Perdida em Crepúsculo escrita por Andy Sousa


Capítulo 25
Irresistível.


Notas iniciais do capítulo

Esse capítulo ofereço pra Pâmela que eu sei que ama Avril Lavigne e que me ajuda a superar minha timidez pra escrever. Ofereço também pra você que continua acompanhando a história, esse é um capítulo especial pra mim e espero que também seja pra você!
Boa leitura!



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Trailer

"Quero trancá-lo em meu armário,
Onde não há ninguém por perto.
Quero pôr sua mão em meu bolso,
Porque você tem permissão.
Quero te puxar no canto e te beijar silenciosamente.
Quero ficar desse jeito para sempre.
Você me faz sentir tão quente,
Me faz querer me deixar levar,
Mal consigo parar, nem respirar.
Você me faz querer gritar,
Você é tão bom pra mim, querido.
Beije-me gentilmente e eu sempre saberei.
Me abrace, me ame,
Nunca vá embora."

Hot - Avril Lavigne

~*~

– Você me assustou.

Ele fingiu que nada aconteceu.

– Há algo que queira me contar?

– Depende do que você quer saber – me esquivei.

Seu semblante não demonstrava mais alegria, estava frio e calculista da maneira que eu detestava.

– Aneliese.

– Está bem, você já ouviu toda a história, Charlie convidou um amigo e seu filho para vir aqui hoje, eu conheci o garoto na praia e ele é bem legal – procurei atenuar as coisas.

– O conheceu em La Push? No território dos lobisomens?

Me surpreendi pela forma direta com que ele tratou o assunto, mas ao pensar melhor me lembrei que Edward sabia muito bem que eu conhecia os segredos de Forks.

– Sim, no território dos lobisomens, mas ele não é um deles.

– Como pode ter certeza?

– Tenho certeza absoluta. Confie em mim.

– Confiança é algo que se conquista, Aneliese.

– Está me chamando assim porque está aborrecido comigo não é? Por favor, não faça isso, eu não fiz nada de errado.

Ele me fitou por um longo momento e então expirou parecendo relaxar um pouco.

– Não estou reprimindo-a. Não vê? Estou tentando lhe manter segura, estou preocupado com você.

– Mas Edward...

Eu pensei em dialogar, contudo algo em seus olhos me fez me calar, ele falava a sério, eu sabia o quanto aquela história de lobos o inquietava e me senti muito mal por mais uma vez lhe trazer problemas.

Me aproximei dele e desta vez fui eu quem passou a mão por seu rosto, fiz isto com cuidado para não acabar por afastá-lo, a sensação era boa, eu sempre quis poder tocar sua face, isto me emocionou um pouco.

– Por favor, não se preocupe comigo. Não há perigo nisto Edward, você tem que confiar em mim. Jacob não representa ameaça alguma.

Ele ficou quieto, parecia pensar em algo.

– Você diz isto com tanta segurança. Sabe realmente algo sobre Forks – não foi uma pergunta.

– Sei muitas coisas sobre Forks – o corrigi. – Em geral tudo sai como esperado, mas... Bem, algumas surpresas acontecem – reconheci mais para mim mesma do que para ele.

– O que sabe sobre os lobos?

– Bastante – dei de ombros.

– Diz que este garoto que virá aqui hoje não é um deles. Como pode saber?

– Por que... – Prendi os lábios. Toda a complicação girava em torno de eu não poder dizer a ele nem a ninguém de onde viera e como sabia tantas coisas sobre esta cidade, porque isto me faria parecer insana. Todavia não vi nada errado em lhe revelar esta parte da história e de fato era bom começar a dizer a verdade enfim, me proporcionaria certo alívio. – Porque Jacob só vai se tornar lobisomem depois, ele ainda não é um deles – revelei numa torrente.

Edward pareceu espantado com o que ouviu, pensei que isto fosse servir para acalmá-lo, mas foi o oposto.

