Perdida em Crepúsculo escrita por Andy Sousa


Capítulo 18
Uma decisão difícil.


Notas iniciais do capítulo

Boa leitura!



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Trailer

"Costumava querer viver como se fosse somente eu,
Mas agora passo meu tempo pensando em uma maneira
De tirar você da minha mente.
Costumava ser tão rude,
Nunca me envolvendo o suficiente,
E então você chamou minha atenção
Dando-me a sensação de ter sido atingido por um raio.
Costumava viver com pressa,
Não queria sossegar,
Mas agora acordo todos os dias
Procurando por um jeito de poder ver seu rosto.
Eu tenho uma foto sua,
Mas, querido, eu preciso de mais que isso.
Tudo o que eu quero,
Tudo o que eu quero ser é alguém pra você."

Somebody To You – The Vamps feat. Demi Lovato

~*~

Nunca algo bom vinha intacto. Após os momentos divertidos que tivera eu fui obrigada a lidar com o mau humor de Mike por todo o caminho de volta, ele não se cansara de se queixar do passeio dizendo que não havia sido tão bom quanto esperava e que no final tudo se resumia a tempo perdido. Eu o pegara olhando várias vezes para Jacob e para mim e concluí que por alguma infelicidade do destino ele ainda esperava ter chance comigo. Fiz questão de ficar perfeitamente calada, olhando para fora e mentalizando que devia estar vendo coisas demais, eu não quis desrespeitá-lo quando era ele quem me trazia para casa.

Somente quando me vi no hall de entrada de Charlie é que pude soltar pesadamente o ar e relaxar os ombros. Eu ainda estava sozinha e a noite quieta lançava grande contraste ao dia animado que passara, isto acabou por me desanimar um pouco, eu me vi querendo voltar a La Push o quanto antes, mas pensei se tratar apenas da emoção do momento.

Subi para o quarto e logo que o adentrei joguei minha bolsa a um canto e comecei a me preparar querendo imediatamente me banhar, mas o brilho fraco da tela de meu celular captou minha atenção e eu parei o que estava fazendo para ir checá-lo. Havia uma mensagem de Bella que havia sido recebida há cerca de uma hora.

“Oi Liese, estou muito envergonhada por minha atitude aquele dia, eu não devia ter te deixado sem explicações, me desculpe. Mas entenda que o que lhe contei é verdade e que não fiz por mal, simplesmente aconteceu. Bem, quer dizer... Não, não foi por acaso. Eu tive grande parte nisso; gostei de Alex desde o primeiro momento que o vi, mas não quis admitir para mim mesma, pois sentia que era algo errado. Porém depois me toquei de que você havia me dito várias vezes que já não gostava mais dele e então foi praticamente impossível refrear meus sentimentos. De verdade, me perdoe! A última coisa que eu queria era te magoar. E me sinto ainda pior porque sei que você foi honesta comigo desde o início e que jamais estaria em meu lugar. Espero que possamos ser amigas sempre. Um beijo, Bella.”

Não reli o texto, mas não foi necessário, pois cada palavra ficou presa em minha mente. Eu me sentia uma pessoa horrível! Já havia me esquecido do que acontecera com Bella e acabei dando o assunto por encerrado, mas suas palavras me indicavam que ele ainda não estava resolvido. Eu fora muito precipitada em julgá-la, ainda não tivera coragem de lhe contar que também cometera meus erros e estava longe de ser perfeita. E agora eu simplesmente não tinha cabeça para elaborar um bom pedido de desculpas. O remorso caiu sobre meus ombros como um peso de mil quilos.

A campainha tocou inesperadamente e me fez pular em sobressalto. Desci a passos rápidos, distraída pensando que talvez pudesse ser Charlie dizendo que havia esquecido suas chaves e abri a porta com a menor atenção possível.

Um segundo se passou enquanto eu assimilava que Edward Cullen se encontrava outra vez à minha frente, ele sempre me surpreendia. Pensei em um milhão de coisas para lhe dizer, mas me recordei de segunda-feira e de como ele estivera determinado em me ignorar e isto abalou um pouco a emoção que eu senti ao olhá-lo.

