do comentário de Rosalie sobre ter recebido uma ligação – não foi uma pergunta, ele sabia que eu prestava excepcional atenção a esta parte. – Tanya é uma amiga da família, fazia tempos que não nos falávamos, eu nunca tinha razão para procurá-la, mas...

Mas?

Eu comecei a me sentir enjoada, eu sabia exatamente quem eram Tanya Denali e suas irmãs, o trio deslumbrante que fazia homens babarem por onde quer que passassem, ouvir seu nome na sala havia me desconcertado, mas ouvi-lo novamente agora em meio a uma conversa tão pessoal estava me deixando incrivelmente desassossegada.

Ele adiava terminar a frase, não queria falar, mas eu não podia conviver nem mais um segundo com a dúvida.

– Continue – encorajei com a maior calma que pude.

Seu queixo estava tenso – ele me escondeu algo até agora. Eu não sabia bem se queria saber de que se tratava.

Eu não queria. Mas eu precisava.

– Quando você chegou fiquei simplesmente transtornado, jamais havia sentido tantas emoções conflitantes de uma única vez e estando perdido procurei alguém de fora, uma amiga com que pudesse contar.

– Você foi até ela – conjecturei com facilidade. Ele sacudia a cabeça antes mesmo que eu findasse o que dizia.

– Não, eu não fui. Falamos-nos por telefone, ela foi gentil e me aconselhou e achei curioso, já que...

Ele se calou. Eu podia sentir meu estômago revirando, inquieto. Porque ele fazia tantas pausas?

– Ela gosta de você – articulei ainda com o tom contido. Talvez fosse assim que eu me expressasse quando estava morta de raiva, achei bem conveniente.

Não houve resposta de imediato, o silêncio se estendeu por quase um quilômetro de estrada até que alcançamos a rodovia, isto pareceu fazer Edward sair do transe.

– Ela sente algo Liese, mas não é recíproco, jamais foi. Depois daquele dia, suas ligações se tornaram menos aleatórias, ela passou a se tornar novamente uma amiga presente e como sempre se entendeu com Rose elas logo se reaproximaram, então você pode imaginar que minha irmã assumiu certo favoritismo à Tanya.

– Sim, eu imagino – eu não estava me reconhecendo, por mais que minha cabeça estivesse cheia e minha vontade fosse verbalizar um milhão de palavras, eu disse poucas.

Senti seus olhos presos em mim enquanto eu contemplava a estrada.

– Rosalie tem a mente rasa como uma piscina, ela não percebe que há um mundo diferente do que está acostumada, sua vida não foi fácil, mas sua beleza sempre a favoreceu, ela pensa que as coisas acontecem sempre sem dificuldades para todos. Ela acredita que a aparência de Tanya é o suficiente para fazer-me interessar por ela.

Eu trinquei o maxilar, minha mão se fechando em punho e respirei rapidamente.

– Ela é bonita – outra afirmação suave, mas cheia de importância.

– Imagino que sim, para quem se importa com isto.

– Você não se importa.

– Não.

– Hmmm.

Silêncio.

– Liese, você está bem?

– Claro – cortei-o.

– O que está havendo?

– Diga-me você Edward – falei num tom mortal. Meu controle estava falhando.

– Me desculpe por isto, eu não queria que você chegasse a ficar sabendo de uma história tão tola, mas verdadeiramente me sinto mais tranqüilo por lhe revelar o que a interferência dela significa.

– Me responda uma coisa – pedi como se ele não tivesse dito nada – você disse que recomeçaram a se falar quando cheguei a Forks, quando ainda não estávamos juntos.

– Sim.

– E ela ligou mais vezes... Quando foi a última vez que vocês se falaram?

Sua boca se apertou em uma linha fina.

– Recebi um telefonema dela no domingo – revelou sem vontade.

Domingo... No mesmo domingo que eu ficara sabendo sobre Bella e Alex e na segunda-feira seguinte ele me recriminara por causa dele.

Sim, tivera razão em fazê-lo.

Não, ele não devia ter omitido.

