Perdida em Crepúsculo escrita por Andy Sousa


Capítulo 16
Tanta hipocrisia.


Notas iniciais do capítulo

Boa leitura! :}



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Trailer

"Eu sou só uma garota que
Beijou um garoto que
Está apaixonado por outra pessoa.
Eu não quis me sentir da maneira como estou me sentindo,
Aconteceu sem querer.
E agora estou doente por dentro,
Sim, isto me faz querer chorar,
Eu sinto muito pela noite passada.
Aconteceu tão rápido, eu quis que durasse,
No momento pareceu ser o certo.
Ele passou em minha casa e saímos,
Ele se perguntava onde você poderia estar;
Andamos juntos, estávamos apenas conversando
E então em seu carro ele me beijou.
Gostaria de poder haver um jeito de deixar tudo certo,
Queria muito lhe dizer que tentei evitar,
Mas isto seria uma mentira."

Sick Inside - Hope Partlow

~*~

Levei mais tempo do que queria tentando reprimir minhas emoções, com efeito quando cheguei em casa já estava quase anoitecendo e tive que enfrentar um Charlie rabugento me questionando aonde fora e porque demorara tanto. Eu não me zanguei com ele, Charlie tinha pleno direito de se preocupar comigo, ele agora era meu pai, além disso, ele não gostava de se intrometer, eu sabia disso, mesmo que parecesse ironia era a mais pura verdade. Quando ele me indagava assim era seu ofício de policial falando mais alto, tornando-o alerta aos perigos aos quais eu podia estar exposta.

Felizmente ao perceber que eu não estava com cara de quem havia curtido uma farra ele se acalmou, me livrou do castigo prolongado, porém me mandou que subisse e ficasse em meu quarto até a hora do jantar, com o pretexto de que assim que pensaria duas vezes antes de quase desobedecer outra ordem sua. No final acabara me fazendo um favor, o que eu mais queria neste instante era ficar sozinha. Assim que adentrei o cômodo fechei a porta e quase corri para minha cama, aninhando-me junto ao travesseiro e desejando poder sumir. No silêncio do lugar comecei a me sentir sonolenta e achei que o melhor a fazer era mesmo dormir, fiz isto também para evitar pensar que este travesseiro que agora eu abraçava com toda força, na verdade nunca havia sido meu.

Acordei para mais uma manhã em Forks, segunda-feira, o pior dia da semana em meu calendário de estudos, eu sabia que hoje o dia seria cheio e isto não ajudou em nada meu humor. Me arrumei sem realmente ver o que fazia e assim que fiquei pronta desci para o café, Charlie lia seu costumeiro jornal à mesa e ergueu os olhos ao me ver.

– Bom dia.

– Bom dia – respondi monotonamente.

– Você parecia cansada ontem à noite, subi para lhe chamar para o jantar, mas achei melhor deixá-la dormindo. Ouvi uns ruídos depois, já de madrugada...

– Sim, eu acabei dormindo demais, mas acordei com fome e vim fazer um lanche. Mas limpei tudo e voltei logo para o quarto.

Charlie soltou um muxoxo.

– Não estou te repreendendo Aneliese, esta casa também é sua.

Eu servia um pouco de leite em um copo e o olhei de sobrancelhas levantadas.

– É?

– Imagino que sim. Não foi este o trato? Bella ficaria em sua casa e você na dela?

Bella. Eu me sentia tola por ter tido tanto medo em pensar no nome dela antes, agora só o que me trazia era uma revolta sem limites. Vi que Charlie esperava por uma resposta e achei melhor dar.

– Sim, foi isto. – Ele estava certo, eu trocara de lugar com sua filha, mas ela parecia querer muito mais que apenas minha cama.

Notei que Charlie ainda me olhava e procurei ignorá-lo enquanto me sentava para fazer minha refeição. Depois de poucos minutos ele se levantou ruidosamente, dobrou seu jornal e foi até o hall pegar suas coisas.

– Vou indo Aneliese – anunciou do outro cômodo. – Não deixe este mau humor te prejudicar. – Completou antes de trancar a porta às suas costas.

Eu soltei o pedaço de torrada que comia no prato e olhei para o lado, indignada. Mau humor? Era isto que estava parecendo? Bem, eu não iria negar que estava aborrecida, me forçara a esquecer o dia anterior, mas era muito difícil, depois de certo tempo revendo a mesma cena o desgosto deu lugar a raiva. Eu estava com muita raiva de Bella, sentia-a traída e deixada de lado, jamais poderia esperar algo assim vindo dela. Isto teve grande impacto sobre mim porque começou a me fazer questionar tudo, inclusive a verdadeira identidade das pessoas ao meu redor.