– O que você quer?

Seu rosto estava fechado em uma carranca e ele não se abalou com minha pouca educação, justamente por isso me mantive firme, se ele viera até aqui somente para me aborrecer eu trataria de mandá-lo logo embora.

– O xerife não está, não é?

– Acredito que sabe perfeitamente que não.

– Ótimo. Convida-me para entrar?

Eu quis dizer um sonoro ‘não’, mas queria saber a que ele viera, afinal.

– Cinco minutos. E se Charlie chegar você vai ter que dar um jeito de sair sem ser visto, estou cansada de ficar de castigo.

Assentiu minimamente e entrou sem cerimônia, a elegância que ele tinha ao andar e ao se manifestar me invejava. Edward parecia à vontade como se aquela fosse sua casa ou como se já tivesse estado aqui várias vezes antes, eu teria de me decidir sobre isso. Mal esperou que eu fechasse a porta e já começou a falar.

– Está um tanto bronzeada. Dia animado? – Sua voz era ácida.

Eu não quis lhe provocar sem motivos, respondi com franqueza:

– Sim, foi bem divertido. E o seu?

– Monótono – deu de ombros.

– Hmmm.

– Charlie não se importa que vá a reserva – não foi uma pergunta. Eu não fiquei surpresa de ver que ele sabia exatamente onde eu estivera.

– Não, ele não se importa.

– Ele pensa que lá é seguro.

– Mas é seguro – eu o contradisse.

Edward expirou contidamente.

– Há certas coisas Aneliese que não deixam de existir somente porque você não as vê.

Eu analisei rapidamente suas palavras, ele se referia aos lobos? Sim, devia ser isto. Quantos eles seriam agora? Eu sabia ao menos que Jacob ainda não era um deles...

– Edward – comecei procurando não me exaltar – não pense que sou assim tão alheia as coisas como você faz parecer. O tanto que sei sobre Forks... Bem, você ficaria surpreso.

Seus olhos se semicerraram.

– Fico feliz que diga isso, significa que posso falar abertamente com você. – Ele que até agora se mantivera razoavelmente longe se aproximou e me olhou de cima. – Aquele lugar é perigoso. Os animais que vivem lá, quando nessa forma, não têm as mesmas reações dos humanos. São extremamente voláteis! – Grunhiu a última palavra, o olhar fixo em mim.

Eu cruzei os braços tentando parecer intimidadora como ele fazia.

– Acho que isto é algo que tenho que decidir sozinha – respondi seca.

Seu maxilar trincou deixando visível seu descontentamento. Levou algum tempo para poder falar sem que a raiva o dominasse.

– Este seu jeito de pensar é extremamente egoísta.

Eu hesitei um pouco, não queria dar o braço a torcer, mas sabia que em parte Edward tinha razão, às vezes eu tinha esse costume de pensar invariavelmente somente em mim.

– Charlie sabe lidar com as coisas.

– Não é somente a ele que me refiro. É tão indiferente assim? Não pensa que... – Suspirou. – Se fosse minha, Aneliese eu garantiria que estivesse segura a cada passo que desse.

Pisquei perdida. Se eu fosse dele? Edward dissera mesmo isso?

Eu tentei encontrar algo inteligente para lhe dizer, mas não obtive sucesso, fiquei apenas quieta, congelada no lugar como se aqueles seus olhos dourados fossem a única coisa que eu conseguia ver, como se ele me mantivesse ali, presa.

– Tem que se cuidar melhor. Tem que fazer isto – devia ser uma ordem, mas soou mais como uma súplica. Havia urgência naquela frase, urgência para que eu lhe livrasse de algum tipo de agonia. Ou eu estaria imaginando demais?

Não conseguia pensar em nada além do que ele acabara de me dizer. Se eu fosse dele. Não parecia algo tão revolucionário, porque ao pensar melhor descobri que eu já o era. Meus pensamentos, minhas ilusões e provavelmente também meu coração já pertenciam a Edward, nestes três havia somente ele há muito tempo. Como eu fora tola de não notar antes! Mas e se ele fosse meu? Mas ele não pode ser Aneliese, o que você vai dizer a Bella?