Meu sangue pulsava alto em meus ouvidos. Estávamos subindo a rua de minha casa e me perguntei como havíamos chegado ali tão depressa. De fato ele continuava dirigindo com calma, acontece que os períodos de silêncio entre nós causaram grande diferença no tempo. Ninguém mais disse nada até que o carro parou frente à pequena casa de pintura descascada.

– Por favor, agradeça a seus pais por mim. Especialmente a sua mãe pelo delicioso café da manhã – pedi inflexivelmente.

– Liese, por favor, vai sair sem mais nem menos?

– Não estou saindo sem mais nem menos, eu vim o percurso todo ao seu lado, não vim? Não é como se simplesmente tivesse fugido – o que eu com certeza teria feito se pudesse.

– Mas você está brava.

– Não estou brava – rebati.

Houve uma pequena mudança na atmosfera, Edward voltou seu corpo em minha direção e manteve o olhar queimando sobre minha silhueta, de má vontade eu acabei retribuindo seu gesto. Um pequeno sorriso dançava em seus lábios.

– Por acaso está com ciúmes?

– O que? – Estalei chocada. – Mas é claro que não, não seja ridículo.

Fui surpreendida por seu riso despreocupado.

– Não posso acreditar! Você é ciumenta.

– Eu não sou ciumenta. Se você quer ser amigo de belas mulheres e manter conversas por telefone com elas, bem este é um direito seu. Eu não me importo nenhum pouco – minha voz não convencia nem a mim mesma. Mas que droga, eu estava morta de ciúmes!

Ele gargalhou com gosto lançando a cabeça para trás, isso me irritou ainda mais, eu me sentia muito idiota estando nesta posição, eu jamais fora assim, a vivência com Edward me ensinava cada vez mais sobre meu caráter.

Um barulho inesperado no teto do carro chamou nossa atenção e com um gemido constatei que era a chuva, ela havia dado uma trégua durante toda a manhã, tinha de voltar justo agora?

– Que ótimo, vou me molhar até a alma – resmunguei para a torrente que se formou tão rapidamente que parecia mentira.

– Claro que não vai se molhar, pois eu posso muito bem levá-la para dentro.

– Não precisa.

O humor não havia abandonado sua voz.

– Liese, seja boazinha.

– Eu sou! Eu sou boazinha, boazinha demais! - E por conseqüência, trouxa.

Pelo amor de Deus Aneliese, como você não pôde se dar conta de que há uma vampira promíscua dando em cima do homem que você ama? E porque ninguém me contou nada? Eu teria uma conversa séria com Alice quando nos víssemos outra vez.

– Aneliese, olhe para mim.

Eu não me movi, tinha virado meu corpo para encarar a casa desanimadamente pela janela do carona e em conseqüência tinha dado as costas para Edward.

– Está bem. Pode não se virar, mas vai ter de me escutar. – Ao ouvir isto elevei imediatamente minha mão para a maçaneta, mas adivinhando o que eu faria ele se precipitou para travá-la. – Não a deixarei de forma alguma partir assim, não quando tudo estava indo tão bem entre nós. Por favor, apenas me escute. Eu não sinto nada por Tanya. Jamais senti. Ela nunca me atraiu. O problema é que ela tem certa dificuldade em aceitar isto, porém este é um problema que não me diz respeito, o que me diz respeito está aqui à minha frente.

Colocou a mão em meu ombro e eu desvencilhei de seu toque. Pude ouvir quando ele riu baixinho.

– Não parece estar arrependido – arrematei num tom ácido.

– Não estou arrependido.

Eu cruzei os braços sobre o peito e fiz uma carranca.

– Eu seria o primeiro a lhe pedir perdão se alguma vez tivesse sequer cogitado lhe trair, mas isto não aconteceu. Não acredita em mim?

Minha falta de resposta deve ter sido o bastante.