– Você me disse que não havia perigo.

Eu pisquei atônita.

– E não há. Não entendeu o que eu disse? Jacob ainda é apenas humano.

– E você quer começar uma amizade com ele e acabar presente quando se transformar?

– O quê? Não Edward, isto não vai acontecer.

– Não pode estar certa quanto a isto. Você mesma afirmou que é pega de surpresa e pelo que vejo se trata de algo corriqueiro.

Abri minha boca para falar, mas não pude formular uma frase. Ele era extremamente perspicaz, não deixara passar uma só palavra do que eu disse e colocara tudo a seu favor, fiquei nervosa ao me dar conta de que ele estava ganhando a discussão; se isto acontecesse eu teria de me submeter à sua vontade e talvez jamais pudesse voltar a ver Jacob ou ir a La Push e eu não estava disposta a abrir mão dessa experiência.

– Edward...

– Não gaste seu tempo tentando me persuadir a apoiá-la, desta vez a resposta é não.

Eu sabia.

– Edward, você não está sendo racional.

– Está enganada. Sou o único racional entre nós dois, eu esperava mais de você Aneliese, me disse que podia confiar em você, mas me deixa por fora de decisões importantes. Isto demonstra grande falha em seu julgamento.

– Não pode falar assim, eu lhe contei apenas uma fração do que sei, você é quem está falhando, pensa que pode me julgar, mas está enganado. Eu sei que é seguro, não tenho dúvidas disso. Você está novamente exagerando ao ser super protetor.

– Não vai ficar perto de La Push ou de qualquer coisa relacionada aquele lugar.

Falou calmamente, com um tom mortal. Eu me encolhi em face de sua resolução.

– Você não...

– Vou lhe manter longe de lá de um jeito ou de outro, pode seguir o caminho mais fácil ou optar pelo difícil – me cortou novamente.

– O que quer dizer com isto?

– Simples: você pode se afastar por vontade própria ou não – explicou ainda com uma tranqüilidade perturbadora.

– Não parece estar blefando. Você seria capaz de me obrigar? – Questionei em um fio de voz.

Ele me olhou diretamente nos olhos ao responder:

– Sabe tanto sobre todos nós, me diga você.

Arfei em choque. Não podia acreditar que ele fosse assim, Edward tinha de estar brincando.

– N-Não acho que possa fazê-lo – menti. – Você não pode.

– Acho que sabe bem que posso. Sou mais forte que você, mais rápido e acredito que se tratando de sua segurança não terei problemas em convencer Alice a me ajudar.

Ele estava jogando sujo, eu estava perdida, se ele usasse Alice não haveria jeito sequer de eu fugir, eles monitorariam cada passo que eu desse, eu me lembrava bem do que havia acontecido com Bella.

Mas Edward não era o único capaz de dar golpes baixos.

– Não me referia ao fato de você não ter capacidade para tal e sim que você não o faria.

– Por quê?

– Porque estou lhe pedindo.

Ele se aprumou de imediato, me fitou como se eu o estivesse torturando, eu acertara o ponto certo.

– Liese...

– Não. É minha vez de ser inflexível. Sei que você tem suas razões e acredita nelas, porém eu discordo e vou fazer o que eu acho correto.

– Quer tanto assim ficar amiga de um lobo?

Virei um pouco minha cabeça para o lado em consternação.

– Não. Não é isso. O que não quero é ter que fazer algo contra minha vontade, contra minha concepção. – Aquilo era verdade, eu não aceitaria que Edward fizesse escolhas por mim, que de certa forma mandasse em mim, era ridículo, não era saudável em uma relação.

Ele então suspirou e fechou os olhos.

– Está bem. Faça o que achar melhor.

– Mas não é assim que eu queria terminar esta conversa, não quero que se afaste de mim por causa de uma besteira.

Abriu os olhos e fitou a floresta através da janela.