Bella. Ela merecia mais comprometimento de minha parte.

– Parece sempre ter um milhão de coisas a considerar. – Edward percebeu que meu silêncio tinha significado. Mesmo sendo imune ao seu dom ele me lia com uma facilidade incrível, chegava a me desconcertar. – Porque ao menos uma vez não toma uma decisão por impulso? Porque não segue seus instintos? O que você quer fazer agora?

Eu o fitei ainda quieta, porque ele estava falando essas coisas para mim?

Fechou os olhos por um segundo e ao abri-los eu vi decisão neles, e vi uma excitação que jamais estivera presente.

– Eu sei o que quero, Aneliese. Acredito que tardamente venho lhe dizer isto: eu sei exatamente o que eu quero agora. Foi... Foi deveras árduo aceitar que tenho sentimentos por você, porque eu me convenci de que isto era algo ruim. Eu ainda acredito que seja errado, mas pela primeira vez não me importo, apesar de todo o meu egoísmo implícito. Viver como eu vivo... Você não entenderia. Eu tenho um passado obscuro, por vezes ainda penso como um assassino, você acredita nisto? Então de repente descobrir que tudo o que fui até agora foi modificado, constatar que posso deixar de ser o homem que sou e me tornar alguém melhor é uma possibilidade muito tentadora.

Ele parou de falar e chegou ainda mais perto, ergueu a mão devagar e a levou até meu cabelo, fazendo-me um carinho e colocando uma mecha solta atrás de minha orelha. Seu toque era frio, mas deixou um rastro quente como fogo por onde passou. Eu tentava me lembrar de como se respirava.

– O que eu estou querendo lhe dizer – continuou, colocando as mãos dos dois lados de meu rosto e me fazendo olhar fixo no seu – é que estou cansado de carregar este fardo; estou cansado de sempre analisar as coisas repetidas vezes procurando por algo negativo. Depois que te conheci encontrei um lado meu que esteve adormecido por um século. Você fez isso Aneliese, mudou todo o meu mundo. E eu estou irrevogavelmente apaixonado por você.

– Vo-você está...?

Ele riu de meu jeito embaralhado e soltou meu rosto para que fosse mais fácil eu falar. Entretanto desceu suas mãos até as minhas e as segurou entre as suas, trazendo-as até seus lábios e encostando-as a eles num beijo suave.

– Sim, estou.

– Oh.

Edward estava apaixonado por mim? Eu ouvira bem? Será que estaria sonhando? Podia parecer exagero de minha parte, mas não havia como aquilo ser verdade, havia? Eu... Eu não sabia o que dizer, estava em choque. Porém aquela parecia ser a melhor sensação do mundo! Meu Deus, Edward gostava de mim. Ele gostava de mim! Quanto tempo eu sonhei ouvir isto, era incrivelmente difícil de assimilar.

– Mas isto... Quero dizer, você... E-Eu... – Gaguejei.

Ele tornou a rir, parecia alegre, toda a rudeza havia sumido, sua expressão estava mais amena do que eu jamais vira.

– Edward você tem certeza? Tem certeza disto? Eu não posso acreditar...

Tapei minha boca com uma das mãos e fechei os olhos querendo conter a emoção, mas foi inútil, o choro me tomou mesmo assim, não me admirava que isto acontecesse. Eu estava vivendo um dos maiores sonhos de minha vida, algo que jamais pensara poder ser real, como não iria me emocionar?

– Porque está chorando? – Ele soou preocupado.

Eu sacudi minha cabeça tentando dizer que não era nada.

– Não há motivo – afirmei. – Eu estou bem, eu só... Eu nunca pensei...

Vagarosamente ele desceu uma das mãos até minha cintura e me puxou para si, com a outra voltou a segurar meu rosto, levantando-o até quase ficar a altura do seu, eu o olhei por entre as lágrimas, ele estava muito perto. O cheiro de sua respiração inundava meus pulmões, podia sentir em minha pele seu hálito frio. Aos poucos fui me acalmando.