– Eu pensei que você estivesse aborrecida por outro motivo, pensei que fosse me odiar o restante de sua vida pelo que Rosalie lhe fez, mas saber que tudo não passa de ciúmes é... Reconfortante. Meu amor, por favor, me ouça: não há motivo para você se sentir assim, não há outra mulher para mim, eu tento lhe provar isto todos os dias. Pensei que tivesse comprovado ao menos um pouco hoje.

O peso quase inexistente da jóia em meu pescoço pareceu de repente triplicar. Sim, Edward havia me emocionado e surpreendido e eu não tinha dúvidas de seu amor por mim, mas era simplesmente ruim ter que competir com alguém, ainda mais uma mulher linda e eterna como ele era. Neste quesito eu perdia ridiculamente, eu era apenas uma humana que não duraria mais que alguns anos.

– Eu não estou brava, eu só... Você não entende Edward? Como posso competir com alguém tão semelhante a você? Talvez sua irmã esteja certa, talvez devesse ficar com ela, seria melhor até para sua família. Mais fácil. Eles já devem amá-la, é um passo a menos – confessei para o vidro frio e embaçado.

– Aneliese, olhe para mim!

Não foi um pedido, foi uma ordem. Eu obedeci.

– Nunca mais diga algo assim. Você entendeu? Não há competição, nunca houve, sempre houve apenas você. Recorri à Denali em um momento de dúvida e foi por sua causa. Você foi o começo de minha vida e você estará lá no fim, se o amor de minha família é verdadeiro eles compreenderão mais cedo ou mais tarde, de qualquer forma não há como qualquer um deles conseguir mudar minha mente. Nenhum deles! Nem mesmo Rosalie com sua insensibilidade... Eu quero você. Quero você agora e vou querer sempre; sempre ao meu lado. É isto o que diz o pingente, não é? É algo praticamente insignificante com exceção dos dizeres que são reais. Você é minha e como conseqüência eu sou seu, eu sempre fui de qualquer maneira – deu de ombros. – Não é muito, mas é o que posso lhe oferecer por enquanto. Poderia oferecer muito mais se você não fosse tão pertinaz – completou sorrindo.

Eu brincava com uma mecha de cabelo procurando me distrair, tudo o que ouvi teve o efeito certo sobre mim. Eu pude deixar de lado o ciúme, mas não a insegurança e desconfiei de que esta não me deixaria tão logo.

– Você está certo, me perdoe.

– Será que agora vai me deixar levá-la para casa? Eu realmente acho que você deva comer alguma coisa – pediu num sorriso bondoso.

Sem fazer objeções deixei que me conduzisse até a residência, paramos no hall de entrada.

– Edward, me diga uma coisa – solicitei com olhar prudente. – Porque a mim?

Ele colocou um pouco de meu cabelo atrás da orelha e afagou minha bochecha.

– Eu não saberia responder a isto da maneira que você espera, mas se quiser ouvir uma declaração simplória: eu simplesmente me perdi em tudo que envolve você. Eu jamais vi olhos tão profundos, tão verdadeiros ou um rosto mais forte e decidido. Você é linda e também inteligente, esforçada e geniosa! Meu Deus como é geniosa. Eu amo cada uma destas coisas em você e a maneira como parece encontrar algo bom em mim me fez ter esperanças de deixar de ser um monstro. Eu a amo também pelo que sou quando estou com você, eu já lhe agradeci por ter escolhido a pequena e chuvosa cidade de Forks para uma visita? Se você não tivesse vindo meus dias ainda seriam apenas cinzas e pó. Então, obrigado.

Eu não havia escolhido, talvez inconscientemente, mas minha estadia aqui era apenas um acaso. Eu não revelei esta parte.

– Só para que saiba... Isto não é insignificante – falei tocando de leve meu presente. – E eu vou sempre me lembrar o que ele representa.

– É apenas o que peço.

Ele me abraçou com carinho, seu hálito soprando frio no topo de minha cabeça.


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Notas finais do capítulo

Gente, esse clima de romance e ciúmes entre eles, coisa de começo de namoro tá uma delícia, né? Mas bem, nos próximos capítulos o Jacob reaparece então... Cof, cof, não direi mais nada. Volto assim que puder, beijos!