É, talvez eu estivesse mesmo de mau humor. Como eu pensava, hoje seria um dia daqueles!

Eu guardava meus livros no armário com a pior vontade do mundo, a aula de inglês fora um massacre total, o professor fez prova oral e eu sabia que teria me saído extremamente melhor se ainda não estivesse com a cabeça cheia de caraminholas!

Ouvi passos de alguém se aproximando e desejei muito que estivesse enganada sobre quem poderia ser.

– Liese, será que posso falar com você agora?

Fechei os olhos por um curto instante, era Mike, eu viera me desvencilhando dele desde que chegara à escola porque já fazia idéia do que ele poderia querer me dizer e não queria acabar sendo mais grossa com ele do que ele merecia.

Me virei devagar e o olhei esperando.

– É... Você está bonita hoje.

Não desconte sua raiva nele, não desconte sua raiva nele, não desconte sua raiva nele.

– Mike, o que afinal você quer? Ou veio até aqui só para me dizer isto? – Foi impossível eliminar o tom ácido de minha voz.

– Não, na verdade eu queria lhe pedir desculpas.

Algo em seu olhar me fez ter pena dele, eu era uma idiota, Edward estava certo, tinha que escolher melhor meus amigos, todos eles!

– Tudo bem Mike, esquece.

Voltei a remexer em meu armário, dando-lhe as costas e esperando que isto o fizesse ir embora, mas eu sabia que era uma esperança vã.

– Não parece que me perdoou.

– E não perdoei. E nem acho que vá fazê-lo tão cedo.

– Mas Liese, eu...

– Você o quê Mike? Me levou a uma cidade completamente estranha com o intuito de termos apenas um passeio entre amigos, me beijou e me largou lá sozinha, sem celular nem forma de vir embora, como um completo idiota sem a mínima consideração! Isto foi o que você fez, agora me diga se acha que devo simplesmente esquecer tudo como num passe de mágica?

– Bem, sim.

Eu grunhi e cerrei os punhos para não acabar dando-lhe um tapa porque era o que ele merecia, não havia concessão com Mike, ninguém podia ser assim tão cara-de-pau!

Joguei o restante dos livros de qualquer jeito dentro de meu armário e o fechei com ruído e sem sequer olhar para o lado saí dali a passos decididos.

Tive mais uma aula e logo era a hora do intervalo, eu estava sem fome e intelectualmente esgotada, sentia que não podia apreender mais uma palavra sequer. Passei sozinha pelas portas duplas e caminhei desanimada até a mesa, antes de chegar vi que algumas pessoas me olhavam furtivamente e suspirei já sabendo o que me esperava. Mike sem dúvidas já havia contado a todos sobre nosso passeio e eu não estava nem um pouco a fim de justificar algo a alguém.

– Liese.

Angela surgiu a meu lado e sorriu, eu retribui o gesto sem falsidade, ela jamais me dera motivos para ter raiva dela, era a única em quem eu ainda confiava.

– Você está bem? Parece cansada. São estas aulas, não é? Eu também mal estou dando conta das tarefas.

Assenti veementemente, havia outros motivos para minha expressão estar como estava, mas não tinha porque eu falar deles.

– É loucura desejar que o fim de semana chegue logo? – Desabafei.

Ela riu.

– Você não sabe? Este é o pensamento geral às segundas-feiras.

Eu também ri e gostei muito do som e também da sensação, parecia que não o fazia há séculos.

– Bem Liese, na verdade há algo que preciso lhe dizer – falou com ar sério.

Eu a fitei, prestando atenção e ela me puxou um pouco para o lado, longe dos ouvidos de nossos colegas.

– É um recado, na verdade, que me pediram para lhe dar, mas eu sinto que estou importunando, você parece já ter tanta coisa em que pensar.

– De quem é o recado?

– Edward. Edward Cullen.

Era o último nome que eu esperava ouvir, entretanto duvidava que houvesse algo relacionado a ele que não afetasse minha curiosidade.

– Tudo bem Ang, pode falar.

Eu tentei soar desinteressada, mas com certeza falhei porque ela deu uma breve risada antes de continuar.