Edward estava imóvel, de repente notei que parou de respirar e em seguida fechou os olhos, o semblante lívido. Eu me esquecera da dificuldade que ele tinha em ficar perto de mim, sua proximidade acabara por me confundir, mas estava claro que para ele aquilo ainda era um desafio. Eu esperava que ele se afastasse, havia certa tensão entre nós. Estava sendo uma noite tão diferente.

Meu coração começou a ficar acelerado. No mesmo momento Edward abriu os olhos e eu notei que meu descontrole o afetava diretamente, me senti mal por tornar as coisas mais difíceis. No fundo de seus olhos a excitação ficou mais visível, suas irias douradas brilhavam com desejo. Mas qual era a razão daquilo? A vontade que ele sentia era por mim ou pelo meu sangue?

Muito vagarosamente deslocou sua mão direita de minha face para meus cabelos, entrelaçando seus dedos entre eles e foi se aproximando cada vez mais, minha respiração era alta no cômodo silencioso e me envergonhei um pouco, mas não tive tempo para pensar nisso. Ele chegou muito perto, seus lábios somente roçaram os meus e então eu fechei os olhos, esperando. Não havia nada mais que eu pudesse fazer e a realidade era que eu não queria fazer nada, eu ansiava por aquilo com todas as forças que tinha, porque me ocuparia em fingir que não?

Meu coração dobrou seu batimento, chegando quase a doer em meu peito, eu estava contente de que Edward me mantivesse firme junto a ele, pois minhas pernas estavam fracas.

Sem nenhuma dificuldade em ler os sinais de meu corpo e eu desconfiava que até meus pensamentos Edward sorriu em meus lábios.

– Aneliese - meu nome soou como música em sua voz, me deixando ainda mais entregue a ele.

E então com cuidado ele me beijou.

O toque de seus lábios foi suave e frio. Aos poucos sua língua pediu passagem e eu cedi, jamais sentira algo como seu gosto e seu beijo apesar de contido me fez esquecer tudo, onde estava, o que fizera, o que sentia... Não havia mais nada além dele. Eu não quis que ele se afastasse, não quis que parasse. Minhas mãos jaziam espalmadas em seu peito enquanto eu lutava contra a vontade de lançar meus braços ao redor de seu pescoço e o prender junto a mim.

Meu corpo sequer se ocupava em hesitar, mas minha cabeça me julgava: era assim que eu prometera ser fiel a Bella? Eu falhara novamente e desta vez tão gravemente quanto ela. Mas aquilo não devia perdurar, eu não podia estar junto de Edward quando minha própria consciência me condenava veementemente como fazia agora.

Diminuí o ritmo de nosso beijo até que pude me afastar, respirando com dificuldade.

– Me desculpe – pediu ele. – Desculpe-me, eu não pensei direito.

– Está tudo bem – murmurei.

Sem querer parecer rude tentei me desvencilhar, ele me soltou imediatamente. Eu fitei o chão como uma covarde, pois seus olhos estavam fixos em meu rosto, curiosos com minha atitude. Agora eu não tinha mais saída, não havia como ser condescendente, eu fora longe demais, tinha de ficar longe dele, eu devia fazer aquilo em respeito a toda a história de amor que eu conhecia e reverenciara nas páginas de Crepúsculo. Meus sentimentos por mais fortes e urgentes que fossem não cabiam nesta situação.

– Edward eu não devia ter feito isso – comecei a dizer num sussurro. Procurei aprumar os ombros e levantar minha cabeça antes de continuar, mas não pude olhá-lo nos olhos. – Eu não posso ficar com você, me perdoe.

– Não pode Aneliese? Ou será que não quer? – Ele foi resoluto em sua questão.

Eu ia lhe responder, mas pensei melhor. Sempre fora a favor da verdade, mas neste caso seria mais fácil me esconder por trás da fachada da mentira.

– Não quero. Me desculpe – pedi novamente como uma tola.