– E não vou. Será justamente o contrário. Deixarei que siga suas preferências, mas estarei presente a cada minuto, a cada instante em especial que eu considerar que pode estar em perigo.

Segui seu olhar, compreendendo logo a que ele se referia.

– Vai me vigiar – verbalizei o obvio.

Quando se virou para mim sua expressão estava impassível, parecia que não haveria forma de discutir quanto a isto e depois de refletir um pouco considerei um bom acordo.

– Ótimo. Mas vou logo lhe avisando que morrerá de tédio antes do que imagina, parece ser uma tarefa incrivelmente fatigante.

– Nada a que eu não esteja acostumado – falou com um dar de ombros.

Sim, era verdade. Eu sabia que Edward era mais presente em minha vida do que eu pensava, somente procurava não pensar nisto.

– Vou começar a pensar seriamente em manter fechadas todas as cortinas da casa.

– Se minha presença a aborrece tanto assim posso esquecer tudo isso e me manter bem longe.

Sabia que ele falava da boca para fora, ainda assim não gostei nada da idéia. Eu acabara me afastando dele, de braços cruzados tentei parecer convincente durante a briga, mas agora ela já acabara e tornei a me aproximar. Edward me abraçou quando o alcancei e estremeci em seus braços.

– Toda essa protelação para não ir botar roupas quentes. – Soltou um muxoxo. – Quem vai acabar desistindo de nosso passeio sou eu.

Ri brevemente.

– Me desculpe, não foi por mal. – Suspirei. – Detesto discutir com você.

Agarrada a seu peito pude sentir quando ele balançou a cabeça em concordância.

– Penso o mesmo. Não seria muito mais fácil se você cedesse?

Comecei a cantarolar de brincadeira fingindo não ter ouvido o que ele disse. Edward estremeceu um pouco ao rir baixinho.

– Você é impossível.

– Sim, sou. Mas não para você, meu amor.

– E somente para mim?

Franzi o cenho e me afastei para observá-lo.

– Sim, claro que sim. Por quê? Está com ciúmes de Jacob? – Não seria novidade.

– Não. Confio em você. Mas caso esteja cogitando algo que não deva...

Ele agarrou minha cintura e segurando meu rosto firme junto ao seu me beijou, começou devagar como sempre, mas logo se tornou urgente. Como desta vez minhas mãos estavam livres foi muito difícil me conter, verdadeiramente impossível, beijar Edward deveria estar entre as sete maravilhas do mundo, jamais havia experimentado algo melhor que isto. Deslizei as mãos de seu peito até seus braços, sentindo a firmeza, os músculos definidos. Eu queria que ele me apertasse mais, que não tivesse tanto cuidado, entretanto sabia que não iria acontecer, mas eu ainda podia sair um pouco da linha e abracei seu pescoço, emaranhando os dedos em seu cabelo e gemi baixinho, ele era demais para mim, demais para que eu pudesse me conter.

Seu toque se tornou rígido em minha pele, mas ignorei.

– Liese... – Sussurrou meu nome em tom de aviso numa curta pausa.

Eu me impelia para ele, sem pensar em nada e abruptamente ele parou de me beijar, afastando seu rosto do meu, mas me segurando firme ainda pela cintura, chegou a doer um pouco, mas eu não disse nada. Edward estava de olhos fechados, o maxilar trincado mostrava grande concentração. Eu respirava com certa dificuldade e me senti mal por meu exagero.

– Desculpe – murmurei.

– Tem que tomar mais cuidado, meu controle não é absoluto como pensa.

– Sei disso.

Ele então me fitou.

– Não é culpa sua, eu gostaria... De verdade, queria poder lhe dar o que quer, mas é imensamente difícil.

Sacudi a cabeça.

– É culpa minha, Edward, sei de seus limites, não devia tê-los ultrapassado. Por favor, não se sinta mal por minha causa. Mas entenda somente que é incrivelmente difícil resistir.