– Ele quer que você vá se sentar com ele. – Ela sorria, mas não da maneira irritante como Jessica fazia, Angela parecia animada, verdadeiramente feliz de estar me passando aquela informação, ao que parecia nem mesmo ela era imune aos encantos do rapaz, eu me perguntava se alguma menina em todo este colégio seria.

Não entendi a princípio, mas logo que corri o olhar pelo salão pude avistar Edward sentado sozinho em uma mesa ao fundo, longe de sua família e também dos demais alunos. Lógico que ele me olhava, com certeza podendo ouvir cada palavra que eu falava com Ang. O sorriso que ele me deu conseguiu me deixar sem jeito mesmo àquela distância, eu estava muito deslumbrada com ele, chegava a ser ridículo.

– Ai meu Deus – murmurei dando-lhe as costas, procurando encontrar minha dignidade.

– Eu sei, é difícil de ignorar, não é? Depois de ter falado comigo eu só consegui assentir em silêncio como uma idiota, demorei alguns segundos para me lembrar de onde estava. Ai, estou sendo uma tonta, me perdoe Liese, isto não é de minha conta.

Eu a olhei e ri.

– Está tudo bem Angela, não tem porque se desculpar, você não é a única a se sentir assim.

Antes fosse. Isto me daria probabilidades melhores de ir ao encontro dele sem parecer uma boba apaixonada.

– Ele é incrivelmente bonito – disse parecendo se lembrar de algo e ficando vermelha em seguida.

– Sim, ele é. – Eu não me importei que ele me ouvisse, aquilo não devia ser nenhuma novidade para ele, de fato Edward já devia estar mais que acostumado a arrancar suspiros por onde quer que passasse.

Nós duas rimos aos sussurros por mais alguns instantes e então respirei fundo agradecendo a ela pelo favor e me despedindo enquanto me virava e recomeçava a caminhar, agora com alívio indo à outra direção.

Quando passei pela mesa onde o restante dos Cullen se sentavam não pude evitar olhar, Alice foi a única que me fitou de volta e acenou freneticamente para mim com um sorriso enorme nos lábios. Eu acenei de volta, sorrindo sem nem mesmo tentar, se eu não tivesse indo ao encontro de seu irmão gostaria de poder ir falar com ela. Depois disso olhei para o chão até chegar até onde Edward estava, eu suspeitava que se o deixasse me encantar no meio do caminho acabasse desistindo ou tropeçando em meus próprios pés.

– Aneliese – não tinha porque ele me cumprimentar chamando-me pelo nome, eu desconfiei que ele tivesse feito isto apenas para causar em mim novamente a comoção que eu sentia ao ouvi-lo dizer aquilo.

– Oi – murmurei.

O que estava acontecendo comigo? Eu tinha que me aprumar. Em geral, apesar de não ser sem esforço, eu conseguia conversar com ele normalmente, mas hoje fora pega totalmente de surpresa e isto me trazia dificuldade em me expressar.

– Sente-se. – Ele indicou a cadeira à sua direita e eu não tive escolha senão ceder. – Não parece estar muito bem hoje – observou.

Eu levei uma mão aos cabelos por reflexo e deslizei-a pelos fios soltos procurando por algum defeito. Edward riu curtamente.

– Não me refiro fisicamente – explicou com calma.

O que isto queria dizer? Que ele achava que eu estava bonita? Porque eu estou pensando nisso?

– Eu estou bem – falei simplesmente.

Edward ergueu o olhar até o grande relógio do refeitório e depois olhou novamente para mim.

– Sequer se passaram quinze minutos de nosso horário de almoço, temos tempo.

Ele sempre dizia isto quando queria arrancar informações de mim, implicava em eu não ter mais como o driblar.

– O que quer saber?

Ele sorriu muito seguro de si.

– Mike Newton está profundamente aborrecido com você.

Claro que ele devia estar adorando isto.

– Mike Newton faz sempre por onde.

– Imagino que sim. Mas e quanto aos seus demais colegas de escola? Não parece ter sido muito simpática com eles hoje.

– Alguns deles são muito fofoqueiros – dei de ombros.

– Sei bem que são, mas isto jamais foi motivo para mantê-la longe deles, não é mesmo?

Pareceu ser mais um julgamento, eu não gostava de ficar com o papel de adolescente inconseqüente, entretanto também não queria lhe confessar o motivo de minha chateação. Pensei por um minuto e decidi que simplesmente não suportava aquele seu olhar superior, eu faria como sempre: lhe diria parte da verdade e assim talvez ele considerasse que eu tinha razões reais para estar aborrecida.