Eu não sabia mentir bem, torci para que meu rosto demonstrasse decisão. Edward ficou em silêncio, eu podia sentir seus olhos presos em mim, que olhava para longe, mordendo o lábio um tanto nervosa. Era mais fácil assim também para que eu não acabasse voltando atrás ao fitar seu rosto.

– Entendo – falou por fim. – Bem, acredito que deva ser tarde, logo o xerife chegará então talvez seja melhor eu ir. – Ele falava calmamente como se não tivéssemos acabado de estar tão próximos, era incrível o quanto ele sabia ser indiferente, me incomodou um pouco, mas tentei fingir que não.

Ele pegou minha mão e a beijou rapidamente, me deixando surpreendida e com um ‘boa noite’ desapareceu de vista me fazendo perguntar se não havia sido tudo um sonho.

Quase na mesma hora o ruído de pneus triturando pedras veio do lado de fora. Charlie finalmente havia chegado.

Já passava das quatro da manhã e meus olhos continuavam abertos, mesmo ardendo eu desistira de fechá-los, já estava claro que não conseguiria dormir. Eu me sentia muito tola, uma burra literalmente, a cena de hoje mais cedo se repetia sozinha em minha cabeça como uma lembrança dolorosa do que eu tivera de abrir mão. Tentara até agora ser razoável dizendo a mim mesma que fizera a escolha certa, entretanto nem mesmo minha consciência parecia mais concordar. Simplesmente eu pegara uma oportunidade de ouro e jogara fora como se não valesse nada...

A lembrança de Edward se declarando para mim não poderia ser esquecida jamais. Durante estas horas a mais que estivera acordada eu interpretara tudo como um sonho e então realidade, e novamente como um sonho. Era um vaivém sem fim, muito confuso por sinal. Talvez isto fosse somente um lembrete do quanto eu estava deixando para trás.

A esta altura não havia mais altruísmo em meu ato, eu estava aborrecida, até mesmo triste. Me sentia presa à virtude me questionando se o preço que pagava por minha bondade não estava sendo alto demais. Contudo todas as vezes que quase chegava a uma conclusão que me livrava de meu compromisso eu via que estava indo pelo caminho errado. Quando Bella soubesse não me perdoaria e eu me sentiria mal para sempre.

Suspirei pela milésima vez. Onde estava a alegria do dever cumprido? Deveria me rejubilar de meu ato nobre, não era? E não estava me vangloriando a toa, havia mais uma coisa: meu rosto estava úmido, o redor de meus olhos ardia com algumas lágrimas que ainda caíam. Eu passara as horas chorando porque o que fazia na verdade era abrir mão de uma pessoa que eu sentia gostar demais, daquilo que no momento eu almejava mais que tudo. Era, portanto um ato muito nobre.

Me revirei na cama tentando encontrar uma posição confortável, mas não adiantou muito. Acabei de barriga para baixo, abraçada ao travesseiro – meu fiel e inseparável amigo das horas difíceis. Tudo estava silencioso, eu podia ouvir ao longe o tiquetaque do relógio da cozinha e o balançar suave das folhas nas árvores, mas era só. Me senti sozinha no mundo, rendida às minhas mágoas. Eu só queria dormir um pouco, sentia como se tivesse trabalhado por horas e a ironia era que nenhum dia de aula antes fora tão leve quanto o de ontem, isto significava que a preocupação em minha mente se manifestara em todo meu corpo. Por enquanto estava bem, eu estava sozinha e podia extravasar, entretanto quando o novo dia iniciasse eu teria de ser bem mais forte.

Aos poucos fui me deixando levar, meus pensamentos foram se tornando desconexos sem que eu percebesse e logo já estava quase que por completo tomada pela inconsciência; me arrepiei um pouco de frio e pensei em ajeitar meu cobertor, mas não tinha forças nem para isto.

De repente me senti aquecida, pareceu-me que alguém havia me coberto, deixando-me confortável. Eu devia estar muito além da realidade para imaginar algo assim, mas antes de adormecer por completo pude jurar sentir um carinho suave em meus cabelos, quase como se a brisa os tocasse. Finalmente caí no sono, com a certeza de já ter sentido aquele toque antes e isto me dirigiu a sonhos agradáveis.


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