Ele sorriu gentilmente.

– Para mim também meu amor. Para mim também.

E comedidamente me abraçou. Eu respirava devagar, procurando não exceder novamente nosso contato, Edward passava a mão por meu cabelo, do alto da cabeça até as costas e isso me dava arrepios. Subitamente levou a outra mão até meu queixo e o ergueu, me fazendo olhá-lo nos olhos.

– Seja boazinha – murmurou com o mínimo movimento dos lábios.

E tornou a me beijar.

Com toda a cautela que sempre dispensava seu toque foi demasiado lento, mas isto se possível me alucinou ainda mais, me fez querer implorar que jamais parasse. Outra vez não pude me refrear, mesmo querendo muito me comportar, entretanto quando sequer ousei mover minhas mãos ele as segurou, prendendo-as às minhas costas, impossibilitando que me soltasse.

Eu arfei baixinho.

– Shhh. Se não ficar quieta vou embora – falou em meus lábios.

Engoli em seco, surpreendida por seu jeito dominador. Não conhecia esse seu lado e não quis que ele se detivesse, mas estava impossível raciocinar com clareza. Com a mão livre acariciava meu rosto e minha nuca, tornando a me beijar de forma devota. Sentia minhas pernas fracas, meu corpo todo respondia a ele, eu nunca havia me sentido assim por um garoto antes, Edward me tinha em suas mãos, naquele momento sabia que ele podia me pedir qualquer coisa que eu concordaria.

Meu pensamento foi invadido pelo que eu gostaria de fazer se pudesse, eu quis ser forte o suficiente para me soltar, para empurrá-lo contra a parede e deixar que me beijasse da forma que quisesse. Eu estava perdendo a razão. Ele tinha esse efeito sobre mim...

Quando minhas mãos começaram a doer ele aumentou a intensidade, me puxando contra si, nossas línguas dançavam num ritmo frenético, nossas respirações descompassadas. Aproveitei de um só segundo de descuido dele e me livrei de seu aperto, imediatamente tornando a me lançar ao redor de seu pescoço e me grudando a sua forma pétrea, ele fez menção de se afastar e estreitei ainda mais meus braços, sem querer deixar que o fizesse.

Edward respondeu à minha investida de forma brusca, me erguendo do chão num só movimento e me apoiando contra a bancada da cozinha, sentada de frente para ele. Segurei seu rosto com as duas mãos, beijando-o com necessidade, eu sabia que estava sendo imprudente, mas pouco me importei, o desejo que sentia por ele parecia impossível de cessar, eu não ligava mais para nada.

Mas Edward ainda conseguia ser ajuizado e visivelmente querendo poupar minha vida ele teve que se afastar, o fez rapidamente, me deixando sozinha, respirando aos arquejos, as mãos caídas ao lado do corpo. Ele estava encostado à mesa, de costas, cerca de um metro e meio longe de mim, suas mãos estavam fechadas em punhos e ele não se movia.

Ficamos assim por um tempo, até que ele finalmente falou:

– É melhor você subir para se aprontar, está ficando tarde.

– Mas...

– Vá Aneliese. Faça isto agora. Eu não estarei aqui quando voltar.

Depois que a exaltação foi passando tornei a me sentir estúpida, porque eu não podia me segurar? Isto o afastava de mim, eu sabia. E o causava dor, Edward sentia uma dor excruciante pela sede de meu sangue, eu o estava machucando. Não soube o que dizer e não quis piorar as coisas, então desci da bancada e passei por ele em silêncio, subindo para meu quarto sem olhar para trás.


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Notas finais do capítulo

Gente, por hoje são estes, mas antes que me joguem pedras e eu tenha que me esconder atrás do sofá eu lhes dou uma boa notícia: agora tenho internet e poderei postar sempre! Então, teremos posts com mais frequência, assim que escrever mais um capítulo eu atualizo a fanfic. Beijos, fiquem com Deus!



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