– Uma amiga minha fez algo de que não gostei muito.

Eu não devia ter retomado aquele assunto, a exasperação tomou conta de mim imediatamente, eu não conseguira sequer deixar de sentir raiva, era como se acabasse de ter recebido a notícia.

– Suponho que eu deva saber o que é.

– Não, você não sabe. Esta amiga... Ela não estuda aqui, aliás, ela nem mesmo mora neste país. Não neste momento, pelo menos. Está no Brasil – esclareci.

Edward assentiu devagar. Cruzei os braços enquanto olhava a parede sem ver, outra vez a voz de Bella ecoou em minha cabeça e eu trinquei o maxilar, irritada.

– Ela está com meu ex-namorado.

Ao meu lado Edward inspirou e soltou o ar pesadamente, me virei para olhá-lo e me deparei com uma expressão nada amistosa. Estava bravo?

– Você está bem?

– Estou – respondeu com frieza. Sim, ele estava bravo.

– O que foi Edward? Eu disse algo errado? – Estava distraída, de verdade não compreendia sua reação.

– Isto é o que esteve lhe incomodando todo o tempo? – Ele não olhava mais para mim, mas suas mãos fechadas em punho não escondiam que estivesse zangado.

Eu respondi a sua pergunta com sinceridade:

– Sim, isto é o que esteve me incomodando todo o tempo. Acha pouco? Talvez não esteja entendendo muito bem, isto que ela fez não é algo comum, não é uma coisa que simplesmente se perdoe de um dia para o outro, eu ainda estou profundamente magoada! – Estava desabafando com ele, era quase impossível não deixar a emoção dominar minhas palavras.

– E porque se sente assim?

– Como assim por quê? Porque alguém que eu pensava conhecer simplesmente me esfaqueou pelas costas?! Como pôde fazer isto? – Esganicei-me perguntando mais para mim mesma do que para ele.

– Aneliese. – Seu tom era mortalmente sério ao dizer novamente meu nome, ele parecia estar muito contrafeito. – O que afinal a aborrece tanto? Para mim a equação é simples: trata-se apenas do passado, ou estou enganado? – Finalmente ele me olhou, mas com tanta impassibilidade que me desconcertou.

– Não Edward, você não está entendendo. Ainda significa algo para mim.

– Quem ainda significa algo para você, Aneliese?

Eu franzi as sobrancelhas em face à sua irritação.

– Porque está me chamando assim? Eu já não lhe disse que me chame apenas de Liese?

– Então me diga Liese, este seu ex-namorado, você ainda o ama?

O que?

– Se eu ainda o amo? Porque está me perguntando isto?

– Qual seria a razão para você se preocupar tanto com uma coisa que aparentemente não faz mais parte de sua vida, a resposta parece-me óbvia: você ainda o ama.

Seu tom era feroz, seu rosto que ultimamente eu pensava conhecer se transformara em uma máscara de desprezo, mas tudo isto fazia sentido: Edward pensava que eu ainda sentia algo por Alex. De onde ele tirara isto? Será que era o que parecia?

Eu abri minha boca, mas não saiu som algum, então a fechei e me recostei ao banco, refletindo. Porque enfim eu estava tão brava? Era por causa de Alex? Por sentir que alguém o tirara de mim? Mas eu não me importava mais com ele, eu sabia disso, ao pensar sobre ainda poder amá-lo a dúvida sequer fazia sentido. Eu não sentia mais nada por ele há tempos...

Então o único motivo de eu agora mal poder me controlar era Bella. A aversão tão grande que eu sentia se devia ao fato de eu considerar seu feito uma traição, mas não era o que ela fizera com Alex, era o que ela fizera comigo. Eu me sentia de fora da vida dela. Talvez eu de fato tivesse sentido algum ciúme ao saber que ela conseguira reunir pessoas que eu pensava não poderem se entender jamais, mas o fator decisivo fora a falha em me revelar tudo. Agora ao discutir isto com Edward concluía que ele tinha razão, toda minha comoção era na verdade baseada em nada.

Eu podia perdoar Bella já que entendia melhor os acontecimentos, fora isto não havia nada mais que justificasse minha reação, eu bancara a rainha do drama à toa.

Mas eu jamais faria algo assim com ela, pensei, e quase que imediatamente minha ficha caiu. Todo este tempo eu sentira raiva dela quando no fim estive fazendo o mesmo: cobiçando algo que lhe pertencia. Baixei minha cabeça e levei uma das mãos ao rosto, constrangida. Eu fora incrivelmente hipócrita.

Arrisquei olhar para Edward só para ver que ele não se movera nem um centímetro e continuava a me observar de cima, nada contente. Fiquei profundamente envergonhada.

– Edward, me desculpe.

– Não imagino o que possa ter feito para que eu tenha que lhe desculpar.

Seu tom ainda era seco, ele estava chateado, mas talvez não fosse somente isto, como eu me sentiria se estivesse em seu lugar? Com certeza magoada. E se ele estivesse pensando que eu o usara? Que viera me encontrando com ele, quando na verdade amava outra pessoa... Ele estava equivocado, eu precisava desfazer a tolice que havia feito.

– Me escute, eu sinto muito mesmo, eu... Eu fui uma idiota e você está certo: não há com que me preocupar, isto não devia significar algo tão grande para mim. Foi exagero de minha parte e sinto ter lhe envolvido.

– Tem que me dizer o que de repente a fez mudar de idéia.

– O remorso, um grande remorso que eu ignorara até agora. Eu não sou ninguém para julgar minha amiga, ela é uma boa pessoa, eu sei disso.

– Entendo.

Mas ele não parecia entender. Deus, como eu fora imbecil! O ofendera, a forma como ele me olhava agora, era como se não confiasse mais em mim, eu não podia conviver com isto.

– Sabe que eu não amo ninguém – murmurei fervorosamente.

– Não deve explicações a mim – rebateu e se afastou, arrumando-se na cadeira e tornando a olhar o vazio.

– Por favor, Edward, não descumpra a promessa que me fez.

Seus olhos encontraram os meus.

– Você me prometeu não se afastar de mim, não se lembra? Era mentira?

Ele riu com superioridade.

– Se acha que isto significa alguma coisa.

Mas que droga! O que eu precisava fazer para me redimir? Eu não podia ter estragado tudo apenas com alguns minutos de conversa. Me odiei por não ter dado ouvidos a minha consciência, o tempo todo ela me reprimira dizendo-me que eu estava indo longe demais. Se perder Edward era o preço por minha estupidez eu não estava disposta a pagá-lo.

– Eu sinto muito, eu não quis magoar você. Eu não menti para você, por favor, acredite em mim.

– É mesmo tão importante me manter por perto? – Perguntou com desdém, o olhar frio.

– Mais importante que tudo.

Ele não disse nada, não fez piada de minhas palavras, continuou me encarando, quieto.

– Olá!

A voz de Alice soou animada às minhas costas, tirando-me de meus pensamentos.

– Tudo bem por aqui? – O tom era descontraído, mas eu não tive dúvidas de se tratar de uma pergunta retórica, ela com certeza sabia muito bem o que estava acontecendo, mas parecia querer desfazer o clima ruim.

Não me importei em impedi-la.

– Sim Alice, está tudo bem – procurei sorrir.

Eu tentara de todas as formas me desculpar, todavia, sabia o quanto Edward podia se ater a uma decisão, se ele não daria o braço a torcer eu não ficaria mais rastejando a sua volta. Aquilo não ficava bem, nem mesmo por ele.

– Você ainda não comprou nada para comer Liese, não está com fome?

Eu não estava com fome, era o oposto, mas talvez a deixa fosse boa para eu sair daquela mesa por alguns minutos. Acompanhei Alice até a cantina e conversamos sobre banalidades, ao voltar ela se sentou conosco com o pretexto de que queria discutir espanhol comigo e me ajudar a tirar dúvidas. Edward continuou onde estava, mas não disse mais uma palavra sequer.


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Notas finais do capítulo

Por hoje são estes, obrigada por quem continua acompanhando, deixem seus comentários e podem até puxar minha orelha se quiserem. Fiquem com Deus, beijos!

Ps. Uma prévia do próximo capítulo:

"Quando eu imaginaria que hoje seria um dia quente? Saltei da cama indo primeiro até o guarda-roupa para escolher o que usaria, sabia que as normas da escola proibiam o uso de roupas curtas então optei por uma legging de pano fino e uma blusinha de alças. Tomei banho e desci para o café, cantarolando. Conversei um pouco com Charlie e resolvi sair ao mesmo tempo que ele, disposta a aproveitar melhor o dia ensolarado."

Quem imagina o que a Liese vai aproveitar pra fazer nestes dias de sol? :)



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